O Herói do Mundo Ninja escrita por Dracule Mihawk


Capítulo 69
23 de Julho


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, gente! Como vocês estão?

Desculpem-me por não ter postado tao cedo quanto eu gostaria. Bem, esse capítulo aqui deu um trabalho extra. Eu quis testar algo novo. Para ser mais exato, estou treinando meu "ponto fraco" na escrita. Vocês entenderão isso quando lerem.

Esse capítulo (puxa, ele tem mais de 5.000 palavras, como o anterior) terá um pouco de tudo, diga-se de passagem. Teve NaruHina, teve SasuSaku (é o casal-foco do capítulo, afinal, eu estava com saudades de escrever sobre eles; NaruHina é divino, mas não é o único ship da história, certo? E me pediram para fazer isso há um tempo atrás. Dona Vanessa, se manifeste! Ficarei chateado se você sumir), teve drama, teve momento de angústia, teve, bem... eu estou testando uma coisa. Teve comédia, também (protagonizada pela Hanabi-chan, hehehe)

Também fiz uma certa e implícita comparação entre dois dos meus casais preferidos em Naruto: NaruHina e SasuSaku. Neste capítulo, eu mostrei meio que subjetivamente meu ponto de vista em relação aos dois. Vocês entenderão. Comentem, se necessário, se compartilham ou não da minha visão. Como vocês já devem estar cansados de saber, eu adoro falar com as senhores e os senhores.

E vamos ao capítulo, que está bem grandinho para o meu gosto. Boa leitura a todos o/



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Era o dia seguinte.

Vinte e três de Julho chegara, apesar de o rapaz não se importar com cerimônias daquele gênero. Seu décimo nono aniversário estava às portas, mas para Sasuke Uchiha aquele nada mais era que um dia comum.

O Uchiha estava de frente para o espelho. Trajava um Kimono azul-celeste, uma faixa roxa lhe envolvia a cintura; por cima do Kimono vestia um manto azul-cinzento com símbolos negros do clã Uchiha na altura dos ombros; trazia na cabeça uma bandana de igual cor.

— Isso deve bastar — disse, dando as costas para o espelho.

Não se apressou para descer as escadas, antes, porém, caminhou a passos demorados e tediosos. Sua noite em breve começaria.

— Hinata-sama, o Naruto-kun a aguarda no salão principal — disse Natsu Hyuuga, empregada da casa de Hiashi e acompanhante de Hanabi.

— Obrigada, Natsu-san, diga a ele que desceremos em breve. — De trás da porta do quarto, Hinata respondeu.

Hanabi estava terminando de enfeitar as tranças do cabelo com laçinhos cor-de-rosa. Hinata enlaçava a própria cintura com uma bela e larga faixa roxa. Trajava um Kimono branco, enfeitado com flores de cores roxa e lilás; o longo cabelo estava preso elegantemente pra trás; Hinata usava, para acompanhar, um leque branco e azulado.

Hanabi, por sua vez, adotara vestes mais exuberantes, como ela própria: o Kimono amarelado e curto, um pouco acima da altura dos joelhos, com detalhes de chamas avermelhadas nas extremidades; o cabelo enlaçado atrás por um laço branco, e duas tranças à frente, presas por laços cor-de-rosa.

Estavam quase prontas. Hinata se perfumava um pouco quando Hanabi perguntou:

— Hinata-neesama... — eram raríssimas as vezes em que Hanabi Hyuuga ficava receosa de perguntar algo, fato esse que incomodou um pouco Hinata — hoje você e o Naruto vão se encontrar... pretende contar a ele?

Hinata parou de se perfumar na hora. O rosto sereno dela procurava forças para responder àquela pergunta tão direta. E se desobedecesse ao pai e contasse ao namorado a novidade, como Naruto reagiria? E se não contasse? Suspirava, tentando encontrar um meio de agradar a ambos, mas ela sabia: era impossível fazê-lo. Por mais que a irmã a tivesse afagado no dia anterior, agora, quando estaria prestes a encontrar a pessoa para a qual mais detestava mentir, Naruto, Hinata se via novamente acuada. Ela queria, e muito, que ele estivesse ao lado dela, queria poder compartilhar a notícia e saber que ele a apoiaria e protegeria se necessário. Todavia, segundo a palavra do pai, Naruto jamais deveria interferir, até segunda ordem, no que acontecia no clã, e para que qualquer contratempo fosse evitado, Hinata não poderia dizer nada a Naruto remetente à nomeação dela de futura líder.

Decidida, ela respondeu:

— Não contarei. Não desobedecerei ao nosso pai. Agora vamos, vamos aproveitar a festa.

Hanabi decidiu que não seria melhor perguntar mais nada, bem como, dessa vez, a mais nova não quis se intrometer no relacionamento da irmã. Achava que Naruto e ela, como pessoas maduras, resolveriam o problema por eles mesmos.

E desceram até o salão principal da casa.

Naruto e Hiashi encaravam — de lados opostos um para o outro — um tabuleiro de Shougi. Como era de costume, Hiashi tinha a vantagem material e posicional no jogo, para o desespero de Naruto.

— Assim não dá... falta pouco para eu perder — Naruto murmurou.

— Admite a derrota, Naruto? — propôs Hiashi.

— Não. Eu não desisto, mesmo que seja um simples jogo.

