O Herói do Mundo Ninja escrita por Dracule Mihawk


Capítulo 58
Cavalaria


Notas iniciais do capítulo

Musiquinha de um vestibulando, por Victor.

"A prova que me deixa no chão;
Sem pegadas pra seguir;
Um reino de isolamento
E o vestibulando está aqui.

A Discursiva está chegando
E já não sei...
Questão não respondi
Bem que eu tentei,

Não podem vir, não podem ver
Sempre o bom aluno deve ser
Estudar, não parar
Nunca descansarão
Mas agora vão...

Livre estou, livre estou!
Não posso mais segurar.
Livre estou, livre estou
Respondi para passar.

Não me importa o que vão falar.
Resultado vem.
O Fiscal não vai mesmo me incomodar
(...)"

(Paródia de "Let it go", adaptada como "Livre estou" da animação Frozen.)

Sim, eu assisti a Frozen; é uma animação muito legal, recomendo.
PS: Frozen é, atualmente, a quinta maior bilheteria da história do cinema, perdendo para Avatar, Titanic, Vigandores, Harry Potter e as relíquias da morte - Parte 2.

GRAÇAS A DEUS! Finalmente passou a correria de vestibular. Hoje o Victor prestou o último e mais difícil, UERJ - Exame Discursivo. Foram cinco horas, três cadernos de provas, muita tensão e concentração. Enfim, livre estou. Agora que venha o resultado. Torçam por mim, gente.

Falando nisso, alguém prestou esse exame também ou eu fui um "lobo solitário"?

Tá, tá, chega de UERJ. Tenho assuntos a falar com vocês, portanto, olhos atentos às notas iniciais. Let's go.

I) A pesquisa/votação por Shibeni.

No capítulo 57 são contados 21 comentários. Sendo que, destes tem-se o seguinte resultado:

*São a favor de Shibeni: 11
* São contra e/ou não puseram a Hasgtag: 10

Acirrado, não? Agora a pergunta é: Victor, Shibeni, com esse resultado é canônico? A resposta é: não, não é!
"Ah, então você fez a votação à toa?"
Não, não foi à toa. Como eu já disse, eu estou cogitando a possibilidade de torná-los, de fato, um casal. Pode acontecer? Sim, claro que pode! Não há garantias de que isso, de fato, ocorra, mas também não há garantias de que ele não ficarão juntos no final. Pode acontecer como, também, não pode. No fim, tudo depende de minha pessoa hehehe. Me amem!

II) "Teoria da invencibilidade"
Um assunto estranho a ser debatido aqui, né? Venho colocar isso em pauta visto que, por mais que a história esteja em andamento e já tenha sido mostrado isso, há leitores que ainda duvidam de que o Naruto possa PERDER (sim, perder) uma luta. Alguém se lembra do Roku Kusanagi (Sasuke)? Gente, entendam de uma vez, Naruto é forte, mas não é imbatível. Se nem a própria Kaguya Ootsutsuki, a mãe de todos os ninjas (mais forte que o próprio Rikudou Sennin), era invencível, quem dirá o Naruto, né? Por favor, vamos reavaliar nossos pressupostos.

"Ah, Victor, você vai fazer o Naruto perder para o Iruzu?"
Eu não disse nada disso, não confundam as coisas, please. :D

III) Este capítulo.

Bem, nem tudo são flores. Há a enorme possibilidade de vocês me odiarem, e muito, por algo que vai acontecer neste capítulo. Prevejo xingamentos, revoltas, gente querendo minha cabeça espetada em um poste e coisas mais "amistosas" que essas. Enfim, tô ferrado se encontrar um leitor na rua.

IV) Mudanças na estrutura da história

Como assim?
Simples, essas mudanças se remetem, por hora, aos flash back's e aos POV's. No primeiro caso, usarei Itálico para escrever momentos já passados (flash back's). No segundo, mudança de cena encabeçada por "* * *", além da narração em primeira pessoa. Só isso mesmo, estou avisando a vocês. ;)

Sem mais delongas, o capítulo 58 de "O Herói do Mundo Ninja"



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Vila Oculta da Folha – Antes da formação do Time de Resgate

Sai acabara de entrar no escritório da Hokage. Fora avisado por Suigetsu Hozuki que a Godaime gostaria de falar-lhe. Assim, o moreno foi ao encontro de Tsunade já ciente do que poderia ser o assunto a ser tratado.

