Os Últimos Passos de Um Homem escrita por Bruno Silfer


Capítulo 6
Capítulo 6: Temari




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O sol se levantava no horizonte anunciando um novo dia. Corria o mês de janeiro e com a universidade de férias, Ino poderia se dedicar-se totalmente às visitas, depois de passar alguns dias sem ir à prisão devido as provas semestrais. Hoje também não iria visitar o ruivo. Em vez disso iria na casa da irmã dele tentar descobrir mais alguma coisa e também conversar com ela. Achar o lugar certo não foi difícil. Era uma casa branca, um pouco grande e, diga-se de passagem, muito bonita. Ela tocou a campainha e quem veio atender foi uma mulher alta e com um olhar penetrante, tal como o seu “paciente”.

– Bom dia. Você é a Temari? – perguntou Ino.

– Sou. E quem é você?

– Meu nome é Ino. Sou a conselheira espiritual do seu irmão.

– Do Gaara? Vamos, entre!

A fisionomia dela mudou quando o nome do irmão foi citado. Ela levou Ino até a sala e disse:

– Fique à vontade. Eu já volto.

– Tudo bem. Obrigada.

Ino sentou-se e ficou observando o local. Viu que a Temari era uma gata e tinha um corpo de dar inveja a qualquer mulher. “Nossa! Ser lindo deve ser natural para essa família.” Pensou a loira enquanto se acomodava no sofá.

– Desculpe a demora. – disse Temari se sentando no outro sofá – Fui guardar algumas coisas na cozinha.

– Não, tudo bem.

– Você disse que é a conselheira do Gaara.

– Sou.

– E como ele está?

– Bom, na medida do possível, ele está bem.

– Continua sério né?

– E como... fico admirada com a frieza dele.

– Pode ir acostumando. Ele sempre foi assim.

– Não me impressiono.

– Como conseguiu meu endereço?

– Ele mesmo me deu. A gente conversava sobre a família de vocês e ele disse que eu poderia vir aqui falar com você.

– Entendo. Então você sabe o que aconteceu.

– Sei sim. Sinto muito.

– Obrigada. Por isso ele não me deixa ir visitá-lo. A única família que tenho vai morrer em menos de um ano e eu sempre falo disso quando vejo ele. E ele não gosta.

– Ele me disse.

Nessa hora o telefone da casa tocou. Enquanto Temari saiu para atender, Ino se preparava para fazer as perguntas que realmente queria.

– Então? – disse Temari ao voltar – O que quer falar comigo?

– Conversar sobre o Gaara. O que ele gosta, pensa, coisas assim.

– Tudo bem.

– Ele morava aqui com você?

– Morava.

– Como ele era nessa época?

– Normal. Estudava e me ajudava às vezes.

– O que ele estudava?

– Estatística. Na universidade daqui.

– Ele não me disse isso.

– Ah, tem um monte de coisas que ele não te disse. Isso eu posso garantir.

– Eu vejo isso nele.

– E também sei que ele não vai te dizer nada facilmente.

– Eu sei. Nesse tempo que vou visitá-lo ele só ficou diferente uma vez.

– Só por curiosidade. Nesse dia que ele ficou diferente, que roupa você usava?

– Um vestido branco.

– Está explicado.

– Como assim?

– Ele sempre ficou maluco quando via mulheres bonitas de vestido, principalmente curto. É o único ponto fraco dele.

Então Ino entendeu o desconforto do ruivo, mas não negou que gostou de ouvir isso. Temari continuou:

– Pode ser ridículo, mas se você realmente quer tirar informações dele é melhor comprar alguns vestidos a mais.

Ino não achou isso tão ruim, afinal adorava usar vestidos. Mas levantou um ponto:

– Mas não é perigoso? Nós dois sozinhos na cela e eu de vestido... ele pode achar que eu estou provocando ele.

– Só o fato dele ter te dado o nosso endereço significa que ele te considera mais que uma amiga.

– Sério?

– Pode acreditar. Quanto a você provocar ele, não precisa se preocupar. Ele não obriga ninguém a nada. Agora se você quiser...

– Ei! É melhor mudar de assunto.

A gostosa risada da Temari se contrastava com o rosto vermelho da Ino. Elas foram até a cozinha comer alguma coisa até que a estudante tomou coragem e disse:

– O que eu não entendo é porque ele não quer me contar o que aconteceu no parque.

– Ele não conta?

– Eu já tentei, mas ele não cede.

– Hum... é estranho.

– Como assim? Você sabe?

– Sei. Ele já me contou.

– Pode me contar também?

– Isso é algo que só ele pode fazer.

– Eu preciso saber.

– Sinceramente eu não sei a causa desse silêncio. Mas ele deve ter um motivo.

– Eu sei que ele quer dizer, mas se recusa.

– Ele se faz de forte, mas mesmo não demonstrando ele também tem seus medos. Deve ser isso que o impede.

– Você visitaria ele comigo?

– Não sei não...

– Vamos lá. Você é irmã. Se ele achar ruim eu falo com ele.

Depois de muita insistência Temari aceitou. Ficou combinado que Ino ligaria e marcaria o dia que deveriam ir. Apesar da ótima conversa e da nova amiga que ganhou, o mistério do parque só aumentou. O tempo passava e o que a jovem descobriu ainda era pouco. O que podia fazer era continuar tentando e torcer para Gaara ceder.


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