Por alguma razão, Hiashi se sentiu satisfeito e incomodado ao mesmo tempo com as palavras de Naruto. Elas expressavam dois sentidos opostos, sendo um deles desagradável para o líder dos Hyuuga.

— Às vezes, admitirmos algo que não desejamos é de suma importância para um bem maior — falou enquanto movia uma peça.

— Quando o assunto é desistir, eu o dispenso, Hiashi-sama. Luto para vencer sempre. Desistir é voltar atrás, e eu não gosto de agir assim. — Naruto executou um lance.

— Decisões difíceis devem ser tomadas sempre, Naruto — doutrinou Hiashi. — Veja nosso jogo, por exemplo. Acabei de executar a estratégia “Investida de Prata”. Sacrifico uma peça para ter vantagem no jogo. Assim como no Shougi, sacrifícios se fazem necessários na vida.

— Se eu tivesse que sacrificar alguém, seria a mim mesmo. Enquanto eu viver, ninguém precisará morrer por mim. Eu não deixarei. — Naruto deixou de jogar, encarando Hiashi, sério.

— Você já deveria saber, já que pretende ser Hokage um dia: decisões desconfortáveis devem ser tomadas, principalmente pelos líderes. Como Hokage, não há ninguém mais qualificado para cuidar da vila. Se alguém tiver que ser sacrificado em prol do Hokage, deve morrer com sentimento de honra. Zelar pelo Hokage é zelar pela Folha, penso eu — confessou Hiashi. — Naruto... seus ideais são louváveis, mas um pouco infantis. Entenda quais são as prioridades.

— Hiashi-sama, o senhor acredita mesmo no que diz? — A voz de Naruto era rouca e direta.

Houve silêncio. Hiashi ainda estava a observar, frio, o rosto de Naruto. O líder dos Hyuuga teve a infelicidade de recordar da noite na qual seu irmão, Hizashi Hyuuga, pai de Neji, se oferecera para morrer no lugar do mais velho. Sentiu-se incomodado com a lembrança repentina, como se suas entranhas se revirassem inesperadamente. Porém, pelo clã, aquilo foi necessário — e Hizashi sabia disso.

— Morrer por uma causa ou por alguém é um ato nobre que você, Naruto, é incapaz de entender. Vivemos no mundo real, meu caro. No mundo Shinobi.

— Eu sei, Hiashi-sama. — Naruto, involuntariamente, sorriu. — É por isso mesmo que prefiro morrer a deixar que meus companheiros façam isso por mim. Zelar pelo Hokage não é zelar pela Folha; zelar pelas pessoas que aqui vivem é.

— Alguns sacrifícios são inevitáveis, entenda isso — ponderou Hiashi.

— Eu também sei, e é por isso que quero ser o sacrificado. Não quero ser aquele que sobrevive, mas o que faz os outros sobreviverem. Esse será meu jeito de ser Hokage.

Hiashi abaixou a cabeça, desviando o olhar de Naruto para o tabuleiro. Era a vez de o outro jogar.

— Você é uma pessoa nobre, Naruto. Gosto de você — murmurou Hiashi, e suspirou.

— Hã? Eu não entendi o que disse, Hiashi-sama. — Naruto se encurvou, tentando ouvir melhor a baixa voz do Hyuuga.

Mas Hiashi ergueu a cabeça mais uma vez. Com a mão direita derrubou o próprio Rei, para o espanto de Naruto.

— Mas o que...

— Perdi a vontade de jogar. Você venceu, Naruto.

E se virou para o lado, deixando um rapaz perplexo a observá-lo.

Desciam pelas escadas. Os olhos já focando o salão principal onde o pai estava sentado. À medida que Hinata descia, seu campo de visão se estendia. À direita estava Hiashi, com a feição inexpressiva; um tabuleiro de Shougi desarrumado ocupava a mesa de centro.

E ele estava logo ao lado, à esquerda.

A boca de Naruto se abriu num largo e escancarado sorriso no exato instante em que os olhos dele encontraram Hinata Hyuuga. Ela sentia como se aquele fosse o primeiro encontro dos dois, apesar deles apenas estarem indo a uma festa de aniversário. O coração dela palpitava, dançava dentro do peito. Hinata sentia a respiração falhar, talvez porque aquele rosto bonito, aqueles olhos azuis a constrangiam. Não contarei a ele, ela dissera outrora. Como poderia ser tão covarde ao ponto de omitir a Naruto um acontecimento importante da vida dela? O pai ordenara, ela deveria obedecer — Hinata sabia, mas aqueles olhos, aqueles cabelos, aquele sorriso tão belo... Desde tanto tempo Hinata não sentira angústia ao ver o namorado.

— Hinata! — Naruto avançou e a tomou nos braços, como se ela fosse um bebê. — Você está maravilhosa!

Ela não sabia o que dizer naquele momento — não pelo elogio, mas pela forma como Naruto a tratava. Ele não merecia ser ludibriado do jeito que Hiashi queria, não merecia mesmo.

— Eu... V-Você também, meu amor... — ela sussurrou.

Naruto vestia um elegante Kimono cinzento, com detalhes ondulados de cor vermelha na extremidade inferior; a cintura estava envolta por uma faixa alaranjada; uma bandana preta enfeitava-lhe a cabeça.

O rapaz tomou as mãos dela, olhando-a desconfiado.

