O Herói do Mundo Ninja escrita por Dracule Mihawk


Capítulo 59
Minha última cartada


Notas iniciais do capítulo

Antes de mais nada, eu estou triste.

"Ah, mas você matou a Ino, matou o Shino, destruiu Shibeni. Triste estou eu (leitor), não você, Victor ridículo! Morre, desgraçado!"

Talvez vocês estejam pensando nisso aí, mas saibam: eu estou triste.

"Por quê?"

Ora, porque me chamaram de "Sr. Borussia" e "torcedor do Borussia Dortmund".

"Ah, tá de sacanagem, seu maldito?"

Não, chamem-me do que quiser: preto, idiota, estúpido, maldito (Max adora me chamar assim hehehe), abestado (teve uma leitora, cujo nickname é NaruHinaTtebayo, que me chamou assim; cadê você? Sinto saudades daquela sua entrevista a respeito de carreira profissional), burro, babaca, otário, monstro (Morganna me chama assim. Só porque eu matei duas pessoas, pode isso?) imbecil, mentecapto, chato, cínico (Dandara, cof cof), psicopata, serial killer (todos pensam que eu o sou) enfim. Só não me digam que eu torço pro Borussia, é sério. Eu odeio esse time. Sério, tô magoado.

Five minutes later...

Passada a minha crise anti-aquele-time-que-não-quero-citar-o-nome, eu agradeço a todos vocês! Motivo? Simples, ultrapassamos a marca dos 1000 comentários o/. Obrigado, pessoal!

Em especial, deixo o meu agradecimento a Mugiwara (Ismar), dono do milésimo review.

"Ah, Victor, já que chegamos aos mil, eu vou parar de comentar, está bem?"

NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃ (...) ÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃ (...) ÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃ (...) ÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO FAÇA ISSO!

Bem, "simbora, minha gente" que o capítulo chegou. Nos vemos nas Notas Finais o/ Me amem!



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Vila Oculta da Folha – Cinco horas antes.

Finalmente eles estavam de volta.

Depois de uma missão que, aparentemente, deveria ser pacífica, voltar para casa nunca foi tão prazeroso, principalmente para ela.

Sakura ainda olhava carrancudamente para Sasuke. Este, por sua vez, agia naturalmente.

— Você não deveria ter feito aquilo, Sasuke-kun.

— Você ainda está falando sobre isso? Eu já disse, ele mereceu. — O Uchiha deu de ombros.

— Ele é o Daimyou (Senhor Feudal). — Sakura frisou.

— E daí? Ele mereceu.

— Ai, Sasuke-kun... — Sakura balançou a cabeça negativamente, suspirando. — A Tsunade-sama vai me matar. A missão era diplomática...

Sasuke nada disse. Para ele, a missão fora um sucesso completo. Eles foram até o Daimyou do País do Fogo e relataram que o caso de Sema Hyuuga ainda estava em aberto e, possivelmente, seria arquivado por não haverem pistas suficientes.

* * *

— Entre! — Tsunade gritou de dentro do escritório ao ouvir batidas na porta.

— Com licença, Tsunade-sama. — Sakura abriu a porta receosamente. Sasuke vinha em seguida.

A Hokage estava de pé, olhando, fixamente, para a janela; parecia esperar algo. Sakura notou isso, mas nada disse a respeito.

— Sakura, Sasuke. Que bom que voltaram. — A Hokage virou o rosto para o casal — Como foi a missão? Como o Daimyou reagiu?

Sakura pigarreou. A Haruno passava os olhos pelo escritório de sua mestra, evitando encará-la nos olhos.

— A missão foi ótima, Tsunade-sama. O Daimyou aceitou todos os termos, não é mesmo Sasuke-kun? — Sakura procurava apoio no namorado.

— Claro, ele compreendeu nossa posição. — Sasuke falava tranquilamente, achava o nervosismo da namorada um exagero.

