O Herói do Mundo Ninja escrita por Dracule Mihawk


Capítulo 44
Eu queria que durasse para sempre


Notas iniciais do capítulo

O Número 11...

A dezena que aparece repetidas vezes no dia a dia. É nome de anime (Inazuma Eleven, ou Super Onze na Band), é data de terrorismo (11 de Setembro de 2001), é nome de time (Once Caudas), é o número de camisa de Centro-avante, é sacanagem (um atrás do outro), é dez mais um, nove mais dois, oito mais três, enfim. No entanto, o que mais importa no momento é: É O NÚMERO ATUAL DE RECOMENDAÇÕES QUE EU TENHO! UHUU! Que felicidade, meu Deus do Sky! OBRIGADO FFR! OBRIGADO! OBRIGADO MESMO!

Ok, passado o momento de alegrias, tenho uma notícia não tão agradável para alguns...

Pessoal, eu estou em preparação intensiva para o Exame Discursivo da UERJ e agora meu tempo disponível caiu drasticamente. Em outras palavras, por hora, postarei apenas um capítulo por semana. Peço desculpas a todos, mas eu quero muito, muito, muito, mas muito mesmo passar para esta universidade em questão e realizar meu sonho, que consiste em cursar Direito. Responderei aos reviewns normalmente via celular, mas quanto às postagens de capítulos, serei mais passivo. Será temporário, após o Exame Discursivo da UERJ, voltarei a postar como sempre costumo fazer, está bem? Conto com a compreensão de todos!

Ufa, voltando...

Este é o último capítulo antes de iniciarmos a nova e penúltima (sim, a penúltima) saga desta fanfic. Com vocês, o capítulo 44 desta fanfic. Nos vemos nas notas finais o/ (Fãs de NaruHina, prestem muita atenção neste capítulo hahahaha)



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A lua crescente iluminava o céu noturno e estrelado. Uma leve brisa corria em meio ao ambiente. Era uma bela noite, mas o melhor ainda estava por vir. Para ele, o tinha sido de todo agradável, principalmente com a conquista do novo título e mais, com a saborosa vitória em cima de seu melhor amigo e rival. Vencer era bom, mas vencer Sasuke era melhor ainda.

Só que agora tudo havia passado. A noite chegara e com ela os seus deleites.

— São 19h22min... — Naruto olhava para o relógio na parede de sua cozinha — Eu vou chegar bem adiantado.

Naruto escolhera vestir uma camisa branca de gola polo. O símbolo de seu clã, o clã Uzumaki, estava bordado na parte posterior da mesma. Também usava calça Jeans escura e tênis branco com detalhes avermelhados. Naruto se olhava no espelho e sorria; as vestimentas lhe agradaram bastante.

— Que nostálgico. Estou me lembrando do meu primeiro encontro com ela.

Terminados os preparativos, Naruto trancou a porta de sua casa, pôs a chave no bolso e se dirigiu ao caminho que levava ao Distrito Hyuuga.

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Hinata havia concluído suas tarefas diárias com perfeição. Ela treinara com Hanabi e com Hiashi, tratara de algumas questões administrativas, que ao ver de Hinata, eram bem simples e ainda conseguira alguns minutos para ler algumas páginas de um livro cujo assunto era: administração político-econômica de clãs. A organização de Hinata Hyuuga era de dar inveja em qualquer um. Até mesmo seu pai, Hiashi, admirava tal qualidade de sua filha mais velha.

A Hyuuga estava em seu quarto, pondo seu vestido, quando a porta abriu bruscamente, revelando outra Hyuuga, bem mais nova e baixa que Hinata.

— HANABI-NEE-SAN! — Hinata protestava contra a invasão da irmã enquanto escondia o próprio corpo entre as portas do quarta-roupa.

Hanabi fechou a porta do quarto de Hinata e, ao ver sua irmã se escondendo, balançou a cabeça negativamente. Estava desapontada.

— Até quando você vai ficar se intimidando com tudo? — Perguntou Hanabi.

— Até quando você vai invadir o meu quarto deste jeito? — Perguntou Hinata.

— Ah, sei lá! É engraçado te ver envergonhada. — Hanabi riu, Hinata bufou.

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Hinata terminara de se arrumar para o encontro. Escolhera um vestido balonê sem alças, de cor branca e que lhe cobria até uma altura um pouco acima dos joelhos. Os longos cabelos morenos desciam pelas costas da garota. Usava belas e singelas sandálias de salto brancas com detalhes dourados. Também usava uma pequena bolsa branca com detalhes em prata. Hinata gostava do que vestia, ela se achava bonita.

