A Herdeira dos Black escrita por Akanny Reedus


Capítulo 20
Wingardium Leviosa!




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Passar as férias de final de ano com os Tonks nunca foi ruim e dessa vez não foi diferente. Fiquei tão entretida com as coisas que fiquei fazendo na casa que até esqueci dos meus problemas. Quando não estava com minha prima Tonks, estava conversando ou ajudando Andrômeda em algo. Cheguei num nível de ajudar até mesmo Ted com o quintal, como tirar as camadas de neve bem na entrada na casa. 

Taran, no entanto, foi quem teve os dias mais animados já que vivia saindo correndo pelo quintal brincando com a neve ou qualquer outra coisa que encontrava nos arredores, além de estar sendo hiper mimado pela Andrômeda.

Durante esses dias não recebi nenhuma visita do meu padrinho, apenas uma carta com pedidos de desculpas. Na carta ele se desculpou, explicando que não poderia aparecer porque não se sentia bem e por isso pegaria esses dias para ficar em repouso. Respondi dizendo que tudo bem, entendo perfeitamente sua situação. Então só poderia vê-lo de novo em Hogwarts, quando as aulas retornarem. 

 Detalhe que não demorou para chegar já que logo estava me arrumando para voltar ao castelo.

Finalizei a última trança bagunçada da maria chiquinha que fazia no cabelo. Coloquei o colar que ganhei daquele homem e a pulseira que ganhei do meu padrinho. Por fim, peguei minha mochila e desci para a sala onde estavam todos os Tonks mais o Taran sendo pego pela minha prima Nymphadora para ser colocado em sua cestinha. Com muito esforço, ele entrou e como sempre me olhou mau-humorado. 

— Não me olhe assim — disse para ele. — Estamos voltando para Hogwarts, ao menos para você não é tão ruim.

O que não era mentira já que eu não estava tão animada para voltar. Não que eu não goste de Hogwarts, mas acho que não estava preparada para voltar aos meus problemas. Não queria voltar à realidade, me lembrar de toda minha situação atual e das descobertas. 

Por ser feriado não iria ter o expresso, então minhas únicas alternativas eram Nôitibus ou a rede de Flú; claro que escolhi a segunda opção já que nunca fui muito fã desse outro transporte trouxa. 

Em frente a lareira da família Tonks fui me despedindo de cada um.

— Cuide-se — disse Andrômeda me depositando um beijo na bochecha, depois de ajeitar meu casaco. — Continue escrevendo, não deixe de mandar notícias 

— Pode deixar que irei escrever — digo.

Agachei para pegar a cesta do Taran e entrei na lareira. Apanhei uma pitada do pó brilhante no pequeno vaso de flor que Andrômeda me ofereceu. Atirei no fogo e gritei alto “Hogwarts”. Rodopiei com Taran resmungando, parando na lareira da sala da Profª McGonagall.

— Boa tarde, Srta. Black — disse ela ao me ver saindo da lareira e limpando as fuligens da roupa.

— Ah, oi, professora McGonagall — falei entre os resmungos de Taran na cestinha.

Coloquei a cesta no chão e ele continuou resmungando só que baixo.

— Como foram suas férias?

— Bem, obrigada — respondi com um breve sorriso. — E os da senhora?

Ela assentiu retribuindo o meu sorriso.

— Se me permite, vou me retirando para sala comunal.

A professora apenas fez um gesto, assentindo com a minha retirada e assim o fiz. Contudo, antes de abrir a porta e com a mão apenas na maçaneta, parei e me virei para olhá-la.

— Professora — chamei-a.

Ela me olhou.

— Sim?

— Por acaso a senhora sabe me dizer se o meu pad... quero dizer que o Profº Lupin está na sala dele?

— Está sim, Srta. Black — respondeu. 

Agradeci e me retirei.

A escola não estava tão movimentada como me lembro, mas vou aumentando conforme chegava os outros alunos. Porém o caminho até a comunal foi tranquilo, sem nenhuma aglomeração e nem nada. Entrando junto com um grupinho de três garotos, avistei logo de primeira Harry e Rony em um canto da sala. Estranhei, pois ambos estavam bem quietos e pareciam pensativos. 

