So... What do U say? escrita por Ana


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Assistindo o filme pela terceira vez decidi escrever essa Short-fic.
Espero que gostem do capítulo.
Comentem e quem sabe não me inspiro para fazer uma continuação, sei lá.
Beijos, Se cuidem.
XOX.



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Toda essa coisa de "tentar ser uma garota normal" de todo modo não era ruim, mas sempre iria sentir como se algo estivesse faltando, algo que realmente faça sentido. Eu estava dando meu máximo, por Marcus. Ele sempre foi um cara legal comigo e está sempre tentando cuidar de mim, Big Daddy não poderia ter tido um amigo melhor e eu não poderia ter recebido um segundo "Pai" melhor.
- Okay, Mind. Ele chegou. - Ouvi Marcus chamar assim que comecei a descer as escadas. Ele olhava pela janela e via o primeiro garoto que me chamara pra sair. Me sentia nervosa e ansiosa, não sabia se era algo normal a se sentir mas eu esperava que isso significasse boa coisa. Marcus sorria pra mim enquanto eu me aproximava.
- Seu grande primeiro encontro. Como se sente?
- Como da primeira vez que Big Daddy me mandou em uma luta com nada mais que um faca. - Vendo sua expressão repensei o que dizer. - Sinto um frio na barriga. - Respondi meio nervosa, mas sorri.
Marcus acompanhou-me até a porta.
- Apenas seja você mesma e me avise qualquer coisa. - Disse antes de fechar a porta da frente.
- Não se preocupe comigo, eu consigo matar um homem com as próprias mãos. - Respondi no intuito de manter o clima menos embaraçoso, mas eu realmente faria isso se ele bancasse o espertinho pra cima de mim.
- Um conselho: Eu não começaria com isso. - Falou, fazendo-me rir.
Segui em direção ao carro e avistei Simon encostado a ele. Aproximei-me nervosa, mas tentando manter um sorriso no rosto.
- Obrigada por finalmente me deixar levar você pra sair. - Ele se vestia como um típico garoto do time de futebol, com a jaqueta do time da escola.
- Bom. De que outro jeito eu faria você parar de me convidar? - Tentei usar humor para descontrair dando de ombros. Ele abriu a porta do carro pra mim.
- Obrigada. - Agradeci um pouco sem graça.
- De nada. - Respondeu e seguiu para dar a volta no carro em direção ao banco do motorista parando e acenando para Marcus, que assistia tudo da porta de entrada da casa.
Essa era um situação bem inusitada pra mim, eu queria não me sentir desconfortável, me sentir como uma garota comum e apreciar o nervosismo do primeiro encontro. Mas não conseguia. Bom, eu teria que manter as aparências. Afinal, eu já havia aceitado o convite de Simon.

