A Herdeira dos Black escrita por Akanny Reedus


Capítulo 24
Grifinória vs Corvinal




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Rony fora minha única companhia no café da manhã naquele sábado estranho. Ele era o único que me esperava da sala da comunal, perguntei sobre Harry, assim como Olívio e os outros jogadores. A resposta foi simplesmente que ele ainda estava se arrumando e desceria depois, então acabou que só Rony e eu fomos tomar nosso bendito café e os outros iam esperar por Harry.

Enquanto o moreno não dava sinal de vida, contei ao Rony o que rolou do dormitório ontem à noite antes de dormir com a Hermione.

— Como se ela se importasse — diz Rony com a boca cheia de panqueca.

— Você acha mesmo que ela não se importa?

— Eu só — ele pausou para engolir o que tinha na boca — acho que se tudo era tão importante, ela não teria ficado que nem boba defendendo aquele gato idiota dela. Se ao menos ela admite-se que o erro do Bichento.

Tomei um gole do suco antes de falar algo, mas sem deixar de fazer uma careta de concordância. Rony de alguma forma tinha razão, só que ele era outro que não também não estava pensando muito.

— Por um lado até a entendo — disse, depois de engolir um pequeno pedaço da panqueca. — Porque é o bichinho dela então… acho que faria o mesmo se fosse com o Taran.

Rony me olhou na hora.

— Só que felizmente nunca o fiz porque meu gato é comportado — acrescentei rápido. — Contudo também dei um pequeno aviso.

— Qual?

— Para ficar de olho no gato dela, afinal aqui em Hogwarts existe qualquer tipo de gente — e dei uma pequena olhada atrás do meu ombro, vendo a mesa da Sonserina, conseguindo avistar de primeira o Malfoy.

Minha conversa com Rony não rendeu tanto já que não demorou para Harry aparecer acompanhado pelo time.

Os olhares do salão foram diretos a ele e a Firebolt que foram recebidos por vários sussurros. Porém o melhor disso tudo não era a vassoura, nem a segurança de Harry, mas a cara de um certo loiro uma mesa depois da nossa. Malfoy encarava tudo da mesa da Sonserina com cara de assombro.

— Rony dá uma olhada na mesa da Sonserina — cochichei em seu ouvido.

Ele levantou um pouco o rosto e olhou na direção da mesa Sonserina em seguida, Rony sorriu tentando segurar uma risada.

— Nem deve estar acreditando no que está escrevendo — disse Rony entre risos ainda olhando Malfoy. — Nem é só ele, todos os jogadores da Sonserina estão com a mesma cara.

É claro que não pude deixar de olhar, acabou que fiz companhia ao Weasley na risada referente a mesa das cobras.

— Ponha ela aqui, Harry — sugeriu Olívio, ajeitando a vassoura no meio da mesa ao lado de Rony, ele a girou cuidadosamente de modo a deixar a marca visível.

Pelo jeito tinha alguém que queria usufruir mais da glória que a Firebolt refletia. Me fazendo questionar para que tudo aquilo, sendo que para mim não passava de uma vassoura.

Os alunos da Corvinal e da Lufa-Lufa não demoraram em se aproximar e ver de perto a vassoura. Alguns alunos foram cumprimentar Harry e vi que Penélope Clearwater, da Corvinal — segundo Rony é a namorada de Percy —, chegou a perguntar se podia segurar a Firebolt.

— Ora, ora, Penelope, nada de sabotagem! — disse Percy cordialmente, enquanto ela mirava a Firebolt.

Percy começou a contar que fez uma aposta com a namorada, dez galeões no vencedor da partida. Depois que a tal Penélope tornou a pousar a vassoura, agradeceu a Harry e voltou à sua mesa. Percy saiu apressado atrás dela.

— Tem certeza de que você sabe montar nessa vassoura, Potter? — disse uma voz arrastada e fria.

— Pobre madamezinha, não conseguiu se aguentar, e precisou vir dar uma espiadinha neh? — provoquei conforme ele se aproximava.

Ele me olhou furioso.

— Acho que sim — disse Harry, descontraído.

Sem dúvida que Malfoy quis retrucar o que disse, mas escolheu retrucar a resposta de Harry.