Balancei a cabeça ao me vim a ideia de ir falar com os dois, dar um "oi, como foi as férias?", mas me neguei e achei melhor ir direto para a escada do dormitório feminino. Inclusive um dos meus planos é de passar reto e me imaginar invisível, no entanto meu plano foi ralo abaixo antes mesmo de dar o primeiro passo correto.

— Ei, Susana! — Rony foi quem me chamou em voz alta, balançando os braços freneticamente e chamando não só minha atenção como da sala toda.

Murmurei um palavrão por aquele papel que ele me fez passar, mas relevei e me aproximei dos dois.

— Oi Rony — disse ao ruivo, que voltou a sentar ao lado de Harry que estava mais silencioso que o amigo. — Oi Harry… Como estão?

Ele assim que disse seu nome.

— Oi Susana…

Realmente o clima entre as pessoas não estava tão bom, o que me deixou nervosa e com uma enorme vontade de escapar daqui — mesmo isso não sendo meu costume. 

É óbvio que Harry não estava contente com minha presença e também nem a queria por perto. Ele com certeza deveria estar irritado comigo, não queria mais saber de mim. Não o julgo por isso… Mesmo ele não sabendo, automaticamente eu escondi minha correntinha atrás da roupa a esconder de vista. 

Me xinguei por achar mesmo que Harry iria adivinhar que essa correntinha tinha ganhado de Sirius Black. 

— Senta — disse alguém do nada, me pegando de surpresa e esse alguém era Harry. 

Antes de responder, ele já havia tirado a sua varinha que ocupava um lugar no sofá ao lado dele.

— Ok… — e assim me sentei. 

— E aí, como foi suas férias? — perguntou Rony. 

— Bem, foram boas… Opa, me desculpe Taran, já vou abrir. Prontinho. Agora ficou feliz? — Taran quando saiu da cesta me olhou com muita reprovação, me virou a cara e saiu de perto. — Ele odeia ficar preso, fica pior com ele viajando de Pó de Flú — comentei, encostando as costas no sofá.

Reparei em Harry me olhando, logo em seguida desviando o olhar para um ponto qualquer da sala. 

— Bem, hum, como foi a de vocês? Ficaram em Hogwarts mesmo?

— Ficamos — respondeu Rony. — Meus pais acabaram visitando meu irmão Carlinhos na Romênia, mas não quis ir então foram apenas meus irmãos. Harry ficou porque quis mesmo, agora a… aff esquece.

Rony então se afundou no sofá.

Senti que mais alguém estava faltando ao time deles, até olhei em volta do comunal e nada. Logo juntei com o corte na resposta de Rony junto com a irritação repentina. 

— Hermione foi para casa dos pais? — perguntei, tentando puxar assunto.

Harry na hora se remexeu no sofá e Rony bufou. 

— Nem diga o nome dela — disse o ruivo com rispidez.

Silencie.

Ok, alguma coisa muito séria aconteceu aqui e algo me diz que foi com a Hermione.

— Você não acredita no que a Hermione fez — Rony voltou a falar, inclusive o nome de quem ele não queria ouvir. 

— Hum… e o que ela fez? — perguntei.

— Harry havia ganhado no Natal uma vassoura e não é uma vassoura qualquer e sim uma Firebolt — dizia Rony rápido a ponto de grifar bem o Firebolt. — Ai me vem a Hermione dedurando para professora McGonagall sobre a vassoura.

— Mas porque ela disse para McGonagall?

— É que não veio nenhum remetente — respondeu Harry, cansado. — Não tinha nenhum bilhete falando quem me mandou. Hermione estranhou, achou suspeito e insistiu que quem me mandou foi Sirius Black.

