O local era imundo. Cheirava a mofo. Pessoas transitavam como baratas pelo lugar, que estava exacerbadamente lotado. O garoto estava sentado próximo ao balcão tomando um copo de sakê. Os ouvidos estavam atentos a uma conversa peculiar.

— Você soube? A Vila da Folha foi atacada ainda hoje! — Disse um homem.

— Quem diria que alguém ousaria atacar aquela vila, hein? — Riu um segundo.

— As Cinco Grandes Nações estão no meio de um Exame Jounin, se não me engano. É fácil penetrar em uma vila nesta época. — Falou um terceiro.

— E você soube? Mataram aquele tal de Juugo! — A primeira voz falava novamente.

— Juugo? Juugo, o bipolar? Ele foi morto? Ele pertence ao Time Taka! O mesmo time de Sasuke Uchiha! — Outra pessoa se espantou.

— Que louco faria algo assim? — Perguntou outro.

— Quem mais? Iruzu Ibe! Aquele Oukami maldito.

— Ah! Então foi ele. — Riu outro — Está explicado. Só o Iruzu Ibe para fazer algo tão insano como atacar diretamente a Vila da Folha sem se preocupar.

O garoto terminou sua bebida o mais rápido possível. Levantou-se e se dirigiu à mesa em que estava o grupo de Nukenins.

— Com licença! — Disse o garoto. — Vocês disseram Iruzu Ibe? — Enfatizou o garoto de capuz.

Os homens, desconfiados, encaravam o garoto. O capuz cobria perfeitamente a face do mesmo. Era impossível ver seu rosto.

— Ei! Quem é você, garoto? — Perguntou um dos homens.

Por baixo do capuz, o garoto sorriu.

— Pois bem, vou lhes dizer quem sou. — Falou o garoto.

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A multidão corria agitada. O motim dentro do estabelecimento fora tão repentino. As pessoas fugiam do local desesperadas e amedrontadas. Era comum aquele bar ser o palco de brigas constantes e violentas, mas nenhuma tinha sido tão alarmante quanto aquela última. O causador, o garoto de capuz, caminhava lentamente para fora do bar como se nada tivesse acontecido.

Andou mais alguns metros até saltar para um telhado de uma casa. Sacou um pincel úmido de tinta e um pergaminho, desenhou um pássaro enorme e o invocou:

— Ninpou: Sumi Taka no Jutsu. (Arte Ninja: Técnica do Falcão de Tinta) — A enorme ave irrompeu do pergaminho.

O garoto saltou para as costas da ave e cruzou os céus noturnos, deixando a Aldeia de Kaboshi.

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Há quilômetros da Aldeia de Kaboshi, o enorme falcão de tinta, utilizando uma manobra rasante, aterrissou.

O falcão aterrissara próximo à entrada de uma caverna. O rapaz encapuzado desceu das costas da ave e entrou no local.

Caminhou até chegar ao interior do local. A caverna era a entrada de uma mina abandonada. O lugar era iluminado por tochas e muito amplo, com vários quilômetros de trilhos para carros de minérios. Além disso, o local era muito profundo, com metros, talvez quilômetros, de profundidade.

O garoto abriu seu estojo de acessórios e dele extraiu um pequeno pergaminho vermelho. Abriu-o. Seu conteúdo se tratava de vários Kanji de Selamento. Os Kanji percorriam toda a extensão do papel. Um enorme Kanji estava escrito no centro exato do pergaminho.

O garoto executou uma longa sequência de selos manuais. Ao terminá-la, falou:

— Kai. (Liberar) — Instantaneamente, cinco homens surgiram deitados no chão. Estavam um pouco atordoados, mas passavam bem.

— Não nos entendemos muito bem no bar, pessoal! — Falou o garoto — Por favor, poderiam me explicar melhor a respeito de Iruzu Ibe?

Um dos homens se virou para o garoto, estreitando os olhos.

— Desgraçado! Você nos sequestrou!

— Você está fugindo da pergunta! — Por baixo do capuz, o rapaz sorriu.

— Q-Quem é você? — Perguntou o segundo.

O rapaz removeu o capuz da cabeça, revelando o próprio rosto. Todos os sequestrados arregalaram os olhos, tomados de medo.

— V-Você é... Eu sei quem você é! Você é Sai! Um integrante do Time Sete da Vila da Folha! — Falou um deles.