Digirimos por alguns minutos, até eu notar que seguiamos em direção a um bosque no meio do nada. Comecei a achar esquisito e meu nervosismo passava de inquietante, para alarmante. Esse cara só pode ser maluco. "Ou só não conhece a Hit Girl, Mindy" Pensei comigo mesmo.
- Para onde estamos indo? - Perguntei receosa.
- Para uma festa. - Respondeu em um tom casual. Eu estava começando a me irritar.
- Por que essa festa é no meio do nada? - Perguntei seriamente.
- Por que é onde as festas normalmente são, certo? - Respondeu com um sorrisinho babaca no rosto, desviando a atenção do caminho pra me olhar por uma fração de segundos.
Eu estava começando a entender a dele. Se ele pensa que iriamos ficar de amasso até ele querer avançar o sinal, ele estava anganado. "Ou só queria acabar ficando sem as bolas". Por que é o que ele iria conseguir se tentasse bancar o imbecil.
Ainda no meio do bosque ele para o carro e começa a sair de dentro dele. Segui-o porque eu não iria esperar dentro do carro e queria entender o que estava acontecendo.
- Acho que somos os primeiros a chegar. - Ele só podia ter errado de lugar. E a essa altura eu já me sentia incomodada e não gostava de me sentir assim.
- Não é aqui que fazem festas, idiota. É onde se jogam cadáveres. - Respondi irritada. Confesso que exagerei um pouquinho.
- Qual seu problema?- Ele perguntou com uma expressão confusa. - Ah Merda! Eu deveria tentar agir como uma garota normal da minha idade e não a Hit Girl.
- Me desculpa. - Tentei consertar as coisas. - Vou parar de agir como uma vadia. - Sorri envergonhada e olhei melhor pro garoto a minha frente. Ele era realmente muito bonito. - Você na verdade parecer ser um cara legal. - Tirando o fato que me trouxe pro meio de sabe-se Deus lá onde.
Ele sorriu de volta e começou a olhar pros lados e parecia pensar em algo.
- Então... Hm... Que dar uns amassos? - O que? Ah meu Deus! Que idiota! Definitivamente, retiro o que eu disse.
- Não sou tão idiota! - Assim que fechei a boca, ouvi ruidos vindos de dentro do mato. Automaticamente virei-me e mantive alarmada para qualquer outro barulho. Comecei a seguir em direção a onde eu tinha ouvido o som. - Simon, volta pra dentro do carro. Agora! - Ele só podia ser retardado. Por que ele não me ouvia? Ah. Que se dane.
Continuei seguindo em direção aos arbustos e percebi uma certa movimentação vindo do local enquanto Simon me acompanhava. De repente uma luz forte acendeu e percebi que eram faróis de uma caminhonete. Realmente me pegou desprevenida e a suspresa parecia estar estampada no meu rosto.
Tive que cobrir o rosto com o braço por causa da claridade. Até que ouvi uma voz conhecida.
- Yey! Você conseguiu. - Ironizou a dona da voz.
- Brooke? - Perguntei um pouco chocada e confusa. Junto dela um bando de adolescentes apareceram no meu campo de visão.
- Isso. É pra celebrar você. - Falou em um tom calmo, mas exalando ironia.
- Celebrar? - Perguntei ainda confusa.
- A total perdedora que você é. - Aproximou-se de mim seguida de suas duas fieis amigas. - E nos acabamos com perdedores. - Completou ao se aproximar-se suficente para ficarmos cara à cara. - Pobre, Mindy. O que achou? - Como alguém poderia ser tão má? Nem os bandidos que eu enfrento são tão baixos. - Que o pessoal legal viu algo especial em você e te convidaram para sua primeira festa? - A voz de Brooke estava melosa e soava como uma verdadeira cobra . - Onde beberia sua primeira cerveja e finalmente seria beijada pela primeira vez? - Todo o meu corpo gritava para que eu partisse a cara daquela vadia. E matasse cada um daqueles babacas presentes, mas minha vergonha e embaraço pareciam falar mais alto. - Noticia: Você não é especial. - Sentenciou, aproximando-se mais de mim. Meus olhos ardiam e sentia que iria chorar a qualquer segundo, mas eu não queria e nem iria dar a vaca da Brooke esse gostinho. Já não bastava a cara de derrotada que eu deveria estar fazendo. - Mexa com a Abelha Rainha e vai ser picada.
- Date ditch!* (NA: É uma expressão que da-se a um encontro arruinado ou a uma pegadinha envolvendo falsos encontros que vê-se na TV americana) - Os dois projetos de vadias que a Brooke chama de amigas disseram em unissono e todo mundo começou a gargalhar e gritar. Enquanto eu ficava ali, pedindo paciência para não fazer esses filhos da puta beberem o próprio sangue.
- Festa na minha casa. Simon, você dirige pra gente. - Ouvi Brooke dizer enquanto todos iam embora.
Ali no escuro, sozinha. Eu me senti do pior jeito possível. Senti vontade de chorar. Senti saudades do meu Pai. Senti vontade de sair correndo. Me sentia patética vestida daquele jeito, aquela não era eu, porque eu tinha que fingir ser o que não sou? Eu sou a Hit Girl. Marcus tem sido ótimo pra mim, mas não posso ser injusta comigo mesma. Estava frustrada e me sentia a ponto de explodir. Sentia vontade de cometer um assassinato. Mas não fiz nada disso. Eu sabia exatamente o que eu precisava e onde eu deveria ir. Então caminhei a passos bruscos até meu destino.