Gelei um pouco ao ouvir o nome daquele homem, mas me recompus e deixei Harry explicando a situação com a vassoura. Pela história contada por ele e Rony a professora pegou a vassoura bem no Natal, depois do almoço e simplesmente levou para revisá-la para ver se não estava enfeitiçada. Disse que iria desmontá-la, Rony fez uma cara como se fosse realizado um assassinato. Eles também me contaram que fora Hermione que delatou tudo, sobre o presente sem nome e de que o remetente era o louco do Black, se fosse poderia ter muito bem enfeitiçado a vassoura para prejudicar Harry.

— A vassoura estava perfeita, Harry conseguiu uma baita vassoura e agora está sem, ainda por cima vai ser destruída… 

Segurei um riso com os ataques de fúria vindo do Weasley.

— Pode falar, Susana — disse Rony. — Pode dizer que a Hermione foi muito traíra…

— Trairá acho que é uma palavra muito forte para definir o que ela fez — disse ao ruivo, tentando pensar na situação que aconteceu entre eles. — Acho que a Hermione não fez tudo isso com a intenção de trair ou prejudicar o Harry, mas sim em ajudá-lo. Não acredito que ela fez o que fez com más intenções.

— Então acha o que ela fez certo? — questionou Rony.

— Sim e não. Sim, pois precaução nunca é demais e se ela estiver mesmo enfeitiçada, Harry irá agradecer muito por isso. Agora o “não” é justamente dela não ter dito nada a você antes — e olhei para Harry. 

— É loucura! Dá onde já se viu desmontar uma firebolt?!

— Qual é… É apenas uma vassoura — digo.

Fazendo os dois me olham chocados como se tivesse dito um palavrão terrível.

— Só uma vassoura? — repetiu Rony. — Não é só uma vassoura, ela é a vassoura só que não uma qualquer, mas é a melhor vassoura do mundo.

Não disse nada, mas na minha cabeça continua sendo apenas uma vassoura. Acho que meu desinteresse por quadribol acabou afetando a minha falta de admiração pela Firebolt. 

É raro, mas existem bruxos que não gostam de quadribol e eu sou uma delas.

Vendo a situação que me coloquei, pensei em mudar de assunto, mas Olívio Wood foi mais rápido em aparecer na comunal e logo vindo ao nosso encontro.

— Teve um bom Natal? — perguntou ele e, em seguida, sem esperar resposta, se agachou entre Harry e eu, baixou a voz e disse: — Andei pensando durante o Natal, Harry. Depois da última partida, entende. Se os dementadores forem ao próximo... Quero dizer... Não podemos nos dar ao luxo de você... Bem…

Olívio parou, parecendo constrangido.

— Já estou cuidando disso — falou Harry depressa. — O Profº Lupin prometeu que me ensinaria a afastar os dementadores. Devemos começar esta semana. Ele falou que teria tempo depois do Natal.

— Ah — respondeu Olívio, o rosto se desanuviando. — Bem, nesse caso... Eu não queria realmente perder você como apanhador, Harry já encomendou uma vassoura nova?

Harry olhou para mim e Rony um apreensivo e respondeu:

— Não.

— Quê! É melhor você se mexer, sabe, não vai poder montar aquela Shooting Star contra o time da Corvinal!

— Ele ganhou uma Firebolt de Natal — disse Rony.

— Uma Firebolt? Não! Sério? Uma Firebolt de verdade?

É nesse momento que me pergunto se sou anormal por não ver nada de mais em uma vassoura. Merlin é apenas uma vassoura, nada demais.

— Não precisa se excitar, Olívio — disse Harry deprimido. — Não está mais comigo. Foi confiscada. — Ele explicou tudo sobre a Firebolt e como estava sendo verificada para saber se fora enfeitiçada.

— Enfeitiçada? Como poderia ter sido enfeitiçada?

— Sirius Black — disse Harry, cansado. — Dizem que ele está querendo me pegar. Então McGonagall calculou que poderia ter me mandado a vassoura.

Descartando a informação de que um assassino famoso estava atrás do seu apanhador, Olívio disse:

— Mas Black não deveria ter comprado uma Firebolt! Ele está fugindo! O país inteiro está à procura dele! Como é que iria simplesmente entrar na Artigos de Qualidade para Quadribol e comprar uma vassoura?

