O Herói do Mundo Ninja escrita por Dracule Mihawk


Capítulo 64
Omake: A Dama que personifica a morte - parte 1


Notas iniciais do capítulo

AVISOS "SINE QUA NON" (do Latim, "Sem o qual não pode ser", "fundamental") NAS NOTAS INICIAIS:

Antes que qualquer coisa seja dita, desejo um Feliz Natal para todos! Que neste dia tão especial, no qual o mundo, em grande parte, comemora o nascimento de Cristo, possamos nos lembrar de que mais que festas, ceias, presentes temos a alegria de estarmos com aqueles que amamos. E mais do que isso, a humanidade inteira recebeu o excelente presente, que consiste no amor divino, encarnado em forma de homem: Jesus, o Cristo.

Não estou aqui divulgando religião nem nada do gênero, mas, se me permitirem, quero deixar um dos 31.173 versículos da Bíblia para vós. :3

"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai." (João 1.14)

Feliz Natal, gente!

Ah, eu preparei um vídeo (com muita relutância, já que sou, teoricamente, uma pessoa tímida) no qual eu apareço (sim, eu resolvi mostrar a cara) para lhes desejar Feliz Natal e falar um pouco sobre o que está por vir na história (coisas superficiais). Perdoem-me pela droga de qualidade de imagem/áudio, eu usei um celular para gravar.

https://www.youtube.com/watch?v=J8sWURu_QYE&feature=youtu.be

PS: no finalzinho, quando eu estou "pensando" no que vou falar e começo a sussurrar, estou cantando em alemão (Hino do Bayern). O áudio não colaborou comigo; estou lhes avisando para que não tentem fazer leitura labial.

* * *

Considerações adicionais.

a. Pausa.

Sim, pessoas, estou planejando fazer uma pausa de fim de ano. Este será o último capítulo de 2014. E, como pretendo viajar para Minas Gerais em Janeiro, talvez nos vejamos novamente só na primeira semana de fevereiro. Claro, há a possibilidade (e ela é beeem considerável aqui em casa) de que eu fique em casa e não viaje. Caso isso ocorra, eu postarei o segundo capítulo do Omake no dia 14/01/15 (quarta-feira). Lembrando que isso só acontecerá caso eu não viaje. Responderei aos reviews normalmente, às mensagens privadas também; só não postarei capítulos neste intervalo de tempo, ok?

b. Demora na postagem.

Como já foi dito no vídeo, eu não postei mais cedo graças a um monte de coisas que me sobre vieram, dentre as quais destaco minha candidatura à Beta Reader. Pois é, pessoal, o Victor aqui resolveu fazer o teste para entrar na Liga dos Betas do Nyah! e vejam: eu (descoberta recente) fui aprovado nos dois primeiros testes e, além disso, sobrevivi ao processo de Indução...

MENÇÃO HONROSA PARA MINHA MAMÃE NA LIGA, NONI

"Mamãe que me fez trabalhar pacas, ficou me zoando pra caramba nos últimos dias, foi indiretamente responsável por me fazer perder horas dos meus dias betando histórias-testes, ficou me jogando terror durante todo o Apadrinhamento, enfim. Quero que saiba, senhora mamãe, que eu te amo! Você é, de longe, a melhor beta que conheci, a mais legal, a mais brincalhona, a maior usuária do emoticon "XD", etc. Eu adorei ter sido direcionado a você durante o Apadrinhamento, bem como adorei ser adotado por você (mesmo você reprovando mais do que aprovando; graças a Deus eu consegui sobreviver), ser chamado de "bebê" pela atual Coordenadora de Interação na Liga e, além disso, autora de mais de 200 (202 eu acho) histórias só no Nyah! (e você ficou jogando isso na minha cara durante toda a Indução, mas isso não importa XD). A você, Noni (minha eterna mamãe na Liga), o meu muito obrigado! Te adoro! o/

PS: Mamãe, só para não me esquecer, Ichihime >>>> qualquer casal Yaoi que você gosta. 'Cause the treta never ends (hehehehehe)! Se você gostasse de Naruto, eu te daria um belo banho de NaruHina. Ah, eu faria, sim. Eu sou um filho malvado (e maior que você; 1,80 m de filho, Noni).

FIM DA MENÇÃO HONROSA À MINHA MAMÃE NA LIGA, NONI.

Resta agora a última etapa, sendo esta realizada dentro da Liga, para que, finalmente, eu seja oficializado um Beta Reader. Torçam por mim, pessoas!

c. A maldição da Lua

Não abandonei meu original (caso alguém aqui o leia). Fiquei, durante um bom tempo, com um bloqueio criativo para o desenvolvimento do quarto capítulo, e, como já foi dito, perdi muito tempo durante os testes para incorporar-me à Liga dos Betas. Ainda neste fim de ano postarei o quarto capítulo. Meus outros leitores também merecem.

d. Minhas últimas recomendações.