— Uau! — Hanabi aprovava — Você está parecendo uma princesa, Hinata-onee-chan!

— Você acha mesmo, Hanabi-nee-san? — Hinata sorriu.

— Claro! Você está linda! O Naruto vai babar igual a um idiota quando te ver!

— Hanabi-nee-san, eu já falei: o Naruto-kun não é um idiota! Ele é bastante inteligente!

— Sei, sei... O nosso futuro “Bakage” (Hanabi usou um trocadilho com as palavras “baka” (idiota) e “Hokage”) é um gênio sem igual! — Disse Hanabi entre risos.

— Por falar em garotos, Hanabi-nee-san, o Konohamaru-kun parece gostar de você, não é mesmo? — Imediatamente após ouvir estas palavras, o sorriso de Hanabi deu lugar a uma feição emburrada.

— Por favor! Até você fica dizendo essas coisas... — Disse Hanabi, contrariada.

— Mas é verdade.

— Eu sei, Onee-san. Eu sei. — Disse Hanabi com desgosto.

— E então? — Hinata insistia.

— O quê?

— Você não vai dizer nada a ele? — Perguntou Hinata.

— Pode parar por aí, Onee-san! Não me venha falar sobre confissões amorosas a garotos. Você teve este problema por anos, ou já se esqueceu? Além disso, os meus punhos na cara dele falam por mim! — Rebateu Hanabi.

— Mas você gosta dele?

— E-Eu não! O Sarutobi é um idiota, estúpido, babaca, maldito, imbecil, trouxa, vagabundo, praga, desgraçado, peste e pervertido.

— Tudo isso? — Hinata se surpreendeu, mas achou graça. Era sempre bom e divertido conversar com sua irmã, apesar de às vezes ela ser exagerada demais.

— Não... Eu acho que estou esquecendo alguns adjetivos... Espera, eu vou me lembrar. A sequência era: Idiota, estúpido, babaca, maldito... — Hanabi repetia a sequência de xingamentos em voz baixa enquanto contava nos dedos, tentando se lembrar de algum outro — Ah! Deixa pra lá! Mas Hinata-onee-san, você acredita que ele uma vez veio até mim e perguntou assim: “Hanabi-chan, seu pai é ladrão?”

— Eu não entendi. É uma cantada? — Hinata arqueou a sobrancelha, desentendida.

— Sim, é. Eu também não entendi na hora e, na minha inocência, respondi: “não!”. Daí ele me perguntou: “Então como ele roubou o brilho das estrelas e colocou nos seus olhos?” — Disse Hanabi com desgosto. Hinata riu.

— Puxa! Essa cantada foi...

— Ridícula! — Hanabi interrompeu a irmã — Essa cantada foi ridícula! Depois que ele me cantou, eu soquei a cara dele dezessete vezes! — Hanabi sorriu por um momento, se lembrando do dia em questão — Eu adorei socar a cara daquele idiota... Dezessete vezes!

— Que crueldade, Hanabi-nee-san! — Hanabi disse, horrorizada.

— Crueldade? Você fala isso, mas não sabe que teve uma maldita vez em que ele usou um jutsu ridículo chamado Oiroke no Jutsu (Jutsu Sexy) na frente de um monte de garotos. Ele usou um Kage Bunshin e se transformou em nós duas. Estávamos nuas e abraçadas! — Hanabi falava com desgosto.

— N-Nuas? — Hinata corou e levou as mãos à boca, estarrecidamente envergonhada só por se imaginar exposta de um jeito tão vulgar. — Hanabi-nee-san, isso é horrível!

— Eu sei! Eu bati tanto nele; mas tanto, que, sem querer... — Hanabi parou e pensou um pouco — Minto! Eu adorei fazer aquilo! Enfim, Eu bati tanto nele, que até mesmo usei o Juuken (Punho Gentil; estilo de Taijutsu do Clã Hyuuga). Ele ficou três semanas internado no Hospital da Folha. — Hanabi voltou a sorrir.

— T-Três semanas? Você queria matá-lo?

— Matá-lo? Não! Sem o Sarutobi, eu iria bater em quem mais? Adoro bater naquele estúpido! A única pessoa que quero matar é quem ensinou esse tal de Oiroke no Jutsu para ele. É um jutsu pervertido demais, até mesmo para o Sarutobi. Tem outra mente por trás disso tudo. Eu ainda não sei quem é, mas vou descobrir! — Prometeu Hanabi.

