O Herói do Mundo Ninja escrita por Dracule Mihawk


Capítulo 85
Tudo menos isso


Notas iniciais do capítulo

Olá! Bom-dia pra todo mundo! Como vocês estão?

Sorry pela demora, gente. Mais uma vez dei prova da minha enrolação com vida pessoal, mas, não, não os abandonei nem o farei (espero que ninguém tenha pensado isso xD). E, sim, eu confesso que passei por um pequeno bloqueio criativo neste período, além de ter ficado um pouco desanimado. Ufa! Foi dureza escrever este capítulo.

E acho que será difícil para alguns o lerem também. Não vou revelar o motivo porque eu sou desses! SEM SPOILERS, MUAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA... (reticências tendendo ao Infinito e Além)

[Ausentei-me do Notebook. Retornei agora...]

Do que eu estava falando mesmo? Ah, sim! Então, vai ser difícil para alguns lerem o capítulo, e é provável que queiram arrancar my soul of my body after read it. É, é provável... Se bem que, com tudo o que vem acontecendo nesta história, não é novidade vocês quererem me matar.

AH, HÁ UM AVISO NAS NOTAS FINAIS (pondo em maiúsculo por motivos óbvios). DEEM UMA OLHA LÁ DEPOIS.

Bom, aí vai. Mais uma vez eu peço desculpas pela demora e, finalmente, boa leitura pra todo mundo. Nos vemos aonde? É isso aí! Nos vemos nas Notas Finais! o/



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O relógio tiquetaqueava na parede, o quarto estava com ar quieto — quase sepulcral. Não fossem pai e filha ali presentes, o ruído mais alto seria o dos ponteiros.

Hinata olhava nos olhos do pai, curiosa e, também, temerosa. Sentou-se sobre a cama, ainda com as pernas cobertas. Os lábios um pouco trêmulos, os pelos da pele clara eriçando-se.

— Pode falar, meu pai — pediu.

Hiashi deu um passo à frente, calmo e frio. Sem piscar, falou:

— Soube da sua missão ao lado de Naruto... Cada detalhe.

Hinata suspirou lenta — quase imperceptivelmente. Aquela conversa, certamente, não caminharia para um rumo agradável.

— Você, Hinata — continuou Hiashi —, minha filha, a herdeira do clã, foi derrotada de forma vexatória pelo inimigo.

— Era sobre isso-...

— Sobreviveu por um milagre, não por competência própria.

— Pai, o inimigo era forte demais. Mais forte que eu, mais forte que-...

— Desculpar a própria fraqueza utilizando a capacidade do inimigo... Minha filha primogênita decaiu a tal ponto.

Hinata estranhou.

— Por que está dizendo tudo isso para mim, pai? E desta forma? Eu não entendo.

Os olhos de Hinata transmitiam mais que curiosidade naquele momento; insegurança e súplica. Hiashi, ainda de aparência severa e inflexível, cruzou os braços.

— Não entende? Sua humilhação para o seu adversário te manchou, Hinata. Você é a futura líder. Como tal, deve transmitir confiança a seus liderados, e não uma menina frágil a ponto de quebrar.

— Não sou assim, pai! — defendeu-se Hinata, erguendo um pouco a voz. Os olhos de Hiashi estreitaram-se ainda mais, intimidando a jovem.

— Abaixe seu tom, Hinata Hyuuga. Agora.

Acanhada e obediente, Hinata o fez.

— Você, minha filha, em breve atingirá os dezenove anos. Fui negligente em sua educação por tempo demais. Já é passado o tempo de reparar meu erro.

— O que o senhor quer dizer, meu pai?

— Não é óbvio? Irei instruí-la de forma mais rígida, direcioná-la ao caminho correto para liderar nosso clã futuramente.

Hinata, desde criança, sempre desejou ter a atenção e reconhecimento do pai. Conseguiu-os recentemente, lutando contra ele diante de Naruto. Depois deste episódio, viu em Hiashi um pai mais maleável e bondoso. Porém, por alguma razão que Hinata desconhecia, aquele pai que ela viveu em sonhos e em breves momentos de realidade não estava ali naquele quarto de hospital. A insegurança no coração dela paralisava-a diante daqueles olhos rígidos a observá-la como se sentissem vergonha. Perguntava-se o que havia acontecido com o pai que ela tanto adorava e idolatrava, ao passo que, pela primeira vez na vida, não desejava ser a herdeira do clã.

— “Mais rígida”? Quão exatamente, meu pai?

— Direcioná-la-ei única e exclusivamente para torná-la líder — disse Hiashi. — Foi por isso que, hoje mesmo, enviei uma declaração a Hokage-sama, melhor, à secretária dela, pois Tsunade-sama não estava presente no momento. Enfim, solicitei a sua exclusão do grupo de ninjas da Vila Oculta da Folha, Hinata. A partir de hoje, você não tem compromisso ou dever algum com a vila; apenas com nosso clã.

Receber aquela notícia foi, sem dúvida, um golpe duro no coração de Hinata.

— Por que, meu pai? Por que fazer isso? — disse estupefata. — Eu posso muito bem lidar com todas as responsabilidades, já dei prova disso, inclusive! Abandonar meus companheiros de time, meus amigos, meu título de Jounin, minha carreira ninja... Pai, eu não posso-...