E chegamos à marca das 24 recomendações. Le autor estás a hiperventilar aqui, señoras, señores e niños. Morganna (minha baixinha), Ismar (o cara que ainda me chama de torcedor do Borussia; cuidado com a Hanabi, hein! Se algo acontecer com ela...), Haya (Alice, a primeira pessoa cujo eu beto uma história. Não entreguei ainda a história betada, desculpe-me. Vou enviá-la hoje à noite se possível. Ah, aquele momento em que o Naruto volta pra casa, eu o adorei. Você foi muito criativa nesta parte... E o Boruto? Eu gostei da forma como você o desenvolveu) e TsuneSenju (Lidiane, uma leitora que, logo no ínicio pensou que eu fosse uma garota. Como assim? Só porque eu escrevo romance também? Hehehehehe). Muitíssimo obrigado gente, muito obrigado mesmo!

Enfim, pessoas, como este será o último capítulo do ano, desejo a vocês, além de um Feliz Natal, um excelentíssimo 2015, cheio de conquistas, realizações e felicidades. Um próspero ano novo, pessoal!

* * *

E, finalmente, ele começou. Hoje, 25/12/15, começa o Omake da Beni. Este primeiro capítulo só será um prólogo do que ela vivenciou. Eu desenvolvi este Omake baseando-me na música "October" (Evanescence, minha banda favorita ever). Se for possível, baixem-na e escutem-na (óbvio, em baixo som) enquanto leem o capítulo de hoje. Acreditem, dará um "efeito" maior.

Este capítulo conterá cenas fortes. Cuidado!

Link da música e vídeo (extraoficial. Estou postando o primeiro vídeo que encontrei relacionado a song): https://www.youtube.com/watch?v=rhaD_ijXjSU

Sem mais delongas, pessoal. Conheçamos um pouco mais sobre a Beni Makagawa, a Dama que personifica a morte. Nos vemos nas Notas Finais o/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/504689/chapter/64

O céu escuro e triste de Outubro derramava sobre a terra lágrimas copiosas e abundantes. A chuva gelada tornava o dia triste, melancólico; um costume nas vidas dos cidadãos da Vila Oculta da Chuva.

Apesar de tudo, a alegria enchia o lar de Hiro e Nana Makagawa naquela tarde.

O choro da recém-nascida era tímido e baixo — diferente da grande maioria das crianças, fato que tornava a nenê ainda mais especial. O chorar infantil irradiava os corações da família, pois era dia de alegria. Depois de nove meses duvidosos e dolorosos, nos quais os últimos remanescentes do clã Makagawa lutavam para sobreviver, a criança finalmente viera ao mundo. No pequeno casebre escondido nas montanhas de Nagare — Vila Oculta da Chuva —, o ar se enchia de uma paz maravilhosamente repentina. A esperança de um dia melhor estava encarnada no pequeno bebê, que agora dormia sobre os braços da mãe.

— Ela é linda! — Nana dizia. Lágrimas de felicidade ameaçavam escorrer de seus olhos. — Olhe, Hiro! A nossa filha tem o seu rosto, não acha?

Hiro Makagawa se aproximou do leito no qual sua esposa, Nana Makagawa, segurava sua filha mais nova. Ele era um homem relativamente jovem; tinha seus vinte e quatro anos. Era moreno, dos cabelos ondulados, tinha a pele levemente bronzeada, os olhos cinzentos e bondosos.

Fitou o bebê dormir nos calorosos e gentis braços de Nana. Hiro se sentia o mais feliz dos homens.

— Ora, não diga isso, Nana. — Hiro sorriu enquanto envolvia o corpo da esposa com um abraço. — Nossa filha é tão bela quanto à mãe.

Nana Makagawa era uma mulher puramente bela. A pele era pálida como a porcelana, os cabelos eram negros, longos e lisos. Os olhos eram como pérolas negras, e os lábios, finos e levemente rosados. O rosto tinha uma feição gentil e delicada por natureza.

— Eu não acho que...

A porta do quarto foi aberta com brusquidão, interrompendo, assim, os dizeres de Nana. Uma garota pequena, morena, de cinco anos de idade, e sorridente, entrou no cômodo. Seu nome: Sasha Makagawa, a filha primogênita de Hiro e Nana.

— Ela nasceu, mamãe! Ela nasceu! — Sasha dizia empolgadamente.

— Sasha, fale baixo. Assim você vai acabar acordando a sua irmã. — Hiro dizia de forma terna à filha mais velha.

— Deixe-a, Hiro. A Sasha sempre quis ter uma irmãzinha. — Nana falou ao marido.

Sasha se aproximou da cama. Encarava curiosamente a pequena irmã repousando nos braços da mãe.

— Ela é careca! — Sasha observou.