Tsunade desviara imediatamente os olhos do pergaminho posto sobre a mesa, visando a porta recém-aberta. Estavam junto da Hokage, Shizune, assistente de Tsunade e Yugao Uzuki, capitã da Primeira Divisão da ANBU.

— Com licença, Hokage-sama. — Disse o integrante do Time Sete — O Suigetsu-san me informou que a senhora mandou me chamar.

— Está correto, Sai. — Disse a Hokage — Entre, temos muito que conversar.

O garoto deu alguns passos à frente. Seus olhos avistaram o pergaminho sobre a mesa de Tsunade. Pergaminho este que Sai utilizara para desenhar os cinco Oukami, em uma oportunidade passada. A visão apenas confirmou as suspeitas do moreno. A conversa seria sobre a organização dos cinco lobos.

— Está ciente do que aconteceu hoje cedo, certo? — Questionou a Hokage.

— Sim, Hokage-sama. O Suigetsu-san me contou. — Respondeu Sai.

— Imagino. Ele está um tanto decepcionado, visto que não autorizei que ele fosse regastar a Karin.

— Entendo.

— Sai, eu montarei um time de resgate. Um grupo pequeno, composto por seis pessoas, para resgatar Karin Uzumaki. Você, por já ter experiência contra esta organização, será um dos componentes.

— E os outros cinco?

— Naruto Uzumaki, Tenten e Shino Aburame estão confirmados. Restam dois para definirmos a equipe.

— E estou aqui para ajudar na formação da equipe, certo? — Perguntou Sai. Tsunade assentiu.

Sai suspirou um pouco. A lógica da Hokage não era difícil para ele. Naruto, provavelmente, enfrentaria Iruzu Ibe, o líder dos Oukami. Tenten enfrentaria a ninja usuária de agulhas, e Shino, em primazia, usaria o Mugi Jamming no Jutsu (Técnica da Interferência de Insetos) para ocultar o gigantesco chakra Bijuu de Naruto. Além disso, o Aburame combateria um dos lobos, provavelmente Raiga Takame ou a garota de ataduras nos braços. Considerando que Sai também enfrentaria um inimigo, restavam dois Oukami livres.

— O homenzarrão... Ele, provavelmente, é um usuário de Taijutsu, considerando a musculatura avantajada. Se olharmos por este ponto, o Lee-kun é a melhor opção, já que o Gai-san ainda está em processo de recuperação do Exame Jounin. Claro, posso estar enganado, mas, mesmo assim, o Lee-kun é um bom Jounin. Vai ser muito útil. — Falou Sai.

— Além do mais, caso não ocorram batalhas individuais, Lee e Tenten fazem parte do mesmo time. Tenho certeza de que, juntos, são ainda mais perigosos. Suas forças se complementarão. — Yugao completou.

— Concordo. Ele é nossa melhor opção. — Confirmou Tsunade. — Resta o médico do time.

Sai engoliu em seco. Com Sakura fora da vila, as melhores ninjas capazes de ir naquela missão eram Shizune e Ino. Um arrepio subia pela espinha do garoto.

— Talvez a Ino Yamanaka deva ir. — Yugao opinou. — Assim como no caso de Lee e Tenten, ela pode fazer uma força em conjunto ao lado de Sai. Além disso, as habilidades do clã dela serão úteis.

— Yugao-san, talvez seja melhor...

— Eu vou! — Shizune se manifestou, interrompendo Sai. — Tsunade-sama, sou uma médica mais experiente que a Ino, fui capitã da Divisão Médica da Aliança Shinobi na guerra. Sou a mais indicada para ir nesta missão. Tsunade-sama, por favor.

Tsunade estava pensativa. Seu olhar, distante. A Hokage tramava algo, Shizune sabia, conhecia sua mestra por anos para pensar nisso.

— Enviarei a Ino... e a Shizune também. — A declaração da Hokage surpreendeu a todos.

— Hokage-sama, a senhora planeja enviar mais de seis integrantes? — Perguntou Yugao.

