Sakura’s pov on

Cheguei no apartamento cansada pelo longo dia, aquela bateria de exames e o interrogatório cansaram esse corpo, gostaria que fosse mais resistente, acho que isso pode mudar com o passar do tempo. Uma vida sem emoções pode ser algo monótono demais quando se fazem repetidas coisas como uma rotina diária, isso será diferente dessa vez. Com a anbu em minha liderança tenho certeza de que cada missão será diferente, sei que não irei me divertir, mas, pelo menos irei me distrair. Depois de tomar um banho morno para relaxar os músculos de meu corpo, eu sabia que quando fechasse meus olhos entraria em conflito com ela. Via então o meu interior, digo, o interior de Sakura, entrei numa sala espaçosa e escura, apenas uma pequena luz iluminava aquele local.

– Vejo que a matriz está bem presa – olhava para a figura idêntica a mim na aparência – Dói? – apontei para as correntes.

– Claro que dói – riu em sinal de escárnio – Não entendo como um sonho pode durar e doer tanto.

– Isso não é um sonho doce Sakura –toquei no rosto dela e analisei sua expressão de confusão – Acho que não deve se lembrar da última vez que esteve aqui, não é?

– Última vez? Isso é uma loucura! –via ela se desesperar e puxar as correntes com força – Preciso sair daqui!

– O certo é dizer que quer tomar o controle e não querer sair – olhei para o outro canto e libertei o outro ser que também se parecia comigo que usava uma capa vermelha assim como a cor de seus olhos – Acho que ela pode explicar as coisas melhor do que eu.

– Sua desgraçada! – vi ela esbofeteando a Sakura Matriz e rindo loucamente – Eu fiz tanto por nós e você me agradece me deixando presa por meses, me trocando por um idiota que na primeira oportunidade te largou? – bateu nela novamente – Nosso trabalho estava perfeito, matávamos a escória, quem deveria morrer, isso era tão divertido!

– Estou vendo que não explicará nada Aka(vermelha em japonês), não te dei permissão para bater na matriz, agora quem dá as ordens sou eu – tirei o capuz de minha capa azul, mesma cor de meus olhos – É o seguinte Sakura, já que Aka não faz as honras de te explicar como as coisas funcionam aqui eu terei que dizer, pode me chamar de Ao( pronuncia-se Áo, azul em japonês), eu estou no comando agora.

– No comando? Não consigo entender, vocês são tão parecidas comigo na aparência, mas, na personalidade e na cor dos olhos são diferentes – parecia que ela tentava juntar as peças – Claro! Vocês fazem parte de mim, cada uma com um poder ocular diferente – matou a charada, não poderia esperar menos dela – Aka é o kikimegan que eu e Sasuke... – o tom dela de voz ficou triste – Nós conseguimos dar um jeito e você quem é?

– Eu sou Giman no me (Olhos do engano/ decepção), uma herança sanguínea de seu clã, isso era mais comum nos homens do clã Tori que se juntaram as Haruno, uma longa e cansativa história que contar pra você não vem ao caso – via que ela tentava liberar chakra então dei um chute no estômago dela que urrou de dor –Acho melhor ficar quietinha se não as coisas irão piorar pra você – fiz um selo e correntes elétricas percorreram o corpo dela – Não posso te deixar morrer, isso não quer dizer que não posso machuca-la.

– Eu falhei em minha missão e graças ao casalzinho sem graça estou com isso aqui – Aka apontou para uma espécie de coleira preta em seu pescoço – Não tenho mais o controle do corpo, por isso que você conseguia controlar meus olhos sua desgraçada! –golpeou-a na cabeça.

– Já disse que não é para bater nela sem minha permissão – fiz um selo e Aka caiu de joelhos no chão – Agora sou eu quem tem o comando.

– Você sabe que isso não durará por muito tempo – disse Aka ofegante – A Matriz não é tão fraca assim.

– Eu darei meu jeito – olhei nos olhos verdes da matriz – Dor, ódio, tristeza, rancor, depressão, as lembranças que mais te atormentam criarão uma barreira que não conseguirá mais sair, verás tudo o que aconteceu de mais doloroso para ti até o fim de sua vida – depois que terminei de dizer aquelas palavras ela caiu num coma e eu comecei a ditar as regras para Aka.