— Ela é só um bebê, filha. — Nana ponderou.

— Não, esperem! — Sasha tocou na cabeça do nenê, alisando-a. — Ela tem um pouquinho de cabelo.

— Nana, já decidiu qual nome dar a ela? — Hiro perguntou à mulher.

— Eu pensei em...

Nana e Hiro pararam surpresos com o que viam. Sasha levou as mãos à cabeça, retirando uma fita vermelha com a qual prendia os cabelos e, pondo-a sobre os poucos fios da irmã mais nova, disse:

— Beni (cujo nome refere-se a “vermelho”). — Sasha sugeriu — É um nome que combina com ela, não acha, mamãe? — Perguntou a menina.

O casal se entreolhou e sorriu um para o outro antes de darem o veredito à primogênita, que o aguardava ansiosamente. De fato, aquela fita vermelha deixava o nome ainda mais familiar à recém-nascida.

— É um nome lindo, filha! — Respondeu Nana.

— E vejam só! — Hiro chamou a atenção das duas. — Parece que ela gostou do novo nome.

Dormindo tranquilamente sobre a proteção da mãe, a pequena Beni formou nos lábios seu primeiro sorriso. A nova integrante da família Makagawa enchia de alegria os corações de Sasha, Nana e Hiro apenas com a própria existência. O singelo lar no qual Beni acabara de se somar estava em júbilo. Era celebração, uma celebração chamada Beni Makagawa.

* * *

Três anos se passaram. A noite de primavera era quente e ao mesmo tempo chuvosa, como era de costume em Nagare, um pequeno vilarejo cercado por montanhas no País da Chuva.

O dia tinha sido bastante proveitoso para Beni Makagawa, que passara o dia inteiro brincando com Sasha, sua irmã mais velha. Ela adorava estar com a irmã, pois via nela um exemplo, uma pessoa a ser seguida e admirada por todos.

Depois do simples jantar, Beni foi até o banheiro escovar os dentes. Em seguida, caminhou até o quarto, pronta para dormir.

Enquanto se dirigia ao pequeno cômodo que dividia com Sasha, Beni passou pelo quarto dos pais. Detrás da porta uma voz triste, quase chorosa, chamou a atenção dos ouvidos da garota. Beni parou para escutar; queria entender o que estava acontecendo. Quando tocou a orelha na porta, pôde perceber com clareza que a voz triste era de Nana, sua mãe.

“Por que a mamãe tá chorando?” — A infantil, mas inteligente, garota se questionava.

Escutou tudo o que podia detrás da porta. No quarto dos pais da garota, a conversa continuava:

— Nana, não chore, por favor! — Hiro pedia, tentando consolar a esposa. — Talvez seja só um engano.

— Não, Hiro... Você sabe que não é um engano... Aquelas pequenas manchas no braço da Beni... É assim que começa... Nana fungava e soluçava enquanto respondia ao marido. — É sempre assim...

— Isso não pode ser possível. A Beni só tem três anos! — Hiro suspirou, desacreditado.

— Eu sei... Ela só tem três anos... Nossa linhagem sanguínea só deveria dar sinais aos dez anos, no mínimo. Nem a Sasha, que tem oito, demonstrou sinais da nossa Kekkei Genkai... Então por que na Beni apareceu tão cedo? — Nana perguntou, mas sabia que, assim como ela, Hiro não tinha resposta para aquela pergunta.

— Com você foi aos dez anos; comigo aos treze. — Hiro murmurou.

— Isso, exatamente... Nunca aos três anos de idade. Isso nunca aconteceu na história do nosso clã. Nunca...

— Evoluiu... — Hiro chegou à conclusão. — Maldita Kekkei Genkai, maldito Shinigami no Jutsu! — Frustrado, o pai socou a parede mais próxima.

— Eu tenho medo, Hiro. — Nana já continha as lágrimas silenciosas, que desciam pela face. — E se as pessoas lá embaixo, no vilarejo, resolverem subir estas montanhas? Se nos encontrarem? Vão nos matar da mesma forma que fizeram com as pessoas do nosso clã. Somos monstros para a humanidade, que tem medo do nosso poder. Eu temo pela Sasha e pela Beni... Minhas filhas...

— Nana, ninguém vai nos encontrar aqui. — Hiro tentava desesperadamente apaziguar o coração da esposa. — Estamos isolados nestas montanhas. Ninguém no vilarejo de Nagare, como também em toda a Vila da Chuva, nos encontraria aqui. Ninguém, nem mesmo o Hanzou-sama teria interesse em explorar esse lugar esquecido atrás dos últimos integrantes do clã Makagawa. Fique tranquila, meu amor.