— Sim e não, Yugao. Enviarei dois times. O primeiro, liderado pelo Naruto, terá a Ino como médica da equipe. O segundo, em apoio ao primeiro, liderado por Kakashi Hatake, terá a Shizune como médica. Os Oukami esperam uma retaliação nossa; daremos mais do que isso a eles. Um time irá primeiro que o outro, nos dando uma vantagem sobre o inimigo.

— Entendi. — Shizune se pronunciou, apertando o porquinho Tonton contra o próprio peito — O primeiro time servirá como primeira linha ofensiva, batalhando contra os Oukami. Depois, virá o segundo time para sufocar, definitivamente, qualquer resistência que o inimigo possa ter.

— Com isso, nossas chances de vitória sobre os Oukami aumentam de forma significativa. — Yugao comentou, concordando. — É uma ótima estratégia, Hokage-sama.

— Sai. — A Hokage se dirigiu ao garoto — O segundo time deverá ser um segredo. Não comente isso ao Naruto nem a nenhum outro membro da equipe de resgate.

O garoto ainda estava um pouco desconfortável por sua namorada ter sido selecionada para integrar o primeiro time. Confiava em Ino, mas, após perder um combate contra Iruzu Ibe e por pouco conseguir sair vivo, ele se preocupava com ela. Não queria que ela também tivesse uma experiência ruim com aqueles lobos.

— Entendido, Hokage-sama.

— Sai... — Tsunade fixou os olhos nos do moreno; sabia no que ele pensava. — Não se preocupe. A Ino vai ficar bem. Ela é uma ótima Kunoichi. — Declarou a Hokage.

Sai arregalou os olhos, surpreso por ter sido tão bem analisado, mas, por fim, assentiu com a cabeça.

— Obrigado, Hokage-sama. Ela é sim.

— Agora vá. Reúna os demais integrantes do time. — Ordenou Tsunade. — Yugao, chame o Naruto para mim.

— Entendido, Hokage-sama. — Yugao e Sai disseram em uníssono e deixaram a sala, desaparecendo em fumaça.

Tsunade se voltou para Shizune.

— Traga o Kakashi aqui, Shizune. É hora de montar o time de apoio.

* * *

Fazia três horas que o time de Naruto havia partido em missão. Agora, ali, nos portões da vila, Tsunade se reunia com os integrantes do segundo time, a cavalaria.

Kakashi Hatake era o capitão da equipe; Shikamaru Nara, o vice-capitão; Shizune, a médica. Também compunham o time Yamato, Anko Mitarashi, Kiba Inuzuka, Chouji Akimichi, Hinata Hyuuga e Maki Yamanaka, esta era o braço direito de Ino no clã. Abaixo da décima sexta líder, Maki era a Yamanaka mais hábil da Folha.

Maki era uma Chunnin ­— a única naquele grupo — era uma garota de aparência doce e gentil. Tinha cabelos loiros e longos. Nutria grande admiração por Ino, principalmente quando ela assumiu o clã com apenas dezessete anos, pouco depois do fim da Quarta Guerra Ninja. Apesar de ser apenas um ano mais nova, Maki tratava a outra como uma adulta, além de detestar decepcioná-la.

— O objetivo desta segunda campanha é óbvio, sufocar quaisquer resistências do inimigo. Os Oukami não esperam por vocês. Confio na competência de cada um, vão e garantam o sucesso desta missão! — Dissera a Hokage, dispensando o grupo.

Kakashi, o capitão da equipe, tomou a frente do grupo.

— Nossas ordens foram claras. Vamos lá.

Deste modo, ao comando da Hokage e do capitão Kakashi, o time deixou a vila, rumando para a cidade de Zuko.

* * *

— Parece que um deles já caiu. — Kiba riu, olhando o corpo inconsciente de Gura Kumatori sobre a relva, à cerca de trinta e sete metros da entrada da casa.

— Ele ainda está vivo. — Anko observou. — Melhor darmos um fim a ele de uma vez, não acham?

Kakashi, todavia, observava a gigantesca residência à frente. Ao que tudo indicava as batalhas ainda estavam ocorrendo, ou seja, Karin Uzumaki ainda estava sendo mantida refém.

— Hinata. — Kakashi falou à garota. — Já sabe o que fazer.

— Sim, Kakashi-sensei. — A Hyuuga balançou a cabeça, concordando. — Byakugan!

