A Flor Mais Bela De Konoha escrita por Miss Siozo


Capítulo 39
Capítulo 39 – Redenção


Notas iniciais do capítulo

Olá amores e amoras! Fico muito feliz por ter retornado ao universo das fanfics. Infelizmente não pude seguir o cronograma o qual havia colocado no grupo do facebook "Fanfics SasuSaku", pois fiquei sem pc e desmotivada para continuar,mas, depois de ver mais favoritos aparecendo e eu entrei de cabeça num projeto curto disponível no Spirit e Nyah chamado "As 13 Músicas"(UA). Lá eu havia prometido que depois de finalizar o projeto que eu retornaria para minhas fanfics mais antigas. Desculpe o textão, boa leitura!



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Sakura pov’s  on

Se eu pudesse por numa lista as fases mais difíceis de minha vida esse meu mais recente despertar estaria nela. Se passaram dois meses desde que despertei após algumas semanas após minha última batalha. As lembranças de tudo o que Aka, Ao e Shiro fizeram somado ao inferno pessoal ao qual fui aprisionada deixaram minha mente confusa até hoje, ainda não consegui assimilar tudo o que aconteceu e acho que nem tempo para isso eu teria, pois acho que meus dias estão contados. Eu havia despertado ainda mais atordoada, amarrada a um leito de hospital e sem poder ver o que estava acontecendo, também o que mais poderia esperar? Meu corpo estava fora do controle da minha mente, eu fiz coisas horríveis quando controlada por Ao e Aka, aposto que todos os meus passos eram vigiados por alguma das anbus de minha confiança, o que acontece agora é consequência desses atos.

*Flashback on *

Eu sentia minha consciência voltar, mas, sentia meu corpo pesado, tentava me mover e abrir meus olhos, mas, falhei. Eu não posso estar dentro de um genjutsu, pois tentei liberar meu chakra para cancelar e nem meu chakra consegui ter acesso, eu estava bloqueada e minha cabeça fervilhava em confusão, a única coisa que eu conseguia fazer naquele momento era gritar.

— Ela está reagindo gente! Chamem a Tsunade-sama! – ouvi uma voz feminina – Sakura-san, por favor, se acalme, não tente se mexer muito – Então eu estou no hospital de Konoha, isso explicava muita coisa.

— O-o que está havendo? – disse atordoada – Não consigo ver e me sinto presa.

— Sakura-hime! – ouvi a voz de Tsunade e senti um abraço apertado – Que bom que acordou, mas, não pude evitar isso – sua voz era um misto de alegria e pesar – São medidas de segurança enquanto estiver comprovado por exames que você é quem diz ser.

— Eu compreendo prima – agora sou eu que estou com esse misto de sentimentos, minha voz está embargada de dor –Vão me condenar à morte e sei que mereço isso, por que não fizeram isso antes?

— Sua família e seus amigos não iriamos permitir que você morresse Sakura – sentia lágrimas além das minhas escorrerem por minha pele – Iremos provar sua inocência e salvá-la, uma testemunha importante veio para te ajudar.

— Obrigada – disse por fim, meu corpo estava enfraquecido pela medicação ou meu chakra estava sendo suprimido, sinceramente no momento não sei, ainda estou tão perdida que vai demorar a identificação- Onde... ele.. está? – Essa pergunta não foi respondida.

— Por favor, diga-me como se sente, pois preciso fazer a avaliação médica em você – ela me observava com zelo, estava nítido em suas expressões faciais mínimas que minha prima estava tão desconfortável quanto eu sobre essa situação e não iria me contar sobre Sasuke, tive que deixar isso de lado para tentar entender todo o acontecido.

— Me diga o que eu fiz Tsunade? Foi pior do que os olhos vermelhos? – eu forçava as lembranças aparecerem e isso fazia minha cabeça doer e me esgotava – Eu juro que estou tentando lembrar.

— Por favor não se force a lembrar, você estudou comigo então sabe o quão inútil e negativo é para um paciente esforçar demais após um trauma – ela estava certa, eu estava agindo de maneira irracional – Não a culpo por agir assim, mas, precisa ser paciente para conseguir se recuperar.