— Eu só quero que minhas filhas tenham futuros felizes. Quero que elas não precisem se isolar do mundo, temendo a morte; possam crescer, frequentar a escola, de preferência uma que não seja envolvida com este trágico mundo ninja; fazer amigos; tenham sucesso e realizações; que possa namorar, noivar, casar... Eu quero que elas sejam felizes. Não quero uma vida de sofrimento para elas. — Dizia Nana.

Hiro suspirou. Nana tinha todos os direitos de desejar o melhor para as filhas, afinal, ela as amava demais; mais que a própria vida. Ele, como pai, fazia o possível e o impossível para sustentá-las e protegê-las. Infelizmente, porém, ele sabia que a segurança nas montanhas era relativa; não passava de uma mera questão de sorte, e como tal, uma hora ela findaria. Ele precisava tomar alguma atitude, mesmo que desesperada, para proteger sua família.

— Eu vou descer as montanhas... Conseguir um emprego... Nós vamos deixar este lugar. — Falou, decidido.

— O quê? Hiro, no que está pensando? Se descobrirem sobre você, sobre nosso clã, vão matá-lo! Tem que haver outro jeito! Você não vai...

— Nana, — Hiro interrompeu as palavras desesperadas da mulher. — esta vila, este país... Não há futuro nele para nós. O Shinigami no Jutsu é um pesadelo para a Vila da Chuva. Eu vou conseguir trabalho lá no vilarejo e, quando tivermos a quantia necessária, vamos deixar este país que nos odeia e morar em um lugar melhor.

— Morar aonde? — Nana perguntou triste e desacreditada.

— Em qualquer lugar em que não precisemos nos esconder. Somos pessoas também! Merecemos viver! — Argumentou.

— Você realmente acha que isso é possível?

Hiro se aproximou da esposa, tocando-lhe o queixo e, posteriormente, o rosto. Ele sorria de forma animada para ela.

— Tudo é possível, Nana. — Ele a confortava com as palavras. — A vida é bela e cheia de maravilhas. Eu mesmo testemunhei a beleza da vida quando te conheci. Eu casei com você, Nana Makagawa, e tive duas filhas perfeitas. Eu prometo: vou fazer de tudo para nos tirar deste lugar. Sasha e Beni vão crescer e serem felizes, você vai ver! Palavra de pai! — Hiro respondeu convicto.

Nana conseguiu, por fim, desenhar um fraco sorriso nos lábios. Ainda chorava, mas escolhera acreditar nas palavras de Hiro, que conseguira animá-la, conseguira fazê-la crer que o amanhã não se limitava às gotas que caiam diariamente dos céus tristes da Vila Oculta da Chuva. O amanhã poderia ser belo, ser ensolarado.

— Eu aprendi um Fuuinjutsu com a minha mãe. Vou fazer o que estiver ao meu alcance para cuidar do Shinigami no Jutsu da Beni. Não vou deixar que nossa Kekkei Genkai tire o futuro da nossa filha. — Nana enxugou as lágrimas e afirmou. — Palavra de mãe!

Detrás da porta, a pequena Beni tentava entender que conversa era aquela. O que era Shinigami no Jutsu? Por que seu pai queria deixar as montanhas? Hiro sempre lhe ensinara que “bichos malvados” viviam lá embaixo. A cabecinha de Beni estava muito confusa com tanta informação. Ela estava mais confusa ainda com as duas manchas pequeninas nos seus braços direito e esquerdo. A menina estava certa de que no dia anterior seus braços estavam perfeitamente normais.

Por um instante, a menina riu das novas manchinhas, chegando até a brincar com elas inocentemente.

Assim, Beni, divertidamente, caminhou até o quarto. Ela não sabia que aquelas manchinhas, tão pequenininhas, protagonizariam a maior desgraça na vida dela.

* * *

A janela mostrava um mundo para a garota, que mantinha os dois olhos no vidro. Beni estava receosa. Uma vez ouvira seu pai dizer que quando chuva e neve caiam juntas, era sinal de mau presságio. Primeiro ela quis saber o que era “presságio” e quando descobriu o significado da palavra, bem como o da expressão inteira, ela passou a vigiar pela janela todas as vezes que as precipitações de chuva e neve ocorriam simultaneamente.

Sasha achava aquele comportamento engraçado. Beni sempre dizia a mesma coisa quando questionada a respeito de sua vigia:

— Eu tô vigiando os presságios malvados pra avisar pro papai se algo acontecer.

Durante cinco anos, por todos os dias de inverno, Beni visitava a janela. Desta vez não era diferente. Agora, com oito anos de idade, ela tinha uma opinião curiosa a respeito do fenômeno natural em questão. Chuva e neve, uma combinação tão bela. A garota queria entender por que algo tão bonito significava uma coisa ruim.

