Contágio escrita por MrArt


Capítulo 100
Estação 5 - Capítulo 100 - Caos


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeey!! Finalmente capítulo 100! Muitas coisas estão acontecendo nesse capítulo que pode mudar o rumo de toda a história! Segura o coração nesse fim de estação!

Obrigado por todo mundo que chegou até aqui (~idem leitores fantasmas~).

Boa leitura!!



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Renata acordou e podia ver o céu azul. Se sentia completamente confortável no gramado em que se encontrava. Seu corpo parecia mais leve e sua cabeça muito menos atordoada do que antes.

Parecia estranho, mas Renata estava se sentindo bem.

Se levantou daquele gramado, confusa e logo teve visão do campo em que estava. Seus olhos apenas prestavam atenção nas flores e no lago de água cristalina que era abastecido por uma cachoeira alta. Parecia estar em um sonho, o melhor de seus sonhos.

Mas Renata não estava sonhando, aquilo era muito real.

— Está tudo bem? – Renata se assustou ao ver Danita surgir à sua frente. A morena vestia um belo vestido branco e seu rosto parecia bem mais conservado do que era antes de morrer – Eu sei como é no começo, fiquei assim também. Todos começaram a aparecer um atrás do outro.

— Onde que eu estou? – Renata deu dois tapas em sua cabeça, tentando acordar, em vão.

— Renata – Danita a encarou por alguns segundos – Você morreu...

— Eu sei que eu estou sonhando, isso nunca aconteceu – Renata se levantou do gramado e viu homem conhecido ao fundo, acenando para ela – Isso é...

— O Ford, ele mesmo – Danita sorriu – Vocês o mataram.

— Se o matei, por que eu vim para cá? – Perguntou.

— Você foi mais uma vítima da crueldade humana – Danita não gostava de falar isso para as pessoas que chegavam ali – Todos nós tivemos a vida interrompida por alguém e agora estamos aqui.

— Isso é muito bizarro – Renata deu alguns passos para trás – Se todos que morreram vem para cá, meu irmão pod... – Foi interrompida.

— Não – Alejandro apareceu ao lado de Renata, assustando a mesma – Topher não morreu, ele está vivo em algum lugar dos Estados Unidos – O latino cruzou os braços e sorriu debochadamente – Parece que o jogo virou, não é mesmo Renata?

— Me desculpa por tudo o que aconteceu naquele hotel – Disse um pouco envergonhada.

— Não tem problema, se eu soubesse que viria para esse lugar, já tinha morrido desde que aquele apocalipse começou – Alejandro balançou a cabeça, se lembrando dos maus momentos que passou.

— Vem, nós vamos te mostrar o lugar – Danita entrelaço seu braço no de Renata e Alejandro continuou ao seu lado – Você vai encontrar pessoas que não vê a muito tempo.

— Bem-vinda ao lar – Alejandro sorriu para Renata, que timidamente retribuiu. Estava pensando em como estava a vida sem ela, mas logo desfez esse pensamento quando percebeu que aquele lugar era melhor do que qualquer coisa que tinha vivido durante tanto tempo naquele caos que estava o mundo.

 

 

Robert, El Distrito.

 

Nós sabemos que a vida é algo muito curto, ainda mais neste apocalipse. Ao longo de tanto tempo, eu vi amigos partirem e familiares que eu nem conhecia ressurgirem. Os últimos dois anos da minha vida foram os mais loucos que alguém poderia ter em um mundo tão insano que se tornou.

Topher e Kimberly estão agora em algum lugar dos Estados Unidos ou podem até mesmo terem morrido, K-Rencita morreu e perdemos o hotel, Ford e mais de 40 pessoas morreram no intervalo de um mês, Akio também teve sua vida ceifada ao despencar de um cassino e agora Renata estava em cima daquela mesa fria da sala de trauma.

