Blutengel - Love With The Devil escrita por min483


Capítulo 2
Capítulo 2 - Strangers




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Faltavam cerca de dois metros para passar pela porta do bar, abaixei a cabeça e tentei acelerar o passo. Percebi um certo silêncio enquanto passava pela porta mas nada fiz, apenas continuei andando. Após alguns metros que havia passado da porta, ouvi uma voz gritando.

- Menina!


Eu não respondi, apenas continuei andando e quando pude se quer levantar a cabeça a pessoa dona daquela voz estava em minha frente, não sabia como havia chegado ali tão rápido.


- Desculpa, tenho que ir.. - Falei, tentando não olhar para o rosto dele.


- Você não vai a lugar algum, venha comigo. - Ele parecia imóvel.


- Eu realmente tenho que ir. - Estava tentando desviar e decidi finalmente olhar pra ele.
Ele tinha olhos verdes e um cabelo comprido meio loiro, meio ruivo.. naquela luz não consegui ver direito. O comprimento batia um pouco abaixo do ombro.


- Não quero te forçar a ir até lá, me poupe disso e vamos poupar qualquer tipo de sofrimento - Ele me fitava.


- Certo, então.. - Fui caminhando a direção do bar e percebi que ele estava vindo também, logo em seguida.


Quando chegamos na porta do bar, parecia um bar comum como qualquer outro, só que com uma porta aos fundos. O rapaz já estava a minha frente, indo em direção a porta.


- Espera, o que é isso? - Eu o chamei. - Pronto! Só faltava ele me levar pra um quartinho nojento e eu ter a minha primeira vez com um cara.. um tanto bonitinho, mas maluco da cabeça, com certeza.


- Me segue - Ele tocou em meu braço, ele era tão.. gelado. Tudo bem, eu também era, aliás, quase todos eram. Londres é frio naturalmente, não era de se espantar, mas confesso que acabei me arrepiando ao sentir ele tocar minha pele.


Entramos em uma porta, era totalmente escuro lá dentro, parecia um armário mas percebi que havia outra porta logo a frente. Esperava que ele a abrisse, se não, a tal lenda ia se realizar comigo ali mesmo.


- Ande reto, não tem segredos, pequenina - Ele parecia pegar em um maço de chaves, procurando alguma específica.


- Certo.. - Eu ia andando devagar, não sou muito habilidosa no escuro.

Finalmente a porta se abriu, aquele lugar era.. um outro bar. O local era todo preto, com coisas tipo balcão, algumas mesas e decoração em vermelho, era bem.. sombrio. Estava razoavelmente lotado, quando entrei de repente todos se voltaram contra mim.


- Eu te deixo sozinha agora - Aquele garoto me disse e antes que eu pudesse me virar para perguntar algo, ele já havia desaparecido.


Estava vindo em minha direção um outro garoto de cabelo loiro e curto. Ele era meio "fortinho", não chegava a ser gordo, mas não era magro.

- Hey, sou Gustav. - Ele parou em minha frente.


- Sarah - Dei um sorriso meio de lado. - Então.. o que exatamente é isso?


- Diria que eu não posso te falar, mas acredite - Ele abaixou o tom de voz - sou a coisa mais parecida com você que vai encontrar aqui. - Ele abriu um sorriso, rindo. - Quer tomar alguma coisa? - Ele olhou no relógio - ainda temos um tempo.


- Não, obrigada, mas.. tempo pra quê?


- Pra você se encontrar com ele.. - Ele ria, como se eu tivesse perguntado a coisa mais óbvia.


- ELE QUEM? - Eu levantei um pouco a minha voz, todos me olharam.


- Abaixa essa voz, aqui as pessoas tem bons ouvidos. - Ele falava quase sussurrando.
Eu bufei.


O mesmo garoto de antes se aproximou de Gustav, falando algo que eu não pude escutar, os dois riram.

- Vamos, Sarah. - Gustav começou a andar indo para o fundo do bar, perto do palco que havia lá. - Me segue.


Paramos em frente a mais uma porta.


- Gustav.. quantas portas tem aqui? - Eu reclamei.


- Muitas - Ele olhou para o outro garoto e os dois deram risada juntos, o garoto parecia menos estranho agora.


- Olha, pra onde a gente tá indo?


- Sarah.. não dificulte as coisas, nós gostamos de você mas não queremos que um fim trágico aconteça. - O garoto de cabelo comprido falou.


- Porque você sabe meu nome e eu não sei o seu? E porque aconteceria um fim trágico? - Eu apenas questionava.


Os dois riram.


- Sou Georg - Ele ainda ria.


- Oi, Georg. Responda minha outra pergunta por favor? - Falei, bufando.


Os dois não disseram nada, acho que entendi aquilo como um não.

Entramos finalmente na tal sala, na sala haviam dois garotos incrivelmente parecidos e diferentes ao mesmo tempo, porém, um deles me chamou mais a atenção do que qualquer outro garoto que tinha visto em minha vida até aquele exato momento e ele me fitava. Estava me sentindo extremamente intimidada, quando olhei para trás, Georg e Gustav não estavam mais lá, mal sabia para onde tinham ido.
Os dois tinham mais ou menos a mesma altura, um era um pouco mais alto que o outro. Um usava tranças, um tipo de rastafari e o outro, moicano. Um usava roupas largas e o outro justas, muito preto e todas muito estilosas, com unhas e olhos pintados, ele era.. o meu tipo de garoto.

- É.. oi? - Eu decidi falar.


- Olá Sarah - O garoto de tranças me falou.


- Deixe eu me apresentar, sou Tom - Num piscar de olhos, ele estava em minha frente, me cumprimentando. - Esse é meu irmão Bill.


- Hey.. - Meio que acenei com a mão timidamente.


- Oi Sah, quer dizer, posso te chamar assim? - Ele me fitava com o olhar.


- C-Cla-claro que pode. - Gaguejei.


Os dois riram.


- Olha, Sarah.. - Tom me falava, me virando as costas - Temos as respostas para todas as suas perguntas. - Ele se virou novamente, me fitando com o olhar.


- Er.. tá, pra começar, como sabem meu nome?


- BILL! Não está funcionando. - Tom resmungava com ele.


- Argh, Tom. Deixa a Sarah em paz, já conversamos sobre isso e.. - Antes que Bill pudesse terminar a frase, eu o cortei.


- Por favor, só respondam as minhas perguntas.


Bill olhou seriamente para Tom, que assentiu.


- Diga. - Tom disse.


- Como vocês sabem meu nome? Porque me trouxeram até aqui? Eu fiz alguma coisa errada? Eu vou poder ir pra casa? Eu.. - Bill me cortou.


- Calma, Sarah. Não vamos fazer nada com você.


- Me responde? - Eu pedi para Bill.


- Faz tempo que estamos de olho em você. - Tom me explicava - Sabemos por simplesmente ir atrás de informações tuas.


- Te trouxemos até aqui.. porque era o momento certo. - Bill continuava. - Um dia você vai entender, petit.


- Não fez nada de errado.. - Georg apareceu do nada, complementando.


- E por fim, sim, poderá ir pra casa.. eu mesmo te levarei. - Gustav terminou.

Mais uma vez, num piscar de olhos, Tom estava a minha frente.


- Respondida as perguntas? - Ele parecia sério.


- Na verdade? - Olhei para todos. - Só me deixaram com mais..


Tom revirou o olhar. Bill se sentou em uma mesa que havia ali.


- Vem, Sarah. Sente-se.


Eu me sentei e olhei para trás, todos haviam desaparecido. Eles eram realmente rápidos.


- Como você tá se sentindo? - Ele me olhava.


- E você pergunta? Com medo, idiota. O que acha? - Eu abaixei a cabeça.


- Com medo porque, petit? - ARGH. Era a segunda vez que me chamava de petit e isso me deixava louca.


- Bill - Dei uma pausa - eu não te conheço, não conheço ninguém aqui e vocês sabem tudo sobre mim, isso não é assustador?


- Não - Ele riu - Porque seria?


- Você não entenderia, não é você que está no meu lugar. - Me levantei e fui andando rápido de cabeça baixa até a porta, levantei a cabeça para abrir a maçaneta e lá estava ele, Bill.

- Onde pensa que vai? - Ele me questionava, os outros, de repente estavam a minha volta.


- Embora.


- Você não sabe com o que está lidando, não é? - Tom falou, ele estava atrás de mim, dava pra sentir sua respiração em minha nuca.


- TOM! - Bill exclamou.


- Ok, já entendi.. - Ele se afastou. - Não causar estragos ainda.


- Gustav, leve a Sarah para casa. - Bill falou, saindo da porta, com uma expressão de raiva.

Gustav abriu a porta e nós dois saimos, a pouco estavamos fora do bar, andando na rua. Eu estava quieta.


- Posso fazer algumas perguntas? - Questionei.


- Claro. - Ele riu.


- Não vai me morder por isso? - Ri também.


Ele pareceu chocado.


- Porque morderia?


- Sei lá, seus amigos pareciam que queriam me comer no jantar.


- Impressão sua - Ele sorriu. - Pergunte.


- Porque vocês me conhecem?


- Ah, Bill te viu e marcou você na mente.. te seguiu até em casa algumas vezes.


- O QUÊ? - Eu exclamei - Ele é psicopata?


- Não. - Gustav riu.


Não entendia o motivo da risada, se fosse com ele quero ver se ele iria rir.


- Quer dizer que ele me vigia? - Eu bufei.


- Sim, durante a noite.. e eu durante o dia.


- Great! Estou indo pra casa com um vigiante psicopata também.. pode deixar que vou sozinha.


Acelerei o passo, mas ele não demorou muito para me alcançar.


- Tenho ordens para te deixar em casa. - Ele me segurou pelo braço.


- Porque você obedece a esse tal de Bill? O que ele é, afinal? - Eu bufava novamente.


- Tenho razões pra isso.

Não falamos mais nada o caminho inteiro, não demorou tanto para chegar em minha casa.


- Amanhã te encontro no seu colégio, logo após sua aula. - Gustav parecia sério.


- Uhh.. ordens do Bill também? - Falei, zombando.


- Sim. - Ele de uma pausa - E não fale disso com ninguém - Ele complementou.
Virei as costas e fechei a porta.


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