As gotas de chuva riscavam vidro da janela vagarosamente. Com o dedo já envolto em ataduras específicas — parte do Fuuinjutsu usado por Nana na filha —, Beni acompanhava uma gota que descia e criava desenhos na vidraça. Às vezes Beni se sentia tentada a desobedecer ao pai e sair, brincar lá fora com a neve e a chuva; queria tocá-las, mas aquelas bandagens nos braços não a deixavam.

Ataduras, aquelas ataduras que lhe roubavam a liberdade, o tato nos braços, a sensação de beleza. Beni se considerava uma menina feia por usar aquelas faixas brancas enormes, que lhe cobriam os braços por completo. Ela se lembrava, numa mistura de confusão e desgosto, daquele dia — de cinco anos atrás —, quando sua mãe, Nana Makagawa, havia feito umas posições estranhas de mão e, depois de ter pronunciado um nome difícil, colocado aquelas faixas nos braços dela. Depois deste ocorrido Beni nunca mais vira as manchas nos braços — exceto quando Nana os avaliava periodicamente —, nunca mais sentira como era tocar em alguma coisa ou em alguém. Com aquelas bandagens Beni nem mesmo sentia frio ou calor nas mãos. Era como se os braços não fossem parte do corpo dela. Beni conseguia movimentá-los, mas não tinha tato com eles.

— E você ainda vigia esta janela, Beni? — A voz doce de Sasha, sua irmã mais velha, era ouvida pela caçula.

— Ah, é você, Sasha-neesan? — Beni falou sem tirar os olhos do vidro.

Aquele comportamento da irmã mais nova incomodava Sasha, que se sentou ao lado da irmã, encarando-a. Beni ainda continuava a olhar a neve mesclada à chuva do lado de fora do casebre.

— O que foi, Beni? Você não está sorrindo hoje. Aconteceu alguma coisa? — A mais velha tornou a perguntar. Beni, por um tempo, preferiu o silêncio, bem como a neve e a chuva.

— Elas são bonitas juntas, não é, Sasha-neesan? — Um sorriso fraco se formou nos lábios da menina.

— Sim. São lindas mesmo. — Sasha concordou.

— Por que elas significam azar? — Beni perguntou mais uma vez. — Ser bonito é ser mau? — Beni se virou, curiosa, para a irmã. Sasha riu da inocência da mais nova.

— Você não é má, Beni, e mesmo assim é minha irmãzinha linda. Não pense coisas assim. — Sasha sorriu, pondo a mão direita sobre a cabeça da caçula. A fita vermelha que a mais velha lhe dera decorava os cabelos de Beni.

— Linda? Você é muito mais bonita que eu, Sasha-neesan.

— É. Talvez. — Sasha brincou. — É porque eu sou uma adolescente. — A garota ficou em pé diante da mais nova. O corpo de treze anos de Sasha Makagawa era singelo, mas belamente modelado. A pele levemente bronzeada, como a de Hiro, era sedosa e macia. Os olhos eram cinzentos, quase prateados. Nos braços, o Shinigami no Jutsu ainda não deva sinais de aparição.

— Eu queria ser como você, Sasha-neesan. Você não precisa usar os curativos que a mamãe põe nos meus braços. — Beni exibia para Sasha os braços mumificados pelo Fuuinjutsu de Nana.

— Beni... — Sasha suspirou. Lamentava pela irmã.

Do pequeno corredor que levava à sala onde as duas irmãs conversavam, Nana surgiu. A mãe das garotas sustentava um brando sorriso nos lábios finos. Ao ver a figura materna caminhar calmamente em sua direção, Beni suspirou e encolheu o corpo.

— Filha. — Carinhosamente, Nana chamou Beni. — Vamos ver como as manchinhas estão? — Nana tentava, ao máximo, amenizar a situação usando palavras em diminutivo.

— Sim, mamãe. — Beni respondeu de forma desanimada. Durante cinco longos anos aquelas manchas não regrediam, não desapareciam; sempre estavam lá, insistentes.

Nana suspirou e sequenciou lentamente seis selos manuais. Por conseguinte, disse em baixa voz:

— Kai (Liberar). — O Fuuinjutsu estava desativado; restava agora desatar os braços de Beni.

Nana tocou em uma das extremidades da atadura para retirá-la e quase desmaiou de susto e horror com o que vira nos braços da filha. Ela nunca vira algo assim. Retirou as ataduras da filha com uma rapidez desesperada. Os temores de Nana se confirmaram. Sasha arregalou os olhos, assustada. Beni, porém, estava, impressionantemente, mais aterrorizada.

— M-Mamãe... o que é isso? — A menina perguntou à mãe, que estava igualmente espantada.