Eu estava parado atrás daquela vidraça junto com Polly, observando Vinny e Tuppence desligarem os aparelhos que estavam em ligação com Renata. Observar Renata morta naquela mesa estava sendo uma das coisas mais assustadoras da minha vida e provavelmente na de Polly também, já que ela estava chorando muito mais do que eu.

Renata podia ter todos os defeitos do mundo, ela podia ser rude, sarcástica e até mesmo uma troglodita, mas ela sempre defendeu o seu próprio mérito. Apesar de tudo, Renata era uma boa pessoa, por mais clichê que pareça.

Vinny e Tuppence saíram da sala e deixaram-na aberta para que pudéssemos entrar. Assim que chegamos perto do corpo de Renata notamos que ela não havia sido ‘’completamente morta’’ e ainda podia reanimar como zumbi a qualquer momento. E é claro que eu não deixaria isso acontecer.

— Perdemos mais um... – Polly dessa vez havia parado de chorar, mas ainda podia ver algumas lágrimas em seu rosto avermelhado.

— Polly – Dei uma bufada nada agradável – Não é a primeira vez que isso acontece.

— Mas aconteceu de novo – Polly passou as mãos nos cabelos escuros de Renata, enquanto a olhava – E sempre que acontece é de uma forma tão horrível.

Apenas balancei a cabeça, sem ter nenhuma resposta. Peguei a faca de minha bainha e logo olhei para Polly.

— Nós vamos fazer isto. Juntos – Disse – Vamos libertar a alma de Renata antes que se transforme.

— Tudo bem... – Polly segurou a minha mão que estava sobre a faca. Ela encarou Renata por mais alguns segundos. Preferi não ter uma lembrança de Renata naquele estado então eu mal a olhei.

Robert e Polly firmemente dirigiram a faca até a testa de Renata e então encravaram a lamina até terem certeza que estava no cérebro da mesma.

— Acabou – Falei olhando para Polly – Acabou para Renata.

— Sim... – Polly havia parado de chorar – Mas vamos fazer um funeral digno desta vez – Ela limpou as lágrimas de seu rosto - Pode ser?

— Tudo bem, o que você quiser – Respondi.

— Robert... – Polly balançou a cabeça e me encarou – Mataram a Renata e não estão fazendo nada.

— O que você quer que a gente faça? Pode ter sido qualquer um na festa.

— Nós vamos descobrir quem fez aquilo. Nem que seja a única coisa que eu faça na minha vida.

— Eu sei Polly, temos recursos para fazer justiça, mas não sei se isso vai valer a pena aqui.

— Robert, nós temos que... – Tive que interrompê-la.

— Nós moramos na área 2! – Elevei o tom de voz – A área 1 que comanda essa droga de cidade e nos rouba toda hora! A única alternativa de fazer alguma coisa é derrubando eles... aliás, quem não me garante que algum deles queria matar o Timothy e acabou acertando na Renata.

— Quem iria matar o Timothy? – Polly perguntou. Pensei em todas as possibilidades até que cheguei na mais óbvio possível. Encarei Polly, e ela acabou entendendo meu olhar.

— Não pode ser... Não o meu pai.

— Robert. A única pessoa que causaria discórdia entre todo mundo seria ele!

— Não, mil vezes não! – Coloquei as mãos na cabeça.

Inesperadamente ouvimos um barulho de explosão do lado de fora da clínica. Polly quase caiu no chão se eu não a segurasse. Nós cobrimos o corpo de Renata e saímos da sala e vimos Tuppence e Vinny correrem em direção à saída com outros pacientes. Não havia muito o que fazer se não os seguir e descobrir o que estava acontecendo.

 

— Narrador –

 

O prédio da administração da área 2 estava em chamas após uma explosão destruir o último andar. Vários destroços foram arremessados pelas ruas e por sorte ninguém foi atingido. Entretanto, aquilo apenas aumentou ainda mais a confusão naquela madrugada que não queria acabar na cidade.