— Pode, e irá fazê-lo, Hinata. — A voz de Hiashi dizia tudo; não haveria espaço para contra-argumentação.

Hinata vacilou. Abraçou-se. Não queria estar ali, não queria estar tendo tal conversa com o pai, sendo observada de forma tão severa, sendo rebaixada. Por um breve momento, Hinata imaginou toda a sua autoconfiança fluir para longe do corpo e mente. Sim, tudo o que ela havia construído por anos.

— O senhor está pedindo demais de mim, meu pai. Eu não posso negligenciar tudo de uma hora para outra. Simplesmente não dá.

Hiashi nem deu ouvidos à filha.

— Soube do incidente envolvendo Naruto Uzumaki nesta madrugada? — perguntou. — Não, acho que não.

“Naruto-kun...”, Hinata pensou de imediato. Surpresa, perguntou ao pai:

— Incidente? O que houve com o Naruto-kun? Pai, ele está bem? Por favor, me diga, pai!

— Seu namorado está bem, Hinata — falou. — Apesar de, curiosa e inexplicavelmente, ter sido o responsável por arrasar a própria residência.

— Arrasar?

Hiashi reforçou com um aceno de cabeça.

— Naruto Uzumaki foi encontrado sobre escombros do que deveria ser a casa dele. Por sorte, mais ninguém foi envolvido.

— Como aconteceu? E-ele se feriu? Eu quero vê-lo, pai. Eu-...

— Naruto Uzumaki foi levado sob a supervisão de um grupo de Jounin e, nesta madrugada, avaliado. Soube, também, que foi convocada uma reunião emergencial entre a Hokage e seus conselheiros. Não tenho maiores detalhes, porém, indo direto ao ponto, eu presumo que Naruto Uzumaki é uma arma do inimigo contra a vila.

— Não, pai! O Naruto-kun não é arma dos Yuurei! Isso é imp-...

— ... Impossível? — Hiashi olhou-a com ar desdenhoso. — O que uma moça desvirtuada pela paixão e frágil pode alegar, Hinata? Seu namorado, infelizmente, é um instrumento nas mãos dos Yuurei contra todos. Isso é um fato que nem mesmo as palavras mais belas da Hokage-sama podem mascarar.

A cada palavra que saía pela boca do pai Hinata empalidecia. Para ela, aquele discurso gelado e insensível não vinha de alguém que, tempos atrás, havia homenageado Naruto diante de todo o clã Hyuuga. Não poderia ser verdade.

— Eu não estou ouvindo isso... — Hinata sussurrava mais para si mesma que para o pai. — Eu não estou... Não posso acreditar. Tudo menos isso...

Hiashi, por sua vez, parou para observar de forma mais atenciosa a própria filha. Tinha noção do confrontamento que se passava dentro da cabeça dela, conhecia-a — ainda que não a fundo, mas o suficiente para imaginar como Hinata se sentia ao ouvir aquilo tudo. Esperou. Por fim, anunciou:

— A começar por hoje, você e Naruto Uzumaki nada mais têm em comum. Ele é responsabilidade da Hokage; você, minha. Não há mais nada entre vocês dois, nem deve haver.

O coração de Hinata acelerou num súbito. Remotamente, ela se voltou para o pai que a encarava inflexível. No encarar de olhos ela desacreditava, ele estabelecia-se.

— S-senhor...?

— Você é inteligente, Hinata. Não será necessário que eu repita. Hoje você é exclusiva e definitivamente a Herdeira do clã Hyuuga. Seu relacionamento amoroso com Naruto Uzumaki nada mais era que algo a atrapalhá-la, a enfraquecê-la.

— Tudo o que sou hoje se deve ao Naruto-kun, pai! — exclamou. — Foi ele quem me deu forças e me inspirou, que me fez acreditar em mim mesma. Como pode dizer que meu namoro com ele me enfraquece?

— Você tornou-se submissa demais, dependente demais. Para alguém que deseja assumir nosso clã, é seu dever ter a competência para tomar as melhores decisões, e para isso você deve se abster, obrigatoriamente, de qualquer coisa que a torne manipulável. Não é a esta a imagem que você deve transmitir a seus liderados, afinal.

— Imagem... — Hinata suspirou. — O senhor, no fim, está mais preocupado com a imagem que transmitirei aos outros do que comigo mesma. Eu, sua filha.

— Não se faça de vítima, Hinata! — repreendeu Hiashi. — Você não é a única a tomar decisões difíceis. Perca seu tempo tornando-se mais forte ao invés de apiedar-se de si mesma.

— Eu sou forte! Pai, o senhor mesmo admitiu isso para mim! Ou o que me disse era mentira?

— Você é forte, sim, Hinata. Mas não o bastante para... — Hiashi parou, suspirando. —Para liderar o clã Hyuuga. Ainda falta a frieza que, às vezes, é requerida de um líder. Você é gentil demais, piedosa demais, e isso pode ser a sua ruína.

— Gentileza nunca foi sinônimo de fraqueza, meu pai. Pelo contrário, os mais gentis tendem a serem os mais fortes. Se estiver me dizendo tudo isso por medo de eu não decidir qualquer coisa da melhor forma, acho que-...

— Diga-me, Hinata — interrompeu Hiashi —, você mataria um inimigo desarmado se isso salvasse seus companheiros?

Hinata não entendeu. Sentada sobre a cama, perguntou:

— Por que está falando essas coisas? O que isso tem a ver com o Naruto-kun, com minha carreira Jounin, ou com meu título de líder?

— Tsc. É esta hesitação que temo — desdenhou Hiashi, balançando a cabeça em desaprovação.

— Hesitação? Pai, por que isso-...

— Não importa. Não mais. Vou te educar como deveria ter feito. Hoje você recebe alta, não é mesmo? Pois bem.

— Não está bem, pai! Não está nada bem. O senhor está exigindo que eu abandone a minha vida, que termine meu relacionamento com o Naruto-kun, e sequer me explica por quê.

— Porque estar junto daquele Jinchuuriki só a destruirá! — berrou irritado. — Olhe só para você, Hinata! Onde estava Naruto quando fizeram isso com você? Onde estava o seu herói quando você foi surrada desta forma? Irei responder: sendo, como antes, marionete dos tais Yuurei. Ontem à noite Naruto mais uma vez prova de sua incompetência para com este inimigo ao destruir a própria casa sem saber, inclusive.

— O Naruto-kun não é fraco e o senhor sabe disso, meu pai. Não use isso como argumento, pois não é nem um pouco justo.

— Está realmente querendo me contrariar, Hinata? Você, a minha filha e herdeira, quer realmente me contrariar?

Hinata se aquietou. Suspirou e, depois de poucos segundos — mais calma — negou com a cabeça.

— Jamais desejei discutir com o senhor, meu pai. Mas acho que culpar a mim ou ao Naruto-kun pelo que o inimigo vem fazendo também não é certo. O senhor é um homem sábio, não age assim.

— E este é meu erro, Hinata. Eu cometi um equívoco, sim, ao permitir que você se envolvesse com Naruto Uzumaki. Cometi um equívoco ainda maior quando a deixei seguir a carreira ninja longe da minha supervisão. Eu pensei que fosse amadureceria, mas, agora, percebi que não. Você é maleável demais e defende o Naruto em qualquer circunstância, quando, na verdade, deveria enxergar o óbvio: aquele garoto é um brinquedo nas mãos dos Yuurei.

Hinata não aguentou.

— Ele não é um brinquedo! Agir de forma extremista, culpando o Naruto-kun pelo que os Yuurei vêm fazendo com todos, não só na nossa vila, mas em todo o mundo ninja é uma idiotice, meu pai! Ele é uma pessoa, eu sou uma pessoa; não dá para sermos perfeitos, ainda mais contra inimigos formidáveis. O melhor a se fazer é trabalhar duro, todo mundo junto, se ajudando, do que dividir-nos agora ante ao medo que os Yuurei exercem. Para mim, o senhor está sendo covarde.

O rosto de Hiashi estremeceu de raiva.

— Repita isso... Repita isso agora... — sussurrou.

Mas Hinata não se intimidou. Jamais havia desafiado o pai antes, e sempre havia sofrido silenciosa com as decisões severas que ele tomava. Agora, ela queria expressar a própria opinião, mostrar-se forte confrontando o líder do clã Hyuuga suas tradições. Hinata queria ter voz.

— Sim, meu pai — ela continuou —, o senhor é um covarde. Parece ter regredido desde que o comuniquei sobre o tal Kioto Hyuuga, que parece ser uma assombração para o senhor. Sim, eu percebo o seu semblante mudar toda vez que ouve este nome, eu percebo, pai! Sempre quis saber o que houve entre o senhor e este homem, e por que de o nome Kioto não aparecer em nenhum registro da vila. Pensei em perguntar ao senhor, mas desisti... Achei que tudo deveria acontecer no tempo certo, e no momento vejo que não é este. Quanto ao que me pediu, não vou abandonar minha vida como ninja, não vou abandonar meus amigos, não vou abandonar o meu amor por um pedido do senhor, meu pai. Não posso, nem quero fazê-lo. Sinto muito, mas se estas são as condições necessárias para que eu me torne uma líder ideal aos seus olhos, por favor, aceite o meu pedido de negligência.

E Hinata encarou Hiashi nos olhos, sem desviar ou piscar por nenhum segundo sequer; parecia outra pessoa — mais fria e decidida. Ela não queria estar passando por tudo aquilo, mas para fazer valer os próprios pensamentos, Hinata via-se mais que preparada para desafiar o próprio Hiashi Hyuuga sem tremer. Já tinha agido de forma similar contra um inimigo muito mais poderoso que o pai, ela não estava com medo.

— Você... — Hiashi fechou os olhos, mostrando clara irritação — está negando o título de Herdeira do clã? Diante de mim, inclusive?

A moça pôs-se em pé devagar. Os calafrios causados pelo contato com o piso frio não a incomodaram, não mais que encarar o rosto do pai. Mas Hinata permaneceu firme.