Dos cotovelos até as pontas dos dedos, toda a pele dos braços da caçula era negra como nanquim. Nana estava trêmula de pavor, pois sabia o que aquilo significava. Aquele era o estágio final do Shinigami no Jutsu. Em circunstâncias normais, um membro do clã Makagawa deveria alcançar o nível máximo da Kekkei Genkai aos vinte e um anos, aproximadamente. Além disso, conseguiam, sem qualquer esforço, desativar a manifestação do poder. Beni, contudo, atingira o extremo da linhagem sanguínea aos oito anos de idade, além de se mostrar incapaz de suprimi-la. De alguma forma, o Shinigami no Jutsu de Beni apresentara um estúpido grau evolutivo.

— M-Mamãe? — Os olhos marejados de Beni encaravam o rosto pasmo da mãe — O que eu sou? E-Eu sou... um monstro?

Nana mordia o lábio de nervosismo. Ela fez o que qualquer mão faria: abraçou a filha. Um abraço apertado, repleto de amor e, ao mesmo tempo, angústia.

— Eu te amo, Beni... Eu te amo, Beni... Eu te amo, Beni... — Nana repetia a mesma frase contínuas vezes em baixa voz. Estava claro que a mãe estava sofrendo tanto quanto a garota.

Beni estava imóvel, desnorteada. Sua pequena mente rumava alternadamente entre a razão e a confusão. A opressão das ataduras, o desespero da mãe, a pigmentação extremamente escura dos braços. A garota temia a si mesma. Os braços estavam estendidos no ar; Beni não queria que sua mãe os tocasse. A menina já não via graça naquelas manchas que, com o passar de cinco anos, cresceram e tomaram metade de seus dois braços. Aquelas manchas significam algo ruim; Beni agora saiba disso.

A caçula sentiu mais dois braços a enlaçarem, agora pelo pescoço. Era Sasha. A irmã mais velha mantinha os lábios premidos sobre a cabeça de Beni, beijando-a carinhosamente. Sua mãe e irmã estavam lá, ao lado dela. Elas não tinham medo do que o poder da pequena significava, e mesmo que tivessem, o amor que sentiam por Beni extrapolava as barreiras do pânico. A caçula se sentia em paz.

— Obrigada, mamãe. Obrigada, Sasha-neesan. — Falou Beni em meio às lágrimas.

* * *

A neve ainda caía atrelada à chuva. O crepúsculo em breve daria lugar ao céu noturno. Seu pai logo estaria em casa e Beni estava ansiosa para dar-lhe a notícia de que os maus presságios não se manifestaram, que o dia — com exceção do elevado grau evolutivo do Shinigami no Jutsu — fora bom. Sim, o dia tinha sido bom.

Batidas descompassadas se fizeram ouvir na porta.

— É o papai! Ele chegou! — Beni sorriu de felicidade e correu afoitamente para abrir a porta.

— Papai, que bom que você... — O que Beni viu ao abrir a porta foi horrendo. O rosto de Hiro estava desfigurado, os olhos estavam roxos, a boca sangrava, as roupas sujas e surradas deixavam a figura paterna ainda mais moribunda.

— B-Ben... B-Beni... — Hiro não aguentou e desabou, de forma que seu rosto caísse sobre o ombro da filha caçula. — E-Eu... sinto... muito...

Quando o corpo morto de Hiro Makagawa tombou sobre o piso, Beni pôde enxergar as dezenas de facas que perfuravam as costas do pai. O sangue fresco umedecia o chão. A garota, com aquela visão tenebrosa, gritou de horror e desespero.

Beni estava em choque, paralisada. Ela não viu que homens estranhos entraram na casa.

— Beni, o que acont... HIRO! — Nana foi atraída pelo grito pavoroso da filha e, quando chegou à sala, viu o marido morto, assassinado.

— Peguem-na! ­— Um dos homens gritou para os demais enquanto indicava Nana. — Não deixem nenhum desses demônios sobreviver!

Dezenas de homens — armados com facões, dardos, forquilhas e até tochas — avançaram ferozmente contra Nana Makagawa. Desesperada, a mulher tentou acionar a Kekkei Genkai, mas agiu tarde demais. Um dos invasores conseguiu perfurar-lhe o braço esquerdo com uma forquilha de virar arado, imobilizando-a.

— Rápido! Corte o braço dela fora! Não deixem essa bruxa maldita usar aqueles poderes! — Ordenou um deles.

A resposta veio de forma imediata. Sem perder a oportunidade, um dos agressores estendeu um facão, enterrando a lâmina no braço de Nana, que gritou de agonia.

— Ei! O braço dela ainda não saiu! Faça de novo!

E, mais uma vez, Nana foi golpeada. Desta vez, os ossos foram partidos e o braço caiu separado do corpo.

— Vasculhem a casa! Deve haver mais desses monstros horríveis escondidos! — Ordenou aquele que parecia ser o líder do grupo.

Mais afastada, Beni também via a mãe — a mulher que ela mais amava no mundo inteiro, a que mais idolatrava — gemer e sangrar copiosamente. Beni sentia as cordas vocais tremerem à medida que um grito de terror ecoava por sua boca. Os olhos da pequena estavam vermelhos e doloridos, as lágrimas riscavam-lhe o rosto.

