Eles param em frente ao grande prédio, Stella desce da moto e logo em seguida Mac.

Stella – Amor você vai subindo que eu já te encontro.

Mac – O que aconteceu?

Stella – Lembrei do presente que prometi a Lucy, vou comprar e já volto.

Mac – Ok. – eles dão um selinho rápido e Stella sobe de volta na moto, coloca o capacete e segue seu caminho. Mac caminha para entrar no prédio quando um barulho chama sua atenção, um barulho de veículos parando bruscamente, de pneus sendo travados sendo seguido por uma batida, como se fosse um estrondo alto. Mac olha na direção do barulho e baixinho ele pronuncia o nome de Stella. Ele ainda pode ver o corpo dela ser arremessado por cima do capô do carro e indo de encontro o chão.

Mac – NÃO!!! STELLAAAA!!!! – ele joga o capacete longe e sai correndo em direção ao acidente. – STELLAAAA!!! – ele a encontra no chão tentando se mexer. – Stella, meu amor, não se mexa. – se agachando ao lado dela, ela não conseguia falar, tinha espasmos e aos poucos ia perdendo os sentidos.

Mac – O que você fez seu animal?! Você avançou o sinal!! – ele praticamente arranca o rapaz de dentro do carro e o joga na rua. Ele já fechava o punho para socar o rapaz quando é impedido.

Don – Mac, Mac, não! – o segurando. Don o retira de cima dele. – Vem, eu cuido dele, Stella precisa de você. – ao ouvir o nome dela Mac volta ao seu corpo ali estendido no chão.

Mac – Don ligue para ambulância rápido!

Don – Jess ligue e você venha comigo. – levantando o rapaz.

Mac – Stella, eu estou aqui. – segurando a mão dela. – Eu preciso tirar esse capacete dela.

Jess – Não Mac, você sabe que não podemos tocá-la ou poderá agravar, eu já liguei para a ambulância. O capacete vai servir como colar cervical.

Mac – Você tem razão, Jessica. Stella olhe pra mim. – ela procurava a voz de Mac mas tudo que via era escuridão. – Stell meu amor eu estou aqui, fique comigo, eu preciso se você. – ela tentava falar mas não conseguia, sua garganta estava tomada por sangue.

Mac – Jess ela não está conseguido respirar. – as sirenes da ambulância são ouvidas e todos que acompanhavam a cena se afastam. Ela perde os sentidos de vez.

Mac – STELLAAAA!!!!!! – Don e Jess seguram Mac e o tiram dali. – Eu preciso ir com ela.

Don – Mac os médicos estão com ela.

Mac – Don é a minha mulher que está ali no chão.

Don – E minha irmã, Mac! – ele fala um pouco mais alterado, assim Don conseguiu a atenção dele. Mac pode ver as lagrimas nos olhos do amigo. – É minha irmã e ela precisa da gente bem! – ele continuava com um tom de voz alterado. Don respira fundo para se acalmar. – Vamos eu vou com você para o hospital. – os dois se olhavam mais calmos.

Jess – Eu vou com o rapaz para a delegacia, já pedi uma viatura. Vão eu tomo de conta de tudo por aqui e me deixe informada, Don.

Don – Tudo bem. – ele lhe dá um selinho rápido e sai acompanhado por Mac.

Stella é colocada na ambulância depois dos médicos fazerem massagem cardíaca nela e colocarem um soro em seu braço. Mac entra no carro de Don acompanhado por ele e seguem a ambulância.

...

No hospital já se passavam horas desde que Stella deu entrada e eles ainda não tinham notícias e aquela situação deixava tudo muito tenso. Mac e Don estavam sentados de frente um para o outro no corredor em um silencio ensurdecedor.

Don – Há quanto tempo vocês estão juntos? – vendo Mac cruzar as mãos diante dos joelhos.

Mac – Praticamente desde que ela voltou. – ele olha o amigo. – Naquela mesma noite em que ela apareceu naquele bar eu fui procura-la, eu precisava conversar, entender certos sentimentos meus e dela também, como eu pude esperar tanto tempo por isso eu não sei e dali em diante eu não podia mais perder tempo porque já tínhamos perdido de mais. Foram confissões aos gritos de sentimentos adormecidos e então terminei com Christine, precisava ser honesto com as duas mas não podia mais trair os meus próprios sentimentos e então Stella e eu resolvemos deixar o nosso relacionamento na discrição para protege-lo e ao mesmo tempo para que Christine não se sentisse constrangida. – ele confessava mais do que pensava mas precisava falar. – Mas hoje estávamos indo até o laboratório e iriamos contar da gente. – seus olhos de novo encontram o chão pensando no que poderia acontecer.

Don – Mac. – atenção de Mac recai sobre o amigo a sua frente encontrando um olhar de conforto e esperança. – Quem está naquela sala de cirurgia lutando pela vida é a Stella, sabemos o quanto ela é teimosa.