— Foi tão grave assim? – Insisti na pergunta, eu precisava saber daquilo, achava que meu coração só sossegaria após a verdade – Não precisa ficar cheia de dedos comigo, sempre falou as coisas para mim por mais graves que fossem.

— Isso é verdade – suspirou – Muito bem eu vou dizer, acho melhor que seja por mim que a notícia venha primeiro – passava seu polegar por minha bochecha e queixo repetindo o movimento de forma delicada – Você agia com tanta frieza no dia a dia e em suas missões, eu desconfiava que havia algo errado quando senti que você estava tentando controlar minhas emoções na última vez que esteve nesse hospital, procurei investigar sozinha e Mayumi-san abriu o jogo, quando regressei você estava numa missão de resgate e eu temia que fosse tarde demais.

— Se eu estava agindo fria e de modo cauteloso como isso poderia ser mais catastrófico do que quando estava de olhos vermelhos?

— Seus olhos estavam violeta, durante suas batalhas foram relatadas fúria e sede de sangue, você matou pessoas quando não havia necessidade, entende Sakura? – A partir dali comecei a chorar e ela continuou – A Anbu que estava presente disse que você matou muitos soldados de Minoru Hida e que no final tinha feito um jutsu estranho que julgava e ceifava vidas, foram muitas perdas – aquilo estava me deixando cada vez mais chocada-  O Senhor Feudal de Takigakure não deixou queixa contra ti, pois fez uma “limpeza” na vila eliminando os corruptos que não iriam querer se redimir. No entanto tanto ele quanto em outros países tem conhecimento sobre você e temem que possa acabar com o clima pacífico.

— Por Kami-sama me mate! – O sentimento de culpa era tão pesado que pensei que essa fosse a melhor saída – Como ainda pode ter a esperança de provar minha inocência? Acabe logo com minha vida!  Não posso suportar viver sabendo disso!

— Não diga isso! - Senti meu rosto quente, ela me bateu – Sakura não tem ideia de quantas pessoas estão lutando por ti! Não podemos deixar isso acontecer.

— Eu...não tenho...salvação...- me senti fraca, estava a perder a consciência outra vez.

*flashback off*

Naquele dia a enfermeira havia aplicado sedativos para eu relaxar. Demorou até que eu pudesse encontrar minha prima novamente, eu negava outras visitas. Com a alta do hospital eu havia sido transferida para alguma espécie de prisão especial, meu chakra continuava contido por uma “coleira” e meus olhos continuaram vendados, não demorou muito até eu ser interrogada por Ibiki Morino na presença de Kakashi-sensei ou melhor dizer Rokudaime Hokage-sama, eu entendo esse sentimento de amor paternal que Kakashi sente por mim, por isso estava aqui para não permitir que Morino-san pegasse tão pesado comigo.

*flashback on*

Estava sentada numa cadeira usando uma camisa de força e meus pés estavam presos por correntes. Eu sabia o que estava por vir, meu primeiro interrogatório, minha confusão mental estava quase igual ao dia que eu acordei, com a diferença de que eu realmente gostaria de morrer, não importava mais com os danos físicos que eu sofreria, minha mente estava quebrada e ninguém poderia consertar, eu já havia aceitado minha sentença antes mesmo dela ser dita, eu conheço as leis de Konoha, eu lia mais do que os outros alunos da academia ninja, sei que as chances que tenho para ser morta ou condenada à prisão perpétua são enormes e de sair em liberdade são praticamente nulas. Sasuke respondeu por seus crimes em liberdade por ter sido um grande herói de guerra e pagou com inúmeras missões de alto risco, mesmo assim algumas pessoas ainda não conseguem olhar para ele com confiança. O que teria ao meu favor? Eu também lutei na grande guerra ninja, curei a todos até meu chakra quase esgotar, as vidas que salvei e as pessoas que ajudei até hoje se tornaram um grandioso nada, pois minha dívida começou no dia em que eu fugi pela primeira vez e o que se sucedeu foi um caminho de desgraça.