— Merda! – Gritou Hunter ao ver mais uma explosão ocorrer no prédio. Acabou caindo no chão, mas rapidamente Juan o tirou de perto das labaredas.

— Que porra está acontecendo hoje?! – Juan colocou Hunter em um local seguro.

— Na hora que eu mais preciso do Mark, ele está desmaiado lá na clínica! – Hunter foi correndo até a oficina da cidade buscar a mangueira de incêndio ou um extintor.

— Juan! – Athena apareceu desesperada – Fani está lá dentro!

— O que?! – Juan arregalou os olhos.

— Ela voltou para lá depois que todos foram embora da festa... – A ruiva respondeu. Ela deu um tapa na própria cabeça logo em seguida – Quer dizer, ela mora ali!

— Precisamos fazer alguma coisa – Juan correu em direção ao prédio, entrando em contato com a fumaça negra que se espalhava assustadoramente – Está tudo bem? – Gritou ao ver Fani sair correndo do prédio, com um corte no braço.

— Lógico que não está! – Fani se afastou da fumaça e sentou no meio fio da rua. Havia uma pequena quantidade de sangue escorrendo por seu braço.

— Leve-a para um lugar seguro, a clínica está lotada! – Juan gritou para Tamar, uma moça que trabalhava numa igreja que havia naquela rua, que fez o que lhe foi pedido.

Alguns segundos depois Hunter, Riki, Wesley e Fox apareceram com um enorme compartimento de água e um grande rolo de mangueira. Juan e Athena os ajudaram e logo estavam apagando as chamas do prédio. Quase toda a cidade estava assistindo aquilo, inclusive pessoas da área 1, pelos seus prédios.

— O que é isso... – Halsey viu um enorme rastro de sangue que seguia até a casa da família Chen. Seguiu lentamente até a residência e o rastro continuava pelos jardins, até a escada que dava acesso a casa.

Halsey colocou as mãos na cabeça e começou a gritar desesperadamente.

— Essa não! – Boone apareceu segurando Matthew. Ele virou Halsey para o outro lado da rua – Socorro!

O corpo de Kia Chen estava estirado na entrada de sua casa, com uma faca cravada em seu estomago.

— Puta merda! – Polly quase caiu para trás, mas Robert a segurou – Ela...

— Ela está morta! – Robert olhou para os dois lados da rua e viu a bagunça que estava por todos os cantos da comunidade.

— Não, não! – O Senhor Chen foi correndo até o corpo de sua filha e o agarrou de forma desesperada.

— Não deixa ele ali! – Robert gritou, mas ninguém faz nada – Porra, vocês não percebem que ela vai reanimar a qualquer momento?! – O loiro saiu correndo até o Senhor Chen junto com Boone, que deixou Matthew com Polly.

— Sai daí! – Boone tentou tirar o Senhor Chen de Kia, mas ele não queria largar a filha.

— Anda, é pelo o seu próprio bem! – Robert do outro lado puxava o corpo de Kia para longe de seu pai, sujando toda a sua roupa de sangue.

Demorou para o Senhor Chen se soltar de sua filha, que acabou reanimando, mas Robert a colocou para baixo na frente de todos que ali assistiam tudo. Boone levou o homem chinês para dentro de sua casa, enquanto Robert arrastava o corpo de Kia para o gramado, o cobrindo com uma lona preta.

— Preciso achar o meu pai... – Falou Robert para Polly – Isso aqui está um caos e ele não deu as caras. Polly isso é muito suspeito.

— Eu sei... – Polly abraçou Matthew, assustado com todo o barulho – Vai logo, não fica aí parado! – Robert saiu correndo pelas ruas de El Distrito.

 

 

 

 

Vasili ainda se encontrava dentro da boate de César. Íris não tinha por onde fugir e aquilo estava lhe causando calafrios com o russo extremamente intimidador à sua frente.

— Eu vi a quantidade de drogas que tinha aqui antes de você roubar – Vasili passou sua faca no balcão, o riscando – E todas elas sumiram.