— Sim. Eu não quero mais ser a Líder dos Hyuuga — afirmou. — Eu quero ser ninja, quero fazer alguma coisa para combater os Yuurei, não me esconder debaixo das tradições de nosso clã. Quero viver a minha vida e ser feliz. Quero casar, ter filhos... Quero estar com o Naruto-kun, ao lado dele enquanto viver. É isso que quero.

— Está dando as costas para mim, Hinata? Eu sou o seu pai.

— E sempre será. — Hinata ousou sorrir tranquila. — Mas eu tenho a minha vida também, pai. E não posso aceitar as suas exigências. Não, não posso. Por favor, não me faça escolher entre o senhor e o Naruto-kun; eu os amo. Ele, meu namorado, e o senhor, o meu pai. Amo os dois.

— Você está parecendo a Himori... — Hiashi murmurou.

— Que bom. Saber que, finalmente, tornei-me igual à mamãe me alegra. Sempre quis ser como ela... — Hinata escondeu um sorriso sem graça — E como o senhor também... Sempre quis ser tão forte quanto o senhor.

O homem, inexpressivo, estudou as feições no rosto jovial da filha. Para Hiashi — e para muitos que conheceram a esposa falecida do líder do clã —, Hinata Hyuuga era uma versão mais nova da gentil Himori Hyuuga. Exatamente iguais, tanto em corpo quanto mente. Hinata era tão bela, calma e terna quanto a mãe. E agora Hiashi tinha, finalmente, se confrontado com este fato; sua filha mais velha havia crescido e se tornado uma mulher. Imaginar discutindo com alguém que o fazia se lembrar da finada esposa apunhalava-o por dentro.

Todavia, Hiashi sabia, Hinata precisava ser a líder dos Hyuuga. Por ela mesma, por todos do clã. E pelo próprio Hiashi também. Pois para ele, era esta a melhor de reparar um erro cometido tempos atrás. Convicto disto, jamais cederia.

— Você será a líder — ordenou. — Esta sua fraqueza não será tolerada.

— Eu não serei! Já disse isso ao senho-...

— Caso teime em negligenciar, descarregarei toda a carga do seu treinamento sobre a única opção restante que tenho: Hanabi.

Estava feito. Hiashi conhecia a filha e, portanto, sabia que esta jamais permitiria que o fardo que era dela por direito recaísse sobre os ombros da irmã mais nova. Mesmo ciente que Hanabi tinha talento e personalidade para ser uma líder de clã excepcional, Hinata temia que, durante o processo de aprendizado, a outra perdesse a própria identidade, o jeito que fazia de Hanabi a irmãzinha amada dela, a qual Hinata podia contar em todos os momentos.

Sentiu-se mais repugnante por usar o amor entre irmãs contra Hinata, mas dadas as circunstâncias, Hiashi estava ficando sem opções. Para atingir o fim desejado, ele faria de tudo para convencer a filha do próprio juízo.

— Hanabi sentiu ódio de mim por muito tempo quando éramos mais novas, pai... Tudo porque não fui forte o bastante e o senhor se viu forçado a dar a ela a responsabilidade do futuro nosso clã.

— Eu sei. E você também sabe, não é Hinata?

— Demorei anos para recuperar o amor da Hanabi. Somos mais que irmãs, somos amigas uma da outra... Pai, quer tirar isso de nós duas? O senhor iria tão longe?

Hiashi assentiu.

— Pelo bem e pela estabilidade do clã Hyuuga estou disposto a sacrificar tudo, inclusive minhas filhas.

— O senhor está parecendo o Sema-dono! — Hinata não se conteve; gritou. — E disse que jamais toleraria a ignorância dele em nosso meio! Mentiu para mim, para a Hanabi... O senhor mentiu para todos! Esqueceu-se, pai, dos votos que fez ao tio, ao Neji-niisan? O senhor se esqueceu do futuro que Neji-niisan e eu estávamos construindo juntos: mudar o clã Hyuuga, tornando-o menos severo? Parece que o senhor apenas regrediu, como os conselheiros do nos-...

O rosto de Hinata, abrupta e violentamente, virou para o lado. Na bochecha a marca em vermelho inflamava. Hiashi ainda mantinha a pose do movimento que tinha acabado de executar.

— O s-senhor... — Hinata levou a mão ao rosto, incrédula.

— Cale-se, Hinata. Já chega.

Ela nunca havia apanhado do pai antes. Ser tapeada no rosto foi chocante e confuso ao mesmo tempo. Não entendia aonde havia errado; só quis expressar a própria frustração ante aquilo tudo. Era justo aos olhos dela, ela merecia falar e ser ouvida também.

A pele ainda ardia. Hiashi havia batido com força. Talvez não para marcar, mas, definitivamente, para descarregar a raiva. A moça o encarou ainda sem compreender, e tudo o que o pai lhe ofereceu foi um olhar de desprezo.

— Você é uma Hyuuga, e, portanto, é submissa a mim — falou categoricamente. — Hoje eu decreto: você, Hinata, não é mais Jounin da Vila Oculta da Folha; serve apenas ao clã Hyuuga. Sua obrigação é com nossa família, deixe os lacaios da Hokage com os problemas deles.

Hinata abafou uma risada triste.