Uma lembrança bem antiga veio à tona na mente de Hinata. Hinata se lembrava dos seus tempos de Academia Ninja. Ela se lembrava de seu sensei, Iruka Umino, tentar ensinar o Henge no Jutsu (Técnica de Transformação) para os alunos. Ela se lembrava de ver sua paixão de infância, que mais tarde se tornou seu namorado, Naruto Uzumaki, na frente da Classe. Naruto havia fracassado em se transformar no Sandaime (Terceiro) Hokage. Todos riram e Iruka havia repreendido Naruto. Mas em seguida, Naruto usou uma técnica curiosa que ele havia chamado de “Oiroke no Jutsu” (Jutsu Sexy) para se transformar em uma loira nua na frente de todos. Para a infelicidade de Hinata, aquela lembrança havia retornado à sua memória.

Hanabi percebeu que a feição no rosto da irmã estava estranha. Curiosa, a pequena perguntou:

— Ei Onee-san, você conhece o criador deste jutsu?

— Não, Hanabi-nee-san! Não faço ideia de quem possa ser essa pessoa! — Ainda traumatizada com a lembrança, respondeu Hinata.

As duas irmãs continuaram a conversar quando batidas na porta do quarto de Hinata se fizeram ouvir.

— Com licença Hinata-sama, o Naruto-san está lá embaixo lhe esperando. — Detrás da porta, Kou avisou.

— Muito obrigada, Kou, eu já estou descendo. — Falou Hinata e, voltando-se para Hanabi, continuou — Nos vemos mais tarde, Hanabi-nee-san!

— Tudo bem, pode ir namorar! Mas não se esqueça de me contar tudo depois! — Disse a pequena.

— Por que você sempre quer saber o que acontece nos meus encontros? — Perguntou Hinata.

— Porque gosto de me manter informada. — Hanabi respondeu simplesmente.

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No tabuleiro, a situação era crítica. Pouco a pouco, suas peças eram tomadas por Hiashi Hyuuga. Naruto havia aprendido com Shikamaru a jogar Shougi (Jogo dos Reis; equivalente ao Xadrez), mas seu sogro era um oponente formidável.

— Poderia apenas ter me parabenizado por hoje, Hiashi-sama. Seria mais legal. — Sem graça pela situação que vivia no tabuleiro, Naruto comentou enquanto movia o Cavalo, atacando ao mesmo tempo dois Lanceiros de Hiashi.

— É verdade. No entanto, Hinata me disse que você jogava Shougi, Naruto. — Hiashi não desviava os olhos do tabuleiro — Eu fiquei curioso quanto a isso e acabei lhe propondo uma partida. — Hiashi moveu um de seus Generais de Prata, reforçando a defesa de suas peças.

— E eu aceitei a partida... — Decepcionada consigo, Naruto murmurou de forma que Hiashi não escutasse.

— Naruto-kun. Papai. —A voz de Hinata atraía a atenção dos dois jogadores para as escadas, onde a morena descia acompanhada da irmã. Naruto estava boquiaberto. Seus olhos perseguiam Hinata. O loiro estava encantado com a namorada.

— Hinata, você está maravilhosa! — Naruto comentou. Hiashi olhou desconfiadamente para Naruto.

— Obrigada, Naruto-kun! Você também está lindo! — Disse Hinata. Um nó e formava na garganta de Hiashi.

— Que legal! Vocês dois estão vestindo branco! Estão combinando! — Comentou Hanabi.

— Hinata! — Hiashi pigarreou — Não se esqueça do horário. Eu a quero em casa às 22h30min! Não se atrase um minuto sequer!

— Sim, papai. Eu já sei. — Hinata sorriu para o pai. Ela sabia que ele agia assim para protegê-la. Mesmo tendo plena confiança em Naruto, às vezes o instinto paterno falava mais alto.

— Ouviu, Naruto? — Hiashi se dirigiu ao genro. Naruto tremia de medo. — Cuide bem da minha filha e a traga de volta no horário.

— E-Entendido, Hiashi-sama! — Temeroso, Naruto respondeu.

— Em outra oportunidade terminaremos nossa partida de Shougi. — Disse para Naruto e, posteriormente para o casal — Agora vão. Divirtam-se!

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Os dois caminhavam de mãos dadas. Como prometera a si mesmo, Naruto levara Hinata para jantar fora e, depois do jantar, comer Zenzai (Doce de Feijão Vermelho) e rolinhos de canela, os doces preferidos de Hinata.