Hinata ativara o Doujutsu. Os olhos dela analisavam o interior da mansão da forma mais completa e detalhista possível.

— A Tenten-san venceu outra Oukami. Ela está bem, mas parece cansada. — Disse a Hyuuga.

— Com isso, restam só três inimigos, certo? — Chouji perguntou.

— O Shino-kun... Ele... Não, não pode ser. — Hinata estava preocupada. — Ele está muito fraco!

O susto foi geral. Todos observavam a Hyuuga desacreditados.

— Onde ele está, Hinata? — Shizune perguntou séria.

— No quarto andar, Shizune-san.

— Há outros feridos, Hinata? — Yamato perguntou.

— O Lee-kun está caído no primeiro andar. O coração dele está batendo vagarosamente. Ele precisa de ajuda!

— Dois feridos. Droga! — Shizune se pronunciou. — Eu preciso entrar na mansão agora!

— Espere, Shizune-san! — Hinata falou à médica. — Ainda no primeiro andar, a Ino-san... — A feição de Hinata era de horror. Ela visualizava a situação crítica que a amiga estava vivendo. — Ela está quase morrendo!

— O quê? — Shikamaru se surpreendeu. — O que disse, Hinata?

— A Ino-sama está morrendo? — Maki arregalou os olhos azulados — Não! E o Sai-sama, Hinata-senpai? Onde ele está?

— Ele... — Hinata estava aflita — Ele está lutando, mas está em desvantagem. A inimiga deles é muito forte. O chakra dela é assustador.

— Entendo... — Shikamaru fechou os olhos, procurando se concentrar ao máximo. — Hinata, além da Oukami que enfrenta o Sai, há inimigos no primeiro andar?

— Não, Shikamaru-kun. Não há ninguém.

— Ótimo. Eu vou entrar. — Anunciou o garoto — Usarei meu Kage Mane no Jutsu. Hinata e Maki, preciso das duas para isso. Ficarei o mais próximo possível da inimiga. O Byakugan vai visualizar o caminho para o meu jutsu. Maki, você vai passar as informações dadas pela Hinata para a minha mente, guiando meu Kage Mane no Jutsu até a Oukami. Eu vou usar minha técnica sem saber qual a posição do alvo. Conseguindo aprisioná-la, darei o sinal para avançar.

— Enquanto isso, metade do time irá ajudar o Shino e os outros. — Kakashi completou o raciocínio. — Yamato, Anko, Kiba e Chouji. — Conto com vocês. Os outros vão me seguir e dar suporte ao Shikamaru.

— Entendido, Kakashi-senpai. — Yamato concordou.

— Não sou ninja médica, mas acho que posso garantir que o Lee e os outros sobrevivam. Cuide da Ino, Shizune. — Anko disse à outra. Shizune balançou a cabeça afirmativamente.

— Então está feito. — Kakashi se pronunciou — Shikamaru, vá à frente.

* * *

Aquilo era uma terrível sensação, principalmente para ela. Estar subjugada pelo Kage Mane no Jutsu significava mais que estar sujeita à paralisia para Beni; era dominação físico-psicológica. Estava condenada à vontade de um estranho; ela não suportava isso.

Observava Shikamaru Nara com o olhar assassino. Sai aos poucos se levantava, mas isso não importava mais ou pelo menos, era uma questão de segundo plano. Era Shikamaru quem a mantinha prisioneira. Era ele quem Beni queria matar naquele momento.

— Solte-me. — Sussurrou friamente.

— Não. Você é alguém com alto grau de periculosidade, além disso... — Shikamaru olhou de relance para além de Beni. Viu sua companheira de time, Ino, caída sobre o chão; estava sofrendo. O Nara suspirou, encarando a Oukami novamente. — você irá desfazer o jutsu que lançou contra minha companheira.

Beni não conseguia sequer girar o pescoço enquanto presa sob a técnica de Shikamaru, mas ela podia sentir, a vida de Ino Yamanaka estava perto do fim.

— Não vou curá-la. Ela vai morre...

— Não. — Shikamaru cortou o discurso da garota. — Ela não vai.

O garoto ergueu o braço direito. Beni foi obrigada a imitar o gesto. As mãos balançavam para frente; parecia um sinal. Um sinal para avançar.