Dave ainda dormia enquanto eu terminava de entrar em seu quarto pela janela. Ouvi ele mover-se bruscamente e chamei pelo seu nome. Eu precisava desesperadamente conversar com ele.
- Dave? - Chamei com intuito da acorda-lo de vez.
Ele olhou em minha direção e assustou-se com a minha presença.
- Ah meu Deus! Mindy? - Perguntou ainda desnorteado. Eu gostava muito do Dave, gostava do que ele representava. Ele ligou a luminária da cabeceira da cama e sentou-se melhor. - Puta Merda! O que está fazendo? - Olhava pra ele, mas continuava a ficar em pé e cada vez mais sentia que ia chorar.
- Eu só... Acho que precisava ver meu Robin.
- Você está bem? - Eu não me sentia bem e já sentia lágrimas escaparem por meu rosto. - Hey... - Sussurou e me abraçou. Acho que não haveria lugar melhor para eu estar. Eu precisava daquilo. E o abraço caloroso e confortante do Dave, parecia a coisa mais certa e o melhor lugar do mundo pra mim. Sei que éramos amigos e que eu não deveria pensar desse jeito, mas que se dane. A quem eu quero enganar. Sou apaixonada por Dave Lisewski. Eu queria esquecer essa noite de merda, mas também queria contar a ele o que tinha acontecido.
- Eu não sei o que fazer. Aquelas garotas, elas... Elas são maldosas. - No rosto de Dave enxerguei um misto de compreensão e preocupação.
- É apenas o Ensino Médio. Quem se importa? Você deveria estar lá fora. No mundo real. Fazendo dele um lugar melhor. - Suas mãos seguravam meus braços e eu olhava pra ele e não parava de pensar que apesar de ele estar certo, ainda tinha o meu Pai.
- Dave, eu não posso. - Sussurei triste querendo dizer o contrário.
- Eu sei. Você prometeu ao seu pai. - Falou compreensivo e virei-me e encarei o seu rosto. Deus! Como ele era lindo! - Mas ele não está mais aqui. - Dave estava certo e eu sabia que sim. Eu pertenço ao mundo de combate ao crime, estou apenas me enganando fingindo ser o que eu não sou. Eu sou uma heroina. Eu faço parte do mundo de Dave. - Essa é a sua vida. Você tem que viver. - Nem todo despenteado e ainda sonolento, Dave pareceria menos perfeito para mim, eu encarava descaradamente seus lábios enquanto ele falava o que eu precisava ouvir, mas sabia que jamais seria correspondida. No mínimo ele me tem como uma irmã mais nova. Mas o meu primeiro dilema volta com tudo e toma meus pensamentos.
- Como eu vou encarar a todos amanhã? - Perguntei desesperada. - Estou tão envergonhada. - Confessei.
- Porque? Você é inteligente, bonita e engraçada. - Ele me acha bonita? Meu coração dispara e sinto meu rosto queimar, devo estar escarlate nesse exato momento. - Você é a pessoa mais forte que já conheci. Pode fazer qualquer coisa. - Menos tomar coragem e dizer o que eu sinto sobre você. Pensei chateada. - E você é a Hit Girl! - Disse fazendo-me sorrir. - Não importa se você usa máscara ou maquiagem. Isso é quem você realmente é. - Queria parar de pensar o que estava imaginando pelo Dave, ele estava aqui, bancando o melhor amigo conselheiro, o ombro amigo e eu aqui imaginando qual seria o sabor de seus lábios.
- Então o que eu devo fazer? Cortar as linguas delas? - Perguntei tentando mudar o rumo de meus pensamentos.
- Não! Definitivamente não! - Falou exasperado. Dave é um fofo mesmo.
- Estava zoando com você. - Respondi rindo e encarando-o. - Dave... - Sussurei.
- O que? - Olhou-me ainda com um sorriso puxado levemente pelo cantos dos lábios.
- Eu gosto de você. - Confessei embaraçada. Não sei o que porra deu em mim. Já não bastava a vergonha de minutos atrás ainda estava procurando levar um fora. Muito bem, Mindy!
- Eu também gosto de você, Mindy. - Espera, o que?
- Você não deve ter me entendido. Eu "gosto" de você. - Dei ênfase no "gosto" de modo que ele entendesse o que eu queria dizer.
- Eu entendi o que você falou Mindy. E você me ouviu. Eu te acho bonita, inteligente, divertida e eu também gosto de você. - Ele notou a confusão na minha expressão. Definitivamente, apesar de querer muito, eu não estava preparada pra ouvir aquilo vindo dele, só podia ser a porra de um sonho. - Você não esperava por isso não é? - Perguntou em tom compreensivo. - Não é como se fosse uma coisa difícil de acontecer, você é uma garota e tanto.