Depois da refeição, Naruto e Hinata caminharam pela vila até chegarem a uma pracinha. O local era especial para os dois. Fora ali, nos balanços daquela praça, que ele havia se confessado para ela. Fora ali que eles se beijaram pela primeira vez.

Sentaram-se nos balanços e juntos admiravam o céu estrelado.

— Eu me lembro como se fosse ontem. — Disse Hinata.

— O nosso primeiro encontro... Quem diria que três meses passariam tão rápido, não é mesmo? — Naruto se lembrava de todos os momentos que vivera com Hinata nos últimos meses.

— Os últimos três meses foram os melhores da minha vida! — Hinata sorria enquanto dirigia o olhar para o céu noturno — Eu queria que durasse para sempre. — Disse Hinata com a voz serena.

Naruto se levantou de seu assento, se ajoelhando logo em seguida diante de Hinata. O corpo do garoto estava próximo ao da namorada.

— Naruto-kun, o que está fazendo?

— Eu quero ficar aqui, o mais próximo de você possível, meu amor. — O loiro sorriu radiantemente para Hinata, que enrubesceu com as palavras de seu namorado.

Hinata pôs a mão sobre a cabeça de Naruto. Os delicados dedos da morena acariciavam e passeavam entre os cabelos loiros do Uzumaki. Naruto suspirava. Hinata tinha a incrível habilidade de apaziguar seu coração, lhe trazer calma. Ele amava estar com ela.

Naruto envolveu a mão de Hinata com a dele, acariciando-a. Depois, de forma vagarosa, a mão de Hinata, guiada pela de Naruto, descia pela a face do garoto, pelo tórax, até pousar sobre a coxa do loiro.

Os olhos perolados da Hyuuga encontravam os azuis de Naruto. A distância entre seus lábios era ínfima e continuava a diminuir até finalmente desaparecer por completo. Os lábios se tocaram, selando o beijo, que era lento, demorado e apaixonado.

Quando as bocas se separaram, Naruto envolveu o corpo de Hinata em um abraço. A Hyuuga fez o mesmo, além de repousar a cabeça sobre a do loiro.

— Também queria que durasse para sempre. — Ele disse.

Hinata sorriu ao ouvir aquelas palavras. Ele pousou os lábios sobre a cabeça de Naruto, beijando-a. Ainda abraçada com ele, disse:

— Eu vou te amar para sempre. Nada nem ninguém me farão mudar de ideia. — Disse Hinata.

— Eu também. Nada vai nos separar, Hinata-chan.

— Eu amo quando você usa este sufixo para o meu nome. — Hinata sorriu mais uma vez. A voz da Hyuuga era calma e terna — Mas eu amo mais ainda quando você não uma sufixo algum. Desde quando éramos crianças você apenas me chamava de “Hinata”. Por favor, eu prefiro que você não mude, Naruto-kun.

— Naruto-kun... — O loiro repetiu as palavras ditas por Hinata.

— O que foi? Não gosta quando eu uso o sufixo? — Hinata franziu a testa.

Naruto levantou a cabeça. Fitando o rosto de Hinata. Os olhos da Hyuuga estavam desnorteados, aguardando a resposta do loiro. Naruto sorriu para ela.

— Desde quando éramos crianças você apenas me chamava de “Naruto-kun”. Por favor, eu prefiro que você não mude, Hinata. — Plagiando as palavras de Hinata, Naruto respondeu. Uma leve risada foi arrancada da Hyuuga.

E ali, abraçados um ao outro, permaneceram.

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As horas eram avançadas por demasia. Toda a Vila Oculta da Folha repousava sob o delicioso sono da madrugada. Todos já dormiam; menos ele.

Ele caminhava pela sacada. Um metro à frente estava a porta de vidro transparente que levava ao quarto dela.

Aproximou-se a passos lentos. A porta, obviamente, estava trancada, mas aquilo não seria sequer um problema para ele. Não teve dificuldade alguma para destravar a fechadura. Abriu a porta, tendo, por conseguinte, acesso ao quarto. Era possível vê-la dormir. Sakura repousava tranquilamente. Sasuke observava a garota dormir.

— Você se acostumou a invadir a minha casa, não é? — Sakura, mesmo de olhos fechados, percebera a presença de Sasuke. O Uchiha não se surpreendeu.

— Pelo que me lembro você havia me convidado para passar o dia na sua casa.

— São 02h03min da manhã, Sasuke-kun. — Sakura se sentou sobre a cama, olhando para Sasuke com curiosidade. Sakura usava uma camisola de seda rosada. — Aconteceu alguma coisa?

