Entre o Amor e Ódio escrita por Joybessa


Capítulo 18
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Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, mais uma vez peço desculpas pela demora.



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— Nada, eu só estou aqui conversando com a Ju, amor. – Alê tentou se explicar - Relaxa

Ela olhou pra nós dois um pouco desconfiada, mas não disse nada. Marina se sentou ao meu lado com um olhar pensativo. Pelo vista minha amiga não estava nada bem, eu resolvi que iria descobrir o que estava rolando.

— Alê, será que tem como você deixar eu e Marina conversar sozinhas?

Sem contrariar, o Alê acenou com a cabeça e nós deixou só.

— Agora que estamos sozinhas, me conta o que esta acontecendo - olhei para ela - Fala. 

— Não é nada, Ju. – ela abaixou a cabeça - Realmente, não é nada. 

— Nada? Para você ter tido uma reação daquelas quando me viu abraçada com o Alê?! Marina, você sabe muito bem que eu nunca ficaria com seu namorado.

— Eu sei, desculpa!  É que meu namoro com o Alê anda passando por uma fase ruim, sinto que ele não é o mesmo, ou talvez seja eu o problema. Para você ter ideia a gente vai fazer dois anos de namoro na semana que vem e ele nem falou nada, ele sempre me pergunta alguma coisa ou começa fazer surpresa uma semana antes, eu estou sentindo ele tão distante - ela suspirou 

— Isso é coisa da sua cabeça, tenho certeza que o Alê te ama muito e não deve ter se esquecido, não fique pensando nessas coisas.

— Eu sei lá Ju, parece que nosso namoro ta esfriando e por mais que eu pareça durona, eu amo o Alê. Talvez ele tenha se cansado de mim, ontem ele me deu maior bronca por quase dar um murro na cara do Marcelo. Disse que eu não podia fazer essas coisas, que parecia um menino encrenqueiro agindo de tal forma. Dá pra acreditar nesse comentário machista?  Talvez ele queira uma menina mais meiga. - ela deu de ombros 

— Marina ele só deve ter ficado nervoso, com medo de que o Marcelo pudesse te fazer mal. Eu tenho plena certeza que ele não quer ninguém, apenas você, do jeito que você é. – eu dei um abraço nela. – Confia em mim, daqui uma semana tudo vai ser flores.

— Vou tentar.

— Ihh o que ta pegando? Por que essas caras? – Luiza chegou

— Uma palavra: Relacionamentos – suspirei - Isso é tão desgastante! 

— Ah o de sempre né, ainda bem que esse mal em mim não pega – ela sorriu triunfante - Vocês se apaixonam e sentem demais! Não consigo ser assim. 

— Ah cala a boca, Luiza. Que você nessas fases de paixonite é pior que eu – dei um tapinha nas costas dela

— Sou nada, você é a rainha do drama, Ju. Eu só fico com uns caras, mas não crio expectativas, não mais - ela se sentou ao lado da Marina - Eu gosto de me bastar.

— Ta bom, se eu sou a Rainha do drama, você é a Rainha do Gelo. Só tenho que achar um cavaleiro insistente pra quebrar esse coração gelado – provoquei - Boba! 

— Ah cala a boca – Ela me bateu - Não tem nada de gelo aqui, só bom senso. 

— Mas hoje vocês estão demais, não é? – O Alê chegou - Posso me juntar a vocês agora? 

— Vai se acostumando meu querido, melhor a gente sair daqui, antes de segurar a tocha olímpica pra vocês dois  – Luiza olhou para Marina - Odeio ficar de vela! 

— Não, pode ficar. – Marina murmurou - Ninguém aqui vai segurar vela. 

O Alê pareceu um pouco decepcionado. Antes que eu pudesse falar qualquer coisa para tentar consertar,  o sinal bateu e fomos direto pra sala.

— O que ta acontecendo entre o Alê e a Marina? Senti um clima muito estranho - Luiza perguntou - Achei bem esquisto. 

— Tudo muito complicado, mas não posso contar. Mas relaxa que daqui a pouco vai voltar ao normal – falei com convicção - Tudo vai dar certo, pelo menos pra alguém tem que dar. 

— Ihh,  vai ficar de mistérios, agora é?

— Confia em mim – pisquei pra ela

— Confio, e esse é meu medo – ela gargalhou - Você é doidinha 

O Segundo sinal bateu e eu e a Luiza nos apressamos pra não chegar atrasada na sala de aula. Ainda mais que que a primeira aula era a de Geografia. Eu não queria deixa o professor bravo antes da hora de eu pedir a troca das duplas. Enquanto andávamos pelo corredor, um garoto veio correndo e trombou na Luiza, o que a jogou no chão. O garoto voltou e ajudou a Luiza a se levantar e ela não estava nada feliz. 

— Olha o que você fez? – Luiza gritou para o garoto - Você não presta atenção? 

— Luiza, calma – tentei segura-la

— Calma nada Ju, uma das principais regras da escola é não correr pelo corredor, e esse aí deve ter uns 17 anos nas costas e faz o que? Fica correndo. Garotos são tão imaturos – esbravejou - Que ódio. 

O garoto começou a rir, eu nunca o tinha visto aqui na escola, devia ser mais um novato. Ele era alto, branquinho e tinha os olhos um pouco puxadinhos.

— Desculpa, não foi minha intenção te derrubar. É que eu não queria chegar atrasado na sala de aula e me perdi, esse é o meu primeiro dia aqui. – Ele estendeu a mão pra Luiza, mas ela ignorou e se levantou sozinha.

