Série Auror - Segunda Temporada escrita por Van Vet


Capítulo 15
Parte 15


Notas iniciais do capítulo

Geeente!

Finalmente uma atualização da Série Auror.
Estamos nos capítulos finais, então se você tá gostando e quer saber logo o que houve com Gina, comente para me incentivar a escrever rapidão.

Beijos!



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Ron voltava para seu escritório atordoado com a suposição de Hermione. A cabeça explodindo com a ousadia do ministério em tirar Harry do quartel. Um afastamento, provisório ou não, feria diretamente a credibilidade do amigo perante o mundo bruxo e deixa o ruivo igualmente furioso. Todos tinham de entender que aquilo era uma fase. Que o famoso antagonista de Voldemort estava apenas direcionando sua atenção a algo maior no momento.

Assim, Ron tomou para si a missão de convencer seus superiores da estupidez que estavam prestes a fazer. Enquanto Harry não tivesse lido a carta seu ego continuava no jogo.

Ele já estava chegando à porta quando o outro apareceu esbaforido pelo corredor.

— Ron! — exclamou ávido.

— Ei, já voltou?

— Descobri coisas. Coisas importantes. Vamos para os Arquivos Lacrados?

— Hum... Sério?

— Sim. — Harry confirmou seriamente.

— Ok.

Os Arquivos Lacrados faziam parte de uma estrutura em comeia, dois andares abaixo do Quartel General dos Aurores, onde se guardava dados sigilosos ao público geral e conteúdos perigosos nas mãos dos bruxos errados. Até mesmo aos aurores havia sérias restrições. O conteúdo dos Arquivos Lacrados era tão perversamente valioso que houve casos em que alguns bruxos de caráter duvidoso tornaram-se funcionários do quartel apenas para invadir a seção.

Normalmente um acesso aquele ambiente seria conquistado apenas após um pedido formal em pergaminho ao chefe dos aurores, que por sua vez sofreria uma análise do próprio ministro da magia, e então obter o salvo-conduto para prosseguir lá dentro.

Harry contava com seu prodigioso histórico perante o mundo bruxo, para conseguir se infiltrar no local sem o burocrático consentimento do ministro.

— O que você descobriu que temos de ir lá? — quis Ron saber.

Ambos entraram no elevador do quartel, que levava direto a portaria dos arquivos.

— Eu estava certo, Ron! — Harry disse com euforia — O desgraçado está aí, agindo há anos. Ele tem algum tipo de rejuvenescimento.

E resumiu seu interrogatório com o velho Monvitedelle para ele.

— Estou ficando realmente preocupado. — o ruivo confessou.

— Ele se meteu com a pessoa errada. Esse desgraçado!

— Merlin, onde está minha irmã... — murmurou preocupado.

— Prometi a mim mesmo quando casei com ela, que pela vida toda protegerei Gina, Ron. Não posso fazer nada menos que isso. Confie em mim. — Harry olhou-o pedindo seu voto.

— Claro.

— Obrigado.

A porta do elevador se abriu, os dois saíram apressados. Uma antessala em losango os esperava. Era escura, iluminada por archotes, elevando uma névoa de mistério ao recinto. Em cada um de seus cantos existia uma entrada guardada por potentes portas pantográficas de ferro. Pararam acima da placa que anunciava Arquivos Lacrados.

— Isso ainda não responde ao enigma, Harry. O que viemos fazer aqui?

O auror tocou uma sineta na entrada e, enquanto esperava o guarda surgir, prosseguiu.

— Eu já tinha minhas desconfianças desde Gina. O comportamento dela comigo nos últimos tempos foi anormal. Ela estava taciturna. Gina nunca foi taciturna! Nunca guarda nada para ela.

— É verdade.

— Depois, você me disse que havia sofrido legilimência no castelo. Então tem a tal Lexia, que ficou fissurada numa história maluca sobre tumbas e, aparentemente, encantada por Emmanuel.

— Mas esse último fato é relativo. Ele é um cara poderoso e bem apessoado. Do tipo que seduz as mulheres.

Harry olhou-o com reprovação.

— Não é isso, Ron! Ele faz Imperius nas pessoas!

— Você acha que já não pensei nisso? Está enganado. Faltam sinais específicos da maldição imperdoável aí. Pupilas opacas, reações robotizadas, histeria momentânea por resistência... Gina não parecia sofrer de nada disso, ou parecia?

— E eis sua resposta. — Harry olhou para a porta e vinha alguém se aproximando — Quero estudar mais sobre a maldição imperdoável. Lembre-se da aula do nosso Moody-Bartô Crouch Jr: “A magia negra se transmuta e se ramifica de acordo com a vertente ancestral do inimigo. Alguns dos feitiços mais impressionantes do mundo foram simplificados até perderem seu real poder”.

