Entre o Amor e Ódio escrita por Joybessa


Capítulo 43
Encontrar uma solução


Notas iniciais do capítulo

Ahhhhh volteeei! Mil perdões, gente. Mas sabe quando você passa por um período bem longo de bloqueio e não saí nada, eu estava assim. Mas não desisti de terminar de contar a história da Ju e do Fê e principalmente agora que está nos capítulos finais. Aproveitem!



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(Fernando)

— Filho, você tem certeza que aquela garota te odeia tanto assim?

— Mas é claro, mãe. Não acredita em mim? Você me ouviu falar da Juliana diversas vezes desde a oitava serie e alguma vez eu falei coisa boa?

— Se me lembro bem, teve uma vez que você disse que a Juliana era tão chata como bonita, mas não senti tanta confiança na parte do chata.

— Que seja! Não quero saber dela.

— Fernando, serei sincera com você. A Juliana não mentiu quando disse que esteve aqui todos os dias para te ver. Só teve um dia que ela faltou desde que você entrou em coma, que foi quando você abriu os olhos. Acho que você deveria tentar escutá-la. Eu sei que  convivemos com a Manuela desde que ela era uma criança, mas algo em mim diz que ela não está sendo tão sincera.

Respirei fundo. Eu não queria pensar em nada, pois tudo estava uma bagunça na minha cabeça. Eu fiquei cinco meses em coma e isso já era demais pra mim. Não conseguia me lembrar de nada do que tinha acontecido naquela noite ou antes disso. Parece que uma parte da minha vida foi apagada. A única que coisa da qual me lembro é a batida do carro e o grito de uma garota.

— Mãe, não quero falar sobre isso. Quero saber que dia vou sair do hospital. Se o meu ano na escola, vai ficar perdido.

— Os médicos estão sendo positivos quanto a isso, meu filho. Acho que amanhã à tarde você terá alta. E sobre a escola, não se preocupe. Seu pai já andou conversando com a diretora e muito dos seus colegas se disponibilizam a te ajudar com a matéria perdida. Acho que ela vai aplicar uma prova e então você poderá se formar. Claro que não será por agora, mas você vai participar da formatura e do baile.

— Ótimo, a Manuela ficará radiante.

Minha mãe fez uma careta, mas antes que ela pudesse voltar a tocar no nome da Juliana eu virei para o lado e fechei meus olhos. Algo dentro do meu coração dizia que tinha alguma coisa errada e pensar na cena da Juliana chorando me deixou ainda pior. Será que eu fui muito duro com ela? Tentei afastar esses pensamentos da minha cabeça e focar no que a Manuela me falou, que a Juliana era culpada de tudo, eu só queria me lembrar de tudo e não ter mais dúvidas. Mas se odiava tanto assim a Juliana porque a imagem dela chorando não saía da minha cabeça? Eu só quero minha vida normal de volta.

(Juliana)

Depois de muito conversar com minhas amigas, cheguei à conclusão que era preciso eu procurar pelo menos a dona Júlia e tentar me explicar para ela. Não foi fácil chegar a essa decisão. Quando me vi sozinha no quarto eu só conseguia chorar e no dia seguinte foi ainda mais doloroso.

— Ju, é sério. Você precisa mesmo conversar com a mãe dele. Você vai deixar que aquela bruxa vença? – Luiza batia o pé – A dona Júlia sabe que durante todos esses meses era você que visitava o filho dela e não aquela nojenta.

— Eu concordo com a Luiza – Will falou – A mãe dele não deve ser burra. E se você ficar aí sim nenhuma reação ela vai mesmo achar que a Manuela está certa.

Todos os meus amigos concordaram. Marina, Alê, Lucas, Luiza e Will estavam lá planejando um plano e por mais que eu os amasse tanto, eu estava desacreditada. Depois de tudo que eu e o Fernando passamos comecei a pensar que talvez não fossemos feitos para ficar juntos. Suspirei de desânimo.

— Só porque eu amo vocês, eu vou ligar.

Todo deram um gritinho de felicidade.

— É isso aí, Ju – Marina falou – Você tem que lutar

— Eu pego o telefone – Alê se levantou – Esperem um minuto.

Quando peguei o telefone e digitei o número, meu coração começou a bater rápido. Todos me olharam com expectativa. Escutei a voz da mãe do Fernando do outro lado da linha e quase, por um impulso, desliguei.

— S-sou eu, dona Júlia.

— Ah, sim! Espere só um minuto, por favor.

— Ela pediu para eu esperar um pouco – disse aos meus amigos tampando o telefone – Será que ela vai desligar?

Eles fizeram negativo com a cabeça.

— Desculpe fazê-la esperar, querida. Mas é que eu estava no quarto com o Fernando e você sabe.

— Claro e como ele está?

— Está bem. Juliana, eu precisava mesmo conversar com você.

— Olha, dona Julia, eu juro que posso te explicar. Nada do que a Manuela falou é verdade e a senhora sabe o quanto eu amo seu filho – comecei a chorar – Eu não sei como ele não se lembra de mim.

— Calma querida. Eu acredito em você. Meu coração de mãe diz que você nunca faria mal ao meu filho. Mas o Fernando está irredutível e a cada visita da Manuela ele fica mais irredutível.

— Eu não sei o que fazer. Liguei para senhora na esperança de que, talvez, você pudesse convencê-lo a me receber.

— Eu já tentei, mas não tem jeito. Ele se recusa. Eu sinto muito. Mas se pensar em alguma coisa que eu possa fazer não hesite em me ligar. As coisas vão se ajeitar.

— Quero acreditar, mas é tão difícil. Bom, eu vou ver o que eu faço. Mas obrigada por acreditar em mim. Qualquer coisa eu falo com a senhora.

Desliguei o telefone, desapontada, contei aos meus amigos o que a mãe do Fernando tinha me falado.

— Mas que encosto essa garota – Marina falou

— Pelo menos a gente tem a mãe dele do nosso lado – Will falou – Não fica com essa carinha triste. Vamos dar um jeito.

O Will me deu um abraço confortador e naquele momento era tudo que eu precisava. Algumas lágrimas me escaparam. Os meninos foram embora e o Will ficou comigo no quarto tentando me animar.

— Ju, não perde a esperança, não.

— Eu sei, mas é tão difícil. Só de imaginar que a Manuela está com ele agora me parte o coração. Mas ao mesmo tempo eu fico feliz por saber que ele está acordado e bem. Aquele acidente foi tão horrível que até hoje eu tenho pesadelos.

— Eu sei, mas amanhã é um novo dia, um novo recomeço e mais uma chance de você tentar. Eu vou te apoiar.

— Obrigada de verdade. Você não sabe o quanto isso está importante para mim. E por isso que quero te dizer que ainda podemos dançar no baile, por mais que isso seja difícil para mim quero fazer isso por você. Quero te recompensa por todo esse trabalho que eu estou te dando. Quem diria que você ia viver todo esse drama na sua estada no Brasil.

— Que nada! Se tudo acabar bem, minha vinda para o Brasil terá valido a pena.

Sorri e o abracei. O Will conquistou um espaço muito grande no meu coração e eu o tinha como meu melhor amigo.

O resto do dia passou rápido. Fiquei pesquisando sobre perca de memória e olhando depoimentos de pessoas que também perderam a memória depois de entrarem em coma. Tinha alguns que a memória voltou mais rápido e outros que demorou certo tempo, pois elas voltavam devagar. Fechei o Notbook e rezei baixinho pedindo que a memória do meu Fê voltasse logo.


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