— Tem muitas características especiais, não é? — disse Malfoy, os olhos brilhando de malícia. — Pena que não venha com paraquedas, para o caso de você chegar muito perto de um dementador.

Crabbe e Goyle deram risadinhas.

— Pena que você não possa acrescentar braços na sua, Malfoy — retrucou Harry. — Assim ela poderia apanhar o pomo para você.

Tudo ao nosso redor se mergulhou em gargalhadas. Deixando a Madame super irritada, a ponto de ter que se afastar e se reunir com seus amiguinhos.

 

Às quinze para as onze, o time da Grifinória saiu do salão principal. Rony e eu fomos um pouco depois para encontrar nossos lugares nas arquibancadas. Não sabia dizer o que sentia referente a partida, mas espero que ela seja tão boa quanto o tempo que estava melhor que a da partida contra a Lufa Lufa.

Felizmente não precisei me preocupar em sair voando ou perder meu guarda-chuvas, afinal o dia está claro apenas com uma levíssima brisa fria. Que me fez vestir com uma roupa mais quentinha como uma blusa de manga comprida e uma outra por cima. Deixei o cabelo solto e na maquiagem apenas fiz o de sempre, olhos contornados de preto.

Passou-se apenas alguns minutos para a partida começar.

Os jogadores da Corvinal entraram em campo, vestidos de azul; os jogadores da Grifinória entraram em seguida diante de tumultuosos aplausos. Vi Madame Hooch pedindo aos capitães apertarem as mãos e depois para os jogadores montarem nas vassouras.

— Quando eu apitar... Três, dois, um…

Em momento algum desviei os olhos de Harry que logo tomou impulso na vassoura, já sobrevoando o estádio à procura do pomo de ouro. Lino que era o comentarista do jogo começou a falar:

— Foi dado início à partida, e a grande novidade é a Firebolt que Harry Potter está montado pelo time da Grifinória. Segundo a Qual Vassoura, a Firebolt será a montaria escolhida pelos times nacionais para o Campeonato Mundial deste ano…

— Jordan, você se importa de nos dizer o que está acontecendo no campo? — interrompeu a voz da Profª McGonagall.

— Certo, professora, eu só estava situando os ouvintes... A Firebolt, aliás, tem um freio automático e…

— Jordan!

— Ok, ok, Grifinória tem a posse da goles, Katie Bell da Grifinória está voando em direção à baliza…

Era quase impossível ficar de olho só no Harry, ou no resto do jogo, pois sempre que tentava vinha algum comentário de Lino que me fazia rir gostoso, principalmente quando se juntava com as broncas da professora McGonagall. Por causa disso me perdi no meio da partida, perdi algumas coisas, só não boiei ao ver que uma certa apanhadora da Corvinal não saia da cola de Harry. Conforme fui tentando forçar a visão para olhar melhor, comprovei que era mesmo uma garota.

Harry mergulhou; o que significava que ele viu o pomo. A garota da Corvinal fez o mesmo movimento e disparou atrás dele. Vi-o aumentando a velocidade para se afastar dela. Obviamente que não funcionou o que me deixou puta.

— Será que não para essa coisa sair do pé dele? — resmunguei.

De repente ele parou, não continuou seu percurso e mudou — claro que o motivo mais foi de que quase foi acertado por um balaço, arremessado por um dos batedores da Corvinal.

Houve um grande “ooooh” de desapontamento da torcida de Grifinória e o batedor idiota que tentou acertar o balaço no Harry ganhou um apelido nada agradável de minha parte que fiz questão de gritar. Jorge não deixou isso de lado e lançou um segundo balaço diretamente contra o idiota do arremesso, que, infelizmente não foi acertado.

— Grifinória lidera por oitenta pontos a zero, e olhe só o desempenho daquela Firebolt! Potter agora está realmente mostrando o que ela é capaz de fazer, vejam como muda de direção — a Comet de Chang simplesmente não é páreo para ela, o balanceamento preciso da Firebolt é visível nesses longos…

Ah, então a crude tinha nome e era Chang. Bom saber...

