Bem longe da Vila da Folha...

A caverna era escura, úmida e tenebrosa. Não havia nada para se admirar naquele local, o sol não conseguia passagem naquela caverna. Tudo era escuro e frio.

Mas uma figura humana estava lá dentro. Seu nome: Iruzu Ibe.

Iruzu entrou no local e se ajoelhou como se prestasse reverência para um superior.

Assim que um dos joelhos de Iruzu encontrou o chão, dez silhuetas humanas surgiram a partir das sombras. Silhuetas que se assemelhavam a espectros inicialmente, até assumirem forma de dez pessoas. Trajavam mantos negros, como a noite sem estrelas. Era impossível enxergar seus rostos. Quatro estavam à direita, quatro estavam à esquerda e duas estavam à frente do Nukenin. Uma estava em um ponto mais alto que a outra, mostrando certa superioridade em relação às demais.

— Você falhou Iruzu. — Disse uma das sombras presentes à direita do Nukenin.

— Com todo respeito, senhor, fiz exatamente o que mandaram. — Iruzu mantinha a cabeça abaixada. Não procurava encarar aquelas pessoas e tentava ao máximo se justificar.

— Exatamente? — Outra voz disse. — Você só matou um!

— Poderia ter matado Kakashi Hatake também. — Concordou a primeira voz.

— Ele não estava sozinho, senhores! — Iruzu tentava se redimir.

— Pare de tentar bancar o bom funcionário, Iruzu! Não te pagamos para isso! — Uma voz feminina e infantil falou. — Se não fosse nosso Líder, você estaria morto ou, na melhor das hipóteses, capturado.

— Perdoe-me, Hana-sama! — Iruzu pediu perdão para a voz mais infantil.

— NÃO OUSE FALAR MEU NOME, SEU ESTÚPIDO! VOCÊ ESTÁ ABAIXO DE MIM! — A voz, que Iruzu atribuiu o nome de “Hana”, irritou-se.

— Cale-se, Hana! Eu não quero escândalos! — Uma voz mais branda, porém firme, disse à voz mais infantil.

— P-Perdão, Kioto-sama! Não foi minha intenção! Juro! — Hana dirigiu-se à voz que estava imediatamente ao seu lado direito.

— O alvo primário já sabe do ocorrido, Iruzu? — Uma das pessoas que estavam à frente de Iruzu perguntou. A voz era feminina, mas diferente de Hana, era uma voz mais madura.

— Possivelmente, minha senhora! — Iruzu respondeu.

— “Possivelmente”? Então você ainda não tem certeza! — A voz respondeu.

— E-Ele deve saber... — Iruzu suava frio e estava trêmulo. Sabia que tinha dado a resposta errada naquela hora. — A informação se espalhou rápido.

— Você não nos trouxe nenhuma garantia de sucesso, Iruzu. — A voz disse em tom assustadoramente calmo.

Rapidamente, correntes surgiram do chão e envolveram o corpo de Iruzu. Eram feitas, puramente de chakra, porém, eram muito mais fortes e resistentes que qualquer metal existente. Elas espremiam Iruzu por completo, levando-o aos gritos de dor. Ele estava imóvel, com o rosto no chão. Apenas sofrendo.

— Tsc... Ele é bem fraquinho. — Hana parecia decepcionada.

— Cale-se Hana! Não quero repetir tais palavras para você! — Kioto, como Hana tinha chamado a voz ao seu lado direito, a repreendeu.

— D-Desculpe-me mais uma vez, Kioto-sama! — Hana respondeu.

— Já chega, Mira. — A voz da pessoa que estava no lugar mais alto em relação à todas as outras falou. Uma voz ancestral, gelada, maligna e imponente.

— Como desejar, Líder. — A voz posta ao lado, chamada de Mira, interrompeu a punição.

— O-Obrigado... Obrigado... — Iruzu ofegava de dor. — Meu senhor benevolen-

— Eu não permiti que falasse, Iruzu! — A voz do líder mais uma vez se manifestou, fazendo com que Iruzu se calasse imediatamente. — Agora, tenho uma nova missão para você e sua matilha. Capture esta pessoa. — O líder jogou um envelope lacrado para Iruzu. — Neste envelope estão contidas todas as informações necessárias a respeito de seu novo alvo.

Iruzu abriu o envelope e estranhou a fotografia do novo alvo. Ele não entendia em que aquela pessoa se relacionava com o alvo primário de seus clientes.

— Você não precisa entender. — Como se estivesse lendo os pensamentos de Iruzu, a voz disse. — Apenas faça. Capture-a, mas não a mate de imediato. Espere para executá-la quando a Vila da Folha sentir falta desta pessoa e mandar uma equipe de resgate atrás dela. Até lá, basta mantê-la viva. Pode fazer o que quiser com ela, desde que ela ainda esteja viva quando a Folha chegar até você.

— Entendido, meu senhor! — Iruzu disse.

— Agora vá! Avise sua matilha sarnenta da qual você tanto se orgulha e prepare-se! Ataque apenas no período estabelecido no envelope. Não a sequestre antes disso. Em caso de falhas, não vou perdoá-lo como fiz quando você enfrentou Kakashi Hatake. E não queira que eu o salve, pois se isso acontecer, eu mesmo o matarei. — Disse a voz do Líder.

— Entendido, meu senhor! — E Iruzu desapareceu.

As dez sombras com as quais Iruzu tinha mantido contato, ainda estavam presentes na caverna. A voz do líder delas, agora, se dirigia às demais:

— A hora está próxima. Em breve, os fantasmas deste mundo amaldiçoado se levantarão das profundezas e assolarão a terra. O fim da hegemonia das Cinco Grandes Nações chegará. — O líder se virou para a silhueta que estava ao seu lado, a mesma que fora chamada de “Mira” anteriormente — Em nome de nossos mestres, Mira... Em nome da Akatsuki... Nós continuaremos o legado deixado para nós. A vingança, no tempo certo, será saboreada. E o Alvo Primário, aquele cujos impotentes e alienados seguidores denominam de “O Herói do Mundo Shinobi”, Naruto Uzumaki, cairá na Escuridão eterna. A escuridão que apenas nós podemos criar.