— Não estão comigo – Respondeu Íris, tentando se safar do perigo à sua frente – Uma pessoa pegou. Não tenho culpa se tentaram matar sua amiguinha.

— Oh... ela não era uma amiguinha – Fitou diretamente o olhar assustado de Íris – Ela era parte da família, e por sua causa ela está por um fio. Ou se já não morreu.

— Isso não é problema meu! – Gritou – Essas drogas não eram minhas!

— E eram de quem? Da Nicolle?

— Pode ter sido, ela que serviu todo munda naquela droga de festa! – Íris gritou.

— Íris... Íris, não tente me fazer de trouxa. Nós matamos o César, mas isso não quer dizer que vamos ter um bom relacionamento – Vasili se aproximou da mulher e no mesmo instante um tremor forte atingiu a boate.

A explosão havia acontecido no prédio da administração.

— Sai da minha frente!  - Íris tentou passar por Vasili que acabou caindo no chão devido o tremor.

— Pode voltar aqui! – Vasili pegou no tornozelo de Íris e a derrubou. Com isso, o pacote de drogas também havia caído – Sua desgraçada!

— Por favor, não! – Íris viu Vasili pegar sua faca e começar a acertá-la com vários golpes – NÃO! S-SOCORRO! – Ela tentou agarrar o pescoço de Vasili com as próprias mãos, em vão.

— Você já era Íris – Vasili rangeu os dentes enquanto desferia vários golpes de faca na bar girl— Porra... – Ficou parado em frente ao corpo e Íris, vendo o estrago que havia feito. 

Se levantou e abriu o freezer onde havia escondido o corpo de César. Não havia como esconder qualquer coisa ali. Pensou em várias formas de ocultar Íris, até que avistou a fornalha que havia ali, e então, botou seu plano em prática.

 

 

 

 

Kei havia se levantado de sua poltrona. Não suportava a ideia de estar presa com Bel naquela clínica enquanto a cidade estava um caos e Renata estar morta em alguma sala da clínica. E o pior era se sentir insegura já que não havia nenhuma arma por perto.

— Eu tenho certeza que foi uma explosão – Kei andava de um lado para o outro na sala onde haviam sido tratadas – Se a Renata está morta, temos que fazer alguma coisa para descobrir quem a matou. Isso é tudo muito estranho!

— Essa cidade que é estranha! – Bel foi até a porta e tentou abri-la – Robert não pode nos deixar presas aqui para sempre! Nossa amiga morreu! – Bel começou a dar inúmeros tapas na porta.

— Dá licença... – Quase tropeçou no chão, mas conseguiu se equilibrar. Pegou um grampo do cabelo de Bel e logo começou a tentar abrir a fechadura com o objeto.

— Ei, escuta isso... – Falou Bel e no mesmo instante Kei parou, deixando o silencio predominar na sala – É no corredor... – Encostou a cabeça na porta, tentando ter uma audição melhor.

— São zumbis – Kei encarou Bel, aflita – Pega aquilo, logo! – Apontou para um suporte onde ficava as bolsas de soro.

Bel rapidamente pegou o suporte enquanto Kei tentava abrir a porta. Rapidamente saíram da sala e viram ao fundo do corredor uma das pessoas hospitalizadas após o envenenamento em massa, Faye, irmã de Fox, devorando também um paciente chamado Jensen.

— Droga! É a irmã do Fox! – Disse Bel abismada ao ver Faye mordendo a jugular de Jensen.

— Onde que está todo mundo?! – Kei olhou para os lados e não via ninguém pelo corredor ou pelas salas.

Amber virou o corredor às pressas, encontrando as duas ali paradas.

— Gente, o que vocês estão fazendo aqui?! – Amber parecia estar um pouco grogue devido os medicamentos – Droga! – Viu Faye ao fundo do corredor devorando Jensen.