— Sakura, — Tsunade encarou a aluna — vocês está escondendo algo de mim?

— E-Eu? Não, Tsunade-sama! Eu não estou...

— Hokage-sama, eu ameacei furar o pescoço do Daimyou com minha katana, caso ele não calasse a boca, só isso. — Sasuke balançou os ombros, minimizando o feito.

A Hokage arregalou os olhos e abriu a boca, incrédula. Deveria ser algum tipo de piada ou comentário estúpido que Sasuke fizera. Se o Uchiha tinha a intenção de impressionar Tsunade, ele conseguira.

— Sasuke... — Tsunade falava vagarosamente, tentando assimilar a frase dita — você fez o quê?

— Ah, Tsunade-sama, o Sasuke-kun não teve a intenção. Tudo não passou de um mero mal-entendido... — Sakura tentava defender o namorado, justificando o máximo que podia.

— Nós fomos até a casa do Senhor Feudal. Lá dissemos a ele que não conseguimos encontrar o assassino de Sema Hyuuga e dos outros ex-conselheiros. O Senhor Feudal surtou, gritou idiotices típicas de gente da realeza, amaldiçoou a vila e, por fim, ameaçou cortar nossos tratados político-econômicos e nos invadir com a guarda dele. Enfim, isso me incomodou, Hokage-sama. — Sasuke resumia — Eu surgi a poucos centímetros do rosto dele, pus minha katana no pescoço daquele velho idiota e disse que ele deveria reconsiderar a própria opinião. Se não o fizesse ou, em algum momento, tentasse fazer mal à vila, eu voltaria e o mataria... da pior forma possível. É só isso; o Daimyou concordou rapidamente conosco, compreendendo a nossa situação. A missão foi um sucesso.

— Sasuke... — Tsunade respirou profundamente. Os dedos dela batiam, incessantemente, na mesa — a missão era diplomática.

— Sim, eu sei. A Sakura também me disse isso várias vezes depois do ocorrido. No fim, ainda estamos sob a paz diplomática, Hokage-sama.

Sakura olhava para o moreno com receio. A genialidade dele falava por si só, mas, às vezes, a naturalidade também. A Haruno não compreendia como Sasuke conseguia enxergar uma ameaça à vida da pessoa mais importante de todo o País do Fogo como algo tão simples e irrelevante.

Tsunade parecia analisar os dois Jounins com o olhar. Sasuke estava com sua típica tranquilidade fria; Sakura, ansiosa. A Hokage suspirou, ajeitando o corpo sobre a cadeira.

— Tudo bem, depois nós conversaremos, Sasuke. Por hora, a missão de vocês dois oi um sucesso.

— Hokage-sama, — o tom de voz do Uchiha se alterou; estava mais sério — não senti o chakra do Naruto quando voltei à vila. Ele saiu em missão?

Aquela pergunta fora muito direta.

— Sim, ele saiu. — Respondeu a Hokage rapidamente.

— Que tipo de missão o Naruto recebeu, Tsunade-sama? — Perguntou Sakura.

A Hokage não conseguia esconder a preocupação e a ansiedade. Pelas reações de Tsunade, Sasuke e Sakura deduziram que, diferente deles, a missão de Naruto era perigosa.

— Naruto está na cidade de Zuko... enfrentando Iruzu Ibe.

Aquele nome soou como um alarme irritante para Sasuke Uchiha. Como ele poderia se esquecer do homem que assassinara Juugo, um companheiro do Time Taka? O garoto suspirou, reagindo àquelas palavras.

Sakura ora olhava para Tsunade, ora para Sasuke. Por um instante, os olhos esverdeados da Haruno encontraram os negros do Uchiha. Analisavam-se, pareciam se entender perfeitamente apenas se observando.

— Tsunade-sama, — Sakura pigarreou — eu peço a sua permissão para irmos ajudar o Naruto.

— Não. — Tsunade respondeu.