— Pa... Papa... Papai... A mamãe... ela... ela precisa de você... — Inutilmente, ela balançava o corpo do pai com as mãos infantis. — Pai... levanta...

— Ei, Moa! — Um dos atacantes gritou para o líder. — Encontraram esse traste escondido! — O homem trazia Sasha, arrastando-a no chão pelos cabelos. A menina estava com um corte horrível na testa. Ela se debatia, tentando se libertar do algoz, mas sem sucesso.

Nana estendeu a mão direita para Sasha, num gesto desesperado. Moa, o chefe do bando, percebendo a ação, chutou a face de Nana Makagawa, fazendo com que a mulher batesse o rosto contra o chão de forma violenta.

— Venha cá, demônio horroroso! — Moa, premindo Nana pelo pescoço, fê-la encará-lo. A mulher chorava agonizante.

— M-Minhas... fi-filhas... Por favor... — ela implorava. — Nós não fizemos mal a ninguém... Só queremos viver...

Nojo. Era isso que a expressão no rosto de Moa sustentava. Ela sentia desprezo pelo clã Makagawa, bem como toda a Vila Oculta da Chuva. Os moradores do vilarejo de Nagare — lar de Moa e dos demais homens — haviam descoberto que Hiro era membro do clã mais odiado daquele país e, secretamente, organizaram um grupo para eliminar a ameaça iminente: os últimos sobreviventes do clã Makagawa. Todos deveriam morrer; todos.

A faca penetrou — até o cabo — a barriga de Nana. Moa girava a arma lentamente, fazendo o sangue sair com intensidade pela boca da jovem mulher.

Moa desdenhou, olhando diretamente para Nana.

— Vocês não merecem viver, demônios amaldiçoados! Isso que carregam nos braços, essa bruxaria que tira a vida das pessoas, deve sumir desta terra, assim como vocês. Não há espaço para criaturas como vocês, monstros desgraçados.

— MÃE! — Sasha gritou, porém nada podia ser feito. Beni sequer conseguia associar o real do fantasioso. Estava em estado de choque

— Calem a boca desse bicho! — Moa ordenou. Um homem de quase dois metros de altura bateu com o cabo de uma forquilha na cabeça de Sasha.

— Pa... Parem... — Nana implorou. Suas forças já haviam se esvaído.

Beni levantou o rosto; seus olhos encontraram os da mãe. A garota estava horrorizada, mas, mesmo em seus últimos instantes de vida, Nana sorriu para a filha. Um sorriso que tinha o único intuito de confortar Beni, de dizer que tudo ficaria bem.

Moa revirou os olhos e passou a faca no pescoço de Nana. A mulher desabou no chão. O sangue escorria pelo enorme corte feito. A carne da garganta de Nana estava à mostra.

— E as crianças, Moa? — Zuo, outro dos homens, perguntou.

— Tranquem-nas na casa e ateiem fogo. — decidiu o homem.

Assim foi feito. Moa arrastou Beni — sob os gritos e choros vindos da menina — até onde Sasha estava e as aprisionou na própria casa. Nesse meio tempo, os demais derramavam óleo, bem como outros líquidos inflamáveis no casebre.

Moa foi o último a deixar o local. Do lado de fora, seus homens lançavam tochas acesas contra a pequena estrutura. Não demorou muito para que o fogo crescesse de forma ameaçadora. Uma coluna de fumaça preta ascendia aos céus noturnos.

— Tsc. Parece que estamos sacrificando a algum deus, não acham? — um dos integrantes, vendo a fumaça subir, disse.

— Talvez estejamos. Nós expurgamos demônios desta terra, o que pode ser considerado um sacrifício a quem quer que seja. — Moa revirou os olhos. — O que importa é que aquele clã amaldiçoado morreu hoje. Parabéns a todos vocês, homens! Vocês são heróis!

O grupo estendia as mãos para cima em um gesto de vitória. O clã Makagawa estava destruído, afinal.

Do lado de dentro da casa, a fumaça e o calor intenso faziam os olhos de Beni arder quase tanto quanto as lágrimas que ela havia derramado naquela noite. Ao lado dela, Sasha estava deitada sobre o piso; estava fraca demais.

— Sasha-neesan, você precisa se levantar! — Beni balançava o corpo da irmã mais velha, que tossia incessantemente. — Sasha-neesan, eu não quero te perder também! Sasha-neesan, por favor!

Beni se odiava naquele instante. Considerava-se fraca, inútil, incapaz de salvar alguém. Além disso, ela não entendia o porquê de a fumaça não afetá-la. A caçula conseguia respirar normalmente, as chamas quase não lhe causavam dano. Por que com Sasha era diferente? A mais velha agonizava com o acúmulo de gás tóxico.