Mac – Eu espero, Don, pois eu sinceramente não sei o que vai ser da minha vida se ... – ele não consegue terminar de falar, a garganta travava, doía ao pensar no pior, e por saber da gravidade do acidente e por até agora não haver nenhuma resposta dos médicos Don sabe que isso pode acontecer. Lagrimas escorrem pelo rosto de Mac.

Lindsay – Mac. – a voz de Lindsay invade o corredor, ele a olha e a ver se aproximar junto com Danny e Sheldon em sua cola.

Lindsay – Como ela está? Como aconteceu? Me fala! – ela o bombardeava de perguntas. Mac fica de pé e desvia dos olhos suplicantes dela.

Mac – Eu não sei. Ainda não tivemos notícias dela.

Danny – Como aconteceu?

Mac – Estávamos indo ao laboratório para assinar aqueles documentos e Stella resolveu antes comprar um presente para Lucy que ela prometeu então saiu na moto, eu só ouvi o barulho e então eu vi o seu corpo sendo arremessado. – a garganta já doía segurando a dor que tentava escorrer pelos seus olhos.

Danny – Ela vai ficar bem. – Mac apenas assente com a cabeça já não conseguindo falar mais nada e seus olhos estavam cheios de lagrimas.

Sheldon – Eu vou tentar ver se consigo saber de alguma coisa.

Christine – Mac. – a voz conhecida parecia preocupada. Mac a olha atrás de si e ela se aproxima. – Como você está? – ele apenas aperta os lábios e balança a cabeça negativamente. As palavras não saiam. – Eu sei que a gente terminou mas quando eu soube do acidente de Stella eu sabia que você não estava bem e então eu vim ver se precisa de alguma coisa. – os outros se entreolham surpresos com aquela revelação de Christine, eles puderam perceber que apenas Don não estava surpreso e ele apenas assente com a cabeça confirmando.

Christine – Você não deve ter comido nada, não quer que eu traga alguma coisa pra você?

Mac – Não Christine, eu estou bem, não vou conseguir comer nada enquanto não souber notícias de Stella.

Christine – Você a ama muito, não é?

Mac – Muito, ela é ... uma pessoa muito importante, a mulher que sempre amei. – não era fácil ouvir aquilo de Mac mas Christine precisava e estava realmente preocupada com ele. – Desculpe se...

Christine – Já disse que não pode pedir desculpas por não me amar. Mas é bom ver seus sentimentos a flor da pele, isso é algo que não vemos tão fácil. Mas se precisar de mim por favor não hesite.

Mac – Ok, obrigado Christine.

Christine – Tchau. – ela dá um beijo em seu rosto. – Tchau gente. – todos acenam pra ela e Christine deixa o hospital. Mac se volta para a equipe e percebe a expressão curiosa nos rostos de todos.

Mac – Christine e eu terminamos.

Lindsay – Vocês estão namorando? Você e Stella?

Mac – Sim. Não queríamos deixar Christine constrangida diante de vocês então resolvemos deixar nosso relacionamento na discrição mas já não podíamos mais esconder estávamos indo ao laboratório juntos pra contar a novidade. – Mac podia ver o olhar de piedade dos amigos, eles não sabiam o que dizer...se felicitavam o casal ao mesmo tempo que tentavam conforta-lo e Mac também não sabia como agir...se sorria diante da confissão feita ou se definhava com a possibilidade de não ter mais Stella ao seu lado.

Don – E então Sheldon? – ele se mantivera calado até ali mas ao ver Sheldon se aproximando com uma cara não muito boa ele se antecipa. Todos olham na direção de Sheldon, ele para diante dos olhares curiosos e ao mesmo tempo suplicando por boas notícias mas quando a equipe veem os olhos de Sheldon se arrastar pelo chão todos caem em desespero.

Sheldon – Gente esse é o médico... – apresentando o senhor que o acompanhava.

Mac – E Stella? – ele fala nervoso, interrompendo o amigo.

Dr. – Boa tarde, eu sou o Dr. Cooper, estou cuidando do caso da senhorita Bonasera. – se antecipando vendo o nervosismo de Mac e de todos que se aproximava.

Mac – E como ela está Doutor? – era visível a preocupação dele.

Dr. Cooper – Ela passou por uma cirurgia muito difícil e no momento ela está sedada. Com a queda ela quebrou algumas costelas e uma delas perfurou o pulmão mas o que me preocupa não é isso.

Lindsay – O que aconteceu Doutor?

Dr. Cooper – A senhorita Bonasera lesionou a medula espinhal, houve a compressão da medula na altura da sexta vertebra ou seja...

Mac – Ela perdeu os movimentos das pernas, ficou paraplégica, é isso doutor?

Dr. Cooper – Ainda não sabemos a gravidade exata, ela está em observação mas sim ela tem a possibilidade de perder total ou parcial pois como eu disse sua medula foi comprima da altura da sexta vertebra mas não seccionada, temos que esperar como ela reage e fazer novos exames clínicos e saber a real extensão de sua lesão nas próximas horas.