— Hokage-sama, eu tenho assuntos pessoais a tratar com esse homem. Ele matou alguém do meu time. — Sasuke argumentou.

— É exatamente por isso que não vou autorizar a saída de vocês. O time Taka já se envolveu demais com a organização Oukami, do Iruzu Ibe. Primeiro o Juugo, depois foi a... — Tsunade se interrompeu. Ela se amaldiçoava por ter falado demais.

— Karin? — Sasuke adivinhou — Aconteceu algo com ela?

— Tsunade-sama, não me diga que a Karin foi...

— Ela foi raptada pelo inimigo. — Tsunade confessou — Ao que parece, capturando-a, o inimigo quis atrair a atenção do Naruto.

— E a minha também. Outra pessoa do meu time se tornou alvo daquele homem. — A expressão de Sasuke era fria, assassina.

— Tsunade-sama, por favor. O Sasuke-kun e eu somos os melhores amigos do Naruto, queremos ajudá-lo. Se o inimigo quis atrair o Naruto, conforme a senhora nos informou, eles planejam, de algum modo, derrotá-lo. Eu, como sua aluna, a conheço muito bem. Sei que também está preocupada, portanto, eu peço mais uma vez: deixe-nos ir. Deixe-nos ajudar o Naruto a salvar a Karin e a derrotar o inimigo. Tsunade-sama, por favor. — Sakura mantinha o olhar fixo no da mestra, que parecia considerar o pedido da garota.

— Sasuke, Sakura. Vocês dois acabaram de voltar de uma missão. Têm certeza de que desejam ir à outra sem, sequer, descansar da viagem? — Questionou Tsunade.

— Meu melhor amigo pode estar em perigo, Hokage-sama. Além disso, o homem que mais quero matar raptou minha companheira de time. Não preciso de descanso. — Sasuke declarou.

— Nem eu, Tsunade-sama. Estou pronta para partir agora mesmo. — Sakura se apegou às palavras de Sasuke.

Tsunade juntou as mãos enquanto desviava, pensativamente, o olhar para a janela.

— Sasuke, em quanto tempo acha que consegue chegar a Zuko?

— Em uma viagem normal, provavelmente em um dia e meio. Usando o Shunshin no Jutsu (Técnica do movimento rápido) do meu Rinnegan e com o Byakugou da Sakura me ajudando, chegarei lá nesta tarde.

— Que assim seja. Sasuke e Sakura, dos dois novos Sannins, vocês serão minha última cartada. Vão e contribuam no que for possível para um desfecho favorável à Folha.

— Entendido, Hokage-sama. — Sasuke inclinou discretamente a cabeça — Vamos, Sakura.

— Obrigado, Tsunade-sama. — A Haruno reverenciou a mestra.

Desaparecendo em fumaça, os dois Jounins deixaram o escritório da Hokage, que ainda, pensativa, olhava a vila pela janela.

* * *

Atrás dela estavam os muros que cercavam a mansão; à frente, o restante da cidade de Zuko.

Olhou para trás e avistou a majestosa casa na qual Folhas e Lobos — dos quais ela era uma — combatiam-se. Era uma visão um tanto curiosa, pois os Oukami estavam em batalha, mas ela não precisaria se envolver.

O vento soprava, balançando as árvores, varrendo folhas amareladas pelo chão. Os cabelos negros de Beni dançavam livres pelo ar também.

Livres...

“Eu sacrifico a minha vida para que você tenha direito a uma. Não precisa ser com os Oukami, não precisa ser com a Folha... Vá e apenas viva, Beni... É tudo o que te peço...”, as derradeiras palavras de Ino vinham á memória da morena. A garota respirava vagarosamente, lembrando-se daquele momento.

Levou a mão aos fios de cabelo, alisando-os. Os dedos negros, amaldiçoados por portarem a Kekkei Genkai dos Makagawa, nem pareciam ameaçadores naquela hora.