— O que aconteceu aqui? – Perguntou Kei, enquanto as três saiam daquele corredor – Por que isso está vazio e por que a Faye virou um zumbi? – A oriental pegou um extintor de incêndio preso à parede.

—  Por acaso estão procurando alguém? Por que eu acho que todos já saíram! – A enfermeira olhou as salas, sem sinal de nenhuma pessoa – Quem está por aqui provavelmente já está morto! Sorte vocês ainda estarem vivas!

—  Droga – Kei deu um murro na parede, enquanto seguia o caminho.

— Os médicos foram ver o que aconteceu e se teve feridos depois da explosão e... – Respondeu, mas logo foi interrompida por Bel.

— Espera, teve uma explosão mesmo?! – Bel congelou – E o pessoal, está bem?

— Então – Amber engoliu a saliva, nervosa – Lá fora eu não sei se está tudo bem, mas aqui na clínica – A enfermeira aumentou o passo e seguiu até a ala de emergência – Não está tudo bem – Ao chegarem, se depararam com Mark, Ozzy e Taissa combatendo pelo menos meia dúzia de pessoas que reanimaram como zumbis.

Kei bufou no mesmo instante.

— Precisamos de ajuda! – Gritou Mark, batendo com uma cadeira em um adolescente recém-reanimado chamado Jenner – Os pacientes estão morrendo e se transformando.

— Cadê a droga dessa equipe médica?! – Ozzy chutou o Senhor Portman para longe, que insistia em mordê-lo.

— Carol foi pedir ajuda! – Taissa quebrou o pescoço de Nora e finalmente a matou – Uber, tira eles daqui! Agora! – Gritou para o médico, que logo tirou a Senhora Chen, Riki e Stacy da ala e os guiou para fora da clínica.

— Cuidado, Ozzy! – Kei bateu com o extintor de incêndio na cabeça de Portman, finalmente matando o zumbi – Temos que sair daqui e trancar a clínica! – A oriental empurrou Bel em direção a saída antes que a mesma falasse alguma coisa – Andem!

— Temos que esperar a Carol! – Falou Mark e segundos depois a morena apareceu.

— Não tem ninguém aqui mais! – Carol desviou do casal de namorados, Jen e Altman – Droga! – Kei a puxou para longe dos zumbis.

— Vamos sair, agora! – Gritou e então todos saíram da clínica em segurança.

Hunter os aguardava do lado de fora da clínica, pronto para fechar as portas assim que saíssem. Havia contido o incêndio no prédio da administração com a equipe de Juan e a Equipe de Segurança da área 1, que agora se encontrava nos arredores da cidade, fazendo uma investigação em massa.

— Fecha, vai! – Avisou Bel quando todos saíram. Hunter trancou a porta com um cadeado e segundos depois ouviram os zumbis tentando derrubá-la.

— Porra... – Kei botou as mãos no joelho, enquanto recuperava o fôlego – Essa situação está muito fodida.

— Eu acho que ainda é pouco – Ozzy viu dois homens com um uniforme preto passarem pela rua.

— São os agentes da Segurança Civil – Disse Uber assustado – Eles só vêm aqui quando acontece algo muito grave. E o que está acontecendo passou de ser considerado grave.

— É o que então? – Perguntou Kei.

No mesmo instante, as luzes das ruas foram cortadas e uma sirene num som altíssimo começou a ecoar por todos os cantos de El Distrito. Todo mundo que estava na cidade parou o que estava fazendo quando a sirene parou de tocar e a voz de Herrera foi ouvida.

— Atenção a todos os habitantes das áreas 1 e 2, as equipes de segurança em torres e em postos avançados. Um atentado ocorreu na área 2, que será isolada para uma investigação comandada pelo Sargento Powell. Pedimos para que todos os moradores da área 2 permaneçam em sua casa até segunda ordem. As forças militares da área 1 serão enviadas para certificar que tudo ocorrerá conforme planejado. Repito, isso não é um treinamento, é uma ordem para o bem-estar de El Distrito – Mais uma vez a sirene tocou e a voz de Herrera não foi mais ouvida.