Ron se pôs a refletir sobre os dizeres, enquanto o amigo barganhava com a sentinela a entrada deles no arquivo. A origem dos feitiços possuía muitos livros na biblioteca de Hogwarts, pelo pouco que ele lembrava. Este nunca foi um assunto muito discutido pelos professores, naturalmente porque derivava para um estudo muito avançado e longínquo, mas todo bruxo com formação básica sabia que a maioria das técnicas mágicas ao alcance nos dias atuais nasceram dos normandos, pelas mãos dos indecifráveis druidas. Merlin era o nome máximo dessas criações, mas havia outros, muitos outros. E a essência da criação de uma mágica era um assunto tão distante como curioso. Os Arquivos Lacrados retinham pergaminhos medievais sobre centenas de coisas. Desde notícias sigilosas até mágicas proibidas. A ideia de Harry agora lhe parecia bem válida.

— Obrigado.

Ele o ouviu agradecer à sentinela com simpatia. Pronto! As vantagens de Potter. Já estavam lá dentro.

Ali era tão escuro como lá fora. Tenebroso, para uma definição melhor. A umidade opressora da sala de tribunal do ministério, típico das masmorras, preenchia as paredes de pedra negra. Corredores de se perder de vista formavam um círculo simétrico ao redor da recepção. Ron aproximou-se de um corredor e falou alto:

— Olá! — sua voz ecoou com impacto pelos arquivos. Era possível ver somente o breu por onde os archotes não alcançavam.

— Tudo bem com o seu amigo? — perguntou o guardião da seção de sua escrivaninha, olhando incrédulo para Harry.

— Oh, sim... — Harry tentou ignorar o deslumbramento do ruivo. O guardião, um velho bruxo de nariz de batata, continuou o fitando. — Aqui é bem grande mesmo.

— Todos os arquivos secretos do mundo bruxo. Qual tamanho você acha que esse lugar tem? — o velho rebateu retoricamente.

— Eu achando que somente o Departamento dos Mistérios albergava algo assim. — Harry refletiu para si.

— O Departamento dos Mistérios alberga o que é do Departamento dos Mistérios. Os Arquivos Lacrados o que é dos Arquivos Lacrados. — disse com uma dose de rabugice — Eu nunca te vi aqui, auror.

— Porque é minha primeira vez. Harry Potter, senhor. — estendeu a mão.

O guardião desfez a carranca num instante.

— Oh, Potter! Desculpe, com a pouca iluminação do local não é possível reconhecer as pessoas muito bem. — justificou com embaraço.

— Está tudo bem. Não se preocupe. — Harry tentou parecer descontraído, mas por dentro corroia de ansiedade pelas informações almejadas.

Ron parou de “brincar” de fazer eco pelos corredores e aproximou-se do balcão.

— O senhor não tem medo de ficar aqui? — questionou ao velho.

— Não tenho medo de pergaminhos. — ele ironizou. — O que deseja, Potter?

— Eu preciso de arquivos sobre uma maldição imperdoável.

— Ah... — o homem molhou os lábios nervosamente. — Não possuo os arquivos acerca da Maldição Imperdoável Cruciatus. Ela fica somente na posse do Ministro da Magia.

— Não é essa. É sobre a Imperius que necessito.

— Isso posso providenciar. — consultou demoradamente um longo pergaminho que dividia as seções, se justificando que não conseguia guardar onde todos os arquivos ficavam, uma vez que recinto possuía o tamanho de cinquenta campos de quadribol.

O ruivo assobiou nervosamente com a informação. Chegou também a perguntar quem limpava tudo aquilo, mas o velho e Harry fingiram não o escutar.

— Encontrei!

Os aurores observaram-no sair de trás de sua escrivaninha e parar em frente há um dos corredores. Recitou alguns comandos com a varinha em riste, e após minutos de longa espera, uma caixa pesada veio da escuridão flutuando na sua direção. Ele a levitou até a mesa e sentou-se pesadamente na poltrona para examinar. Harry e Rony se empoleiraram no balcão.

— O que querem especificamente? Aqui temos fatos mais importante, registros de vítimas do feitiço, condenados...

— Origens do Imperius e formas de manipulação. — sugeriu Harry.

— Vejamos. — o bruxo folheou ruidosamente os pesados papéis. Diversas folhas para analisar, mas ele era habilidoso com a organização e rapidamente chegou na informação. — Aqui está. Origens.

