A Nova Seleção escrita por Pequena Dhampir


Capítulo 10
Capítulo 10 - Não vou ser quem eles querem que eu seja


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora minha gente, espero que gostem do capítulo e não me matem kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk se houver algum erro me avisem, beijinhos :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/503890/chapter/10

Capítulo 10

SCARLETT’S POV

O jantar realmente estava uma delícia, uma sopa. Em plena fase de cura, me dão sopa; estava uma delícia, mas eu preciso de carne, quanto tempo faz que eu não como carne? Devo ter emagrecido bastante imagino.

Estamos voltando para o quarto, mas Adam aparece quando estamos no meio do caminho.

“Mudança de planos Dimitri, leve-a para a Sala de Treinamento C e a ensine-a a como usar uma faca e uma 9mm adequadamente.” – Dimitri confirma com a cabeça e Adam se afasta.

“O que é a Sala de Treinamento C?” – pergunto enquanto nós viramos em um corredor espaçoso, até agora eu não vi uma só pessoa além de Adam.

“Você verá.” – é a única coisa que ele diz. Já está me irritando esse olhar de superioridade, bem, é até fofo. Scarlett Müller você não pode achar seus sequestradores fofos. Fico quieta até que chegamos á uma porta com uma placa que diz: Sala de Treinamento C. Do lado da porta há um pequeno teclado, Dimitri digita uma série de números e a porta se abre; Ele me empurra para dentro quase me derrubando no chão e causando dores em todo o meu corpo.

“E ainda diz que eu preciso me curar, conta outra!” – digo me endireitando. Com mais atenção observo que há uma pequena mesa de metal com facas de todos os tipos e uma arma, que deva ser a 9mm que Adam disse, ela é preta. Nunca vi uma arma e fico fascinada com o poder que ela emana. É uma sala grande e no fundo dela tem uma cadeira com uma menina sentada.

“Quem é ela?” – pergunto me aproximando para vê-la. Olhos castanhos claros, pele branca, não muito alta; ela me olha com desespero, sua boca está tampada.

“Essa é Bella Wesley, ela é uma traidora. Ofereceu informações nossas para alguém do Palácio, ela não quis nos contar qual informação e nem para quem ela contou, então precisamos tortura-la para descobrir.” – eu estou olhando para a menina que parece ter a mesma idade que eu.

“E o que eu tenho haver com isso?” – pergunto com medo da resposta.

“Você vai conseguir essas informações.” – ele diz pegando uma das facas. Eu me afasto.

“Não, vocês não podem me obrigar a fazer isso” – digo indo para o mais longe possível de Dimitri.

“Considere isso como um treinamento, daqui dois meses você já não será a mesma, aprender a como matar alguém é um bônus do treinamento, agora pegue a faca.” – estou tremendo, não quero conseguir informação nenhuma, não quero torturar ninguém. Estou fazendo não com a cabeça, mas Dimitri vem pra cima de mim com a faca, segura meu braço e coloca a faca em minha mão direita e aperta com brutalidade.

“Faça.”

“Não.” – eu digo.

“Se não for nela, será em você” – eu começo a chorar.

“Não, por favor, não me faça fazer isso, eu faço qualquer coisa, menos isso” – ele sorri com um lado dos lábios.

“Você tem uma hora para se decidir.” – Ele solta minha mão. Eu encosto-me a parede e devagar vou sentando no chão ainda com a faca na mão. Dimitri senta do lado oposto da sala.

Eu não quero torturar ninguém, não quero machucar ninguém, eu prefiro morrer. Perdi muitas pessoas na minha vida, não quero ser a causadora de alguém perder essa tal de Bella, mesmo que ela seja uma traidora. Posso tentar apenas falar com ela, implorar que fale, implorar pela vida dela. Não a conheço, mas não quero que morra.

Levanto-me, vou até a garota e retiro a fita que tampa sua boca, ela mexe a boca.

“Eu não vou dizer nada” – ela diz imediatamente

“Oi” – digo, ela me olha intrigada.

“Pode começar a me torturar porque não vou dizer nada” – ela diz. Uma onda de raiva percorre o meu corpo, mas afasto-a.

“Eu não quero machuca-la”

“Tanto faz” – diz revirando os olhos.

“Só me diz o que ele quer saber” – digo apontando para Dimitri. Ela olha pra ele e depois pra mim.