— N-Não consigo respirar... — Sasha gemeu em baixa voz, mas fora o suficiente para Beni escutar. Aquela frase se fixou na mente da pequena.

Aos prantos, Beni tentou arrastar o corpo de Sasha para fora, mas o fogo as cercara. Além disso, Sasha era mais pesada do que Beni, que não tinha forças para puxar a irmã para longe da casa.

— E-Eu... Eu juro... Eu vou tirar você daqui, Sasha-neesan. Eu juro que... — A mão de esquerda de Sasha foi de encontro à bochecha de Beni, acariciando-a. O rosto da mais velha estava sujo e cinzento.

— Beni, vai ficar tudo bem. Não tenha medo, não tenha, Beni... Não tenha...

Por fim, a mão de Sasha deixou o rosto da irmã para cair sobre o piso, de forma que não levantasse mais. Sasha estava morta.

— Sasha-neesan? Sasha-neesan! Sa... — Beni sentia o corpo doer em agonia. Um peso enorme lhe tomava ao ponto dela se sentir desnorteada, tão morta quanto a irmã. A respiração estava descontrolada, os olhos queimavam em um ardor que diferia das chamas; era interno, muito pior. Os braços latejavam, a musculatura deles pulsava — parecia ter vida própria. Beni gritou. Um grito de amargura, tristeza, dor... e ódio, muito ódio.

E, então, ele se manifestou.

Um pilar de chakra negro consumiu a casa inflamada, bem como todos os homens que, ao longe, observavam-na queimar. Beni era o epicentro do feixe de energia, mas nada sentia. De olhos fechados, ela continuava a gritar.

Quando ela parou e abriu os olhos, se espantou. A casa estava em ruínas, mas não havia mais fogo algum; o corpo de Sasha estava, horrivelmente, avariado — em elevado estado de putrefação; a neve ao redor do casebre, em um raio de trinta metros, era negra e fedida; vários cadáveres estavam espalhados por entre as ruínas e, assim como Sasha, os corpos estavam semidecompostos. Duas faixas enormes — ataduras — estavam pairadas sobre os destroços, como se fossem imunes ao ocorrido. Vendo-as, Beni percebeu que seus braços estavam, perfeitamente, livres do Fuuinjutsu que Nana lhe aplicava.

— Mas... — A garota levou a mão à cabeça. Os dedos escuros tocaram a fita que Sasha lhe dera para prender os cabelos. Segundos bastaram para que o tecido, outrora vermelho, se convertesse em preto e, nas mãos de Beni, esfarelasse como poeira.

— V-Você... — uma voz ressoava por meio de gemidos distantes e fracos.

Beni se virou e viu o homem chamado Moa a encarando. Ele estava horrível: úlceras abertas e cheias de pus pela pele, caroços enormes no rosto, o corpo raquítico estava esmagado por uma tora de madeira, parte dos membros eram apenas ossos imundos e empoeirados.

Ele tornou a encarar a menina.

— V-Você não tem significado nesse mundo... seu demônio... Você deve morrer... deve morrer... — E Moa não disse mais nada; expirou.

Morte. O real significado da Kekkei Genkai de Beni. De qualquer modo, na mente da garota, era ela a responsável por tudo o que ocorrera. Ela era odiada, repudiada e, conforme a crença popular, amaldiçoada. Sua existência não tinha significado algum. Assim como a fita que fora responsável por seu nome se perdera naquela noite, sem chances de restauração, a vida da garota acabara de forma trágica. Beni já não se sentia mais a mesma, morrera junto com sua família. O que sobrara era uma fossa de amargor sem quaisquer motivos para continuar a existir.

O vento frio soprou os últimos resquícios de poeira — outrora a fita avermelhada — para longe, para o sem rumo.

A menina desejou chorar, mas, agora, as lágrimas não escorriam. Os olhos estavam secos.

— Eu não tenho significado... Não tenho nada... — suspirou Beni amargosamente.

Naquela noite de inverno, na qual chuva e neve caíam juntas sobre a terra, Beni havia perdido tudo: família; lar; o significado da própria existência. A chuva lhe molhava o corpo, a neve o alisava em uma calmaria que chegava a ser tortuosa; eram suas únicas companheiras naquele momento mórbido. No mais, a morena nada tinha, nada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

"Você não é má, Beni.", "Não consigo respirar."; duas frases que nossa Oukami jamais esquecerá. Como puderam ver, esse capítulo serviu apenas como um prólogo do que Beni viveu até entrar para a organização dos cinco lobos.

E aí? O que acharam?

Próximo capítulo : Omake: A Dama que personifica a morte - parte 2

Não tenho muito o que comentar neste capítulo, portanto, quero ouvir vocês falando, ok? Vamos lá, debatam com o Victor aqui.

Até o próximo capítulo, pessoal o/