Por nenhum momento os documentos passaram para as mãos dos aurores. O tempo todo o bruxo mais velho intermediava as informações e isso estava deixando-os mais ansiosos.

— Querem saber sobre as vertentes do Imperius? Eu já li este arquivo antes. As maldições imperdoáveis, apesar de terríveis, sempre foram um fascínio.

— Comece por aí.

Ele avaliou rapidamente a folha, mas foi dizendo tudo de cabeça.

— Ninguém sabe exatamente como a maldição se difundiu. Pode ter sido uma mistura de diversas magias ilegais que convergiram na sua criação. Imperius tem três formas de execução ao longo da história: Uma exclusiva da África, onde bruxos negros escravizavam os brancos assim que estes pisavam no território africano.

— Nossa! Algo como “sangue ruins” e “sangues puros”? — comentou Rony.

— Sim, quase isso. Mas não havia morte, apenas dominação. Uma vez que o Imperius fosse lançado o enfeitiçado perdia completa noção do seu ser e nunca mais o recuperava. Era como se o cérebro estivesse derretido.

— Que horror!

— A magia era tão poderosa que uma vez usada obtinha-se o efeito para sempre no indivíduo.

— Devia exigir muita habilidade. — disse Harry.

— Não, era algo mais bruto. Entende? Forte sim, controlado não. Muitos enfeitiçados não aguentavam e morriam no processo.

— E isso ainda pode ser possível?

— Oh, creio que nos últimos nove séculos algo assim seria inviável para as relações sociopolíticas entre os ministérios do mundo. Além, claro, do crime. Os xamãs da antiguidade que dominavam o Imperius desse modo morreram, os seus descendentes esqueceram ou não quiseram lembrar.

— E qual é o outro tipo?

— Temos o Imperius atual. Vocês são aurores, não preciso entrar detalhes, preciso?

— Não. Passamos para o próximo. — pediu Harry.

— Esta última forma do Imperius teve seus primeiros registros em Florença. Muito velho também, cerca de seis séculos atrás. Os feiticeiros que usavam conseguiam controlar alguém através da leve persuasão.

— Fale mais.

— Quando vocês perguntaram se o Imperius africano era poderoso e eu respondi que não, é porque, como a finalidade da mágica é controlar o indivíduo ao seu bel prazer a melhor forma de isso ser executado seria fazer o próprio enfeitiçado acreditar que não está sofrendo a influência.

Harry sentiu uma pontada no estômago.

— É verdade. — argumentou o ruivo, interessado.

— Os bruxos que dominavam essa técnica escolhiam muito bem suas vítimas, porque elas precisam ter grande inclinação para a ideia que eles pretendiam implantar. Só assim funcionava verdadeiramente.

— E nada melhor do que saber da ideia de alguém do que utilizar legilimência. — completou Harry alvoroçado por dentro.

— Se não se conhece a pessoa, é um jeito, com certeza. Era uma técnica muito utilizada em debates políticos, desestruturava o inimigo sutilmente. Entendem como era poderosa?

Rony refletiu e perguntou:

— Então o enfeitiçado tem de estar favorável aquela ideia? Como se, por exemplo, alguém quisesse matar outro alguém de tanto comer chocolate. Se essa pessoa não gostar de chocolate o Imperius não irá funcionar, agora se ela já for adepta...?

— É esse o seguimento sim.

— Qual a vantagem? Ainda não vejo. O nosso Imperius parece muito mais eficaz.

— No nosso Imperius somos robotizados do mesmo modo. Estamos conscientemente presos dentro de nossos corpos e agimos mais fisicamente do que mentalmente ao prazer do feiticeiro. Deste outro modo eles atingiam o mental — o velho bateu na cabeça com a ponta dos dedos. — Você acreditava que tudo que fizesse era escolha sua e não se sentia corroborado a isso.

— Harry... Isso é terrível!

Harry estava branco igual cera ao lado dele.

— Mas calma, rapazes! — o velho bruxo exclamou — Esse modo de Imperius também foi extinto. Não se tem mais relatos há muitos séculos.

— Ainda assim, seria possível de ocorrer? Algum bruxo teria essa capacidade nos dias de hoje se soubesse como?

— Entendam: eu sou um auror aposentado. Já vi muita coisa nessa vida, me desculpe Potter, mas lutei duramente contra a primeira revolta dos Comensais da Morte quando você ainda era pequeno. Vi bruxaria de qualidade nesses tempos! Nunca nenhum deles, porém, nem o próprio Voldemort, conseguia controlar por esse tipo de Imperius. O segredo dessa mágica morreu, e mesmo se estivesse vivo por aí, precisaria ser um bruxo das trevas extremamente poderoso para executá-la.


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