— Eu sei, mas ainda assim McGonagall quer desmontá-la…

Olívio empalideceu.

— Vou falar com ela, Harry — prometeu. — Vou chamá-la à razão... Uma Firebolt... Uma autêntica Firebolt, no nosso time... Ela quer que Grifinória ganhe tanto quanto nós... Vou fazê-la ver o absurdo. Uma Firebolt…

Durante o resto do dia tudo se manteve calmo, havia ficado mais um pouco conversando com os garotos até que decidi sair para visitar meu padrinho. Voltei apenas quando deu a hora da janta, me juntando de novo com Rony e Harry que continuavam afastados de Hermione. Falando nela, eu apenas recebi um oi dela antes de me afastar. 

Acabei me divertindo mais do que o imaginado com os garotos, ficamos conversando sobre vários assuntos variados, menos sobre o Três Vassouras. Desde que cheguei Harry e nem eu disse uma única palavra sobre aquele dia, nem mesmo Rony comentou. Inclusive foi na conversa que Harry fez uma pergunta que me fez xingar a mim mesma.

— Merda! Affe, me desculpa só que eu esqueci de perguntar ao meu padrinho — disse, irritada comigo mesma.

Harry havia me questionado sobre a aula anti-dementador. Perguntou se eu tinha falado sobre ao meu padrinho e a resposta é não, pois esqueci.

— Eu esqueci totalmente de perguntar a ele. Ficamos conversando sobre outras coisas e acabou que esqueci — suspirei, balançando a cabeça. — Mas eu prometo que amanhã mesmo vou falar com ele. Inclusive, pode até me cobrar…

— Vou pegar a Carlotta Pinkstone, Glanmore Peakes, Lord Stoddart Withers… — dizia Rony totalmente concentrado no bolinho de figurinhas repetidas dos sapos de chocolates e separando os que ele não tinha.

— Inclusive se você topar, pode ir comigo falar com ele — sugeri, separando a figurinha de Salazar Slytherin que era a única figurinha do bolinho de Rony que eu não tinha.

— Eu topo.

Adivinhação foi a primeira aula pós-férias. Como sempre foi uma aula mega chata, cada minuto que passava me arrependia cada vez mais por ter escolhido. A professora Trelawney iniciou o assunto sobre a quiromancia, mas é óbvio que no meio do assunto ela informou ao Harry que ele possui a menor linha da vida, ela já vira. 

Harry era sem dúvida o aluno mais azarento da aula dela. Ele nunca escapava de algum comentário trágico da Trelawney.

Depois de Adivinhação, tivemos a aula da professora McGonagall que como sempre foi fantástica e depois tivemos a nossa hora de almoço, antes de seguir para a aula de Hagrid.

O frio ainda era bem presente, era horrível, precisei bem equipar bem com luvas e cachecol que faziam parte do uniforme da Grifinória. Além de não querer ir a aula por causa do frio, também por ser uma outra matéria desanimadora, tinha um outro, porém chamado: Sonserina, mais especificamente o Malfoy. Ontem quando voltei, não o vi em momento algum nem mesmo hoje no café da manhã e no almoço. Só que é aquilo, felicidade parece ter perna curta já que não durou por muito tempo.

Ao chegar na aula acompanhada por Harry e Rony, a primeira coisa que vi foi a droga do Malfoy. Assim que cheguei, ele me olhou e eu virei a cara para um lado oposto da fogueira que Hagrid havia montado cheia de salamandras.

Na aula, Hagrid pediu para juntar madeira e folhas secas para manter o fogo alto, enquanto os bichos que adoram o fogo, subiam e desciam pelas torres embranquecidas do calor.

— Pega — disse estupidamente ao Malfoy que foi pegar a mesma madeira que eu.

Nossas mãos tinham se tocado brevemente, mas na hora eu me afastei e ele não.