— Aconteceu alguma coisa, Hinata? — perguntou.

Hanabi pigarreou.

— Naruto, você já me viu hoje? — disse incomodada.

Por um instante Naruto desviou o olhar de Hinata, que agradeceu à irmã em pensamentos. Hanabi fazia uma careta enquanto olhava, com os braços cruzados e divertidos, o cunhado.

— Foi mal, Hanabi-chan — rindo, Naruto coçava a cabeça e se desculpava.

— Hunf! Não me ignore de novo, senão te mato, futuro Bakage! — ela rindo, mostrou a língua para Naruto, que riu também.

Hiashi se levantou do assento, fazendo toda a descontração cessar no ato. O olhar cor de pérola vagava em cada um até, finalmente, parar em Naruto.

— Deixo minhas duas filhas sob sua responsabilidade, Naruto. Leve-as e as traga em segurança — ordenou.

— Sim, senhor! — Naruto estava descontraído; bateu continência para o sogro, que permaneceu inflexível.

— Tenham uma boa noite. Divirtam-se — disse, por fim.

Hanabi foi a primeira a sair. Enquanto atravessava a porta, deixou escapar um “Pai, você é tão sem graça, às vezes” baixo demais para ser ouvido. Naruto deu alguns passos em direção à porta; queria que os três — Hanabi, Hinata e ele — andassem juntos.

Antes de sair, os olhos de Hinata encontraram os do pai. Em uma fração de segundo ela foi capaz de entender a expressão severa que ele sustentava para ela.

“Não conte nada a ele”, ela percebera.

— Ei, Hinata — chamou Naruto, virando-se para ela e dando-lhe o braço. — É melhor irmos antes que a sua irmã chegue primeiro.

Hinata sorriu singelamente e, enlaçando o braço com o de Naruto, deixou a casa.

Seria uma noite longa, ela sabia.

A cantoria era algo que, definitivamente, Sasuke detestava. Lá estava ele, ali, parado, querendo se desvencilhar do abraço que Naruto lhe dava no ombro. Sakura também o segurava pelo outro lado, emparedando-o para que assim eles pudessem posar para uma bela foto em time. Diante deles, uma enorme mesa redonda, decorada com os mais variados doces e salgados — cortesia dos Akimichi, o clã de Chouji.

As palmas estavam cada vez mais altas. As vozes também. A música de “Feliz aniversário” o deixava enjoado; aquilo não combinava nem um pouco com ele, e pior: Sasuke podia ver no meio dos convidados pessoas dando risadinhas, provavelmente sobre ele — como Konohamaru Sarutobi, Hanabi Hyuuga; era constrangedor. Virou para o lado e flagrou Naruto rindo também. Percebendo que fora pego, Naruto disfarçou mediocremente a feição, como se nunca estivesse dando risadas do melhor amigo.

— Eu ainda te mato... — Sasuke murmurou para Naruto.

“... Nessa data querida. Muitas felicidades...”, cantavam.

— O quê? — Naruto gritou ao lado no ouvido de Sasuke. — Eu não tô te ouvindo! A música não deixa!

Mas Sasuke percebera que Naruto havia compreendido perfeitamente e agia para irritá-lo.

Quando os cantos cessaram e todos aplaudiram o aniversariante, Naruto fez questão de erguer o braço direito de Sasuke, para mais desgosto do Uchiha — afinal, aquilo tudo era mesmo necessário?

— Naruto, eu juro que um dia eu te mato — sussurrou ameaçadoramente mais uma vez.

Mas Naruto só ria. No fim, Sasuke revirou os olhos e suspirou, sorrindo quase imperceptivelmente.

— Sakura! — Ino se aproximou da melhor amiga e, puxando-a pelo braço, afastou-a dos demais. — Eu não acredito que você e o Naruto fizeram tudo isso. Ficou perfeito!

— Você achou? E eu nem ornamentei o extremo esquerdo... mas ainda acho que ficou bom, não é?

— Se ficou! O Sai adoraria estar aqui também, mas... você sabe. — Ino encolheu os ombros, um pouco frustrada.

Sai aceitara há dois anos se incorporar a ANBU. De lá para cá, estivera mais ocupado do que nunca. Eram raras as vezes nas quais ele estava de folga. Naquele mesmo dia, o aniversário de Sasuke, sua capitã de divisão, Yugao Uzuki, não o privara dos deveres.

— Ele caiu na Primeira Divisão... — queixou-se Ino. — A da Yugao-san.

— Se a Tsunade-sama o pôs como subordinado da Yugao-san, significa que acredita nas capacidades do Sai. — Sakura segurou no ombro de Ino, observando-a com afeto. — Não é qualquer um que consegue ingressar na Primeira Divisão da ANBU.

— Eu só queria que ele relaxasse um pouco. Ele precisa.

— Como qualquer pessoa, mas, Ino, foi escolha dele, não?

— Uma que discordo até hoje — confessou com um suspiro logo em seguida.

— Ora, vamos! Dê um apoio a ele... — Sakura chegou perto do rosto de Ino, pôs a mão para esconder a própria boca, para que ninguém mais ouvisse. — Sabe como são os homens. Precisam de nós para quase tudo. — Riu.

— De certa forma. — E Ino riu também.

— Agora vem, vamos voltar pra mesa. Se o Naruto e o Chouji não tiverem devorado o bolo todo, a gente pode saborear um pouco.