Da porta mais pessoas surgiram. Todas elas portavam o protetor ninja da Folha. Eram Kakashi Hatake, Shizune, Hinata Hyuuga e Maki Yamanaka.

— Bom trabalho em segurar a inimiga, Shikamaru. — Elogiou Kakashi.

— Obrigado, Kakashi-sensei. — O garoto agradeceu sério. Seus olhos não fugiam da Oukami nem mesmo por um segundo.

— Shizune, ajude a Ino. — Ordenou Kakashi.

— Entendido. — Respondeu a médica.

A assistente da Hokage se aterrorizou com o que via. Ino estava assustadoramente magra e doente. Os cabelos, antes loiros e belos, eram brancos e velhos. A pele, rugosa e cheia de manchas.

— O-O que é isso? — A médica se perguntava.

Juntou as mãos e usou o Kage Bunshin no Jutsu, produzindo quatro clones. Estes desataram pergaminhos presos às costas e os abriram sobre o chão, próximos de Ino. Em seguida assentaram-se perto da garota. As mãos estavam unidas em selos manuais. O processo de cura estava iniciado.

Shizune olhava preocupadamente. Sua técnica de cura não surtia o efeito desejado, apenas retardava o avanço do jutsu inimigo. Além disso, seus clones lhe transmitiam telepaticamente o diagnóstico de Ino, a doença era desconhecida pelo homem. Aquilo era péssimo.

A médica nada disse. Revelar o que estava acontecendo só causaria dor aos outros. Ela procurava, mesmo sabendo que seria quase impossível reverter aquele quadro, cuidar da garota.

— Você vai ficar bem, Ino. Você vai ficar bem. — Sussurrava consigo mesma. Seus clones estavam concentrados ao máximo na jutsu de cura.

Percebendo a aflição no rosto da comandada, Kakashi pigarreou.

— Maki, faça.

— Entendido, Kakashi-taichou. — A loira estendeu as mãos na direção de Beni, executando um selo manual. — Shintenshin no Jutsu!

Beni sentiu arrepios no corpo. Novamente a Oukami fora alvo da técnica mental dos Yamanaka. Mesmo Maki estando na mente de Beni, Shikamaru mantinha o Kage Mane no Jutsu.

— Kakashi-taichou, Shikamaru-senpai, Hinata-senpai, Shizune-senpai, Sai-sama (Maki o tratava assim pelo fato deste ser o namorado de Ino; ela também o via como um superior, como um membro mais velho do clã), eu consegui. Estou controlando-a. — Falou Maki no corpo de Beni.

— Ótimo, Maki. — Kakashi parabenizou — Agora descubra como desativar a técnica inimiga.

— Imediatamente, Kakashi-taichou. Só um segu...

— Maki-san... — Hinata, que analisava Beni completamente por intermédio do Byakugan, se pronunciou. A voz da morena sugeria urgência. — Maki-san, saia daí agora!

Um feixe de chakra negro implodiu do corpo de Beni. Era forte o bastante para destruir o Kage Mane no Jutsu de Shikamaru e lançar todos os ninjas da Folha para trás. Os clones de Shizune, que tentavam curar Ino, explodiram. Beni estava livre mais uma vez.

A Oukami cambaleou e se apoiou sobre um dos joelhos. Ela respirava com dificuldade. Ainda sofria dos efeitos colaterais do Modo Shinigami.

— Eu... Eu odeio ser controlada... Eu odeio isso. — Murmurou.

Maki se levantou vagarosamente. Estava um pouco tonta. Ela parou de se mover, aterrorizada, ao perceber que era observada por Beni.

A Oukami trocou de alvo e atacou. Estava claro que era Maki quem Beni queria matar primeiro.

— Ninpou: Choujuu Giga! — Sai só tinha chakra para conjurar um tigre de tinta. A fera emergiu de um pergaminho e interceptou a morena, mordendo-a na cintura e lançando-a para longe de Maki.

— Hakke Kuushou (Ataque da palma de ar)! — No instante exato que o desenho de Sai largou Beni, Hinata continuou o ataque. Usando a palma de ar, a Hyuuga lançou a Oukami para trás.