Pensou em Iruzu Ibe, líder dos Oukami e, por muito tempo, uma das poucas pessoas que Beni sentira certa admiração e respeito. Ela, porém, não sabia explicar por que, após conversar com Ino, não sentia absolutamente nada por aquele homem.

Também pensou nos shinobis da Folha. Eles a feriram física e mentalmente, mas seriam eles totalmente maus? Seriam eles, realmente, maus? A Oukami tinha total convicção que não. Ino Yamanaka exemplificara isso ao dar a própria vida apenas para que Beni, sua inimiga, vivesse. Ela não pediu cura, mas sim perdão.

Beni não se decidia. Era incapaz de dar um veredito. Para a morena, a Folha e os Oukami tinham igual peso se medidos em uma balança; dois lados de uma mesma moeda, sendo Ino o grande e decisivo diferencial.

— Ela é como você, Sasha-onee-san. E Usui-san... ela é da mesma vila que você era. Como pude não considerar este detalhe? Vocês três são tão iguais...

A ex-Oukami olhou para as próprias mãos — suas armas desde o nascimento. Aquelas que foram responsáveis por tirar incontáveis vidas sob diversos objetivos: pela defesa de sua família, pela própria sobrevivência, por vingança, pelos Oukami. Beni jamais saberia responder quantas pessoas expiraram pelo Shinigami no Jutsu em suas mãos.

— A Beni Oukami não existe mais. — Disse a garota para si mesma — Não pertenço a eles, como não pertenço à Folha. Nenhum desses me importa agora. Não sinto lealdade àquela organização, mas também não consigo amar a Vila da Folha como eu gostaria. Tudo o que eu posso fazer... — Os selos manuais do Pássaro, Tigre, Rato e Bode eram sequenciados vagarosamente pela Makagawa — é aceitar o seu perdão, Ino Yamanaka.

A garota podia sentir a vida. Beni jamais poderia imaginar que ela seria tão bela, ou melhor, ela sabia que a vida era assim, só não se lembrava disso.

Minutos depois, Beni desapareceu daquele lugar, deixando para trás seu passado com os Oukami. A Dama que personifica a morte não existia mais. Agora era apenas Beni Makagawa, uma garota qualquer.

* * *

A surpresa foi geral.

A pele, outrora enrugada, envelhecida e cinzenta, estava vívida, lisa e bela como deveria ser. O branco apodrecido dava lugar ao loiro esplendoroso nos cabelos da garota. A magreza esquelética se convertera em um corpo feminino esbelto.

Os olhos azulados se abriram aos poucos, como se ela acabasse de despertar de um longo sono. Viu o rosto maravilhado e, talvez desacreditado, de seu namorado, Sai, que sem demora a abraçou com força e, ao mesmo tempo, protetoramente. Seus outros amigos também estavam lá, apesar dela não esperar aqueles lá. Ino não entendia nada do que estava acontecendo.

— Sai... pessoal... O que aconteceu? Onde estamos? Nós vencemos?

— INO-SAMA! VOCÊ ESTÁ VIVA! — Maki correu para abraçar sua superior, mas logo foi interrompida por Shizune. A médica balançou a cabeça negativamente.

— Deixe-a respirar um pouco, Maki. — Shizune retrucou.

— Mas Shizune-senpai, o Sai-sama também está...

— Maki-san... — Hinata pôs a mão sobre o ombro da Chunnin. A morena sorria docemente. — Vamos falar com a Ino-san juntas depois, está bem? Deixe o Sai-kun ir primeiro.

A loira, em concordância, assentiu com a cabeça para Hinata.

— Tem razão, Hinata-senpai. Estou muito eufórica, não? — Maki deu uma risada.

Kakashi caminhou até Shikamaru. O ex-ninja copiador tinha olhos satisfeitos.

— Foi ela, não foi? — Shikamaru perguntou, retoricamente, ao outro. — Aquela Oukami fez isso.