— Problemas deles, é...? Se os Yuurei invadirem, duvido que vão fazer diferença entre nós e os demais cidadãos.

Hiashi desconsiderou. Virou-se caminhou até a porta do quarto.

— Não ouse contar a ninguém sobre esta conversa, Hinata. Nem mesmo à sua irmã. Esteja avisada: se eu descobrir, quem ficar sabendo de você irá pagar o preço da sua incompetência.

Sem ao menos se despedir, Hiashi passou pela portam deixando Hinata a sós com a própria melancolia. Ele julgava ter mais o que fazer.

O tempo parecia não estar correndo, pelo menos não naquele quarto. Do lado de fora da janela, Hinata via o céu claro da manhã, pessoas indo e vindo — algumas sorridentes, outras nem tanto —, e viu Hiashi. O líder do clã caminhava calma e imponentemente de volta aos domínios do clã. Provavelmente para ocupar o dia com mais burocracia.

Hinata viu o pai desaparecer pela janela, seguindo-o com os olhos até onde podia. Não disse nada.

* * *

Naruto estava esperando há horas.

Havia acordado bem cedo e, após ter comido algo de cujo nome ele nem se lembrava, vestido um uniforme Jounin emprestado e partido para começar os treinos com Kakashi. Prometeu, depois de treinar, ir até o que tinha sobrado da própria casa, comprar roupas novas e visitar a namorada, afinal, fazia alguns dias que não a visitava.

Estar no Terceiro Campo de Treinamento da Vila da Folha causou em Naruto uma implacável — mas gostosa ao mesmo tempo — sensação de nostalgia. A grama continuava tão verdinha quanto ele se lembrava, o rio ao leste limpo, a vista para as montanhas nunca pareceu tão agradável. Porém, mais do que tudo isso, o que realmente chamou a atenção de Naruto foram os três tocos de madeira alinhados lado a lado na clareira. Riu ao recordar do momento mais cômico e dramático que havia passado ali, logo assim que foi nomeado Gennin com Sakura Haruno e Sasuke Uchiha.

— Tinha que ser aqui, né Kakashi-sensei? — falou, sentindo de longe a presença do professor de aproximando.

— Oh, então você chegou — Kakashi de fato vinha à direção do pupilo. — Desculpe pelo atraso. Eu estava vindo para cá quando uma velhinha me pediu para...

Naruto gargalhou, voltando-se para Kakashi.

— É bom ouvir tudo isso, Kakashi-sensei. Enfim, vamos começar. Porque eu tô mais do que pronto!

Kakashi olhou-o por inteiro sem dizer nada. Levou a mão ao estojo de acessórios e puxou um pequeno pergaminho. Deste, o Jounin conjurou pesos acopláveis às mãos e pés.

— Tome. Use-os, Naruto.

— Pesos? Tipo os do Sobrancelhudo? — Naruto lembrou-se do método de treinamento utilizado por Rock Lee. — Tá falando sério, Kakashi-sensei?

— Estou.

Naruto deu de ombros. Arregaçou as mangas da camisa e prendeu os pesos de metal nos antebraços e canelas. Agora, sentia-se como uma estátua de pedra. Movimentar o corpo apresentava suas complicações.

— Caramba... Como o Sobrancelhudo consegue? — Exerceu força para erguer decepcionantemente o braço esquerdo. — Isso é pesado.

— Com o tempo você se acostumará — garantiu Kakashi.

— Então, Kakashi-sensei, e agora?

Aquela pergunta pareceu soar engraçada. Naruto, imóvel, via o professor olhá-lo com feição de divertimento e leveza.

— Agora? Bom... — Kakashi uniu as mãos no Selo do Tigre. — Você tenta ficar vivo enquanto eu te ataco.

— O quê? — gritou Naruto. — Mas que merd... Ei, Kakashi-sensei!

Atônito, Naruto viu o Raikiri se formar nas mãos do Jounin, que avançou com um salto. Desacostumado com aquele equipamento, tudo o que pôde fazer foi tentar correr. Obviamente, sem muito sucesso.

— Droga...

* * *

Ele estava esgotado. Havia perdido a manhã inteira e parte da tarde naquele treinamento. Com as roupas surradas, o corpo tremendo de exaustão e com alguns cortes, Naruto sorria deitado sobre a grama. Kakashi, recostado sobre um dos tocos de madeira, lia um livro da série Icha Icha.

— Então — perguntou o professor —, o que achou do primeiro dia?

Naruto fez uma careta.

— Você tava querendo me matar, Kakashi-sensei. Só podia ser.

— Mas você até que fugiu bem... Não, quase bem — brincou Kakashi.

— Estou acabado, isso sim. — Espreguiçou-se Naruto, estalando os ossos da coluna. — Acho que vou jantar Ramen hoje vendo filme.

— Sobre a sua casa — Kakashi fechou o livro —, a vila vai trabalhar na reconstrução. Yamato já deve ter feito bastante hoje enquanto treinávamos. A mobília, alimentos e outros serão financiados pelos demais Jounin.

— Isso é sério? Imagino a cara do Sasuke só de pensar que vai ter que comprar minhas roupas. — Naruto gargalhou. — Só espero que aquele maldito escolha bem.