— Time Sete? O mesmo time dos Novos Sannins, Naruto Uzumaki, Sasuke Uchiha e Sakura Haruno! — Disse o segundo, desesperado.

Sai limitou-se a sentar em uma pedra mais próxima. Abriu outro pergaminho e começou a desenhar.

— Não sabia que eu era tão famoso assim! — Disse sem desviar os olhos do papel. — Mas vocês ainda não me falaram sobre Iruzu Ibe! — O tom de voz de Sai sugeria advertência.

— Parem com isso, seus covardes! Ele é apenas um; nós somos cinco! Podemos muito bem cuidar dele! — Levantou-se um terceiro, estimulando os demais.

Revigorados, os cinco avançaram sobre Sai, que permanecia desenhando, despreocupado com o estava para acontecer. Mesmo sob ataque, o garoto em momento algum desviou o olhar de seu pergaminho. Apenas formando um selo com sua mão esquerda, Sai invocou de seu pergaminho dezenas de serpentes de tinta que se enroscaram nos atacantes, apertando-os de tal forma, que era possível ouvir o estalar dos ossos.

— P-Pare... — Gemeu um deles, agoniado.

— Pare por favor...

Sai, finalmente, olhou para suas vítimas. O garoto apenas sorria.

— Pronto! Finalmente terminei de desenhar! — Disse. — Agora me falem sobre Iruzu Ibe!

— Solte-nos... Solte-nos e lhe diremos t-tudo...

— Vocês não entenderam a condição em que estão, não é mesmo? Por favor, me falem sobre Iruzu Ibe. — Sai falou novamente.

Um dos homens, não aguentando mais a tortura, se manifestou:

— E-Ele é um Nukenin Rank S. Ele se infiltrou na Vila da Folha recentemente e mat...

— Disto eu já sei, vítima-san! O que mais? — A voz de Sai era tranquila, mas ao mesmo tempo, assustadora. Era incrível como o garoto tinha tamanha frieza ao interrogar suas vítimas.

— E-Ele é um membro dos Oukami. Um grupo de Nukenins mercenários especializados em assassinato.

— E o que mais? — Sai insistiu.

— Ele tem uma espada chamada Kokujin, ela é...

— Uma espada que utiliza o Meiton (Elemento Escuridão), certo? Disso eu também já sei!

— Os Oukami... — Um segundo homem falou — Formam um grupo de cinco integrantes. E-Eu só conheço dois deles: o próprio Iruzu Ibe e...

— E o outro? — Perguntou Sai.

— É o Raiga Takame! Ele é usuário do Reika no Jutsu (Técnica da Transformação em Espírito).

— Reika no Jutsu? O mesmo jutsu de Dan Katou. — Sai lembrou-se de tudo o que sabia a respeito do finado amado da Godaime Hokage, Tsunade — Interessante! E os outros três Oukami?

— E-Eu não sei! Eu juro! — O homem chorava de dor. Sai percebeu que o homem dizia a verdade.

Mesmo em meio ao sofrimento, um dos homens riu. Sai direcionou o olhar para o homem que ria descontroladamente.

— Do que está rindo, outra-vítima-san? — Perguntou Sai.

— Vocês da Folha... Não... As Cinco Nações... Elas são tão pequenas diante... da escuridão... que está por vir!

— Escuridão? Mas que tipo de escuridão? — Sai arqueou a sobrancelha.

— A organização criminosa que está por trás dos Oukami... Os Yu...

O homem não foi capaz de revelar o nome da organização. Pequenas estalagmites se formaram repentinamente no solo, perfurando os cinco prisioneiros de Sai. Por pouco, Sai também não foi pego pelos enormes “espinhos” de pedras que surgiram do chão cavernoso.

— Maldição! As pessoas adoram dar com a língua nos dentes! Não concorda, Sai-kun? — Disse uma voz masculina por trás de Sai. Uma voz que o garoto, por sorte ou azar, conhecia.

Sai se virou e encarou o homem. Ele estava agachado, com uma das mãos sobre o chão. A espada negra estava embainhada em suas costas. Lá estava o alvo de Sai.

— Não esperava terminar este tipo de missão em um único dia. — Sai sorriu para o outro homem — Foi muita sorte minha encontrá-lo ainda hoje... Iruzu Ibe! — Disse Sai