Os Últimos Passos de Um Homem escrita por Bruno Silfer


Capítulo 8
Capítulo 8: Cerco




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O sol nasce no horizonte trazendo com ele um novo dia. Ino acordou inspirada e após levantar, tomar banho e comer alguma coisa resolveu dar um passeio como há muito tempo não fazia. Caminhou pelas ruas mais calmas que conhecia até chegar a um parque muito grande e arborizado. Ela passava muito tempo lá antes de entrar no curso de psicologia. Como visitaria o Gaara apenas durante a tarde, resolveu tirar aquela manhã só para ela, na verdade, tentar esquecer a ansiedade e se preparar.

– Eu precisava mesmo me distrair um pouco. pensou Ino ao sentar-se em um dos bancos do parque.

Na prisão era a hora do café da manhã. Gaara além dos cabelos vermelhos também levantou com os olhos vermelhos: não conseguira dormir o quanto gostaria. Naruto, vendo a situação, aproximou-se e sentou de frente a ele.

– Você está com uma cara péssima. disse o policial enquanto sentava. O que houve?

– Não consegui dormir quase nada.

– Eu sei. Esses olhos vermelhos aí não mentem.

– Estou preocupado cara.

– Com o que?

– Eu resolvi contar a verdade para a Ino.

– Toda a verdade?

– Isso mesmo.

– Eu sempre falei que contar seria melhor. Ficar com isso dentro da gente sufoca muito.

– Eu não estou sufocado.

– Como não?

– O que me preocupa é como a Ino vai reagir.

Naruto fez uma cara de dúvida. Gaara continuou:

– Ela acha que sou inocente. Tenho medo que ela não venha mais me ver depois de hoje.

De todos os anos que se conheciam aquela era a primeira vez que o ruivo demonstrou medo por alguma coisa. Estranhou.

– Por que se preocupa tanto que ela não venha mais?

– Eu gosto das visitas dela. Ela é a única que tenta me entender de verdade. O que eu vou fazer se ela não vier mais?

– Ela é importante pra você né?

– O que quer dizer?

– Será que você não está gostando dela?

– Pó! Você também? Já basta a Temari dizendo isso.

– Pensa bem cara. Qualquer coisa eu dou cobertura aqui. disse Naruto maliciosamente.

– Ser guarda de cadeia está te fazendo mal cara. Se cuida.

– Sei...

– Acho melhor volar ao meu "apartamento".

– Se mudar de idéia é só chamar! Hahahaha.

Gaara voltou para a cela pensando no que ouvira há alguns minutos. No fundo Naruto e Temari tinham razão: ele estava dando muita importância às visitas da Ino. Na verdade ele sentiria falta das visitas ou da própria Ino? Era algo complicado. Como dissera Temari, seria loucura. Não adiantava gostar dela tendo apenas mais sete meses de vida. Primeiro vou contar a verdade, depois posso sonhar em paz, pensou ele ao encostar a cabeça no travesseiro e fechar os olhos.

Ino continuava a andar pela cidade, agora com um sorvete na mão. Os seus cabelos brilhavam com a luz do sol que refletia neles. Mais adiante foi avistada por um grupinho bem conhecido: suas amigas que mesmo estudando em diferentes lugares (com exceção da Sakura); ainda mantinham a cumplicidade, o companheirismo e a alegria que tinham desde o primário. Elas seqüestraram a loira e compensaram o tempo que passaram separadas conversando sobre tudo: roupas, namorados, estudos, projetos futuros. Quando o assunto foi o Gaara, o rosto da Ino voltou a ficar sério.

– Você ficou séria de repente Ino. disse uma das amigas O que houve?

– É que vocês falaram do Gaara, aí eu lembrei dele naquela prisão.

– Gaara é o condenado que você está acompanhando né?

– É sim. Aliás, vou visitar ele hoje à tarde.

– Só você mesma Ino. Eu não teria coragem de ficar frente a frente com um assassino.

Antes que Ino respondesse, Sakura entrou na conversa.

– Falando nisso Ino, você não contou mais como estão sendo suas visitas por lá.

– Não mudou muita coisa. Mas agora o Gaara deixou que eu tente entender um pouco dele.

– Como assim?

– Ele vai me contar o que aconteceu no parque no dia do crime.

– Sério? Mas você disse que ele se recusava a contar.

– Se recusava. Só que agora vai falar.

– Não acha estranho?

– Não. Eu sei como é. A gente guarda segredos, mas tem vezes que não agüentamos mais manter aquilo só para a gente.

– Eu digo estranho por ele ter demorado tanto para falar.

– Nisso eu concordo.

Todas as garotas do grupo estavam ouvindo essa conversa com a maior atenção; e todas notaram que Ino tratava o Gaara muito mais como um velho conhecido do que um condenado à morte.

– Não tenho como saber disso até falar com ele. disse Ino levantando.

– Já vai embora?

– Preciso. Mas adorei essa manhã viu? sorrindo.

Se despediu das meninas e voltou para casa. Almoçou, se arrumou e, movida mais pela curiosidade que pelo dever, não demorou a ir à prisão onde finalmente conheceria a verdade. Pelo menos a verdade do Gaara.

Gaara por sua vez estava matando o tempo com seu violão. Tocava e escrevia uma frase no papel, repetindo isso várias vezes. Na verdade queria compor uma música e estava indo bem até travar bem na hora do refrão. Nessa hora Ino chegou e viu o que o ruivo estava fazendo. Ele não se incomodou e guardou o violão e o papel.

– Está compondo Gaara?

– Pois é. Pena que travei. Só preciso de uma palavrinha mágica.

– Quando ficar pronta eu quero ouvir hein?

Gaara nada respondeu. Atravessou a cela e se apoiou na grade da frente ficando de costas para a loira. Sabia o que trouxera Ino ali e para não ter mais segredou respirou fundo e começou:

– Ino... - ele falava sem olhar para ela - Você já teve um amigo... a ponto de dar a vida por ele?


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