— Kage Nui no Jutsu (Técnica da prisão da sombra). — Uma linha de sombra gigante se levantou do chão e se dividiu em várias e finas fiações, que atacaram, perfurando e imobilizando Beni.

— Raikiri. — O último ataque. Kakashi surgiu a centímetros de Beni, perfurando-a no peito com o ataque elétrico. Beni sentiu o golpe. Mesmo que o Shinigami no Jutsu a mantivesse viva, o uso contínuo da Kekkei Genkai a deixava fraca demais. O sangue escorria pela boca da morena, que não esboçava qualquer reação, apenas dor. Para Kakashi Hatake, aquela era uma visão triste e familiar. A expressão de agonia terminal de Rin Nohara, sua companheira, quando estava à beira da morte era idêntica à de Beni Makagawa.

Kakashi suspirou, afastando as lembranças da velha amiga. Aquela não era a hora para lembranças tristes.

— Eu... Eu não... — Beni gemia de dor.

O Jounin puxou o braço para fora do peito da Oukami, fazendo com que Beni caísse de joelhos. A visão da garota estava embaçada. Ela sentia o corpo tremer.

Direcionou o olhar amargurado para Sai. A voz de Beni se resumia em um sussurro quase inaudível, tamanha a fraqueza.

— A-Ami... Amigos, não é? — A garota tossiu sangue — Eu sabia... Eu sabia que você estava mentindo para mim.

Sai fechou os olhos com pesar. As coisas tomavam o ruma mais indesejado pelo rapaz. Beni, de certo modo, estava certa. Ter amigos na Folha fora a grande promessa, como também a grande mentira dita por Sai à pequena. O moreno se amaldiçoava pela própria hipocrisia.

— B-Be... — Uma voz fraca, no fundo do cômodo, sussurrava. Era Ino. — B-Beni. — Chamou.

Todos se voltaram, imediatamente, para a garota, inclusive a própria Beni Makagawa.

— Ino, — Shizune a interrompeu — você está fraca. Por favor, não se esforce mais.

Todavia, Ino continuou. Ela sentia que precisava falar naquela hora, uma última vez.

— Nós te machucamos... não foi? Nós fizemos mal a você, não foi? Beni... eu vi... eu sei o que aconteceu... — A garota tossiu doente — Há oito anos... meu jutsu fez suas piores lembranças virem à tona... Todas de uma vez...

Assim como os demais, Beni olhava incompreensivamente para Ino. A morena estava confusa com as palavras da outra. A voz daquela, que outrora fora sua adversária, era gentil e acolhedora. Ino continuava:

— Não sei se posso dizer isso, mas... — Ino esboçou um fraco sorriso — teve um lado bom em usar o Shintenshin no Jutsu em você... Eu te conheci, Beni. Bastaram alguns minutos para saber tudo o que você já passou, o que você já sofreu... O que eu posso dizer é: você não é má, Beni.

Os olhos negros da Makagawa se arregalaram, ela estava inquieta. Aquela voz, aquelas palavras... Fora a mesma coisa que Sasha, a irmã mais velha de Beni lhe dissera há oito anos. A frase era a mesma, as vozes de Ino e Sasha pareciam ser uma só. Beni se lembrava, perfeitamente, daquela tarde de inverno nevado e chuvoso ao mesmo tempo, quando Sasha lhe falara aquelas palavras de forma gentil.

Pela primeira vez em muitos anos, lágrimas escorriam dos olhos de Beni Makagawa.

— Por... Por que você... Por quê?

— Nós da Vila da Folha não somos perfeitos. Mostramos nossa incompetência agora mesmo, atacando você... machucando você... Não temos o direito de pedir que venha conosco... Não, não temos. O que posso te dizer é que viver sob o nome dos Oukami não vai levá-la a lugar algum.

— O Iruzu-san me salvou, Ino Yamanaka. Se você viu o meu passado, sabe disso também. Vivo e luto pelos ideais dele. — Beni rebateu.

— Ele apenas se aproveita da sua força, Beni. Para ele, você é só uma peça, uma arma, um trunfo. Ele não é diferente do Shozu Ibuke.

— Vocês também não! — Retrucou a garota — Vocês também são maus.

— É... — Ino suspirou — Nós falhamos com você... Eu falhei com você, Beni... E eu te peço o seu perdão, Beni.