— Sim, pelo visto, ela decidiu desfazer o jutsu. — Kakashi respondeu. — As palavras da Ino foram decisivas, assim como o ato de sacrifício.

— Concordo, Kakashi-sensei. Infelizmente, ainda não acabou.

* * *

Quinto andar – Salão de artes

— Shino! Você está vivo! — Kiba gritou comemorativamente. Akamaru, seu cão, lambia o rosto do garoto de óculos.

— Akamaru, ei! Pare! — Shino tentava afastar a língua úmida do cachorro, não obtendo sucesso. — O que aconteceu, Kiba? E, antes de qualquer coisa, o que você está fazendo aqui?

— Viemos ajudar. — Chouji falava, também, sorridente. — É bom vê-lo bem, Shino.

— Ah... — O garoto pareceu constrangido. Não era sempre, aliás, ele nunca fora o centro das atenções — Obrigado.

Anko ainda estava surpresa com tudo o que se sucedera, a saber, a restauração plena do Aburame. Yamato se achegou à companheira, cochichando com ela.

— Não foi você, certo? — Perguntou.

— Não, Yamato. Eu não sei o que aconteceu. Foi como se...

— Foi ela. — Shino, ouvindo a conversa, interrompeu-os — Beni.

— Beni? — Kiba franziu a testa — Quem é essa? A sua namorada?

Geralmente não era ele que tinha essas reações, mas sim sua companheira de time, Hinata, quando o assunto era questões amorosas. Shino ficou um pouco constrangido e incomodado com a pergunta.

— C-Claro que não, idiota. Eu a enfrentei. Ela é uma Oukami.

— Por que ela te curou, se é uma inimiga? — Kiba estava confuso.

— Eu não sei.

Atrás de todos, a porta se abriu. Uma presença familiar para eles se fazia presente.

— Pessoal! — Tenten caminhava vagarosamente graças às feridas obtidas em sua luta contra Mera. A morena estava feliz em ver os companheiros.

— Tenten, você está bem! — Chouji exclamou.

— Não está não. — Anko indicou o corte na barriga da garota. — Venha, darei um jeito nisso.

Enquanto Tenten era auxiliada por Anko Mitarashi, Rock Lee, aos poucos, recobrava a consciência, abrindo os olhos devagar.

— Lee! — Os olhos de Tenten brilhavam em alívio por ver o garoto bem.

— Hã? Tenten? Ah, Tenten! — O rapaz tentou se levantar rapidamente, como de costume, mas levou, imediatamente, as mãos à caixa torácica. Algumas costelas estavam quebradas. — Droga, isso é constrangedor. Desculpe-me.

— Tsc. Você me assustou, sabia? — Tenten sorriu. — Que bom que você está bem.

— Pessoal... — Yamato pigarreou, atraindo a atenção dos demais para si. — Acabei de receber uma mensagem telepática da Maki-san. Devemos nos juntar ao grupo do Kakashi-senpai.

— Espere um momento! Todos os Oukami foram derrotados? — Questionou Tenten.

— Não exatamente. Falta um, o líder.

* * *

Primeiro andar – Biblioteca

Havia pouco tempo que os dois times se reagruparam. Na biblioteca, no primeiro andar, as forças da Folha estavam unificadas.

Com exceção de Sai, Tenten e Rock Lee — que tiveram as batalhas mais duras — todos estavam em excelentes condições de combate. Até mesmo Ino Yamanaka e Shino Aburame, que foram alvos das mãos mortais de Beni, estavam bem; nem pareciam que, até poucos minutos atrás, desfaleceram.

— Enquanto o Naruto está enfrentando o Iruzu Ibe, vamos salvar a Karin. Depois daremos suporte a ele. — Kakashi se pronunciou aos demais, que concordaram.

— Por hora, é impossível, Kakashi. — Uma voz misteriosa cortou o ar, assim que a porta foi aberta.