— Venha. — Sasuke disse e, em um piscar de olhos, reapareceu na sacada.

Sakura se levantou da cama e caminhou até ao lado do Uchiha. Ele não dizia uma palavra sequer. Ela, por sua vez, esperava Sasuke tomar a palavra. Algo na Haruno lhe dizia que ele não estava bem.

— Está uma bela noite, não acha? — Ele disse, por fim, quebrando o silêncio entre os dois.

— Sim, está. A vila está dormindo tranquila. — Respondeu Sakura.

— Sakura... — Sasuke procurava as palavras certas — Eu não queria que você me visse daquele jeito. Eu estava prestes a atacar a Karin.

Sakura suspirou. Ela se surpreendeu por Sasuke se arrepender de coisas que outrora ele consideraria fúteis. Ele estava preocupado com a visão que a Haruno tinha dele. Em tempos mais antigos, Sasuke jamais diria tais palavras nem agiria daquela forma.

— Está tudo bem, Sasuke-kun. Eu não te culpo, assim como não culpo a Karin pelo que aconteceu. Vocês dois defendiam ideias opostas no momento. Ela queria satisfações e você queria passar no Exame.

— O Exame... — Sasuke abafou uma pequena risada — A Hokage-sama foi benevolente para com nós dois, Naruto e eu. Ela me deu a oportunidade de me tornar um Jounin, mas também me usou como um instrumento de busca para um possível assassino infiltrado no Exame. Estava implícito, mas, mascaradamente, eu também servi como um “guarda-costas” do Naruto naquele Exame. Se o assassino de Sema estivesse entre os candidatos, seria meu dever abatê-lo enquanto o Naruto participava do Exame normalmente.

— O Naruto é o ninja favorito da Tsunade-sama, Sasuke-kun. Nem a Shizune-san ou eu, que somos discípulas dela, temos o favoritismo que o Naruto tem. Não se preocupe com isso, por favor. — Sakura comentou.

— Não estou preocupado nem indignado com nada, mas veja: a Hokage-sama estava me testando como um protetor do Naruto secretamente. Eu, além de procurar por um possível assassino e prestar o Exame, estava guarnecendo o futuro Hokage desta vila, Sakura. Foi por isso que, durante o Exame, eu o ataquei enquanto fingia ser Roku Kuzanagi. O Naruto precisava saber que até mesmo ele poderia ser derrotado. — Sasuke confessou.

— Sasuke-kun... — Sakura estava receosa quanto a pergunta que estava prestes a fazer ao namorado — Você ainda quer ser o Hokage para dar um futuro ao Clã Uchiha?

Uma pergunta inesperada, ou melhor, curiosa. De fato, Sasuke via que, ao se tornar Hokage, teria plenas condições de dar um futuro ao seu Clã. Ele se via como o precursor de uma era. Uma era na qual os Uchiha não seriam vistos como um clã separatista, um clã possuído pelo mal e pela tragédia. Mas ele sabia, também, que ele não era o único capaz de dar esperança àqueles que tinham o sobrenome Uchiha. Sasuke deu um sorriso fraco.

— Eu me lembro como se fosse hoje: o dia em que cheguei ao Campo de Batalha, o dia em que decidi ir à guerra e lutar ao lado da Aliança. — Sasuke sorriu — O dia em que disse que me tornaria o Hokage. Todos me olhavam de um jeito estranho.

— Aquela declaração foi inesperada. Você apareceu de repente e disse que se tornaria o Hokage. — Sakura se lembrava do momento em questão claramente.

— Aquilo não passou de um desejo egoísta. Eu posso confiar que o Rokudaime Hokage trará a felicidade ao meu clã. — Disse Sasuke. — Eu não quero mais ser Hokage!

— S-Sasuke-kun... — Sakura não acreditava no que acabara de ouvir.

— Durante as lutas do Naruto que assistimos na arena eu percebi: ele aprendeu com a derrota para o Roku. Além disso, o Naruto está procurando evoluir cada vez mais. Se ele tivesse a mente do idiota de quatro anos atrás, ele usaria o Modo Rikudou Sennin em todas as lutas de forma espalhafatosa, desleixada e imprudente. Agora não, o Naruto está procurando evoluir sem depender do trunfo deixado pelo Rikudou Sennin. Durante o Exame, ele só usou o Modo Rikudou Sennin na última luta.

— O Naruto amadureceu. Isso ninguém pode negar. — Comentou Sakura.

