Os Últimos Passos de Um Homem escrita por Bruno Silfer


Capítulo 4
Capítulo 4: Contrastes




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Dentre todos os lugares, um dos mais temidos e menos visitados é o presídio. Apesar de ser a sua tarefa, Ino não gostava nada de ir até aquele lugar. Guardas armados, grades de ferro e muros altos faziam qualquer um ter uma sensação falsa de proteção. Depois da curta conversa com Gaara, Ino não foi logo para casa como sempre; em vez disso ela se dirigia á sala do diretor para pedir autorização para o que queria fazer. Ao chegar em frente a porta, deu duas batidas leves.

– Entra! - responderam de dentro.

– Com licença. - disse Ino enquanto entrava.

– Oi Ino! Entre e sente-se por favor.

– Obrigada.

– Tudo bem?

– Tudo bem.

– Posso ajudar em alguma coisa?

– Na verdade pode.

– É sobre o nosso condenado?

– É sim. E é importante.

– Se estiver ao meu alcance...

A garota respirou fundo e continuou.

– E que meu tempo de conversa com o Gaara é muito curto. Queria mais tempo para falar com ele.

– Quanto tempo?

– Quanto for necessário.

– Quer dizer sem limite?

– Isso mesmo. Se preciso entender a mente dele preciso de tempo.

– É justo. Partindo do fato quevocê não é uma visita comum, posso fazer o que me pede. Mais alguma coisa?

– Só mais uma.

– Então peça.

– Queria que a visita fosse na cela dele.

– Por quê?

– Além de ficarmos mais a vontade, vou poder ver melhor as reações dele.

– Tem coragem de ficar trancada com um homicida?

– Eu sei o que estou fazendo.

– Tudo bem. Mas um policial vai ficar por perto por precaução.

– Que seja.

– Então a partir de agora suas visitas serão aonda você pediu.

– Muito obrigada. Boa tarde.

– Passe bem.

Ela saiu da sala satisfeita. Agora que teria mais tempo tudo ficaria mais fácil. Seus passos estavam mais firmes e apressados para sair dali e se livrar logo do clima pesado daquele lugar. Foi interrompida no meio do caminho pelo diretor que pediu que na próxima vez que viesse, fosse ao seu gabinete antes de falar com Gaara. Ela concordou e foi embora para casa.

Depois da conversa com a Ino, Gaara foi levado de volta a cela e deitou na cama com as mãos juntas embaixo da nuca. Afinal, tudo que podeia fazer estava limitado por três paredes, uma grade e o que poderia ficar dentro desse limite. O tédio tomava conta e ele sempre buscava alguma coisa para ocupar a mente e evitar ficar maluco. Nessa hora ele resolvia um livrinho de palavras cruzadas e recebeu uma ótima novidade.

– Fala Gaara! - o amigo policial Naruto apareceu batendo na grade.

– Grande Naruto. - levantando e jogando o livrinho na cama - O que faz aqui?

– Tenho uma ótima notícia. Acho que vai gostar.

– Que bom. Ando precisando mesmo de boas notícias. Manda aí.

– A loirinha vai poder vir te visitar quando quisere sem limite de tempo.

– Fala da Ino certo?

– Exato. Acabamos de receber essa notícia.

– Legal. Pelo menos alguém vem me visitar.

– Você gosta das visitas dela né?

– Até gosto. Só que ela quer saber da minha vida.

– É o trabalho dela ora.

– Eu sei. Mas você sabe que não gosto de falar do meu passado.

– No seu lugar eu falaria.

– Posso até falar, mas não agora.

O dia terminou e a jovem, movida pela curiosidade, resolveu ir até o presídio pela tarde. Como combinado, foi até a sala do diretor ver o que ele queria.

– Posso entrar? - disse Ino entreabrindo a porta.

– Pode sim. Entra. - respondeu.

– Como pediu ontem estou aqui.

– Ah sim. É que eu quero mostrar uma coisa. Me acompanhe.

Os dois saíram e percorreram um longo caminho entre os largos corredores da prisão. Até que chegaram a um corredor branco e um pouco estreito com uma porta no final. Ao entrarem, Ino viu a maca onde os condenados eram mortos.

– Esta é a sala de execução.

Ino observou as paredes brancas, as amarras na maca,o apoio para os braços, a máquina que injetava o coquetel da morte, enfim, tudo que havia ali e perguntou:

– Por que está me mostrando isso?

– Agora que vai visitá-lo na cela, você corre o risco de criar alguma amizade com o Gaara. Quando isso acontecer, lembre-se que o destino dele é essa maca.

A jovem não aguentou ficar ali e saiu. Pediu para alguém levá-la até a cela do Gaara, que nem imaginava que ela viria hoje. A imagem daquela maca não sairia da sua mente e enquanto caminhava, pensava que poderia ser impossível o que alguém que sabe que vai morrer pensa, sendo que ela mesma embaralhou a mente só ao entrar na sala branca. Mesmo assim tentaria, não só porque era seu trabalho, mas porque agora queria pelo menos tranquilizá-lo mesmo que não conseguisse.


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