A dupla atraía todos os olhares, sobretudo o moreno que dissera aquelas palavras.

— Sasuke, Sakura. — Kakashi pronunciou o nome dos dois alunos.

— Olá, Kakashi-sensei, pessoal! — Sakura cumprimentou-os com um sorriso e um aceno de mão. Sasuke, todavia, apenas sinalizou, discretamente, com a cabeça.

Os passos arrogantemente calmos do Uchiha se dirigiam até o centro do cômodo. Sasuke estava mais sério do que o comum.

— Por que diz isso, Sasuke? — Kakashi perguntou.

— Eu usei um genjutsu naquele Oukami estúpido caído à entrada da casa, o tal Gura Kumatori. Ele disse que Karin estava sendo mantida prisioneira no porão.

— Então o que estamos esperando? — Lee se pronunciou — Vamos salvar a Karin-san e facilitar as coisas para o Naruto-kun!

— Como eu já disse, por hora, é impossível. — Sasuke suspirou.

— Por quê? — Tenten perguntou.

— Sakura e eu fomos até o porão, mas Karin não estava lá. Tudo o que eu encontrei foi uma armadilhazinha patética com tarjas explosivas; nada que merecesse a minha atenção.

— Então a Karin-san está sendo mantida com o inimigo do Naruto-kun. — Hinata concluiu o raciocínio.

— Na melhor das hipóteses, sim. — Shikamaru concordou. — E isso é um problema, principalmente para o Naruto.

— Outra coisa que está me incomodando, — Chouji levantou a mão, acenando — Algumas paredes deste lugar estão revestidas por um Fuuinjutsu estranho.

— Eu sei. Esse Fuuinjutsu é ligado ao usuário, ou seja, ele, e apenas ele, Iruzu Ibe, pode cancelar o selo, ninguém mais. — Sasuke revelou.

— Então, basicamente, somos inúteis agora? Só o Naruto pode parar o inimigo? — Anko perguntou, claramente incomodada com a situação.

— E pior, sem matá-lo. Caso Iruzu Ibe morra, a técnica jamais será desfeita, estou certo? — Yamato perguntou retoricamente.

— Pelo que me lembro, Raiga Takame disse que o Naruto está lutando uma “batalha com restrições”. — Shino completou — Ele, provavelmente, se referia a isso.

Aquela frase não era reconfortante, pelo contrário, apenas certificava de que o Uzumaki estava incapaz de usar suas plenas habilidades; outro ponto a favor de Iruzu Ibe.

Sasuke não sentia o chakra de Naruto nem o do inimigo. Aquela situação o incomodava bastante. O Uchiha estava inquieto, impaciente. Ele direcionou os olhos sombrios para Hinata.

— Onde está o Naruto, Hinata?

A Hyuuga acionou o Byakugan, procurando por toda a mansão pelo namorado. Achou-o no sétimo andar. Hinata aparentava receio no rosto, todos notaram isso.

— Hinata, o que está acontecendo? Como ele está? — Sakura perguntou.

— A luta está... equilibrada? O inimigo está lutando de igual para igual com o Naruto-kun.

— Isso não deveria ser possível. — Maki comentou, incrédula. — Só o Sasuke-senpai pode lutar assim contra o Naruto-senpai, certo?

A feição de Sasuke se fechou ainda mais. Aquilo não era bom, definitivamente não.

— Em qual andar ele está mesmo, Hinata? — Perguntou Sasuke.

— Sétimo, Sasuke-kun, mas o lugar está completamente selado. É impossível...

— Eu sei. Não poderei ajudar o Naruto, assim como vocês também não; apenas deixem esta mansão.

— O que disse, Sasuke? — Kiba perguntou. — Por quê?