— JORDAN! VOCÊ ESTÁ GANHANDO PARA ANUNCIAR A FIREBOLT? VOLTE A IRRADIAR O JOGO!

Corvinal começou a jogar na retranca; já tinha marcado três gols, o que deixou a Grifinória apenas cinquenta pontos à frente e se Chang apanhasse o pomo antes de Harry, Corvinal ganharia a partida.

Minha mente torcia para aquela garota cair da vassoura, que Harry a derrubava, mas acho que ele era muito educado para fazer isso com uma moça. Harry reduziu a altitude, evitando por um triz um artilheiro da Corvinal, e esquadrinhou o campo. Até que insinuei dele ter visto o pomo por causa de suas voadas em direção a baliza da nossa casa.

Harry acelerou, só que…

— O que é que está dando no Harry?! — exclamei furiosa olhando-o parado de frente para Chang. — Agora ele vai ficar mesmo de cavalheirismo com essa aí. HARRY DERRUMBA ELA DA VASSOURA! — berrei mesmo sabendo que ele não ouviria.

Ele apontou a vassoura para o alto e ficou alguns metros sobre o campo. E mais uma vez a Chang estava seguindo-o... Ela resolveu marcá-lo em vez de procurar o pomo sozinha. Deveria ser exatamente por isso que ela não largava do pé dele, a coisa queria deixar o Harry fazer o trabalho para ela.

Pelo jeito ele também estava perdendo a paciência com a garota, então mergulhou outra vez, e a Chang obviamente, o seguiu. Será que se ele pedisse para pular do precipício para pegar o pomo ela faria? Não ia achar ruim. Harry desfez o mergulho abruptamente; Chang continuou a descida veloz; ele subiu mais uma vez, como uma bala.

Ok, agora a situação estava ficando melhor com o papel de tonta que a Chang está fazendo.

Vi-o acelerando; a muitos metros abaixo, Chang fez o mesmo.

Entretanto meu sorriso desmanchou subitamente quando vi três, sim três dementadores altos, pretos, encarando Harry.

Eu toquei minha varinha no bolso da calça na mesma hora, ia conjurar sem me importar que tinha trilhões de pessoas de olhos, mas Harry foi mais rápido ao sacar a varinha e assim executando o patrono — devo ressaltar que era um ótimo patrono. Ele nem se quer deve ter parado para ver o efeito. Vi-o estendendo a mão e a fechando.

Soou o apito da Madame Hooch. Harry tinha pegado o pomo.

Junto de Rony, fomos comemorar a vitória da Grifinória no campo mesmo ao lado do próprio apanhador.

— Parabéns, Harry! — exclamei ao meu aproximar dele que sorria.

— Você viu? — exclamou Harry excitado.

— Vi sim — confirmei, sabia sobre o que se tratava.

— Foi um Patrono impressionante — disse uma voz entre Harry e eu.

Viramos e vimos meu padrinho, que parecia ao mesmo tempo abalado e satisfeito.

— Os dementadores não me afetaram nada! — exclamou Harry excitado, olhando para meu padrinho e eu. — Eu não senti nada!

— Não sentiu? — indaguei.

— Foi porque eles... Hum... Não eram dementadores — explicou meu padrinho. — Venham ver…

Nós nos afastamos da aglomeração até podermos ver a lateral do campo.

— Você deu um grande susto no Sr. Malfoy — disse meu padrinho.

Harry e eu arregalamos os olhos. Amontoados no chão estavam Malfoy, Crabbe, Goyle e um outro moleque, lutando para se despir das vestes pretas e longas com capuzes. Pelo jeito a Madame estava em pé nos ombros de Goyle. Parada ao lado deles, com uma expressão de fúria no rosto, estava a minha professora favorita, Minerva McGonagall.

— Um truque indigno! — brandava ela. — Uma tentativa baixa e covarde de sabotar o apanhador da Grifinória! Detenção para todos e menos cinquenta pontos para Sonserina! Vou falar com o Prof. Dumbledore, não se iludam! Ah, aí vem ele agora!

Se alguma coisa podia selar a vitória de Grifinória, era isso!

— Vamos, Harry e Susana! — disse Jorge procurando se aproximar quando voltamos para o campo. — Festa! Sala Comunal da Grifinória, agora!