— Sakura – senti a mão de Kakashi sobre meu ombro – Não gostaria que as coisas fossem dessa maneira, mas, eu espero que você nos ajude a te ajudar, entende?

— Me desculpe sensei, eu sei o que vai acontecer – eu não sei dizer o que eu estava sentindo, talvez eu estivesse apática com a situação – Apenas aproveite a oportunidade de matar, não há razão para prorrogar esse problema.

— Não sabe o que diz criança – ouvia a voz de Ibiki pela primeira vez em anos – O Hokage, seus amigos e seu namorado estão fazendo de tudo para que você possa sair desse lugar e retomar sua vida normalmente – puxou uma cadeira na minha frente, eu podia não enxergar, mas, sentia – Todas as testemunhas já foram interrogadas, precisamos apenas de seu depoimento para o seu caso terminar de ser analisado e julgado.

— Eles ainda lutam por mim mesmo depois de tudo o que fiz – estava incrédula – Por quê?

— Nós acreditamos em você Sakura-hime – por que Kakashi me chamou assim? – Ibiki comece, por favor.

Eu fiquei disposta a cooperar depois daquele breve discurso, contei tudo o que  eu conseguia me lembrar, também mencionei os espaços em branco de minha memória. Morino foi o mais afundo em minhas lembranças usando métodos leves, porém aquilo não era suficiente para usar de prova. No dia seguinte sem Kakashi, Ibiki chegou com Ino e Tsunade.

Elas se mostraram bem-dispostas para fazer parte desse interrogatório. Foi explicado como seria o processo, Ino se conectaria com minha mente levando Ibiki e Tsunade daria o suporte médico caso acontecesse alguma coisa a um de nós três. Assim se realizou, eu senti uma dor enorme quando os dois entraram e atingiram o fundo de minha consciência, onde se encontra a minha “central de comando”. Ino ficou mais surpresa ao perceber que o lugar era completamente diferente de onde ela esteve durante o exame chunin, Ibiki olhava ao redor da estrutura e viu o meu “eu matriz” de pé olhando para uma tela escura.

— Então essa é a representação de sua mente e alma Haruno-san?- Ibiki chegava perto com Ino um pouco atrás dele receosa.

— É sim Morino-san – Andei na direção deles e parei encarando os dois – Não precisa ter medo de mim Ino, eu não faria mal a ninguém – gesticulava com as mãos em tom explicativo – Agora eu me sinto no controle, não consigo explicar como, pois as coisas ainda estão confusas, tento assimilar tudo o mais rápido que posso, mas, parece que minha mente pode entrar em colapso se todas as lembranças surgirem ao mesmo tempo.

— Se isso é tão arriscado Sakura, por qual razão você quer continuar? – Ino se aproximou e segurou minha mão.

— Eu conheço minhas chances Ino – apertei sua mão antes de soltá-la – Sei que isso pode ser a salvação ou minha total perdição e se eu morrer ou enlouquecer completamente minha imagem será limpa e serei lembrada como uma ninja honrada com uma sorte infeliz- dei um sorriso torto.

— Então consente que tenhamos o acesso ao seu espírito e alma? – Ibiki agia com frieza, mas, no fundo eu sentia que ele não gostaria de prosseguir com esse risco – Assume a responsabilidade pelos riscos em sua plena capacidade mental?

— Sim – eu no fundo não tinha mais esperanças, então não fazia questão dos resultados – Por favor, segurem as minhas mãos, podem ir mais afundo que conseguirem.

*Flashback off*

Eu não entendo como consegui sobreviver aquilo, a sensação foi como se eu estivesse sendo rasgada ao meio, mas, depois daquilo todo acontecido se tornou tão claro, eu me lembrei de todas as coisas e seus detalhes que só de pensar sinto o horror, pois fui uma expectadora de tudo que meu corpo fez e por mais que digam “a culpa não foi sua”, não consigo me sentir limpa dessa sujeira. Eu fiquei desacordada por alguns dias graças a Tsunade que salvou a mim e as mentes de Ibiki e Ino. Demorou algum tempo até que seus depoimentos fossem juntados e o resultado de meu julgamento saísse.