“Eu aconselho você começar com a faca de cabo verde, é melhor” – ela sorri sarcasticamente.

“Boa ideia” – Dimitri se levanta e pega a faca com o cabo verde e me entrega, não vejo diferença entre as duas, mas devolvo a do cabo preto.

“Por favor, não quero te machucar” – digo mais uma vez, ela começa a rir.

“Vai em frente mocinha.” – eu não vou em frente, em vez disso ando de um lado para o outro segurando a faca.

“Não vamos sair daqui até eu ter o que eu quero” – diz Dimitri, eu o olho e lanço o olhar mais mortal que posso fazer. Eu olho para a faca e vejo meu reflexo nela.

“Scarlett, quero que veja uma coisa que vai ajuda-la no seu treinamento.” – diz Dimitri, chego mais perto e ele pega uma foto, meu pai, preso em uma cadeira. Eu tento atingi-lo com a faca, mas ele é forte demais.

“Vocês prometeram!” – digo com raiva.

“Nós prometemos não matar, se não conseguir informações, iremos tortura-lo” – finaliza Dimitri e me ataca contra a parede. Perco o ar e caio no chão.

Olho para a faca e me vejo nela. Não sou mais a Scarlett de antes, eu mudei, eu cresci, me tornei mais triste, mais amargurada, mais infeliz. De pouco em pouco as pessoas que mais amo vem sendo tiradas de mim. Não mais. Não mais.

“Tudo bem, as coisas mudaram agora Senhorita Bella, estão com o meu pai e bom, já perdi pessoas suficientes, eu não te conheço, mas tenho que fazer isso, me desculpe.” – eu ainda estou olhando o meu reflexo na faca e odeio o que eu vejo.

“Qual é o seu nome?” – pergunto.

“Bella Wesley.” – ela responde.

“Quantos anos?”

“17”

“Para quem você deu informações?” – digo olhando diretamente em seus olhos, ela me olha e sorri.

“Não vou dizer” – diz olhando para a parede ao seu lado. Vou até ela e passo a faca lentamente na sua coxa. O sangue começa a escorrer, quente e ela grita de dor. O grito me traz de volta a realidade.

“Eu não posso fazer isso, não posso” – jogo a faca para longe de mim.

“Você vai ou se não, seu pai morre.” – diz Dimitri me entregando a arma – “Vamos tentar algo mais sério, atire nela.”

“Não.” – Posso ver a raiva tremeluzindo nos olhos dele. Com uma rapidez incrível ele pega uma faca e pressiona contra minha garganta.

“Agora você vai fazer ou eu mato-a” – A faca esta pressionada contra a minha garganta, um pequeno corte é feito e sangue escorre pelo meu pescoço. Estou olhando para Dimitri, seus olhos demonstram raiva e impiedade; nesse momento faço uma escolha.

“Mate-me então.” – digo convicta de minha escolha. Prefiro morrer, não quero mudar quem sou, não quero me tornar alguém fria, calculista e assassina. Dimitri ainda está me olhando com raiva e pressionando a faca contra a minha garganta, sinto a faca me cortando mais um pouco e de repente ele me joga pra longe; o baque do meu corpo no chão faz com que eu perca o ar, meus olhos lacrimejam grito de dor.

“Não vou fazer qualquer coisa que vocês peçam!”

“Tudo bem, se você quer do jeito difícil” – Dimitri dá de ombros e se vira para a garota. A arma está em sua mão, ele a olha e devagar levanta para a direção dela, logo a abaixa, se vira e aponta para mim.

“Levante-se” – ordena. Meu coração está acelerado, parece que vai sair pela minha boca, devagar me levanto.

“Com uma ligação posso fazer seu pai perder uma perna, um braço, enfim, perder alguma coisa.” – estou assustada, tremendo, temendo pela minha vida, pela vida de meu pai.

“Vamos brincar, vou colocar uma venda em seus olhos e a arma em sua mão, você dará dois tiros, a vida dela esta em suas mãos, espero que tenha uma mira ruim.” – diz tirando uma venda preta de seu bolso esquerdo e coloca em meus olhos. Tudo está preto, só há escuridão; sinto algo gelado na minha mão direita e pelo peso sei que é a arma. Ele me gira três vezes.

“Levante a arma.” – Dimitri diz e devagar levanto – “Atire.” – coloco o dedo no gatilho, sinto lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

“Desculpe” – atiro uma vez, duas vezes. A força da arma ao ser disparada é um pouco forte, mas consigo me manter em pé. É engraçado como nos sentimos diferentes depois de atirarmos com uma arma; o poder que ela emana, o poder que você sente ao tocá-la, é impressionante, mas também há o peso de morte; coloco-a no chão, tiro a venda e me afasto.

Vejo sangue, muito sangue. Penso que a matei, mas percebo que um dos tiros passou de raspão pelo ombro esquerdo e o outro atingiu sua canela. Dimitri começa a rir.

“Você é uma vergonha, vou te mostrar como se faz.” – Ele pega a arma e mira na garota, sem ao menos pensar ele puxa o gatilho. O tiro acerta a testa dela e no mesmo momento fica imóvel, não ha mais vida nela, toda sua vida se foi quando o tiro a acertou. Assusto e me afasto.

“Tire-me daqui seu monstro!” – Ele me olha quando digo isso, vejo dor em seus olhos, como se ele não quisesse ter feito aquilo, mas logo seus olhos com pura determinação a matar está de volta.

“Vamos” – Ele coloca a arma sobre a mesa, abre a porta e eu o sigo.

Estamos de volta ao quarto faz algumas horas desde que a garota morreu; fui liberada para tomar banho logo quando sai da Sala de Treinamento C. Fiquei me sentindo suja, culpada e agora estou de volta ao mesmo quarto com Dimitri nele, não suporto isso. Faz pouco tempo que estou aqui e já me fizeram fazer coisas que eu nunca imaginaria fazer, me tornaram uma pessoa que não quero ser, mas agora chega, eu estava disposta á ajudar, não mais, pegaram meu pai mataram Emma, me fizeram torturar alguém, me torturaram; não vou ser quem eles querem que eu seja. Deitada na cama fico pensando em tudo o que passei, tudo o que está acontecendo e com isso durmo.

NOAH’S POV

Não encontramos Scarlett ainda, não há rastro dela em lugar algum. Faz alguns dias que ela se foi e tem sido realmente dias difíceis, não sei como ela está e estou preocupado, a procura não cessa, mas não temos nenhuma pista de seu paradeiro. Papai não me informa nada, não diz como estão as investigações, só diz que estamos progredindo.

A cada dia que se passa tenho certeza que o que estou planejando fazer é o certo, não aguento mais as mentiras desse país, as mentiras de meu pai, estou determinado a fazer mudanças, mas antes preciso de pessoas, muito mais pessoas. Pessoas para apoiarem a minha causa.

Quando a Seleção começou sabia que não encontraria ninguém que me impressionasse, ninguém que me faria arder de paixão, mas isso mudou quando conheci Scarlett, toda aquela alegria, timidez e beleza ao meu alcance, ela me tornou um bobo apaixonado, me mudou em alguns aspectos e agora se foi e não há ninguém que saiba onde ela está. Angel e as outras selecionadas tentam me ocupar, me divertir, mas nada me anima; tenho passado bastante tempo com Emily, ela se tornou uma amiga muito fiel, tenho pensado que se talvez Scarlett não voltar ela seria uma boa escolha, me repreendo por esse pensamento. O que você está pensando Noah? Ela vai voltar, é o amor da sua vida.

“Vossa Alteza, sua Majestade solicita a sua presença.” – diz um dos guardas. Lentamente me levanto da poltrona que fica em meu quarto e sigo para o escritório de papai. Chegando lá, bato na porta e ela se abre, há vários conselheiros reunidos e meu pai esta dizendo a todos que mantenham a calma, ao me ver todos se calam.

“Noah venha ver uma coisa.” – diz meu pai, lentamente me aproximo e em cima da mesa tem uma câmera.

“Assista” – completa papai. Pego a câmera e há um vídeo, aperto o play. Primeiro vejo Scarlett presa em um quarto branco e então aparece um homem e começa a tortura-la, tudo que consigo ver é sangue, ele pergunta sobre algumas informações, mas Scarlett não as tem, o sofrimento em seu rosto dói em minha alma, mas mantenho a postura, não posso demonstrar fraquezas.

“Que informações eles querem?” – pergunto. Meu pai me olha, solta uma respiração pesada e diz: “Temos um traidor em Nova Illéa.”

Meu coração para.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam meu povo? kkkkkkk quero saber a opinião de vocês