— Já estamos indo — respondi.

 

A sensação que tive foi que a festa não era para comemorar só uma vitória, mas de ter ganhado a Taça de Quadribol; a festa durou o dia todo se prolongando até tarde da noite. Fred e Jorge desapareceram algumas horas e voltaram braçadas de garrafinhas de cerveja amanteigada, abóbora espumante e vários sacos de doces da Dedosdemel.

Contudo havia uma única pessoa que não participava da comemoração e não era eu. Hermione, por incrível que pareça, estava sentada a um canto, tentando ler um enorme livro intitulado Vida Doméstica e Hábitos Sociais dos Trouxas Britânicos. Vi Harry se afastando da mesa em que Fred e Jorge começavam a fazer malabarismos com as garrafinhas de cerveja amanteigada e foi até ela.

Rony que estava ao meu lado viu os dois conversando e do nada disse em voz alta:

— Se Perebas não tivesse sido devorado, ele poderia ter comido uma mosca de chocolate. Ele gostava tanto…

Hermione caiu no choro. Ela meteu o enorme livro embaixo do braço e, ainda soluçando, correu para a escada do dormitório das meninas e desapareceu de vista.

— Será que você não podia dar a ela um tempo? — perguntou Harry a Rony em voz baixa.

— Não — respondeu o garoto com firmeza. — Se ela ao menos mostrasse que lamenta, mas jamais vai admitir que errou, a Hermione. Continua a agir como se Perebas tivesse tirado férias ou qualquer coisa do gênero.

Revirei os olhos e disse:

— Ah gente, esqueçam a Hermione, deixe-a com os livros e vamos nos divertir.

Acho que nunca na minha vida tinha me divertido tanto em uma festa como essa. Na verdade, eu quase participei de nenhuma que não fosse as festas da família. Nunca fui muito fã de barulho, mas essa era totalmente diferente. Mesmo quando estava na minha, alguém me puxava para entreter como os gêmeos que acabaram me apresentando as jogadoras do time; Kátia Bell e Angelina Johnson.

A festa da Grifinória só terminou quando a Profª. McGonagall apareceu vestida com um robe de tecido escocês e os cabelos presos numa rede, à uma hora da manhã, insistindo que todos fossem se deitar. Subi um pouco de mau grado, a festa estava muito boa que nem percebi a hora voar. Despedi-me de todos que estava conversando e depois de Harry e Rony que também não demoraram muito para subir as escadas do dormitório masculino.

Hermione já estava dormindo quando cheguei — pelo menos eu acho que ela estava dormindo. Lilá e Parvati chegaram ao dormitório super animadas conversando sobre a festa. Diminuíram o tom depois de ver Hermione.

Mesmo tendo uma grande vontade de voltar para a festa, não podia ignorar o enorme cansaço que se instalou em mim. Minha cabeça latejava, os olhos queriam se fechar, então me apressei para vestir o pijama e se deitar logo na cama. Justo nessa hora já deitada e tudo mais, ouvi um resmungo do lado de fora da porta, arranhando e miando.

Taran. Claro que é o Taran, eu conheço de longe o miado do meu gato.

— Entra, Taranzinho — disse Lilá assim que abriu a porta para ele entrar.

Não demorou para Taran subir na cama, afofar e se deitar em cima da minha perna. Já feliz, pronta para pegar no sono que não demorou muito da mesma forma que não demorei para acordar assustada.

— AAAAAAAR! NÃÃÃÃOOO!

Acordei como se alguém tivesse me batido.

— Que foi isso?! — a voz preocupada de Parvati soou na escuridão do quarto.

Hermione foi a mais rápida em acender o abajur. Todas estavam acordadas, inclusive Taran que se levantou e olhava tudo em volta, assustado.

Sai um tanto furiosa da cama, calcei rápido minhas pantufas e fui da mesma forma para a porta.

— Barulho veio de algum outro quarto — disse, assim que abri a porta e coloquei a cabeça para fora. Não fui a única que fiz isso, outras cabeças surgiram como indagações sobre o que aconteceu.