Não pensei muito no que fiz depois, mas quando dei por mim estava beijando Dave e ele correspondia e mantinha as mãos pressionando minha cintura. Eu não sabia definir a textura dos lábios dele, pois sentia os meus um pouco dormentes e minha mente parecia que ia explodir com todo esse excesso de informação. Não sabia o que estava fazendo, afinal de contas aquele era meu primeiro beijo. Dave levemente passou a língua por meus lábios entreabertos e ofegantes.
- Tudo bem Mindy. Tá' tudo bem. - Abri meus olhos e encarei as orbes azuis do garoto a minha frente. Não me sentia mais nervosa e sim ansiosa. Estava sozinha, no quarto de um garoto (Não um simples garoto, o pelo qual estou apaixonada) e ele estava me dando o meu primeiro beijo. Me sentia extasiada.
Sua mãos subiram pelo meu pescoço pressionando levemente o local. Porra! Não sabia porque, mas comecei a sentir um leve formigamento no entre minha pernas. Meus lábios dormentes agora seguiam os de Dave de forma agressiva e sedenta. Minhas mãos livres começaram a explorar o corpo do garoto a minha frente. Eu sabia como ele era visualmente, mas queria sentir o calor e a textura de sua pele. Bruscamente separei-nos e encarei um Dave confuso e ofegante. Estávamos dando "uns amassos" aquele era meu primeiro beijo, queria, mas não podia deixar virar em uma noite como outra qualquer pro Dave. Ele estava transando com a Night Bitch. Aquela seria minha primeira vez, não queria que passasse de um acontecimento porque eu estava precisando de um consolo. Não queria que minha primeira vez fosse por pena.
Dave era um garoto legal, mas no final do dia era isso que ele era. Um garoto. E garotos só pensam em duas coisas. Videogames e Sexo.
- Mindy? O que houve. - Percebi o quão patética eu deveria estar parecendo. Parada de frente a ele, ofegante, corada e calada. - Desculpa... Eu... Hm... Exagerei um pouco. - Desculpou-se e começou a esfregar a nuca.
- Não... É só que... Eu nunca... É... Eu... Merda! - Xinguei-me.
- Você... Ah não Mindy. Me desculpa, eu pensei que... Ah Meu Deus! - O que? Ele estava arrependido? Será que é porque eu sou virgem? Mas que merda! Droga... Droga... Droga.
- Você está arrependido. - Sussurei ficado escarlate de vergonha. - Eu tenho que ir... Preciso... Ir. - Ameaçei levantar mas fui puxada pelo braço.
- Não! Mindy, Espera. - Fez-me sentar novamente e encara-lo.
- Dave, não. Não precisa...
- Eu deveria ter imaginado... - Imaginado? Que nem um cara ficaria a fim de mim a ponto de querer dormir comigo?! Era isso que ele "deveria" ter imaginado? - Não se precipite, pela sua cara sinto que vou acabar ficando sem uma dar mãos se eu não me explicar. - Tratou logo de se explicar. - Eu deveria ter imaginado que você não deixaria qualquer um se aproveitar de você. Você é esperta de mais pra ser como uma daquelas meninas. Eu deveria saber que tinha que pegar leve como você, mas não me segurei, desculpa. Mindy. Eu gosto de você. - Olhou pra mim tentando mostrar que falava sério. - Gosto "mesmo". A gente pode tentar fazer isso dar certo. - Eu não podia acreditar no que meus ouvidos me transmitiam. - Você e eu. - Falou em um sussuro envergonhado.
- Mas eu tenho só 15 anos. Você tem 18. Você deve gostar de garotas... Hm... Experientes.
- Mindy. Olha pra mim. - Fiz o que ele pediu e aguardei ansiosamente pelo que viria, eu estava empolgada. Dave queria que déssemos certo? Eu havia entendido direito. Ele queria que ficássemos juntos? - Eu não me importo ta legal? Idade uma hora, passa a não fazer tanta diferença. Experiencia... Acredite, sou paciente. Viúva negra e Gavião Arqueiro. - Depois dessa eu tive que rir. Ele só podia estar de sacanagem. - Qual é... Vai ficar rindo de mim agora? - Tentou parecer bravo, mas sem sucesso.
Logo ambos estávamos rindo e nos encarando, até a graça momentânea cessar e lembrarmos do assunto anterior. - Mas e ai? O que me diz?

... The End?


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Notas finais do capítulo

E ai?
Gostaram?
Mereço comentários?
Se cuidem.
XOX.
Karol.