Rokudaime e o conselho declararam minha inocência no caso, mas, seria complicado retornar a vida em sociedade por causa do medo o qual o povo adquiriu de mim. Eu não me importaria de ficar presa numa cela suja até morrer, mas, um certo moreno me fez mudar de ideia. Gostaria muito de retornar a uma vida normal de shinobi, mas, a confiança é algo difícil de ser reconquistado e eu queria poder confiar em mim mesma. Então tomei a decisão de falar com Kakashi-sensei para permitir que eu saísse em viagem, minha viagem de redenção. Sasuke ficou muito relutante, porém no final ele se convenceu de que sou teimosa o suficiente para mudar de ideia dessa vez. Ele queria ir junto, então lembrei-o de que tem o pequeno Takashi para cuidar.

Na noite anterior a minha partida, Naruto e Hinata ficaram de olho no pequeno o qual tive um imenso prazer de conhecer, o garotinho é muito adorável e gentil com certeza será um prodígio como seu pai e seu tio foram. Eles estavam de babá do Takashi, por mais comportado e autônomo que fosse para que eu e Sasuke pudéssemos passar uma noite tranquila juntos num espaço que ele preparou no isolado Distrito Uchiha. Nós jantamos e conversamos um pouco de como seria o rumo das coisas, das missões arriscadas que realizaria fora da vila e de quando seria meu retorno, caso eu conseguisse sentir que era a hora certa. Aquela noite foi perfeita e ficaria em minha memória, pois tivemos nossa primeira vez juntos, cada olhar, cada palavra, cada toque seria lembrado para sempre em minhas memórias.

Pela manhã os doces sonhos precisam ficar no imaginário armazenado dento nosso subconsciente. Nos portões da vila Sasuke, meus tios e meus amigos estavam lá para a despedida. A grande maioria estava chorosa e emotiva, por isso que eu não gosto de dizer adeus, recebi algumas lembrancinhas antes da viagem, como a fita que Ino havia me dado na infância e eu tinha devolvido, Hinata me deu um cachecol e Naruto me deu um par de luvas para combinar, meus pais (tios) me deram um colar com o símbolo de nosso clã para que eu não me esquecesse de minhas origens, Takashi me deu um Tsuru* e eu fiquei bastante grata aos presentes. Sasuke foi o mais simples de todos, porém foi o presente que eu mais gostei.

—Até a próxima vez Sakura-chan - ele pôs seus dois dedos em minha testa e eu pude captar seus sentimentos daquele momento – Estarei esperando por ti.

— Até a próxima vez Sasuke-kun- dei um abraço apertado nele e pude notar ao olhar para seu rosto levemente corado o quanto estava sem jeito para aquele tipo de demonstração de afeto em público – Estarei pensando em ti e em todos vocês. Obrigada por tudo e adeus!

 Eu saí pelos portões da vila com uma mala de viagem, nos primeiros metros já havia executado um jutsu de transformação para mudar minha aparência e não ser notada por outros shinobi. Aquilo foi o início de uma longa jornada.

*Tsuru: Passarinho de origami japonês. É o símbolo da saúde, da boa sorte, felicidade, longevidade e da fortuna. Conta a lenda japonesa que o tsuru pode viver até mil anos. É considerado o pássaro companheiro dos eremitas que se refugiavam nas montanhas para meditar, acreditando possuírem poderes sobrenaturais para não envelhecer.


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Notas finais do capítulo

O capítulo final está chegando. Será o próximo na verdade, eu decidi não alongar ainda mais essa história, pois não saberia se conseguiria continuar e eu precisava dar um final digno para ela e para vocês que acompanham a fanfic desde sua criação em 2014, quando surgiu por acaso no site que eu era adm. Agradeço a presença dos recém-chegados também! Espero vocês! Até a próxima ;)



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