Ele esfregava os olhos todas as vezes que ela passava. Segundo seu mestre, deveria ser forte e resistir à tentação. O problema era que para a mente de Konohamaru, ignorar Hanabi era uma tarefa difícil e dolorosa.

— Você está suando, Konohamaru. — Udon, um de seus colegas de time, disse ao lado do garoto.

— N-Não estou, Udon... Por que estaria?

— Talvez pelo nervosismo. A Final é amanhã, não é? Deve estar ansioso para...

— Não seja estúpido, Udon! — Moegi, a garota do time, revirava os olhos, incrédula. — É óbvio que o motivo não é esse.

— Não? — Udon franziu a testa. — Então o que é?

— Pergunte ao Konohamaru. Ele sabe. — Moegi deu ao companheiro uma piscadela divertida.

— ÉÉÉ... — começou Konohamaru.

— Ei, olhe, ela está vindo! — interrompeu Moegi para avisar aos dois que outra pessoa se aproximava.

Hanabi não demorou a estar frente a frente com seu futuro rival no Exame. Ela sorria amistosamente para ele, saudando-o:

— E aí, Sarutobi? Como vai? Pronto para amanhã? — ela perguntou.

Mas Konohamaru nada disse. Instruído por Naruto — e com pesar no coração —, ele desviou o olhar dela arrogantemente, fato que Hanabi notara.

— Desculpe-me, mas não posso falar com você, oponente — disse pomposamente.

— O quê? Desde quando você fala assim, Sarutobi? — Hanabi arqueou a sobrancelha.

— Desde sempre. Não havia percebido, eu creio.

— Essa voz não combina com você, é sério. Se estiver fazendo isso para me impressionar, desista! Não está surtindo o efeito desejado. — Hanabi riu.

— Oponente, está sendo muito arrogante, não? Por que eu iria tentar impressioná-la hoje se posso fazer isso amanhã, como deve ser?

— Arrogante, eu? Olha só quem fala! Sarutobi, definitivamente eu não estou te entendendo.

— É claro que não. Como poderia? — Konohamaru atacara mais uma vez. Moegi e Udon se olhavam, surpresos. Hanabi suspirou.

— Está tentando bancar o bonzão pra cima de mim, Sarutobi? É sério? Depois de todas as vezes, logo hoje você vem se mostrar dessa forma estúpida.

— Desculpe, oponente, mas discutir é perda de tempo. — E para a surpresa dela, Konohamaru lhe deu as costas. — Vamos! Udon, Moegi?

— C-Claro! — Udon se apressou. — Boa noite, Hanabi-san.

— Boa noite, Hanabi... — cumprimentou Moegi. — E boa luta amanhã.

— Você vai me dar as costas, Sarutobi? Isso é falta de educação, sabia? Estamos conversando — protestou Hanabi. Os olhos já semicerrados e ameaçadores.

— Boa luta amanhã... oponente — disse, por fim.

E deixou uma Hyuuga muito desgostosa para trás. Hanabi sibilava consigo mesma, observando as costas de Konohamaru se distanciarem dela:

— Ele vai me pagar. Ah, vai sim. “Oponente”, tsc! Só me faltava essa.

O céu noturno estava nebuloso, sem qualquer estrela; a lua brilhava esplendorosa e isolada sobre o manto negro e com nuvens. Ela se sentia como o céu naquele instante. Alguns convidados já se despediam, ela pudera ver ao longe. Ali, afastada da festa, debruçada sobre um murinho bem-feito e ornamentado com samambaias, Hinata estava a contemplar a noite fria.

— Ah, aí está você! — Ela ouviu uma voz conhecida detrás. — Esteve aqui sozinha esse tempo todo? — Naruto enlaçava o corpo da namorada por trás, repousando a própria cabeça sobre o ombro esquerdo dela.

Ele aguardou uma resposta que não veio. Hinata nem sequer o olhava, antes, porém, mantinha os olhos fixados no céu.

— Hinata? — O timbre de voz dele aumentou, revelando clara preocupação. — Hinata, você está bem? Aconteceu alguma coisa?

Ela sorriu de forma triste e pôs a mão sobre a dele. Naruto sentia a pele trêmula e fria da garota causar-lhe um choque.

— Não é nada. Estou bem. — mentiu.

Ela não conseguia entender a si mesma. Quando conversara com a irmã, fora capaz de sorrir outra vez. Mas agora, a sós com Naruto, sentia-se incapaz de repetir o feito, como se confessar tudo a ele a ferisse mortalmente, e, talvez, fosse assim. Contar a Naruto sobre sua nomeação significaria trair a confiança do pai, sua família.

— Hinata... — Naruto se postou ao lado dela, tocando-lhe no queixo e obrigando-a a encará-lo. — Você sempre foi uma péssima mentirosa.

— Eu... eu não estou me sentindo muito bem. É isso.

— O que você tem? Quer que eu chame a Sakura-chan para te ver. Ela pode...

Hinata o interrompeu, beijando-o. Os lábios dela tocaram os dele com leveza, com insegurança. Ela não prolongou o beijo, e separou-se poucos segundos depois.

— Fica aqui comigo... — ela pediu. — Por favor. Só fique ao meu lado.