— Quando eu o enfrentei na Terceira Fase, ele conseguiu socar o meu rosto. — Sasuke riu ironicamente — Se ele tivesse usado a força do Goubi (Fera de Cinco Caudas) para me socar... Talvez eu não estivesse aqui falando com você.

— Onde está querendo chegar com tudo isso, Sasuke-kun? Eu não estou entendendo. — Sakura estava cada vez mais surpresa e curiosa com a declaração tão inesperada de Sasuke.

— Estou dizendo que esta vila estará em boas mãos. O Naruto será o Hokage. Ele é o ninja mais forte desta vila... Mais forte do que eu. — Sasuke falou, sereno.

Sakura arregalou os olhos. Ela nunca imaginaria ouvir Sasuke admitir que Naruto fosse mais forte do que ele. Nunca. Naquele momento a arrogância típica do Uchiha era deixada de lado, dando lugar à sinceridade. Para Sakura, não era somente o Naruto que havia mudado; Sasuke também. Isso a deixava feliz.

— Sakura. — Sasuke se virou para ela.

— Sim, Sasuke-kun?

— Não diga para aquele idiota o que eu te falei. Isso só o deixaria mais irritante. — Sasuke falou em seu tom costumeiro. Sakura sorriu. Algumas coisas nunca mudam. Apesar de tudo, Sasuke ainda considerava Naruto um rival.

“Esses meninos...” — Pensava Sakura.

— Você não vai falar nada, não é, Sakura? — Sasuke perguntou mais uma vez.

— Não se preocupe. Eu não direi nada, Sasuke-kun. — Sakura riu discretamente.

— Obrigado. Agora... — Sasuke se aproximou de Sakura — eu ainda posso ficar um tempo aqui com você ou já é tarde demais para uma visita?

Sakura também avançou, entrelaçando o pescoço do moreno com os braços. Sasuke envolveu o corpo da garota, abraçando-a pela cintura. Seus corpos estavam colados. Seus olhares estavam fixos um no outro, suas respirações se misturavam deleitosamente, suas bocas estavam muito próximas.

— Fique o tempo que quiser, Sasuke-kun! — Sakura disse. A Haruno tinha um leve rubor nas bochechas.

Sasuke tomou os lábios de Sakura e a mesma correspondeu. Um beijo que começou vagaroso, mas, com o passar do tempo, se intensificou. Era desesperado, urgente. Sasuke intercalava beijos entre os lábios e o pescoço de Sakura enquanto suas mãos exploravam o corpo da garota.

Sakura suspirava e gemia o nome do amado. Sasuke tomou o corpo de Sakura nos braços, carregando-a até a cama. Deitou-a com delicadeza e se deitou sobre o corpo da namorada. Os beijos e as carícias continuaram. Estavam juntos; podiam sentir, viver, amar.

Ali, naquele quarto, amaram-se.

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Cidade de Zuko – Divisa entre o País do Fogo e o País das Torrentes.

O lugar era iluminado por lindas velas em candelabros enormes. A tapeçaria era das mais luxuosas. O estilo da construção era arcaico e influenciado pela cultura do Ocidente. Um lugar bonito, mas devido às circunstâncias do momento, sombrio. A mansão do prefeito da cidade de Zuko, Gintake Hanagusari, era enorme. Um lugar digno de ser morado por ela.

A garota de vestido azulado com detalhes em amarelo andava tranquilamente pelo longo corredor infestado de corpos mortos ao chão. Guardas, mordomos, camareiras, serviçais em geral do perfeito Gintake. Os corpos possuíam agulhas atravessadas em suas gargantas e corações; uma marca que ela, Mera Kujiro, adorava deixar em suas presas. Ela estava entediada, afinal, era a hora da tão enfadonha reunião.

Atravessou a porta que levava ao escritório do prefeito. Lá dentro, o corpo do prefeito Gintake estava decapitado e estendido ao chão. O sangue escorria pelo carpete. Também estavam presentes quatro pessoas; seus companheiros. Três estavam postados lado a lado e outro ajoelhado mais à frente e de costas para os demais. Parecia estar meditando. A espada negra, Kokujin estava deitada sobre suas pernas dobradas.

— Você demorou, Mera. — Disse Iruzu à garota que acabara de chegar. — Está atrasada para a nossa reunião.

— Este lugar estava cheio de gente, Iruzu. Eu tive que... — Mera procurava a palavra ideal para ser usada — “desinfetá-lo”. Por isso demorei.

— Tsc. Estava adorando espetar aqueles insetos com suas agulhinhas, não é, Mera? — Um homem, de aproximadamente 2,40 metros de altura, musculatura exageradamente tonificada e feição bruta, ria grotescamente de Mera.