— Não preciso da sua ajuda, eu sei me levantar sozinha. Dá próxima vez presta atenção por onde corre.

Ela saiu andando sem me esperar.

— Desculpa pela minha amiga, ela é um pouco esquentada. Eu me chamo Juliana e a minha amiga se chama Luiza, qual o seu nome?

— Não precisa se desculpar, eu que estava errado mesmo e até gostei do jeito dela, meu nome é Lucas.

— Tudo bem, Lucas? Você disse que é um novato, certo?  Se quiser, eu te ajudo a encontrar sua sala.

— Nossa, seria de grande ajuda! Segundo o papel, eu sou da sala 701.

— Ah, então vai ser fácil, você é mesma sala que nós duas. – sorri imaginando a cara da Luiza quando eu entrasse com ele na sala - Talvez esse seja o seu dia sorte. 

— Que bom, espero poder tirar essa impressão ruim que eu passei para a sua amiga – se animou - Eu odeio chegar atrasado nos lugares, por isso fiquei meio desesperado. 

— A gente da um jeito, a Luiza é um pouco esquentada mas é uma  boa pessoa.

Quando chegamos à sala de aula, todo mundo já estava sentado e o professor havia chegado.

— Atrasada de novo, Juliana? 

— Desculpa professor, eu estava ajudando o novato a chegar aqui na sala - apontei para o Lucas que estava ao meu lado 

O Professor olhou desconfiado, mas pareceu entender.

— Muito bem, então podem se assentar.

Eu caminhei até o meu lugar tentando não olhar para o Fernando e nem para o Marcelo. Por um momento eu havia esquecido o que tinha acontecido mais cedo, mas quase que automaticamente meu olhar foi de encontro com o do Fernando e meu coração começou a bater muito rápido. O Fernando pareceu nem me notar, mas ficou de cara feia para o novato que sentou ao meu lado. A Luiza estava na minha frente me fuzilando com os olhos.

— Antes que você desconte em mim, não tenho culpa dele ser da nossa turma – disse baixinho 

Antes que ela respondesse, o Lucas parou perto da carteira dela 

— Desculpa mais uma vez, não foi minha intenção te derrubar, tem alguma coisa que eu posso fazer para me redimir?

— Que tal parar de correr pelo corredor? – ela foi curta e grossa - Seria um começo.

— Eu juro que eu não faço mais isso, senhorita – ele fez uma reverência 

Luiza não conteve o sorriso e começou a rir.

— Você tem um belo sorriso – falou e foi se sentar

— Que belo sorriso que você tem, senhorita – eu comecei a zuar ela bem baixinho para que ele não escutasse - A senhorita está linda hoje. 

— Ahh, cala a boca – ela me bateu - Não começa. 

O Professor saiu para buscar o diário. Eu ouvi alguém falar.

— Quem quer ficar com a Juliana? Pago 2 reais para beijarem a coitada, porque só assim pra alguém ficar com ela.

Bruna gritou pra sala toda e todos começaram a rir

Eu tentei me afundar da cadeira, eu sabia que isso ia acontecer.

— Eu vou arrebentar a cara dessa menina – Luiza se levantou 

— Não vale a pena, deixa ela pra lá – eu puxei a Luiza de volta pra cadeira

— Ninguém quer? Que tal você Fernando, te pago um real – Bruna perguntou pra ele

— Pelo que eu saiba a única que está precisando de pagarem para beijar é você né, Bruna. Mas acho que nem um centavo você valeria - Fernando respondeu - Sinceramente?! Vê se cresce garota.

A sala toda começou a rir e a Bruna começou a fazer beicinho e sentou no seu lugar. Levantei a cabeça e sorri para o Fernando, gesticulei com a boca dizendo obrigada, mas ele só olhou pra mim e ignorou. Acho que ele me odiava mais ainda agora, eu suspirei tristemente. O Professor voltou e começou a dar aula, ele explicou que a excursão para serra do cipó será realizada daqui a duas semanas e entregou um roteiro a cada dupla.

— Juliana, acho que a Luiza já te disse quem vai ser sua dupla – o professor parou na minha mesa - Espero que esteja tudo okay. 

— Sim e era justamente isso que eu queria conversar com o senhor, você não pode me colocar com a Bruna, digamos que temos um problema de convivência – eu tentei me explicar - Não será tão produtivo para nós duas. 

— Eu sei disso, é por isso que eu coloquei vocês duas juntas, superem isso e quem sabe podem até virar amigas. Vocês vão se formar este ano,está mais que na hora de parar com esse tipo de comportamento.

—  É complicado, por favor me coloque com a Luiza - implorei - Prometo que farei o melhor trabalho de todos! 

— Não Juliana, realmente a Luiza tinha ficado sem dupla, mas ela vai fazer dupla com o novato. Se você não fizer esse trabalho com a Bruna vai perder a nota do semestre. A Bruna pareceu muito disposta a fazer dupla com você, não quero mais discussões acerca disso. 

Eu assenti derrotada. Pelo visto não tinha jeito, era fazer o trabalho da Bruna ou perder média em todas as matérias. Eu só sei que estava com uma péssima sensação em relação a essa excursão.


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Notas finais do capítulo

Comentem! Ficarei muito feliz em saber se estão gostando, se preciso melhorar. Quero saber o que acharam do capítulo. Tentarei não demorar para postar o próximo capitulo e mais uma vez obrigada pro acompanharem



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