Naruto estava confuso, mas não se sentia à vontade para pressionar Hinata. Acatou sem ponderar ao pedido dela, puxando-a para um abraço seguro. Hinata afundou o rosto no peito de Naruto, desejando nunca ter que deixar aquele abraço, desejando permanecer ali, sem precisar se preocupar com mais nada. Naruto e ela, nada nem ninguém mais.

As mãos dela acariciavam vagamente o peito do rapaz. Hinata levantou a cabeça e viu um Naruto observá-la com olhos acalentadores.

— Não sei o que tá acontecendo, não sei o que deixou você assim, mas saiba de uma coisa: eu estou aqui. Eu sempre estarei aqui com você, ao seu lado, Hinata — ele confessou determinado.

Hinata sentiu o rosto arder e corar. Ao término das palavras dele, Hinata tentou formar um sorriso — era o mínimo que ela podia dar a ele.

— Eu te amo — ela sussurrou para ele, aproximando os lábios para beijá-lo mais uma vez.

Longe da vista de todos, testemunhados apenas pela noite de luar, beijavam-se apaixonadamente.

A festa havia terminado e todos já tinham ido embora — exceto Sakura, que ficara para ajudar Sasuke a guardar algumas coisas e ajeitar a casa.

— E o Naruto? — A voz de Sasuke perguntava distante.

— Foi levar a Hinata e a Hanabi-chan para casa. Segundo o Naruto, a Hinata não estava se sentindo bem — respondeu Sakura.

— Entendo.

Continuaram a arrumação. Ligeiros, não tiveram dificuldades para concluir o trabalho. Agora, sentados no sofá, conversavam. Sakura estava com a cabeça sobre o colo de Sasuke. O Uchiha a observava enquanto ela falava.

— A Hinata estava estranha hoje, quer dizer, ela não parecia estar com problemas de saúde nem nada do gênero — argumentou. — Estou preocupada com ela.

— Você se preocupa demais. Ela é forte.

— Não sei, não. Tinha algo estranho com ela. Quando conversamos, ela parecia estar desnorteada. Hinata não é assim!

— Deixe. Se for um problema psicológico ou similar, o tempo dirá.

— Desde quando você fala essas coisas, Sasuke-kun? — Sakura riu.

Mas Sasuke deu de ombros. Sakura achou a reação dele engraçada. Era incrível os esforços dele para parecer sério a todo instante.

— Enfim, dezenove anos — ela falou, acariciando o rosto dele.

— É. Passou mais rápido do que eu gostaria.

— Geralmente é assim mesmo. — Sakura sorriu divertidamente. — Minha mãe sempre dizia que quando eu chegasse à idade adulta, sentiria falta da minha infância. Ela tinha razão, a senhora Mebuki Haruno, afinal.

— É bom ter uma família — Sasuke falou serenamente. Sakura arregalou os olhos e, encarando-o, acrescentou:

— Me desculpa, eu não quis... Eu juro que...

— Tudo bem. Eu sei que você não teve intenção alguma, Sakura.

Houve um prolongado silêncio. Sakura, ainda deitada sobre Sasuke, alisava-lhe a perna com as pontas dos dedos. O rosto dele estava calmo.

— Irei alugar algumas casas do distrito. Estou cansado de ser o único habitante do domínio dos Uchiha — ele disse, por fim.

— Isso é ótimo! — surpresa, ela falou. — Eu fico feliz em ouvir isso. Ninguém deve ficar sozinho.

— Nós estamos agora, não é mesmo? — falou num tom que Sakura interpretou como irônico. Ela inclinou a cabeça, arqueando a sobrancelha.

— Não foi isso o que eu quis dizer.

— Eu sei.

E abaixou a cabeça para beijar a garota. Sakura envolveu o pescoço dele com as mãos, puxando-o para si e aprofundando o beijo, que se intensificou, tornando-se urgente, quase desesperado, sedento. A respiração dela falhava, os pensamentos viajavam em um turbilhão à proporção que as mãos dele passeavam pelo seu corpo. Sasuke, por sua vez, sentia-se extasiado. A presença dela era embriagante — enlouquecia-o. Ele a beijava no pescoço, como se pudesse devorá-la e, talvez, desejasse fazê-lo. Sakura falava por intermédio de sussurros abafados, chamando pelo nome dele.

O Kimono dele estava semiaberto. As mãos de Sakura exploravam as costas enormes de Sasuke enquanto beijava-o. Ele a envolvia com os braços, premindo-a contra o próprio corpo. Deitado sobre ela, Sasuke aos poucos a despia do Kimono avermelhado.

Amaram-se.

* * *

Sakura acordou exausta. A visão dela estava bastante embaçada, o corpo um pouco dolorido. Ela se esgueirou para frente, percebendo que despertara sobre uma cama. Corou de imediato. Nua, ela se cobriu com os lençóis.

E, enfim, percebeu que alguém ao lado dela observava-a com curiosidade.

— Bom dia — disse Sasuke. O cotovelo esquerdo apoiado sobre o colchão, o sorriso simples, mas encantador.

— Oi, bom dia — Sakura falou, sorrindo.

— Você dormiu bem? — perguntou ele, pegando a mão dela e a fitando sem sequer piscar.

— Sim, eu dormi... e você?

— Preferi as horas em que fiquei acordado. — Sakura tremeu um pouco e virou o rosto. Sasuke sorriu um pouco mais abertamente e a beijou no rosto.