– Entendi o que quis dizer Ao, sei que eu pediria demais e que estou impossibilitada de tomar decisões no corpo dela, apenas quero um pouco de diversão – o pedido dela é patético – Sei que você não sente emoções e será uma tarefa ruim simular que tem emoções, posso te ajudar a dissimular, quero apenas duas coisas em troca.

– Diga Aka, quais são suas condições para termos uma convivência pacífica nesse lugar? – analisava as expressões dela, estava contente e feroz ao mesmo tempo – Desde que seja algo possível de se fazer, posso aceitar.

– Quero poder ter o prazer de matar as pessoas, você sabe que eu adoro isso – claro que adora, seus joguinhos de tortura pelo que pude absorver das memórias da matriz são um tanto interessantes, pelo menos com ela não ficaria tedioso –E a outra coisa é torturar a matriz.

– Estou fazendo isso se não percebeu – apontei para a garota acorrentada ao chão – Ela está sofrendo mais do que sofreu, está presa e incapaz de realizar qualquer ação, não podemos matar a matriz – olhei para Aka – Daqui um tempo um tubo surgirá envolvendo ela, assim mantendo-a viva e desligada de suas funções, me deixando no poder, a verdadeira Sakura será congelada no sofrimento.

– Quero apenas me divertir com o espirito da matriz, estou com ódio dela ainda, posso torturar o físico dela, prometo que não irei mata-la, não sou tão descontrolada quanto pensa – apertou com seus poderes as correntes da matriz – E quando o tubo surgir arranjarei um jeito de continuar me divertindo com ela até acabar de ser congelada.

– Não há meios dela escapar e mesmo que tente a mente dela será totalmente destruída, ficará mais louca do que você já foi Aka – dirigi-me até ela – Trato feito, será vantajoso para nós duas – apertamos as mãos e nesse momento sabia que compartilharíamos nossos poderes num só.

Sasuke’s pov on

Estar preso não é algo confortável, sinto pena de meu sobrinho, o pequeno Takashi não tem culpa de nada do que está acontecendo com ele. Eu tinha falado com Kakashi antes de ir embora que caso eu não voltasse no prazo máximo de um mês que era para ele começar a se preocupar e mandar equipes de busca, claro que eu não disse minha localização porque não gostaria de encontrar com uma Sakura magoada antes do tempo certo, que erro infeliz, poderíamos estar juntos agora, eu, ela e Takashi, Sakura poderia me ajudar a cuidar de meu sobrinho que seria dela também após o nosso casamento. Via aquela pequena criança franzina e pelos machucados eu tive certeza de que Minoru Hida era o causador disso, tudo bem que ele foi traído pela noiva, mas, a criança não teve culpa de nada, vi o pequeno abrir os olhinhos assustados e curiosos ao mesmo tempo.

– Quem é você? – foram as primeiras palavras que ouvi de meu sobrinho – Estou preso outra vez – disse triste.

– Eu sou seu tio, Sasuke Uchiha, você é o filho do meu falecido irmão Itachi – a expressão dele parecia um misto de felicidade e raiva – O que houve?

– O sr. Hida sempre quando vem me visitar sempre fala mal de meu pai – abaixou a cabeça – O senhor veio pra me buscar, certo? - para uma criança de 3 anos que vive presa, Takashi é um menino muito esperto, assim como meu irmão era em sua idade, pelo menos era o que todo o clã dizia.

– Meu irmão, seu pai foi um grande herói, fez o melhor que pode para salvar o lugar em que vivemos juntos e para me salvar também – lembrar de Itachi é algo que me emociona bastante, por isso evitava pensar nele – Vim para te buscar, só que estou impossibilitado no momento, mas, você não – olhei para Takashi – Minoru me deu uma ótima ideia, irei treina-lo aqui, no horário que os guardas não circulam pelos corredores, eles são confiantes demais nessas correntes e barreiras, eu te deixarei forte.

– Obrigado tio Sasuke – o pequeno correu para me abraçar – Agora sei que tenho uma família – apertei-o em meus braços passando as correntes por cima da cabeça dele, envolvendo-o melhor nesse abraço, preciso ter fé que conseguiremos sair dessa prisão com vida.