Entre o Amor e Ódio escrita por Joybessa
Ele estava sentado em um canto da escadaria meio pensativo, por um impulso resolvi me aproximar. Esse ano eu estava determinada a me aproximar dele e compensar todos os anos de timidez que não tive coragem pra isso, porque foi dessa forma que eu perdi a chance que eu tanto queria com ele. Então joguei meus cabelos para o lado e abri um grande sorriso:
— Oi Marcelo.
Ele olhou surpreso pra mim e fez uma cara de interrogação, seus cabelos castanhos caíam nos seus olhos.
— Oi Juliana - ele pareceu pensativo - Como vai?
— Eu vou bem, acho - sorri de nervoso - Desculpa vim aqui do nada, é que você ta tão estranho e eu te vejo sempre com seus amigos e você ta aqui sozinho, tem alguma coisa errada?
Seus olhos pareciam perdidos, algo parecia errado, ele pareceu pensar até me responder.
— Não, tudo bem. Acho que fiquei meio surpreso, você nunca veio falar comigo diretamente – ele sorriu.
— É eu sei, só que eu não gosto de ver as pessoas tristes e você não é assim pelo que eu sempre observo. Sempre ta rindo com seus amigos. – eu disse tentando conter a vontade de sair correndo e enfiar minha cara no buraco.
É incrível a minha capacidade de falar besteira nos piores momentos.
— Ah, então você andou me observando, é isso? – ele disse com um olhar travesso.
— Err... Eu ando reparando muito em você. – Quando caiu a ficha do que eu tinha dito subitamente eu corei.
Marcelo caiu na gargalhada quando viu que eu fiquei vermelha e abaixei a cabeça
— Não esquenta! - ele sorriu - Você foi a primeira pessoa que conseguiu me fazer sorrir hoje. Obrigado.
Ele me deu um beijo na testa e saiu.
E eu fiquei ali surpresa com o gesto e pensando no porque do Marcelo estava tão estranho e na felicidade que crescia dentro de mim por ter me aproximado dele e não ter me arrependido depois. Eu me levantei e fui para biblioteca. Enquanto eu estava olhando os livros alguém me puxou por trás.
— Ju! – Luiza me chamou quase gritando.
Eu levei um susto;
— Nossa, Luiza! Você quase me matou do coração, que gritaria é essa? – eu disse
— Você não vai acreditar no que eu vou te contar!
A bibliotecária nos olhou com cara feia e antes que ela nos chamasse atenção eu puxei a Luiza em direção a porta que dava pro corredor.
— Quase que a gente foi expulsa da biblioteca – eu disse olhando de cara feia pra ela.
— Relaxa depois do que eu te contar você nem vai mais querer saber de biblioteca – ela me disse.
— Então desembucha e me conta logo – eu disse morrendo de curiosidade.
— Bom, enquanto você estava aqui com seus adorados livros eu fui conversar com resto do pessoal lá fora e encontrei a Mariana a seguidora fiel do Marcelo. – ela me disse com aquele tom de deboche.
— Ta e daí? – eu disse sem paciência.
— Ela me disse que estava procurando ele e perguntou se eu sabia onde ele estava. Aí eu disse que não e notei o tom de preocupação na voz dela e perguntei o porque de tudo aquilo. Foi aí, minha querida, que ela me disse que o Marcelo e a Luciana terminaram e parece que o drama foi muito grande, porque o seu amorzinho não queria papo com ninguém e se isolou de todo mundo. – Ela me disse com um sorriso nos lábios e aquele olhar de quem ta aprontando.
Eu não sabia como reagi a isso, quer dizer eu não vou negar que estava feliz, mas ao mesmo tempo me senti mal por esse sentimento, pois agora tinha descoberto o motivo do Marcelo está tão baixo astral. Mesmo assim, essa história estava bem esquisita
— Ah então foi esse o motivo dele estar sozinho e triste – eu disse na mesma hora e me arrependi pois sabia que a Luiza não ia me deixar em paz.
— Você viu ele? – perguntou Luiza
— Eu vi e antes que você venha me encher de perguntas, eu fui falar com ele. – eu disse já esperando o interrogatório que ela iria fazer.
— Não, espera. Você Juliana falou com o Marcelo? Você ta me zuando. Quem é você e o que fez com a minha amiga? – ela disse espantada
Eu caí na gargalhada e comecei a explicar pra ela o que tinha acontecido.
— Hmmmmmm. To sentindo cheiro de romance. Cuidado amiga pra não cair na friendzone – ela me disse rindo.
Escutamos o sinal bater. Chegou a hora de saber se o destino está ao meu favor e vai me colocar na mesma sala que o Marcelo. Se essa não for minha chance, eu desconheço oportunidade melhor.
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