— Francamente, Black — ele dizia, revirando os olhos e me encarando com deboche — ainda não esqueceu o que aconteceu entre… — ele olhou para os dois lados e se aproximou do meu ouvido para continuar a frase: — nós.

Admito que a voz dele me arrepiou, fazendo-o sorrir satisfeito.

— Esqueci no mesmo dia — disse baixo.

— Tem certeza? — ele me encarava com a sobrancelha um pouco levantada. — Parece que não.

— É aí que você se engana — rebati no mesmo tom debochado que ele. — Aquilo não passou de um simples toque de boca.

Vi ele dando um sorriso de canto.

— Orgulhosa, teimosa... — disse ele entre risos. — Não sabia que estava tão orgulhosa em admitir que gostou do que aconteceu.

Engoli seco, quando o rebateu muito mais próximo do meu rosto e me olhando nos olhos. A distância era tão mínima que consegui sentir seu perfume.

— Não é orgulho, mas sabedoria de não estufar seu ego com palavras falsas como devem fazer as meninas.

Sorri satisfeita quando vi o sorriso dele murchando. 

— E se você quer uma confissão então lá vai uma: já beijei melhores — lhe lancei uma piscadela antes de sair. 

Quando joguei as folhas secas na fogueira, dei uma olhada em Malfoy que ficou muito irritado em ser contrariado. De alguma forma aquilo me deixou contente, mas também na minha cabeça ficou martelando a palavra mentira porque não existia “outros garotos”, pois o outro garoto é o moleque com quem dei meu primeiro beijo e foi uma porcaria. Então… é necessário mentir um pouco em alguns momentos.

No meio da aula me afastei um pouco para tirar o cachecol e guardá-lo junto a luva na minha bolsa, mas antes de voltar para perto de Harry e Rony fui parado por alguém; esse alguém era um animal imprestável. Sim, animal imprestável e com uma cara falsificada de Buldogue.

— O que você quer? — questionei irritada e sem paciência.

— Te dar um aviso, Black.

— Oi?

— Fica longe do Draco — falou a Buldogue tentando passar um tom de ameaça. — Se não…

— Se não? — repeti com um tom falso de medo.

— Se não, você vai me conhecer muito bem.

Dei uma breve risada.

— Acho que é melhor mesmo me “afastar” porque não estou a fim de te conhecer mais do que já conheço —debochei com o sorriso da mesma forma. — Afinal, ninguém merece ficar olhando para essa sua cara de buldogue falsificado.

Quê? — grunhiu Parkinson com a cara vermelha.

Sorri satisfeita ao vê-la irritada da forma que queria.

— Escutada aqui coisinha feia — disse me aproximando e olhando bem na cara dela. — Eu não recebo ordens de ninguém, absolutamente ninguém, muito menos vou acatar ordens de uma cachorra como você.

Ela dizia nada só rosnava.

— Ah, quanto ao Malfoy não se preocupe que a distância que faço dele é por vontade própria. 

— Incrível como além de irritante é mal-educada — disse uma voz atrás de Parkinson e era a idiota de cabelo mostarda. — Você dá muito nojo, Black.

— Cala a boca que a conversa não chegou no galinheiro, Greengrass.

Essa foi outra que não aguentou e veio para cima de mim, correto é que tentou vir pra cima de mim, mas não conseguiu porque Hagrid apareceu primeiro, interrompeu tudo.

— Garotas já chegam! Vão parando agora mesmo com isso — ordenou Hagrid. — Nada de brigas na minha aula, vocês duas, volte para o grupinho de vocês. 

As duas olharam Hagrid com repugnância, mas não disseram nada a ele agora quanto a mim.

— Você paga — diz Greengrass ríspida. 

Eu apenas ri, revirando os olhos com aquela frase cafona. Ela não disse mais nada, apenas se retirou com Parkinson me deixando sozinha com Hagrid. Olhei em volta, então percebi que a discussão que estava tendo com as duas chamou atenção de todos. 

Bando de curiosos, pensei.