Kei ficou quieta assim como seus amigos. As pessoas na rua começaram a acelerar o passo em direção à suas casas depois do fim do aviso de Herrera.

Continuaram em frente à clínica até ver o primeiro carro dos soldados vindos da área 1 iluminar aquela rua, e então correram para atrás do edifício.

— Minha casa é um pouco longe daqui e eles já podem estar por lá – Falou Kei enquanto passavam pelos arbustos dos jardins da clínica.

— A minha é nós prédios, podemos ficar ali – Comentou Uber.

— Você é responsável pela clínica, irão atrás de você quando virem que os pacientes morreram – Disse Amber. Correram pela rua seguinte, com Hunter e Ozzy iluminando o caminho.

— O arsenal se eu não me engano é na próxima rua! – Falou Stacy ao fundo – Perto de onde fizeram o registro com a Halsey!

— Vamos, estamos perto! – Kei estava com as mãos abanando enquanto havia militares pelas ruas. Isso não era bom – Fica esperta e vê se ninguém ficou para trás – Sussurrou para Bel, que assentiu com a cabeça.

Assim que chegaram no galpão onde ficava o arsenal, não encontraram nenhum guarda ou alguém da equipe de segurança. Kei verificou se ninguém estavam seguindo-os. Aparentemente estavam em um lugar ‘’seguro’’.

— Preciso de um código de acesso para entrar – Hunter iluminou a fechadura e ao lado um painel de numeração.

— Pode deixar, eu tenho – Riki passou pela Senhorita Chen e por Taissa. Discou uma senha de quatro dígitos e a porta se abriu.

— Ótimo – Kei entrou para dentro do armazém e deu de cara com todo o tipo de arma de fogo e arma branca nas prateleiras e caixas – Peguem tudo o que puder! – Kei avistou de longe uma AK-47 que lhe fez brilhar os olhos.

Em segundos todo o grupo estava armado. Kei além de estar com a sua AK-47, levou consigo um machete, duas pistolas e uma bomba de gás lacrimogênio. Bel pegou uma submetralhadora e um colete à prova de balas. Ozzy e Taissa se armaram com shotguns, pistolas com lanternas e facas. Amber, Mark, Carol, Uber, Stacy, Riki e a Senhora Chen alternaram entre armas de corpo a corpo, revolveres, rifles e outras armas.

Kei ficou em sentido de ataque quando foi até a porta verificar se alguém estava por perto.

— Vamos sair com cuidado e vocês vão para as suas casas em segurança – Avisou, terminando de carregar sua AK-47— Pode ser que tenha zumbis andando pelos becos ou pelos quintais das suas casas. Lembrem-se, essas coisas não são mais seus vizinhos e amigos, são comedores de carne.

Assim que iam sair, Bel os interrompeu.

— Espera! – Falou Bel olhando por uma janela estreita do arsenal – Eu estou vendo dois soldados...

— Estão por perto? – Perguntou Taissa, assustada. Ela sentiu Ozzy segurar sua mão fortemente.

— Não, estão saindo de uma casa... – Bel esbugalhou os olhos – Escoltando o Timothy!

— Isso é um absurdo! – Disse Ozzy – Por causa desse cara muita gente foi envenenada! – Isso não vai ficar assim...

— Ei, onde que você vai?! – Exclamou Kei quando Ozzy saiu do arsenal – Droga!

— Ozzy! Para com isso! – Taissa ia gritar, mas Stacy colocou a mão na sua boca antes.

Ozzy marchou em passos rápidos e pesados em direção aos soldados, que não perceberam de imediato a presença do homem.

— Onde que vocês vão levar esse cara?! – Gritou Ozzy e os soldados rapidamente apontaram suas armas para ele.

— Aqui é o soldado Uri. Chame o Powell. Suspeito na zona de investigação – O soldado falou em um walkie-talkie no seu ombro.