— Você vai à Final do Exame Chunnin hoje? — ela perguntou. Sasuke revirou os olhos, suspirou e deitou novamente, entediado.

— Apesar de não estar interessado, terei de ir. O Naruto me obrigou a apostar a luta com ele, além de me fazer jurar que compareceria para ver o “Resultado do treinamento extremo e mortal com Naruto-sensei”. — A voz de Sasuke era arrastada e tediosa. Sakura achou graça da careta desgostosa dele.

— É sério? O Naruto pôs esse nome? Isso parece mais obra do Gai-sensei! — acrescentou — Ou do Lee-san.

— E você? Vai?

Sakura parou de rir. De repente, o rosto dela se tornou preocupado.

— Vou sim. Quero conversar com a Hinata. Saber o que aconteceu.

— Eu já disse, Sakura, é melhor deixar pra lá.

— Ela é minha amiga, Sasuke-kun. Eu quero conversar com ela, sim — Sakura falou decidida.

— Vocês, mulheres, se preocupam à toa. Ela só não estava se sentindo bem ontem.

— Ela estava estranha desde anteontem, quando fomos ao encontro com as garotas. Estava distante, sabe. — Sakura pôs a mão à cabeça e estreitou os olhos, pensando. — Parecia preocupada com algo.

— Ela é uma Hyuuga da Souke. É normal que esteja atarefada.

— E que tipo de tarefa deixaria uma pessoa cabisbaixa? — Sakura perguntou diretamente, alterando um pouco a voz.

— Uma que a pessoa não quisesse fazer — Sasuke respondeu como se a pergunta fosse óbvia. — E Hinata é a herdeira dos Hyuuga, lembra? É normal que esteja se sentindo pressionada, já que é uma jovem adulta agora. A qualquer momento pode assumir o clã. Talvez seja isso o motivo da preocupação.

— Uma vez eu conversei com ela a respeito da nomeação, Sasuke-kun — Sakura negou com a cabeça. — Ela me disse que estava ansiosa, mas feliz por ter o reconhecimento do pai. Ela também me disse que já tinha planos para o futuro, tanto dela quanto o do Naruto, para quando assumisse. Não... tem algo a mais nessa história. Algo que ela está segurando dentro dela.

Sasuke suspirou e fechou os olhos. De fato Sakura poderia ter motivos para se mostrar preocupada com a amiga, e ele já ouvira falar na reputação fria dos Hyuuga — um clã sombrio que, definitivamente, não combinava com a natureza radiante de Hinata. Naruto também lhe revelara que, quando criança, Hinata fora rejeitada pelo pai. Sasuke, apesar de não ter muita intimidade, via Hinata com bons olhos.

— Tudo bem. Você deve ter suas razões — ele falou, por fim. Não queria admitir que poderia estar errado, um comportamento que Sakura se acostumara e até achava graça.

Ele se levantou da cama. Sakura ficou admirando-o por longos minutos, mas desviou o olhar rapidamente assim que Sasuke se virou. Era até cômico que, após diversas vezes juntos, ela ainda sentia certa timidez.

— Seus pais voltam quando das férias no País da Lua? — ele perguntou, envolvendo-se em uma toalha.

— Em duas semanas, eu acho. Nas correspondências que me mandaram, eles se mostraram fascinados com a casa de praia que o “genro” emprestou. Mamãe me escreveu dizendo que adorou ter ido pra lá.

— E o seu pai?

— Também, apesar de querer voltar logo pra vila. No fim, ele tem um apego pela filhinha, eu — ela falou por meio de risos. — Bem, é melhor eu passar em casa antes de irmos ver a luta. Não quero chegar ao estádio usando um Kimono vestido, sabe. E o Naruto e os outros iriam desconfiar.

— Concordo. Aquele idiota iria encher o meu saco o dia inteiro. — Sasuke revirou os olhos, imaginando os mais variados tipos de provocações que Naruto poderia fazer. — Mas antes de ir, vamos tomar café — acrescentou.

— É. Eu cozinho, está...

— Não. Eu cozinho, Sakura. Tenho mais talento na cozinha do que você. — Sakura pareceu ofendida e virou o rosto, contrariada.

— Homens...

* * *

Hanabi devorava o café da manhã — cereal com banana e leite — com ferocidade. A colher batia na tigela e produzia um agudo ruído. Os olhos dela eram vorazes. Hiashi, que lia na mesa, desviou o olhar do pergaminho que tinha em mãos para a filha mais nova. Hinata, que também comia, parou para prestar atenção no comportamento estranho da irmã.

— Eu vou matá-lo, aquele metido ridículo. Ah, eu vou — Hanabi murmurava.

— Você ainda está pensando no Konohamaru-kun, Hanabi-neesan? — Hinata conseguiu, por fim, rir da cena, compreendendo a razão da inquietação da irmã.

— Eu estava sendo legal com ele, Nee-sama, juro, mas o babaca, ah, desculpe, pai — Hanabi se interrompeu, pois Hiashi olhara feio para ela —, o garoto me ignorou como se eu não estivesse ali! Foi muito arrogante da parte dele!

— Você está preocupada demais com o que o Konohamaru-kun diz e faz, Hanabi-neesan — comentou Hinata.

Hanabi largou a colher na hora e encarou a irmã, estreitando os olhos, como se procurasse subjetividade naquelas palavras.