— O quê? Perdão?

— Sim. Perdoe-me, Beni. Perdoe-me por te machucar, por te fazer lembrar-se das tristezas e cicatrizes do passado. Perdoe-nos a todos nós.

— Por que eu deveria?

— Não precisa... Como também... — Ino abriu os olhos, avistando a garota. — você não precisa me curar...

Quando Ino disse aquelas palavras, todos se assustaram. Os olhos estavam tomados de surpresa e incompreensão.

— Ino! — Sai exclamou — O que está fazendo?

— Você... quer morrer? — Beni também não entendia nada. — Por quê?

— Eu não quero morrer... Eu tenho uma família, tenho amigos, tenho um namorado, tenho uma vida... mas eu também sei que fizemos mal a você. É a única forma que consigo pensar para reparar nosso erro; meu e de todos aqui.

— Não... — Beni balançou a cabeça negativamente. — Isso não faz sentido algum.

— Faz sim... Eu sacrifico a minha vida para que você tenha direito a uma. Não precisa ser com os Oukami nem com a Folha... Vá e apenas viva, Beni... É tudo o que te peço...

Ino não disse mais nada. Os lábios da garota pararam de se mover, os olhos azulados pouco a pouco se focavam no vazio.

— Não! Ino! — Sai e Shizune correram de encontro à garota. Sai segurava-lhe o pulso, desesperado, Shizune fazia de tudo para manter a garota consciente. Hinata levou as mãos à boca, em tristeza e desespero. Shikamaru e Maki também foram ao encontro da amiga. Kakashi abaixou a cabeça penosamente.

— Isso é mau. — Shizune punha a mão sobre o coração da garota. — Desse jeito ela vai...

— Shizune-san, por favor! — Sai gritou repreensivamente. A tensão era total.

— Shizune-senpai... — Maki lacrimejava. — A Ino-sama vai ficar bem, não vai?

A médica se via impotente. Shizune fazia o melhor que podia, mas, no fundo, ela sabia, a qualquer momento Ino iria expirar.

Beni se levantou. As feridas da morena já estavam completamente fechadas e curadas. A Oukami sussurrou consigo mesma antes de desaparecer completamente do local.

— Obrigada, Ino Yamanaka. Eu jamais me esquecerei de você.

No instante seguinte, Beni desapareceu.

A expressão facial de Shizune revelara a todos o que havia acontecido. O coração de Ino, finalmente, havia parado de bater.

* * *

— É aqui. — Kiba indicou. — É daqui que vem o cheiro do Shino. — Akamaru latiu em concordância com o Inuzuka.

O garoto apontava para a entrada do salão de artes, no quarto andar. Yamato foi o primeiro a entrar no local, seguida por Anko, Chouji — este carregava Lee, inconsciente, nas costas. — e, por fim, Kiba e Akamaru.

Dentro do salão, de fato, estava Shino. O garoto estava com a pele extremamente pálida e os olhos vermelhos. Caído e derrotado, o Jounin estava sobre o piso.

— Shino! — Kiba e Akamaru forma de encontro ao outro integrante do Time Oito. — Ei, cara! Vamos lá! Levanta! Levanta, Shino!

Anko conjurou uma serpente bege de médio porte. O animal cravou as presas sobre a carne de Shino Aburame. Era uma técnica medicinal emergencial que ela aprendera com seu ex-professor, Orochimaru.

A Jounin notou que perto de Shino estava um conjunto de ossos corroídos, sendo a maioria deles convertidos em pó.

— Outro Oukami foi derrotado. — Comentou a Jounin.

— Mas a que preço? Chegamos tarde demais. — Yamato suspirou.

— O Shino está bem, Anko-san? — Preocupado, Chouji perguntou.

Akamaru chorava baixinho. Kiba também estava aflito. Por fim, Anko, em silêncio, balançou a cabeça negativamente. Todos sabiam o que aquilo significava.

— Acabou. Não chegamos a tempo. — Ela balançou a cabeça. — Ele está morto.

* * *

Lágrimas. Silenciosas lágrimas escorriam pelos olhos de Sai. O ninja que desde criança fora disciplinado a não ter sentimento nenhum se sentia impotente e melancólico. Nada gritava, nada falava, nada sussurrava; chorava silenciosamente enquanto abraçava o corpo inerte da namorada.

