Os Últimos Passos de Um Homem escrita por Bruno Silfer
O sol se levantava no horizonte anunciando um novo dia. Corria o mês de janeiro e com a universidade de férias, Ino poderia se dedicar-se totalmente às visitas, depois de passar alguns dias sem ir à prisão devido as provas semestrais. Hoje também não iria visitar o ruivo. Em vez disso iria na casa da irmã dele tentar descobrir mais alguma coisa e também conversar com ela. Achar o lugar certo não foi difícil. Era uma casa branca, um pouco grande e, diga-se de passagem, muito bonita. Ela tocou a campainha e quem veio atender foi uma mulher alta e com um olhar penetrante, tal como o seu “paciente”.
– Bom dia. Você é a Temari? – perguntou Ino.
– Sou. E quem é você?
– Meu nome é Ino. Sou a conselheira espiritual do seu irmão.
– Do Gaara? Vamos, entre!
A fisionomia dela mudou quando o nome do irmão foi citado. Ela levou Ino até a sala e disse:
– Fique à vontade. Eu já volto.
– Tudo bem. Obrigada.
Ino sentou-se e ficou observando o local. Viu que a Temari era uma gata e tinha um corpo de dar inveja a qualquer mulher. “Nossa! Ser lindo deve ser natural para essa família.” Pensou a loira enquanto se acomodava no sofá.
– Desculpe a demora. – disse Temari se sentando no outro sofá – Fui guardar algumas coisas na cozinha.
– Não, tudo bem.
– Você disse que é a conselheira do Gaara.
– Sou.
– E como ele está?
– Bom, na medida do possível, ele está bem.
– Continua sério né?
– E como... fico admirada com a frieza dele.
– Pode ir acostumando. Ele sempre foi assim.
– Não me impressiono.
– Como conseguiu meu endereço?
– Ele mesmo me deu. A gente conversava sobre a família de vocês e ele disse que eu poderia vir aqui falar com você.
– Entendo. Então você sabe o que aconteceu.
– Sei sim. Sinto muito.
– Obrigada. Por isso ele não me deixa ir visitá-lo. A única família que tenho vai morrer em menos de um ano e eu sempre falo disso quando vejo ele. E ele não gosta.
– Ele me disse.
Nessa hora o telefone da casa tocou. Enquanto Temari saiu para atender, Ino se preparava para fazer as perguntas que realmente queria.
– Então? – disse Temari ao voltar – O que quer falar comigo?
– Conversar sobre o Gaara. O que ele gosta, pensa, coisas assim.
– Tudo bem.
– Ele morava aqui com você?
– Morava.
– Como ele era nessa época?
– Normal. Estudava e me ajudava às vezes.
– O que ele estudava?
– Estatística. Na universidade daqui.
– Ele não me disse isso.
– Ah, tem um monte de coisas que ele não te disse. Isso eu posso garantir.
– Eu vejo isso nele.
– E também sei que ele não vai te dizer nada facilmente.
– Eu sei. Nesse tempo que vou visitá-lo ele só ficou diferente uma vez.
– Só por curiosidade. Nesse dia que ele ficou diferente, que roupa você usava?
– Um vestido branco.
– Está explicado.
– Como assim?
– Ele sempre ficou maluco quando via mulheres bonitas de vestido, principalmente curto. É o único ponto fraco dele.
Então Ino entendeu o desconforto do ruivo, mas não negou que gostou de ouvir isso. Temari continuou:
– Pode ser ridículo, mas se você realmente quer tirar informações dele é melhor comprar alguns vestidos a mais.
Ino não achou isso tão ruim, afinal adorava usar vestidos. Mas levantou um ponto:
– Mas não é perigoso? Nós dois sozinhos na cela e eu de vestido... ele pode achar que eu estou provocando ele.
– Só o fato dele ter te dado o nosso endereço significa que ele te considera mais que uma amiga.
– Sério?
– Pode acreditar. Quanto a você provocar ele, não precisa se preocupar. Ele não obriga ninguém a nada. Agora se você quiser...
– Ei! É melhor mudar de assunto.
A gostosa risada da Temari se contrastava com o rosto vermelho da Ino. Elas foram até a cozinha comer alguma coisa até que a estudante tomou coragem e disse:
– O que eu não entendo é porque ele não quer me contar o que aconteceu no parque.
– Ele não conta?
– Eu já tentei, mas ele não cede.
– Hum... é estranho.
– Como assim? Você sabe?
– Sei. Ele já me contou.
– Pode me contar também?
– Isso é algo que só ele pode fazer.
– Eu preciso saber.
– Sinceramente eu não sei a causa desse silêncio. Mas ele deve ter um motivo.
– Eu sei que ele quer dizer, mas se recusa.
– Ele se faz de forte, mas mesmo não demonstrando ele também tem seus medos. Deve ser isso que o impede.
– Você visitaria ele comigo?
– Não sei não...
– Vamos lá. Você é irmã. Se ele achar ruim eu falo com ele.
Depois de muita insistência Temari aceitou. Ficou combinado que Ino ligaria e marcaria o dia que deveriam ir. Apesar da ótima conversa e da nova amiga que ganhou, o mistério do parque só aumentou. O tempo passava e o que a jovem descobriu ainda era pouco. O que podia fazer era continuar tentando e torcer para Gaara ceder.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!