— E você? Vai dormir na residência da Tsunade-sama outra vez?

Naruto negou.

— Da minha prima. A Karin fez questão de arrumar um canto pra mim. Achei legal da parte dela... E é bom que eu vou interagir mais com ela; somos dois Uzumaki... — Naruto parou, refletiu um pouco e, como uma criança, perguntou ao professor: — Kakashi-sensei, será que há mais Uzumaki vivos por aí? Imaginar que Karin e eu somos os únicos é meio perturbador.

— Por que diz isso, Naruto?

— Sabe, eu adorei ter conhecido a minha mãe quando fui aprender a dominar meus poderes Jinchuuriki. Ela era linda, muito mesmo! Sabe, eu às vezes penso que poderia ter mais, não? Queria conhecer outros; seria legal.

Kakashi riu baixa e saudosamente. Havia conhecido Kushina Uzumaki, a esposa de seu professor, Minato Namikaze, pessoalmente.

— É. Acho que tem razão.

— Sabe, alguém para a Karin e eu nos espelharmos, alguém divertido.

— Quem sabe você não dê esta sorte um dia, não é Naruto? O mundo ninja é muito grande. Até dois anos atrás, você não tinha uma prima mais velha, certo?

— É. — Naruto suspirou calmo, levantando-se. — Você tá certo, Kakashi-sensei. Bom... Eu vou indo. Amanhã de novo?

— Sim. Não se atrase, Naruto. — E fez um selo, desaparecendo em fumaça.

Naruto coçou a cabeça, sentindo um pouco de dor nas costas.

— Sério que ele disse isso?

* * *

O caminho para casa nunca pareceu tão longo. Ou talvez fosse a imaginação de Hinata lhe pregando uma peça sem graça alguma. Mas não importava, pois de um jeito ou de outro ela chegaria a casa.

Andando vagarosa, continuou seu caminho. Logo percebeu o próprio erro; deveria ter ido mais rápido. Assim, não teria de vê-lo cruzar seu caminho.

— Hinata! — Naruto, esfolado e trêmulo de tanto treinar, estava voltando para o centro da vila quando encontrou com a namorada. Chamou-a e foi até ela, pondo-se em seu caminho. — Olha só! Você já recebeu Alta! Que droga de namorado eu sou, né? Nem fui lá te ver hoje. Desculpa, tá bom? Então, como você-...

— Naruto-kun... — Enquanto ele atropelava-a com palavras, Hinata apenas sussurrava.

— Hum? O que foi? Ei, espera aí! Você está bem?

A moça sequer teve coragem de erguer o rosto ao encontro do namorado, antes, preferiu continuar cabisbaixa. Naruto tomou a liberdade de tocá-la no queixo, fazendo-a olhá-lo.

— Hinata... O que houve com você?

— Nada.

— Ah, quer parar com isso? Você não sabe mentir. Não, não sabe. Me conta o que-...

— Eu quero ir para casa. Só isso.

Olhou-a nos olhos. Havia tristeza neles, Naruto constatava apenas ao encarar aquele par de globos perolados que ele tanto adorava.

— Olha, se foi pelo que aconteceu na missão, me desculpa. Eu não consegui te proteger e-...

— Não é nada sobre a missão. Eu sei que você não teve culpa de nada. É só que... — A voz dela morreu num súbito. A moça suspirou profundamente antes de tornar a falar: — Enfim, a culpa não é sua, Naruto-kun.

— Então é o quê? Por que todo esse mistério?

— Por favor, me deixe ir embora. Eu quero ir para casa. Quero descansar.

Naruto cogitou segurá-la ali até que soubesse de mais alguma coisa. Porém o tom de voz derrotado de Hinata Hyuuga, o olhar abatido e o corpo fraco foram motivos suficientes para que ele deixasse tal pensamento de lado. Assentiu com a cabeça, dando um passo para a direita.

— Tudo bem. Vou deixar você ir.

— Obrigada.

Ela passou por Naruto sem ousar encará-lo. Deu dois passos à frente quando ouviu a voz decidida do loiro falar-lhe.

— Eu vou te visitar amanhã. Estou treinando o Shunshin no Jutsu com o Kakashi-sensei durante a manhã, mas à tarde vou te ver e-...

— Não.

Naruto arqueou a sobrancelha.

— O que disse?

— Não vá me ver. Por favor.

— Hinata, por quê? Agora você está, definitivamente, agindo estranho.

De costas para o rapaz, ela mordeu o lábio inferior. Doía estar agindo assim com ele.

— Eu não quero. Estarei ocupada.

— Não quer? — estranhou. — Tá legal, olha pra mim. Vamos conversar e-...

Antes que ele a segurasse no braço, Hinata o afastou. Não olhou para Naruto; isso só a deixaria pior.

— Qual é o seu problema? Você nunca me tratou desse jeito. Cadê a Hinata que eu conheço, cadê a minha Hinata? Olha, eu já disse que sinto muito pelo que houve no País dos Demônios, eu falhei, tá legal?, falhei com você! Mas quer pelo menos fazer o favor de olhar pra mim, Hinata?

Naruto aguardou um olhar que não veio; Hinata permaneceu de costas.