Mac – E pela sua experiência, o que você acha doutor? – ele respira fundo.

Dr. Cooper – É difícil dizer senhor...

Mac -Taylor, Mac Taylor esposo de Stella Bonasera. – o médico olha em sua ficha pois não havia nenhuma informação quanto a isso ou o sobrenome era outro. – Não somos casados no papel doutor, isso é mera formalidade.

Dr. Cooper – Ok, desculpe. Senhor Taylor há a possibilidade de que Stella esteja com um choque medular e pode ser que em 24 horas isso se reverta ou em seis meses ou que ela realmente tenha perdido os movimentos, no meu trabalho vemos de tudo eu não posso lhe dizer com precisão, temos que esperar por exames mais concretos.

Lindsay – Podemos vê-la doutor?

Dr. Cooper – Ainda não, ela precisa descansar, sugiro que todos vocês façam o mesmo. – o médico se afasta de todos e entra em outro ponto do centro cirúrgico.

Lindsay – Mac vá descansar eu fico aqui.

Mac – Não, vocês precisam ir trabalhar.

Danny – Ninguém tem cabeça aqui para trabalhar.

Mac – Eu agradeço a todos mas por mais que não tenham cabeça vocês devem ir para o laboratório, Nova York está nas mãos de vocês. – um a um se despendem de Mac e saem do hospital ficando apenas Mac e Don.

Don – Eu vou ficar, Mac. Não adianta você me olhar com essa cara brava porque não vou deixar minha irmã aqui por mais que você esteja aqui também. – Mac apenas faz um aceno com a cabeça sendo vencido e eles sentam. – Acho que tenho que ti confessar uma coisa. – recebendo um olhar curioso do amigo. – Stella sempre mantivera o contato comigo, por mais que eu pedisse que ela falasse com todos da equipe ela se recusou e foi um custo pra mim acha-la em Nova Orleans, ela queria mesmo se esconder de nós.

Mac – Foi você quem contou a ela sobre o meu noivado?

Don – Sim, eu tinha que fazer isso. Eu estava vendo você noivo e triste e Stella longe sabendo que ela adorava essa cidade, seus amigos e principalmente era visível o quanto ela te amava, eu precisava fazer com que Stella voltasse de algum jeito, então usei minhas ultimas cartas na manga...você e Lucy, só assim ela voltou. Mas ela voltou principalmente por você quando soube do seu noivado sei que isso foi um golpe muito forte pra ela. Você conhece a Stella mas eu também conheço minha irmã.

Mac – Eu só sei que preciso de Stella, Don e preciso dela bem, talvez eu esteja sendo egoísta pensando apenas na minha dor de ficar sem essa mulher maravilhosa ao meu lado que esqueço da dor dos outros de ficarem sem ela. – alguns minutos depois uma voz doce invade os ouvidos deles.

Jess – Alguém quer café? Eu trouxe para os dois. – estendendo pra eles uma pequena bandeja com dois cafés e ela mesma tomava outro. Mac e Don pegam a bebida. – Como estão as coisas por aqui?

Don – Não muito boas, Stell corre o risco de ficar paraplégica.

Jess – Não acredito! – desabando na cadeira ao lado de Don. – Não a Stella não. Uma pessoa cheia de vida, tão independente...não dá pra digerir isso. – ela tinha o olhar perdido como se estivesse visualizando a cena de Stella caminhando para uma cena, lembrando de tantas e tantas vezes que ela desobedeceu uma ordem de Mac.

Don – Jess, Jess escuta. – ele a segura por um dos ombros a fazendo ter a atenção nele. Ao ter seus olhos sobre os olhos de Don ele pode ver lagrimas escaparem pelo seu rosto de sua namorada. E ela busca o abraço dele para conforta-la. Mac não se segura ao ver aquela cena e mais uma vez vai as lagrimas imaginando como Stella pode acabar.

Mac – Don, leve Jessica para casa. – tocando o ombro do amigo. – Vá. – Don apenas assente e levanta junto com Jess.

Jess – Mac. – parando e virando-se pra ele que continuava sentando. Ele apenas o olha. – Ele se chama Scott, Jonh Scott e ele continua preso, não esboçou nenhuma reação e está ainda em estado de choque. E por mim ele vai passar muitos ano atrás das grades, ele avançou o sinal.

Mac – Obrigado, Jess! – ela assente e sai junto com Don.

...

Aquele hospital parecia ainda mais frio, as pessoas passavam por ele e Mac não as via ele só pensava em Stella, ele tira do bolso uma caixinha aveludada, fica a observar as alianças que havia comprado e que justo naquele dia pretendia pedir Stella em casamento em pleno laboratório. Seu rosto é inundado por lagrimas ao pensar ... ele fecha a caixinha e guarda em seu bolso novamente.

...