— Não é o que você está pensando, Hinata-neesama. Eu e o Sarutobi? Já conversamos sobre isso! — ela resmungou e voltou a comer.

— Mas eu não disse nada. — Hinata achou graça na careta raivosa e um pouco envergonhada, inclusive, de Hanabi.

— Pai, o senhor me verá lutar? — Hanabi mudou de assunto.

Ouve um longo suspiro detrás do rolo de pergaminho. Hiashi ergueu os olhos e disse:

— Não. Estarei ocupado.

— Ah — Hanabi abaixou a cabeça, desapontada. — Tudo bem.

Hinata sentia pena da irmã. Ela sabia que o pai era como um herói para Hanabi, e esta fazia de tudo para impressioná-lo. Não ter a companhia paterna durante a luta era desmotivador demais para a caçula.

— Você vai se sair bem, Hanabi-neesan. Eu estarei torcendo por você. — Hinata sorria para a irmã, tentando animá-la. — Depois da luta, nós podemos ir à lanchonete de Dangos. O que me diz?

— É sério? — Hanabi levantou a cabeça na hora, interessadíssima. Hinata, sorrindo, confirmou. — Ah, não existe ninguém melhor que a minha Nee-sama! — Hanabi comemorou.

— O Naruto-kun vai com a gente, tem problema pra você?

— Claro que não! Vou obrigá-lo a pagar a conta... e me treinar também! Não acredito que ele não fez isso até hoje!

E Hanabi voltou a comer. Agora bem mais calma e satisfeita do que antes.

Naruto, acompanhado de Konohamaru, foi até o clã Hyuuga para buscar Hinata e Hanabi para o estádio onde a Final do Exame Chunnin seria realizada. Enquanto se dirigiam ao local do combate, Naruto perguntara à namorada se ela estava melhor. Hinata sorriu e disse que sim, que depois de tudo se sentia mais animada. Os dois passaram o trajeto inteiro, de mãos dadas, conversando, diferente de Konohamaru e Hanabi, que mal se encaravam. Hanabi até tentou puxar assunto, mas o garoto nem lhe deu atenção. No fim, Hanabi deu de ombros.

— Lute bem, Sarutobi. Lute bem — e não disse mais nada.

A arena, a mesma na qual Naruto se tornara Jounin dois anos atrás, estava quase tão lotada quanto Naruto conseguia se lembrar. As pessoas se dirigiam afoitas às arquibancadas. Meninas gritaram de emoção quando viram Naruto, que suspirou entediado. Hinata, involuntariamente, abraçou e se achegou mais ao braço do namorado, inclinando a cabeça sobre o ombro dele, para a insatisfação das muitas que suspiravam por Naruto Uzumaki, o herói da Folha e do mundo ninja.

— Bando de oferecidas — Hanabi resmungou, enojada.

— Um dia ainda terei um fã-clube — Konohamaru comentou, e Hanabi o olhou com desprezo.

— Nunca pensei que ter um fosse tão chato — Naruto suspirou de alívio ao ver as garotas sumirem do seu campo de visão à medida que entravam no estádio. — O Sasuke tinha razão.

Andaram mais alguns metros. Kurenai Yuuhi surgiu, inesperadamente, no caminho deles. Naruto abriu um largo sorriso. Hinata também.

— Bom dia, Kurenai-sensei! — disseram quase ao mesmo tempo.

— Bom dia. Hanabi, vamos. Vou acompanhá-la até onde você deve entrar na arena. Como sua professora, é o meu dever.

— Sim, Kurenai-sensei — Hanabi falou serena.

— Hanabi-neesan! — Hinata chamou. — Boa sorte!

— Boa sorte, Hanabi-chan! — Naruto também cumprimentou, acenando positivamente e com um sorriso que Hanabi adorava, pois fazia o cunhado ter uma cara engraçada.

— Obrigada, Nee-sama e Naruto.

E Hanabi acompanhou Kurenai sem sequer olhar para Konohamaru, que após a saída da Hyuuga, suspirou penosamente.

— Naruto-kun, eu vou para as arquibancadas, está bem? Nos vemos depois.

Naruto percebera a deixa da namorada e se virou para o garoto, pondo a mão sobre o ombro dele.

— Chegou a hora, Konohamaru.

— É.

— O que foi?

— O Ebisu-sensei ainda está em missão, e eu estou prestes a lutar contra a Hanabi-chan e...

— Está confiante?

— O quê?

— Perguntei se está confiante.

— Estou, claro. É só que... Naruto-niichan, acho que ela está irritada comigo. A Hanabi-chan, sabe.

Naruto o animou com um sorriso e sacudiu a cabeça em negação.

— A Hanabi-chan te adora, Konohamaru, mas só não tem coragem de admitir.

— Como sabe?

— Já te falei. As garotas são complicadas, difíceis de entender. O importante é se concentrar na luta. A Hanabi-chan fará o mesmo.

— Naruto-niichan... — o garoto falou receoso — você poderia me acompanhar até a minha entrada. Como a Kurenai-sensei fez com a Hanabi-chan, sabe.

Naruto pareceu feliz por ouvir aquele pedido e colocou a mão sobre a cabeça de Konohamaru.

— Pode deixar. Eu vou com você.

— Hinata, como você está? — Sakura perguntou à amiga. — Ontem você não parecia bem. Fiquei preocupada.