— Deixe-me ir, Naruto-kun. Estou cansada — falou baixo.

Depois de alguns minutos, Naruto constatou que seria isto a única coisa a se fazer.

— Tá bom.

— Obrigada.

Ela continuou a caminhar, sendo seguida pelos olhos de Uzumaki. Antes, porém, que Hinata virasse a esquina e desaparecesse por completo de sua visão, Naruto gritou:

— Hinata!

A moça parou de andar.

— Eu nunca vou desistir de você, está entendendo? Não importa o que esteja acontecendo, eu vou dar um jeito! Só acredite em mim, ouviu Hinata?

Ela esperou um pouco e retomou a caminhada, dobrando a esquina e sumindo definitivamente do campo de visão de Naruto. Sozinha, andava de volta para casa, ao passo que o corpo queria desabar sobre o chão. Não, queria voltar às pressas, abraçar e beijar o homem que tanto amava.

Mas não podia fazê-lo. Não mais. E o motivo? Nem mesmo ela sabia explicar.

— Perdoe-me, Naruto-kun. Perdoe-me...

* * *

Tsunade entrou no escritório e jogou sobre a cadeira, descansando. O dia tinha sido bastante cansativo e tudo o que ela mais queria naquele instante era deitar e dormir. Infelizmente, o cargo de Hokage a privava de tal desejo, portanto, queria pelo menos aproveitar o recosto.

Mas a porta se abriu com brusquidão. Tsunade, que quase tinha conseguido cochilar, viu Shizune entrar às pressas.

— Tsunade-sama! Tsunade-sama!

— O que foi, Shizune? O que houve?

A jovem parou, tomou fôlego e tornou a falar:

— O Hiashi-sama veio hoje cedo, muito cedo. Ele pediu para entregar isso a senhora, Tsunade-sama.

A assistente estendeu um pergaminho de um branco puríssimo selado com um laço arroxeado. No centro deste, o símbolo do clã Hyuuga.

— Ele disse para que, Shizune? — A Hokage desfez o laço, abrindo o documento.

— Não, senhora. Ele não me contou. Disse que era um assunto a ser tratado diretamente com a senhora.

— Entendi.

Tsunade pôs-se a ler o pergaminho. Não tardou para o conteúdo presente no documento causar reações desconfortáveis na Hokage. A cada palavra, Tsunade amassava mais o papel. Por baixo da mesa, ela batia viciosa e impacientemente o salto da sandália no piso.

Quando terminou a leitura, reduziu o documento a uma bola de papel e lançou-o longe.

— Hiashi, aquele maldito. O que ele tem na cabeça?

— Posso perguntar o que está acontecendo, Tsunade-sama? — Shizune observava desentendidamente a mestra.

A Hokage se levantou no ato, irritada com o que tinha acabado de ler.

— Depois eu lhe conto, Shizune. Tenho que falar com certo líder de clã imediatamente.


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Notas finais do capítulo

Leitores: Não... Você não ousaria... E-ele fez mesmo... Não acredito... Não, será que...? Ah, Hiashi, aquele filho da...! Sempre ele! Sempre!

Leitores NaruHinianos: Escuta aqui, seu filho da senhora-sua-mãe! Se você pensar em separar meu casal. se você pensar em afastá-los, eu juro TÁ ENTENDENDO?, EU JURO QUE VOU TE COBRIR DE PORRADA!

Leitores Anti-NaruHina: AEEEEEEEEEOOOO! UHUUUUU! CHUPA, NH! CHUPAAAAAAA!!! NARUHINA É O CACETE!!! AQUI É [introduza seu shipp aqui]!!!

Leitores Acionistas, Silvester Stalloni, etc: EU QUERO LUTA! CADÊ A PORRADARIA NO JUTSU? E OS YUUREI? EU QUERO LUTA! LUTA! NEM ME VENHA COM ESSE MIMIM DE ROMANCE AGORA!

Então, foi mais um menos esta reação de vocês? De alguns? De ninguém? Ah, eu tentei.

(respira...) Bom, vamos lá.

Apesar de saber que estou indo contra o gosto de muitos, faz-se necessário ocorrer tudo isso. Além do mais, uma história caracterizada como romance também (aliás, alguém aqui dá uma espiada no Disclaimer, nos personagens apresentados, nas categorias? Eu meio que deixei um spoiler lá. #Ficaadica) na qual o casal principa não passa por nada, é perfeito em todos os aspectos, é completamente surreal. Eu já disse, NaruHina também vai passar por seus problemas, como todo casal passa. Não, moço, não é só SasuSaku que sofre, não (aliás, eu estou cansado de ver apenas estes últimos nas garras de Kishimoto-sensei, enquanto NaruHina e outros ficam de boas). Se eu precisar separá-los, farei sem medo. É isso. Espero que compreenda.

E vamos olhar de forma mais panorâmica, Hinata está, viram vocês, mais próxima de se tornar uma Líder de clã, agora mais do que nunca. Notaram também os pensamentos do Hiashi, não? Perguntaram-se por que ele fez isso? Tipo, alguém achou que o buraco é mais embaixo? Alguém? '-'

E ainda teve o treinamento do Naruto. Foi simples? Foi, mas teve, sim, coisas algo a ser absorvido. Tomara que a conversa Hinata-Hiashi não tenha ofuscado todo o resto do capítulo. Por favor, eu dediquei um "tempinho" para prepará-lo; não olhem apenas um trecho (digo isso para qualquer obra que, porventura, vocês forem ler, não apenas fanfics, ok?)