— Quem será que gritou? — perguntou Hermione ao meu lado, acompanhado pelas outras garotas vestidas com robes, menos eu que não tive paciência para pensar em vestir um.

Então decidimos descer para saber melhor o que aconteceu. Me surpreendi quando vi a sala cheia, vários alunos foram aparecendo à procura de respostas. Harry foi o primeiro que vi, e é claro que não perdi tempo em questioná-lo.

— Quem gritou?

— Foi o Rony — ele respondeu.

— Rony? O que aconteceu? — perguntei preocupada.

Harry então explicou que receberam uma visita inesperada no quarto. Rony acordou com Sirius Black bem ao lado de sua cama com uma faca, cortou a cortina dos dois lados e o atacou. Ainda incluiu que assim que acordou com o grito de Rony, ouviu a porta se fechar com força.

Um tanto em choque, olhei o ruivo mais pálido que o normal com uma expressão de absoluto terror.

— Rony… — disse tocando seu ombro. — Você tem certeza que viu ele? Não deve ter se confundindo…?

— É claro que era ele! Eu o vi…!

Não demorou para a sala ficar entupida de aluno, lotado de faladeiras.

— Que barulheira é essa?

— A Profª McGonagall nos mandou para a cama!

Acho que todos os alunos da Grifinória estavam reunidos.

— Que ótimo, vamos continuar? — perguntou Fred, animado.

— Todos de volta para cima! — falou Percy, que entrou correndo na sala comunal prendendo o distintivo de monitor-chefe no pijama enquanto falava.

— Percy... Sirius Black! — disse Rony com a voz fraca. — No nosso dormitório! Com uma faca! Me acordou!

A sala comunal mergulhou em silêncio.

— Que bobagem! — exclamou Percy espantado. — Você comeu demais, Rony... Teve um pesadelo…

— Estou lhe dizendo…

— Agora, francamente, já é demais!

A Profª McGonagall estava de volta. Ela bateu o retrato ao entrar na sala comunal e olhou furiosa para todos.

— Estou encantada que Grifinória tenha ganho a partida, mas isto está ficando ridículo! Percy, eu esperava mais de você!

— Com certeza eu não autorizei isso, professora! — defendeu-se Percy, se empertigando, indignado. — Estava justamente dizendo a todos para voltarem para a cama! Meu irmão Rony teve um pesadelo…

— NÃO FOI UM PESADELO! — berrou Rony. — PROFESSORA, EU ACORDEI E SIRIUS BLACK ESTAVA PARADO AO MEU LADO SEGURANDO UMA FACA!

A professora encarou-o.

— Não seja ridículo, Weasley, como seria possível ele passar pelo buraco do retrato?

— Pergunte a ele! — respondeu Rony apontando um dedo trêmulo para o avesso do retrato do Sir Cadogan. — Pergunte se ele viu…

Com um olhar penetrante e desconfiado para Rony, a professora empurrou o retrato e saiu. Senti algo peludo nas minhas pernas e era Taran, resmungando, peguei ele no colo e voltei minha atenção para onde estava a professora. Minha respiração estava ofegante, será mesmo que aquele homem estava aqui dentro?

— Sir Cadogan, o senhor acabou de deixar um homem entrar na Torre da Grifinória?

— Certamente, minha boa senhora! — exclamou o cavaleiro.

Fez-se um silêncio de espanto, tanto dentro quanto fora da sala comunal.

— O senhor... O senhor deixou? Mas... E a senha?

— Ele sabia! — respondeu Sir Cadogan com orgulho. — Tinha as senhas da semana inteira, minha senhora! Leu-as em um pedacinho de papel!

A professora tornou a passar pelo buraco do retrato e encarou a gente, todos estavam atordoados. Estava branca como um pedacinho de papel!

— Quem foi — perguntou ela com a voz trêmula — quem foi a criatura abissalmente tola que anotou as senhas desta semana e as largou por aí?

Fez-se um silêncio absoluto, quebrado por gritinhos quase inaudíveis de terror. O movimento foi muito automático vindo de todos, exceto um que tremia da cabeça às pontas dos chinelos fofos, ergueu a mão no ar.

— Será que tem que ser sempre você, Longbottom? — falou a professora entre os dentes.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam?