Contágio escrita por MrArt


Capítulo 101
Estação 6 - Capítulo 101 - Fim do Primeiro Tempo


Notas iniciais do capítulo

Estação 6 chegando a todo o vapor! A história se passa imediatamente após o fim da Estação 5, sem haver nenhuma passagem de tempo. Os personagens Boone, Taissa e Ozzy agora também são principais!!

Boa leitura!



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Finalmente amanhecia. Estavam correndo na maior velocidade que podiam. As ruas de Albuquerque haviam sido tomadas pelo deserto do Novo México, mas isso não os impedia de fugir do caos que estava em El Distrito naquela madrugada. Robert matava zumbis que apareciam no meio da rua enquanto Polly protegia Matthew a todo custo. O bebê continuava chorando e infelizmente o barulho atraia mais zumbis que circulavam por aquelas bandas da cidade.

— Deveríamos voltar! – Gritou Robert, acertando em cheio a cabeça de um zumbi com um cutelo, que ficou preso no mesmo. O casaco e a calça de Robert se encontravam ensopados de sangue – Eles estão sendo atraídos pelos tiros na comunidade – Era possível de longe ouvir o tiroteio e as explosões na cidade.

— Por isso mesmo que nós vamos continuar fugindo! E mais, você que falou para a gente sair de lá! – Falou Polly dando uma rasteira em um zumbi, que se aproximava dela e Matthew – Eles vão começar a se amontoar nos muros e vão derrubar aquela cidade inteira. Escuta o que eu to te falando! - A loira colocava zumbis para baixo com uma mão enquanto segurava Matthew na outra.

— Então vamos dar um jeito de avisar! – Os dois conseguiram matar uma quantidade significativa de zumbis e continuaram correndo, se distanciando ainda mais de El Distrito.

— Eu não vou voltar para aquele campo de guerra, pode ter certeza! – Avisou.

— Não acredito que o Vasili fez a cidade toda se rebelar contra a área 1 – Robert não tinha coragem de chama-lo de pai naquele momento tão tenso – E todos estavam do lado dele, até a Kei e a Bel!

— Todo mundo sabia que era uma questão de tempo até ele tomar a cidade. Mas não que iria colidir uma guerra entre os dois lados.

— Eles vão ter problemas, e eu não quero estar lá para ver – Robert transmitia aflição a todo instante e não conseguia esconder – Mas se esses zumbis se aglomerarem por lá, aí sim eles terão mais problemas!

— Qual é Robert! – Eles pararam atrás de um posto de gasolina, enquanto um grupo de zumbis passava por ali, rumando a cidade – Eles têm um monte de gente que sabe se defender, eles têm a Kei! É óbvio que pessoas vão morrer, isso sempre acontece.

— Não estamos falando de cinco ou dez pessoas que vão morrer. Estamos falando de uma cidade inteira. É um dos poucos assentamentos humanos que encontramos em tanto tempo! – Falou – Aquilo não pode deixar de ser um lugar seguro.

— Olha – Polly botou a mão no ombro de Robert – El Distrito deixou de ser segura nessa madrugada quando nossa amiga morreu – Se lembrou que o cadáver de Renata ainda estava na clínica – Se lembrou quando te colocaram na arena para matar o Louis e depois você para lutar? – Robert ficou quieto e Polly bufou - Eu não vou voltar para aquele lugar tão cedo se não lembrar da Renata morta naquela mesa.

— Ainda sim devíamos avisá-los – O grupo de zumbis que cruzava o posto de gasolina parecia aumentar a cada minuto.

— Acho que os zumbis do Arizona finalmente chegaram no Novo México – Polly estava nervosa – Droga... – Viu outro grupo de zumbis aparecerem ao fundo do posto.

Polly segurou Matthew o mais firme possível e Robert continuou a matar os zumbis que insistiam em chegar perto deles. Enquanto fugia com o bebê para longe das criaturas, Robert ficou para trás contendo-os e acabou esbarrando em uma cerca de arame farpado, cortando o seu braço direito.

— Droga! – Robert gritou de dor; principalmente ao tirar resquícios de arame do seu braço. Havia zumbis se aproximando e Polly já estava longe.

— Robert! Não! – Disse Polly desesperada. Matthew chorava assustado. A loira congelou ao ver Robert perto de ser devorado pelos zumbis.

Visto que não havia como fugir, Robert fechou os olhos e esperou os zumbis o morderem, até que uma bala acertou em cheio a testa de um dos que ia ataca-lo.

— Mas que diabos! – Robert esbugalhou os olhos. Polly olhou para um prédio e viu um rapaz em uma janela atirando nos zumbis que cercavam Robert.

Um rapaz ruivo saiu do prédio e logo atrás dele uma mulher com um cabelo incrivelmente verde.

— Little Boy! – O rapaz na janela gritou para o ruivo – Pegue aquele loiro! Star, pegue a moça e o bebê!

— Certo! – Star balançava seus dreads verdes enquanto ia até Polly – Vem! – Ela puxou Polly pelo braço, que recuou – Anda!

— Eu nem te conheço! Me solta! – Gritou Polly, mas Star parecia ser mais forte que ela. Little Boy passou um braço de Robert pelo o seu ombro e rapidamente o guiou para dentro do prédio, enquanto recebia cobertura do rapaz na janela.

Ao entrarem dentro do prédio, a porta foi fechada por duas mulheres que aparentavam não estarem armadas. Polly puxou Robert para ela, se encostando numa parede, assustada com as pessoas à sua volta.

— Droga, quem são vocês?! – Perguntou Robert, gemendo de dor com o machucado em seu braço.

— Somos as pessoas que salvaram a vida de vocês – O atirador da janela apareceu para eles. Era visível suas grandes tatuagens e piercings. Robert e Polly ficaram em silencio, até mesmo Matthew havia se acalmado depois da confusão toda. 

Se colocou à frente deles e retirou um pano branco de seu bolso, indicando paz. 

— Me chamo Scorpion, e esse é o meu grupo – Sorriu, mostrando outro piercing nos seus dentes – É uma honra tê-los conosco.

 

— El Distrito –

 

Havia fumo subindo do telhado de algumas casas, mas nada que fosse tão grave ao que havia acontecido na cidade. Alguns atiradores ainda estavam nas ruas procurando algum soldado escondido nos becos e nos prédios. A energia ainda não havia voltado, mas o grande prédio da área 1 estava iluminado.

Ao fundo Hunter, Mark, Riki, Lopez colocavam os corpos dos soldados na arena e bem como de outras pessoas que morreram durante a madrugada na cidade. O senhor e a senhora Chen choravam ao lado de sua filha, assassinada por alguém que podia estar entre eles naquela cidade. Vinny, Carol, Tuppence e Amber do outro lado da arena atendiam os combatentes feridos, com recursos extremamente escassos uma vez que a clínica estava bloqueada.

Algumas pessoas estavam com medo de uma possível retaliação de Powell e de seus soldados e começaram a reforçar a segurança de suas casas. Vasili agora tinha um grande trabalho nas costas em ficar em alerta com qualquer sinal de perigo vindo de trás dos portões da área 1.

— Me ajuda com isso aqui! – Disse Amber para Taissa, que a ajudava a montar uma tenda de primeiros socorros.

— Eu quero aquela clínica aberta! AGORA! – Gritou Vinny, irritado por ver a quantidade de feridos na arena.

— Até chegarmos lá, podemos perder pessoas no caminho – Taissa tentava disfarçar o fato de que a clínica estava infestada de zumbis que morreram por imprudência do próprio Vinny.

— Ele não pode descobrir o que aconteceu – Sussurrou Carol. A paciência que Vinny já não tinha, havia ido para os ares.

— Precisamos de médicos aqui! – Gritou Athena se aproximando da arena com Percy, que tinha um corte no rosto. Vinny rapidamente deixou Stacy aos cuidados de Tuppence e foi correndo ajuda-lo.

— Não parece que levou um tiro de raspão – Disse Vinny pegando uma caixa de algodões.

— Eles jogaram uma bomba e eu me escondi atrás da cerca de uma casa, mas mesmo assim foi atingido por um estilhaço – Respondeu, se sentando numa cadeira de plástico.

— Por que não abriu a clínica ainda? Tem muita gente machucada– Vinny perguntou para Uber, que engoliu a saliva, nervoso.

— Eu vou olhar e já te falo – Uber saiu da arena e chamou Wesley, que estava numa rápida reunião dos atiradores com Kei.

— Quero vocês todos nas torres e fiquem de olho em qualquer movimento suspeito dentro e fora da cidade – Avisou Kei para os guardas – Revezem de uma em uma hora.

— Essas ordens cabem ao Juan nos dar – Indagou Fox – Ele sabe as coordenadas da cidade melhor que qualquer um.

— Não mais – Juan apareceu. O rapaz estava com o semblante triste e cabisbaixo – Escutem-na, ela é boa no que está fazendo. Eu acho.

— Ei, onde vai? – Perguntou Eliza, outra atiradora que havia participado do combate.

— Preciso descansar, foi uma noite muito longa – Respondeu, atordoado.

— Tudo bem, eu te cubro – Falou a oriental – Pac e Brian, quero que vocês fiquem no portão e me contatem pelo walkie talkie de uma em uma hora – Os atiradores assentiram e fizeram o que foi pedido.

O portão da 1 área estava mais trancado do que nunca e ninguém sabia o que podia estar se passando atrás deles. Vasili estava notando a ausência de Robert após o fim do conflito, e estava preocupado dele estar entre os feridos. Não o encontrou em lugar algum da arena ou de sua casa.

— Viu Robert? – Perguntou para Bel, que andava em passos acelerados em direção à clínica – Não o encontrei no meio do pessoal.

— Acho que ele não combateu, deve ter se escondido em casa, procurou por lá? – Avisou sem dar grande importância para Vasili ou seu amigo recém-desaparecido.

— Ele não está em casa, já procurei – Respondeu.

— Então eu não sei. Robert não é burro, ele deve ter se escondido em algum lugar – Falou.

— Que seja – Vasili revirou os olhos – Onde está indo com tanta pressa?

— Eu preciso ver uma coisa e... – O estomago de Bel gelou - Não, não! – Bel foi correndo aos gritos à clínica, uma vez que Wesley e Uber tentavam abrir a porta – Não abre isso!

Tarde demais.

— Se afasta, Uber! – Wesley gritou ao ver o punhado de zumbis saindo da clínica. Tentou fechar a porta, mas foi em vão.

— Ajudem ele! – Gritou Uber, que estava desarmado. Wesley rapidamente começou a ser mordido pelos zumbis Jen, Altman, Jenner e Faye. Uber fugia de Portman e Jensen, que logo foram mortos por Vasili.

— Aah! S-Socorro! – Wesley cuspia sangue enquanto era devorado pelos zumbis.

— Não! – Fani apareceu ali, gritando desesperada. Segundos depois, Ozzy surgiu atirando nos zumbis que atacavam Wesley, já morto devido à perda de sangue. Algumas pessoas que passavam por ali, assistiam tudo o que estava acontecendo e não faziam nada.

— Droga, é a minha irmã! - Gritou Fox aos prantos, vendo Faye reanimada.

— Que droga, vocês não fazer nada?! – Halsey pegou a arma das mãos de Fox e começou a atirar nos zumbis junto com Ozzy.

— O que aconteceu aqui? – Disse Kei, correndo até eles. Viu a porta da clínica aberta, Wesley e os zumbis mortos e deduziu o que havia acontecido.

— Uber! É culpa dele! – Bel foi furiosa até o rapaz e o empurrou contra uma árvore – Você sabia que a droga da clínica estava cheia de zumbis! – Começou a socar o peito do rapaz – Seu desgraçado, Wesley está morto por sua causa! – Bel pegou sua arma e apontou para Uber, mas Taissa apareceu ali antes que ela fizesse alguma besteira.

— Ei, se acalma! – Taissa empurrou Bel para longe de Uber.

— Acabem com essa confusão agora – Vasili já estava irritado e autoritário novamente – Quero que procurem o Robert e façam uma lista das pessoas que morreram essa madrugada. Inclusive as da clínica.

Segundos depois, Boone apareceu correndo.

— Pessoal! Preciso que venham comigo! – Disse ofegantemente. Ninguém falou nada e seguiram Boone, que no mesmo instante correu na direção em que havia chego. A situação aparentava estar ainda mais séria ao verem os atiradores correndo de um lado para o outro nos muros.

Entraram numa das torres e seguiram Boone até o topo. Ficaram em silêncio, porém a preocupação conseguiu tomar conta de todos ao terem uma visão extremamente perigosa do que estava vindo em direção à El Distrito. Grupos de zumbis desciam e enchiam as ruas de Albuquerque, se aproximando dos portões da cidade numa velocidade assustadora.


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Notas finais do capítulo

Quem será que é esse Scorpion?! Será que ele uma pessoa boa ou só mais um vilão? Será que El Distrito vai conseguir reagir a mais uma ameaça depois de tudo o que aconteceu?

Estação 6 está fervendo! Até o próximo capítulo!



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