Medo da reação de vocês...

Enfim, mudando de assunto, EU FALEI! EU FALEI QUE A SARADA ERA A FILHA DA SAKURA! HAHAHAHAHAHAHAHAHA! EU FALEI!

* * *

Mudando de assunto de novo, gente, prestem atenção! Este aviso é importante.

[Aviso]

A partir deste capítulo, eu utilizarei o recurso da "Estrelinha".

"Ó Victor, o que é isso?"

Simples! Às pessoas que comentam (cof cof...), há a possibilidade de receberem do autor de vocês uma marcação que classifica o comentário como, literalmente, o melhor do capítulo. Na página inicial do Nyah! Fanfiction, há um Ranking com os melhores leitores, ou seja, aqueles que mais receberem tal premiação. Eu, após pensar e repensar (sim, eu fiz isso), decidi aderir à causa da Estrelinha. Portanto, premiarei o melhor comentário de cada capítulo, a começar por hoje (12/07/2015). Achei justo para com aqueles que me dão tal feedback (comentam), bem como o fazem detalhadamente. Pensem comigo, eu, como autor (e, agora, Beta Reader, que devo ter senso crítico na veia) devo tratar o comentário A (uma "redação") e o comentário B (um emoticon, um pedido pra ler outra fic) como iguais? Claro que não, né? Seria injusto com quem me escreveu o comentário A.

"Ah, mas Victor, você disse que nos vê como iguais!"

Sim, eu amo todos os meus leitores, sim! Nunca, nunca pensem o contrário! Mas não confundam as coisas, também, por favor, gente.

"Victor, você está fazendo isso para nos obrigar a comentar?"

Não. Até porque comentar é opção de vocês. Eu apenas premiarei o comentário que achar melhor. Agora, convenhamos, qualquer autor gasta tempo (às vezes, usa a madrugada... (meu caso, cof, cof...)) para preparar um capítulo/história para os leitores. Dar um feedback, comentar para o seu autor, com certeza, demora menos, muito menos tempo.

"Victor, olha, isso é injusto! Só dá pra premiar um! Você vai escolher, obviamente, os leitores mais chegados!"

Vou escolher o melhor comentário. Pode ser daquele leitor que conheço faz tempo e que, hoje, tenho a liberdade para chamar de amigo(a), pode ser do que conheci recentemente, pode ser o seu, sim, de você que fez a conta hoje no Nyah! Fanfiction. Amizade não será critério para escolha. Tem algo que a minha mãe de Liga, a Noni, falou a respeito de tal recurso e eu adorei. Ela disse: "Quando eu posto uma história, sou avaliada pelos leitores. Quando eles comentam, eu os avalio como autora."

"Victor, eu vou precisar escrever um 'texto de redação' para ganhar o prêmio?"

Não. Eu vou avaliar seu comentário usando meu senso crítico. Não se preocupem, a gramática não será o primeiro critério, mas sim a semântica (o sentido). Verei, pelo comentário, se você prestou atenção em todos ou, pelo menos, na maioria dos detalhes. Você não precisa apenas elogiar (na verdade, não me abarrote de elogios achando que, desta forma, ganhará o prêmio de mim; pode não dar certo sua tática), pode criticar, sim. Apontar o que está bom e o que precisa ser melhorado (até há o recurso para fazê-lo nos comentários, né? Haha). Enfim, dê a sua opinião de forma detalhada, de forma que eu entenda perfeitamente e, provavelmente, será você o premiado.

"Olha, eu vou para de comentar. Achei tudo muito complicado. E, pra mim, você está, sim, escolhendo leitores!"

Não estou. Sério. Todavia eu, como pessoa, não quero ficar implorando comentários para ninguém (vide a lista de "Procurados da Rodada" desaparecida). Nossa amizade nada tem a ver com a premiação, e se alguém acha que nossa amizade é algo que pode ser facilmente desfeito porque não marquei o seu comentário como o melhor... É, então havia uma coisa errada há um tempinho, né?

"Victor, eu vou comentar mesmo assim. Mas como você responderá meu comentário a partir de agora?"

Normalmente. Da forma que eu já te respondia. Relaxa! Eu não vou abrir a Revisão do Word, selecionar trechos do seu comentário e dizer: "aqui deveria ser um travessão, não um hífen"; "esta parte está meio confusa". Não, eu não vou betar seu comentário, jovem! Sem medo! Vou avaliar, sim, mas não transcrever, até porque não há razão para fazê-lo, não é mesmo?

Enfim, caso você receba uma notificação do Nyah! sobre isso, foi porque você ganhou o prêmio nesta rodada.

* * *

Próximo capítulo: Golpe de Estado

Finalmente estamos chegando a uma parte que eu, particularmente, quero muito escrever. Falta pouco, eu sinto.

Acho que já disse tudo.

Até o próximo capítulo o/