— Eu suspeito?! – Ozzy gritou mais uma vez – Ele que envenenou pessoas inocentes!

— Vá para sua casa agora, ou iremos atirar – Avisou o outro soldado.

— Essas armas não são de sua propriedade – Falou Timothy atrás dos soldados, sem demonstrar nenhuma preocupação - Ele as roubou do arsenal. Vans – Disse para o outro soldado – Aconselho que o prenda.

— Você vai ser preso por roubo e invasão – Intimou Vans se aproximando de Ozzy enquanto o soldado Uri levava Timothy para um carro preto.

— Isso não vai ficar assim! – Ozzy começou a atirar inúmeras vezes no soldado, que desviou das balas e atirou de volta, acertando o ombro do moreno, que caiu no chão.

— Ataque civil! Repito, ataque civil! – Gritou Vans em seu walkie-talkie – Ei, não! – Foi rápido demais os tiros que ele recebeu de Kei.

O soldado Uri saiu do carro, deixando Timothy no mesmo e começou a disparar contra Kei e Ozzy, que se esconderam atrás de uma árvore no quintal da casa. Enquanto recarregava a arma, Uri foi surpreendido à tiros.

— Vocês não vão passar dessa vez! – Gritou Vasili segurando uma arma que pertencia à Íris. Avistou o carro que Timothy estava e rumou em direção a ele – Vamos começar a eliminar as peças do tabuleiro – Disse para si mesmo.

— Funciona! – Timothy tentava ligar o carro enquanto Vasili se aproximava – Isso! – Timothy deu partida no carro e deixou Vasili para trás antes que ele chegasse a fazer algo.

— Ele está fugindo! – O russo gritou, correndo atrás do carro. Bel havia saído do arsenal com todo o grupo e foram atrás de Vasili.

— Isso não vai terminar bem, vamos! – Gritou Bel correndo atrás de Vasili. Kei estava logo a frente e Taissa verificava se Ozzy tinha danos sérios do tiro, mas a bala havia passado de raspão por sorte.

Vasili continuou correndo atrás de Timothy mesmo depois do carro sumir em direção aos portões da área 1. Juan, Athena, Hunter, Fox e Wesley prestavam atenção naquilo tudo perto do prédio da administração. Eles continuaram ali até verem outro carro de soldados aparecer em frente a Vasili.

— Droga! – Vasili deu meia volta quando os soldados desceram do carro e começaram a atirar contra eles.

— Eliminem os seguintes alvos: VasilI Romanov, Ozzy Crimsen e Kei Tahada – Gritou o Sargento Powell descendo do carro – Eles são os organizadores do terrorismo! – Sua equipe começou a tirar contra a equipe de Bel também, que não fez questão em retribuir.

— Atirem quanto puderem, agora! São nós ou eles agora! – Disse Bel em palavras de ordem, atirando em um dos soldados que caiu morto.

A equipe de Juan ainda continuava ali parada, enquanto mais um carro dos soldados aparecia. A Segurança Civil havia se fundido com os soldados, aumentando as forças contra os combatentes.

— Nós precisamos ajuda-los ou vão matar eles! – Athena assistia aquilo agoniada.

— Não... vai ser pior se entrarmos ali – Disse Juan por fim.

— Qual é Juan, estamos cansados da área 1 pegar todos os nossos recursos e nós nunca fazemos nada – Fox recarregou sua arma – Está na hora de bater de frente com eles. Isso já está custando a cidade toda.

— Jogaram uma bomba nesse prédio, só pode ter sido eles mesmo! Não dá para ficar parado numa situação essa, Juan! – Falou Hunter e então eles foram correndo até Bel, se juntando aos combatentes.

— Eu sei que eu vou me arrepender disso... Porra! – Gritou Juan para si mesmo e logo foi atrás de seus amigos.