Shizune abaixou os olhos. Talvez a frieza adquirida com a profissão de médica estivesse dando sinais de manifestação mais uma vez. Quantas vezes ela agira de igual modo? Ela não sabia dizer. Era uma das melhores alunas de Tsunade e, inclusive, aprendera com sua própria mestra: nem sempre era possível salvar alguém.

Shikamaru suspirou quieto. Era um veterano de guerra, assim como os demais presentes naquela fria e mórbida biblioteca, e por isso via a morte como algo horrivelmente doloroso, mas, infelizmente, real. Antes Asuma, depois Shikaku, seu pai, Inoichi, pai de Ino, e todos os outros. Agora fora Ino, sua companheira do Time Dez. O rapaz levava as mãos aos bolsos da calça e dirigia o olhar para frente, para o distante.

Maki pôs-se a chorar copiosamente. Era a única Chunnin do grupo, além de ser a mais nova dentre os integrantes do segundo time. Fora escolhida para a missão porque suas habilidades Yamanaka falavam por si só; as melhores depois das de Ino. Só que naquele momento nada disso importava para a novata. Ela não tinha nada do que se orgulhar. A loira via sua superior, Ino, morta e gemia lágrimas de horror.

— I-Ino-sa... I-Ino-s... I-Ino... Ino-sama... — Maki se viu abraçada por Hinata. Pousando a cabeça sobre os ombros da Hyuuga, a Yamanaka se derramava em choro.

Lágrimas também desciam dos olhos perolados de Hinata. A morena chorava em silêncio, como Sai fazia. Ela sentia Maki apertar-lhe com um abraço e, em um gesto de consolo, abraçou-a com mais força também. A Hyuuga se lembrava da morte do primo, Neji. Assim como este, Ino também morrera jovem. Hinata fechou os olhos com o sentimento amargo da perda.

Kakashi deu as costas para a cena. Testemunhara inúmeras mortes ao longo da carreira ninja. Apesar de ser um shinobi, tipicamente, frio, ele também sentia o estrago que a morte deixava. Como capitão daquele grupo, ele sabia que a batalha contra os Oukami ainda não havia terminado. Ao que se sabia, três Oukami foram derrotados. Com Beni, aparentemente, fora de combate, quatro. Restava apenas o líder, Iruzu Ibe, que duelava contra Naruto em algum lugar daquela mansão.

— Naruto, não pudemos servir como apoio ao seu time. Perdoe-nos. — O Jounin sussurrou consigo mesmo.

O capitão nada disse aos demais. Para ele, nada deveria ser dito naquele momento sombrio.


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Notas finais do capítulo

SE VOCÊ VEIO AQUI TOMAR SPOILER, HAHAHAHA, PEGADINHA DO MALANDRO.

É, agora vai chover gente querendo a minha cabeça. certo? Antes de me amaldiçoarem, me xingarem, me chamarem de torcedor do Borussia Dortmund, relaxem, viu?

"Ah, mas, mas, mas... do que adiantou a votação se isso aconteceu nesse capítulo? Você é mau, Victor! Eu te odeio!"

Não pensem assim, pessoas! O próprio Kishimoto-sensei já partiu nossos corações inúmeras vezes para, no final, nos fazer sorrir. Calma, nem tudo está perdido (ou não, né? Só acho que vão me chamar de autor malvado).

Bem, uma boa notícia: como eu não prestarei mais nenhum vestibular e/ou concurso público neste ano, empenhar-me-ei com exclusividade da produção e leitura de histórias (finalmente poderei voltar a ler as histórias que acompanho! o/) . Resumindo, alguém se lembra do nosso cronograma? Um capítulo na quarta-feira e outro no domingo, com possíveis especias aos sábados? Ele voltou e já está valendo! Quarta-feira tem capítulo novo, viram?

Próximo capítulo: Minha última cartada

O arco dos Oukami está chegando ao seu fim, preparem-se.

É isso, pessoas.

Obs.: aos botafoguenses, HAHAHAHAHAHAHA! Segunda Divisão, yaaaaa! :p

Agora sim, é só isso.

Até o próximo capítulo, pessoas. Amo vocês! o/