— Obrigada, Sakura-san, mas já estou melhor, juro.

— Tem certeza? Olhe, se for alguma coisa com o seu clã, quero que saiba que estarei ao seu lado pra tudo.

— Você é minha melhor amiga, Sakura-san, fico feliz em saber disso. Mas não se preocupe comigo, eu só não estava me sentindo bem ontem mesmo.

As duas ainda conversavam. Perto dali, Sasuke vinha com um pacote de pipocas e copos refrigerantes a pedido de Sakura. O rapaz estava quase se sentando quando uma mão o tocou no ombro.

— Pronto pra ver um espetáculo, maldito? — Era Naruto. Acabara de voltar do encontro com Konohamaru.

— Hum. Você está contando vitória antes da hora, idiota.

— Onde comprou as pipocas? — mudou de assunto.

— Não se preocupe. Comprei o bastante para nós quatro. — E com a cabeça, indicou os assentos onde Sakura e Hinata conversavam. — Sabia que sentaríamos todos juntos mesmo.

— E o Sai? Ele não vem? — perguntou Naruto.

— Ele está aqui. Em algum lugar, mas está. — Sasuke deu de ombros.

— Não foi isso o que eu quis dizer.

— Ele é um ANBU agora. Será difícil vê-lo fora do expediente.

— È, mas seria legal que o time todo estivesse junto.

Os outros chegaram um pouco depois. Naruto, Kiba e Lee discutiam animadamente a respeito do combate a seguir. Tenten, que estava ao lado de Lee, sentia-se uma intrusa no meio da conversa dos meninos; era a única que estava longe das companheiras. Perto de Sakura e Hinata estava Ino, as três pareciam bem mais confortáveis, sem terem que ouvir ladainhas sobre lutas contra a própria vontade.

— Afinal, vocês só sabem falar disso? — ela reclamou olhando para Lee.

— Tenten, isso se chama Juven...

— Nem vem com essa desculpa esfarrapada, Lee! — ela repreendeu o namorado. — Isso não tem nada a ver!

— Vejam! — Chouji chamou a atenção do grupo, enquanto comia um saco de batatas assadas. — Já vai começar.

Gemma Shiranui era o árbitro da partida. Ele apareceu no meio do estádio, mascando o típico palito de madeira, com feição de tédio. Fez-se silêncio imediato com a presença dele.

— Candidatos, aproximem-se, por favor.

E, novamente, a multidão gritou eufórica quando os dois combatentes ingressaram à arena. Konohamaru, considerando um segundo Naruto, acenava alegremente. Por sua vez, Hanabi entrou séria, os olhos perolados fixados no oponente.

— A Final do Exame Chunnin começa agora. Combatentes: Konohamaru Sarutobi e Hanabi Hyuuga — Gemma anunciou com voz trovejante. — Vocês dois — ele os chamou — já sabem as regras. Lutem à vontade, mas se eu perceber que um dos dois não pode mais continuar, eu interromperei o duelo. A vitória não significa o título de Chunnin. Os dois podem ser promovidos ou não, a Hokage-sama decidirá isso, dando-lhes o resultado em poucas semanas.

— Eu sei — dizia Hanabi ainda encarando Konohamaru. — Podemos começar logo?

Gemma suspirou e, falando com os dois, perguntou:

— Objeções?

— Nenhuma! Eu tô pronto! — Konohamaru socou os punhos.

— Eu mal posso esperar pra ver — Hanabi falou em certo tom de sarcasmo.

Gemma ergueu o braço lentamente para o ar, baixando-o logo em seguida.

— Comecem! — ordenou em alta voz.

Konohamaru juntos as mãos, formando o selo do Tigre.

— Aqui vou eu, oponente! — ele falou por meio de um sorriso desafiador.

Hanabi não retribuiu o sorriso. As veias ao redor dos olhos dela se dilataram de forma assustadora. Ela assumiu graciosamente postura de combate.

— Cai dentro, Sarutobi. Vou te esmagar, você e essa sua arrogância ridícula.


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Notas finais do capítulo

Eu sempre imaginei essa luta, é sério. Posso perguntar: para quem vocês estão torcendo? Hanabi ou Konohamaru? Comentem aí, quem merece ganhar? Quem tem o favoritismo de vocês?

Perceberam o que eu quis dizer sobre a comparação implícita entre NaruHina e SasuSaku? Tipo, eu vejo NH um casal inocente, mais voltado para o romantismo clássico. SasuSaku, por sua vez, é mais "maduro", mais voltado para a sensualidade (podem me achar estranho por pensar assim, mas é a minha opinião, moços e moças), entendem?

"Ué, Victor, mas Naruto e Hinata tiveram dois filhos, enquanto o Sasuke e a Sakura só tiveram um."

Jovens, por favor, número de filhos não tem nada a ver com número de vezes que um casal brincou de médico, por favor, né? Ter relações sexuais não significa engravidar de imediato; existem formas de evitar filhos e todos, creio eu, sabemos disso.

* * *

Bem, eis o título do que vem a seguir:

Próximo capítulo: Konohamaru Sarutobi vs. Hanabi Hyuuga

E, antes que me perguntem, eu não me esqueci dos Yuurei. Como poderia?

É isso. Espero que tenham gostado. Caso não tenham, estou aberto a sugestões.

Até o próximo capítulo, pessoal o/