Enquanto a batalha se seguia nas ruas, muitas pessoas assistiam aquilo das janelas. Não demorou muito e vários moradores começaram a sair de suas casas, descerem dos prédios com suas armas e se juntarem à resistência da área 2

— Isso não pode ser possível...  – Boone havia acabado de sair da casa do Senhor Chen e quase todas as pessoas da rua estavam atirando e jogando artefatos contra os carros dos investigadores. 

— Boone, vamos acabar com eles! – Tuppence gritou no meio da rua, tirando um revolver do seu uniforme de enfermeira. Cameron passou por eles correndo e Boone viu.

— Eu posso ser médico – Gritou Vinny logo atrás da moça – Mas isso não quer dizer que não vá ferir ninguém! A clínica não tem equipamentos necessários por que esses caras pegaram tudo! - Eles avançaram junto com outros moradores. 

Boone deu os ombros, pegou um revólver dado por Vinny e se juntou à ele e Tuppence.

Robert estava perdido no meio do tiroteio e desesperadamente procurava Polly ou Boone, mas o tatuado agora estava ocupado com outras coisas junto com o resto da cidade. 

— Não dá para ficar aqui! Vasili está liderando equipes por todas as partes – Ele quase esbarrou em Polly, que segurava um Matthew completamente assustado.

— Se abaixa! – A loira gritou antes que uma bala perdida os atingisse – Precisamos encontrar um lugar seguro.

— Vamos sair daqui até a poeira abaixar, duvido que os guardas estejam no portão agora – Robert segurou na mão de Polly, que cobriu Matthew com um cobertor e então correram pelos jardins das casas, indo na direção oposta que ia o grupo de Percy, que era composto por Halsey, Lopez, Rosa e também Nicolle - Que havia escapado de seu detetive -, Fani e o Senhor Chen, completamente cego de ódio por sua filha ter morrido.

Estavam avançando com sucesso uma vez que todas as equipes haviam cercado os soldados, agora por um fio de perderem o combate.

— Não podemos deixá-los chegarem nos portões! – Gritou Powell recuando com que estava restando de sua equipe.

— Continuem atirando! – Gritou Vasili se certificando que ninguém havia parado – Eles não vão tomar o nosso lugar! Por causa deles Timothy está atrás dos portões sujos da área 1 e sairá impune da morte de várias pessoas! – O russo não pensava se sua família estava bem, não sabia que Renata havia morrido e não sentia remorso por esconder que havia matado Íris, a verdadeira causadora de tudo isso – Vamos tomar esse lugar para gente! – Levantou sua arma, com Bel e Kei ao seu lado.

Os soldados conseguiram abrir o portão da área 1 e passaram por ele antes que esse fosse invadido. O portão era resistente e não iria cair tão cedo, mesmo com a força de tanta gente que tinha ali.

— O que nós fizemos. Todo mundo está ferrado – Disse Juan para si mesmo, atordoado ao ver vários corpos de soldados espalhados pela rua e nenhum de qualquer pessoa da área 2.

Kei e Bel prestavam atenção em como o comportamento do russo havia mudado. Todo mundo ali parecia estar orgulho de si mesmo, especialmente Vasili.

— A cidade agora é nossa! – Gritou Vasili e então todos começaram a aclamá-lo.

O russo estava se sentindo a pessoa mais influente daquele mundo enquanto ouvia as pessoas gritarem seu nome em tom de vitória, mas ele não sabia que o pior ainda estava por vir naquela cidade.


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Notas finais do capítulo

E agora tudo pode ir por água a baixo a qualquer momento ou o Vasili vai conseguir dominar finalmente uma cidade inteira depois de tudo o que ele fez?

A Estação 5 acaba com essa interrogação junto com o destino de Robert e Polly, a causa da explosão na cidade, o assassinato de Kia e se alguém vai descobrir que Vasili está mentindo sobre os envenenamentos.

Novamente agradeço por quem chegou até aqui!! A Estação 6 chegará em breve e com muita coisa para acontecer!

Até mais o/



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