— Gura, seu troglodita brutamontes asqueroso. Cale essa sua boca cheia de vermes. — Mera revirou os olhos.

— O QUE DISSE, MERA? EU OU TE ESMAGAR AGORA! EU...

— Calem-se... Agora. — Uma voz branda, mórbida e sombria falou para os dois. Era a garota de vestido negro e ataduras nos braços que lhes falara — Não estamos aqui para discutir.

— Muito bom, Beni! — Iruzu se levantou, tomando a espada Kokujin em suas mãos, e sorriu sarcasticamente — Pelo menos um lobo de nossa alcateia tem juízo.

— Ei Iruzu, seu bastardo! — Raiga Takame se dirigiu ao líder dos Oukami — E eu?

— Raiga, fique quieto. O Iruzu-san quer nos falar. — A garota chamada Beni se dirigiu a Raiga. O tom de voz da garota, apesar de não se alterar, sugeria advertência.

Raiga olhava para Beni com raiva. Beni não levantava sequer a cabeça. Os longos cabelos negros desciam soltos até a cintura, a pele pálida como porcelana contrastava com o vestido negro que lhe cobria os pés e se arrastava pelo chão. No entanto, Raiga prestava atenção exclusivamente nas ataduras que vendavam, a partir dos cotovelos até as pontas dos dedos, completamente os braços da garota. Sabia do que Beni Makagawa era capaz de fazer. Abaixo de Iruzu Ibe, Beni era a Oukami mais poderosa. Raiga engoliu em seco o gosto amargo do próprio ego.

— Desculpe-me Iruzu. — Disse com desgosto — Continue.

— Pois bem, vamos ao assunto que mais nos interessa. — Iruzu desviou o olhar para Mera — Está acabado, Mera?

— Sim. — Respondeu a garota — O Exame Jounin na Vila da Folha terminou. O Alvo Primário de nossos clientes é agora um Jounin, assim como aquele Sasuke Uchiha. — Relatou Mera.

— Sasuke Uchiha também era um candidato? — Iruzu arqueou a sobrancelha, levemente surpreendido. Ele riu, sarcástico. — Entendo. Parece que a Hokage fez uma jogada interessante ao fazê-lo prestar o Exame. Provavelmente ela queria usar o Sasuke Uchiha para capturar ou eliminar o assassino do Sema Hyuuga.

— Impossível matá-lo. O assassino de Sema Hyuuga é um de nossos clientes mais poderosos. — Comentou Beni.

— Não tô nem aí para esse tal de Sasuke Uchiha! Eu vou esmagá-lo! — O homenzarrão Gura falou.

— Você adora esmagar as coisas, não é? — Raiga balançou a cabeça.

— Calem-se! — Disse Iruzu — A hora chegou. Vamos cumprir o que nos foi ordenado. Vamos capturar e matar aquela garota.

— Eu ainda não entendi o porquê de sequestrar aquela garota. Ela não é nada demais. Eu não sei por qual razão não atacamos o Naruto Uzumaki logo de cara. Seria muito mais rápido, além de ser mais emocionante. Bem melhor do que agir pacientemente, como nossos clientes querem. — Raiga se pronunciou.

— Fique quieto, Raiga. Nosso alvo tem muita valia para nossos clientes, como também é uma pessoa preciosa para o Alvo Primário. — Disse Beni. — Sequestrar aquela garota seria como dar um golpe direto no coração de Naruto Uzumaki.

— A Beni tem razão. Eu aposto que aquele tal de Naruto Uzumaki iria enlouquecer se perdesse aquela pessoa. Que pena... Não é mesmo, Beni? — Mera sorriu diabolicamente para a outra garota.

— Não me importo. Sentimentos são sinônimos de fraqueza. — Disse Beni.

— Ah, deixe disso! Nós duas somos garotas! Imagina o quão deve ser delicioso ver a expressão de dor no rosto do Naruto... Eu adoro imaginar isso! Aquele loirinho lindo de olhos azuis... mergulhado no desespero. Que delícia! — Mera era a integrante mais sádica entre os Oukami. Sentia prazer na dor alheia. Ela dedilhava uma de suas agulhas enquanto sustentava o sorriso diabólico.

— Eu já lhe disse, Mera. Qualquer sentimento é fraqueza humana. Amor, ódio, alegria, tristeza, paixão. Sentimentos não passam de uma característica estúpida que formam o ser mais podre deste mundo: o ser humano. — Disse Beni.

— Você é tão vazia, Beni! Eu fico me perguntando pelo que você passou. Você só tem dezesseis anos e pensa assim. — Mera falou, fazendo com que Beni, pela primeira vez, levantasse a cabeça e encarasse a companheira. Os olhos negros da garota eram vazios, desprovidos de quaisquer sentimentos. A expressão de Beni Makagawa era aterrorizante.

— Nunca mais ouse fazer com que eu me lembre do meu passado, Mera Kujiro. Se isso acontecer mais uma vez... Eu te mato. — A voz de Beni era vazia e incrivelmente assustadora.

— T-Tudo bem... Foi mal, Beni. Não quis te lembrar dos seus traumas... — Mera falou descuidadamente. A palavra “traumas” ecoava na mente de Beni, que retirara as ataduras em seus braços vagarosamente.

— CALE-SE AGORA, MERA! QUER MORRER AGORA? — Iruzu se manifestou.

— F-Foi mal, Beni. — Mera se desculpou.

Beni mantinha o olhar em suas ataduras. Durante longos segundos, a garota de vestido negro manteve-se assim. A tensão tomava o ar. Com o passar do tempo, todavia, Mera suspirou, aliviada por ver Beni recolocar as ataduras em seus braços.

— Desculpas aceitas... Mera. — Disse Beni em tom sereno. Raiga também suspirou, aliviado por não ter que testemunhar o poder de Beni. Gura revirou os olhos, indiferente. Iruzu sorriu; Beni era o maior trunfo entre seus comandados. Estava ansioso para chegar o tempo de “soltá-la” sobre os ninjas da Folha.

— E então, Iruzu... — Mera procurou mudar de assunto — Quais de nós integraremos a equipe de caça àquela garota?

— EU! — Gura gritou desafiadoramente — Eu vou esmagar a todos daquela vila ridícula!

— Fique quieto, Gura. Você nunca será escolhido para este tipo de missão. Você é espalhafatoso e barulhento demais. — Disse Beni, fazendo Gura se calar.

— Por que não vai sozinha, Beni? — Raiga perguntou para a garota — Este tipo de missão é ridículo para você!

— Não serei eu a decidir e sim o Iruzu-san. Ele é o líder dos Oukami. — Respondeu a garota.

— A Beni não participará da caçada. No início de jogo, é um erro liberar a Dama antes de avançar as demais peças no tabuleiro. Para anunciarmos o Xeque-Mate, deveremos ser perfeitos, pacientes e, no momento certo, implacáveis. — Iruzu se pronunciou — Mera e Raiga, vocês dois irão até à Vila da Folha.

— Vai ser divertido. — Mera sorriu, satisfeita por ser escolhida.

— Humpt! Só espero que você não me atrapalhe, Mera Kujiro. — Falou Raiga.

— Partam imediatamente! — Iruzu ordenou — E lembrem-se, a garota deve ser trazida viva. Só poderemos matá-la quando a Folha vier resgatá-la.

— Tá, eu já sei o procedimento. — Raiga suspirou, entediado, e deixou o local.

— Será um prazer. — Mera sorriu e, dando as costas aos demais, também se retirou.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Finalmente os Oukami resolveram agir.

Lembrem-se: Liberar a Dama logo no início do jogo, quase sempre é um erro. Alguém aqui sabe jogar Xadrez ou pretende aprender um dia? Se tiver um enxadrista ou um aspirante à enxadrista (quer aprender a jogar), fale comigo!

PS: Caso alguém quiser, vamos jogar uma partida no lichess. Meu nick é "DraculeMihaw".

Relembrando:

Ele: Seu pai é ladrão?
Ela: Não.
Ele: Então como ele roubou o brilho das estrelas e pôs nos seus olhos?

Obs: Esta cantada usada pelo Konohamaru não funciona em duas situações.

SITUAÇÃO 1:

Ele: Seu pai é ladrão?
Ela: Sim!

Como podem ver, a cantada morreu.

SITUAÇÃO 2:

Ele: Seu pai é ladrão?
Ela: Não.
Ele: Então como ele roubou o brilho das estrelas e pôs nos seus olhos?
Ela: Ele é astronauta!

Como podem ver, em caso de Pai Astronauta, a cantada também morre.

Gostaram do momento NaruHina? E da confissão do Sasuke à Sakura? Parece que, no fim das contas, o Uchiha não é tão nojento assim (pelo menos nesta fanfic).

Próximo capítulo: Caçada.

Até o próximo capítulo, pessoal o/