Shikamaru entendeu completamente a intenção de Sasuke. Iruzu era um ninja que roubava as habilidades daqueles que matava e, naquele momento, estava se equiparando ao Naruto. Se, porventura, o Uzumaki morresse, o líder dos Oukami teria uma força inimaginável e a única pessoa capaz de enfrentá-lo seria Sasuke Uchiha. Mesmo não revelando, Sasuke queria proteger a todos.

— Estaremos te esperando lá fora, Sasuke. — Shikamaru falou, fazendo com que todos o olhassem incredulamente.

— Shikamaru, até você? — Ino reclamava.

— Sasuke, — Sai também havia compreendido a situação — estarei lá fora também.

— Sai! — Ino protestou.

O Uchiha sorriu discretamente. Em seguida, trocou olhares com Kakashi. Bastaram poucos segundos para aluno e professor se entenderem.

— Não demore, Sasuke. — Kakashi ordenou — Pessoal, vamos recuar.

Sob protestos e indagações, o grupo se retirava. Uma pessoa, porém, foi até o Uchiha e tocou-lhe no braço.

— Sakura, eu já volto. — O Uchiha disse à garota.

— Tome cuidado, está bem?

— Tsc. Você está preocupada demais.

— Sasuke-kun... — Outra voz, mais tímida que a dos demais, se aproximava.

— Hinata? — O Uchiha estranhou.

A Hyuuga suspirou devagar e, em seguida, sorriu gentilmente para o moreno.

— Obrigada. — Hinata não disse nada além disso, contudo, ela entedia, também, o posicionamento do Uchiha. Este um pouco surpreso com o agradecimento, apenas acenou com a cabeça.

— Irei apenas por precaução, Hinata. O Naruto vai vencer.

— Eu sei. Tenho fé que o Naruto-kun vai ganhar, eu acredito nele. — Hinata sorriu.

— Sakura... — Sasuke sinalizou.

— Eu sei. — A Haruno se voltou para a amiga — Hinata, vamos?

— Sim, Sakura-san.

— Sasuke-kun, tome cuidado. — Sakura se despediu do namorado.

— Fique bem, Sasuke-kun. — Hinata também se despediu do Uchiha.

— Obrigado.

As duas deixaram o local. Agora, finalmente, Sasuke estava sozinho.

— Sétimo andar, certo?

* * *

Não foi difícil encontrar a porta certa, havia um cadáver putrefato à entrada. Sasuke deduziu que aquele deveria ser o corpo do antigo proprietário daquela mansão.

O Uchiha levou a mão direita a cabo de sua katana, ameaçando desembainhá-la. Naquele momento, em uma possível derrota de Naruto, Sasuke era a mais confiável resistência da Folha.

— Vamos lá, idiota. Por mais que eu queira muito matar Iruzu Ibe, não quero perder meu amigo. Acabe logo com isso. — Falou o Uchiha.


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Notas finais do capítulo

Antes de mais nada, me amem! Não precisa ter motivo, apenas me amem.

ESTA FRASE A SEGUIR É DIRECIONADA A UM PÚBLICO ESPECÍFICO, NÃO PARA TODOS.

"Para aqueles impacientes, que saem xingando o autor sem pensar, está aí, ó... A prova viva de que vocês não controlam a própria língua. Aqui pra vocês :p"

* * *

Bem, desculpem-me pela frase anterior, não disse isso a todos, apenas a alguns.

E está chegando ao fim. Mais alguns capítulos e esta história entrará em seu último e decisivo arco. Tudo o que foi construído até então foi feito em prol deste momento que virá. Preparem-se.

Próximo capítulo: Naruto Uzumaki vs. Iruzu Ibe

Pessoal, muito obrigado mais uma vez, não só pelos 1012 comentários, mas por tudo até aqui. Sei que não sou um autor excepcional como muitos outros, conheço minhas limitações, mas, de qualquer forma, obrigado. O "sucesso" desta história foi construído por vocês, não por mim. Obrigado.

Até o próximo capítulo o/