— Tudo bem, Susana? — perguntou Hagrid depois que as duas saíram.

— Estou ótima — respondi e sorri para ele. — Me desculpe pela cena que aconteceu justo na sua aula.

No fim da aula voltei ao castelo com Harry e Rony, ambos me pediram explicação sobre o que tinha acontecido entre mim e os dois idiotas da Sonserina.

— Se Hagrid não tivesse aparecido, eu teria acabado com as duas, principalmente com a Greengrass que veio se intrometer — disse irritada.

— Não seria ruim — disse Rony risonho. — Elas duas são muito chatas.

— Bom saber que tenho apoio. 

Do nada me veio uma ideia na cabeça.

— Sabe, falando aqui com vocês me veio uma ideia na cabeça — disse pensativa. — Estou cansada de ser boazinha, não colocando em prática algum dos meus dons especiais. 

— Como assim? — disse os dois ao mesmo tempo.

— Não se preocupem que vocês logo vão entender… — digo.

Dei uma boa olhada em volta do salão comunal da Grifinória, bem movimentada, inclusive. Até que finalmente encontrei quem estava achando, que no caso não era só uma pessoa mais duas — para ser mais exata: os gêmeos Weasley. Nunca tinha trocado uma única palavra com os dois, tudo que sabia deles era com base nas palavras ditas de Rony sobre os irmãos mais velhos como por exemplo eles sempre terem algum acessório “especial” para travessuras como bombinhas.

Decidi colocar minha ideia em ação, fechei meu livro antes de me levantar da poltrona. Caminhei até os dois sem olhar para os lados e nem nada, eles perceberam minha aproximação e não tiraram os olhos de mim até chegar perto deles.

— Ora, ora o que traz uma jovem moça tão bonita até nós? — disse um dos ruivos.

— Se soubesse que seria recebida com palavras tão mequetrefes, nem teria chegado perto — rebati com sarcasmos fazendo os dois. 

— Uau, não é só bonita como tem uma língua bem afiada — falou o segundo ruivo.

Me fazendo rir junto com eles.

— Enfim, o que a jovem moça deseja? 

— Desejo saber se vocês têm o que preciso.

— Devemos nos preocupar com o que precisa da gente? 

Eles fingiram uma cara de preocupados, me fazendo entender o que “preciso deles”. 

— Bom, vai depender — tentei entrar na brincadeira. — Soube que vocês têm alguns utensílios muito legais. Então queria saber se podem me arranjar alguns. Podem?

Os dois me olharam pensativos, arqueando as sobrancelhas.

— Então quer dizer que a mocinha está querendo aprontar? — perguntou o ruivo da direita. 

— Talvez…

— Veremos o que temos para você — diz o ruivo da esquerda. — A famosinha Susana Black, correto?

— Se eu sou famosinha, não sei, mas sim sou Susana Black — respondi. — Enquanto vocês são Fred e Jorge Weasley. 

— Correto seria Jorge — o ruivo da direita apontou para sim e depois apontou para o da esquerda — e Fred. Enquanto esse que apareceu ao seu lado é Lino Jordan.

Levei um pequeno susto quando um garoto desconhecido surgiu ao meu lado de repente, ele havia pele negra e cabelo rastafari.

— Prazer — disse ele me esticando a mão para um aperto —, senhorita.

— Prazer — e retribui o aperto. 

Era estranho dizer isso, mas tive a leve sensação de que fiz novas amizades. Achei incrível como tinha o mesmo “idioma” que os gêmeos e o Jordan, em questão de minutos me dei super bem com eles. Não demorou para me darem o que queria, claro que prometi pagar tudo o que me deram como no caso kits de bombas de bostas e de tintas.

Quando deu a hora do jantar, os gêmeos me perguntaram o que iria fazer com tudo aquilo, disse apenas para esperarem porque iriam saber depois do jantar.

— É depois do jantar que vamos com o professor Lupin? — questionou Harry durante a janta.

— Sim, vamos sim — respondi dando uma breve olhada na mesa dos professores, observando meu padrinho ao lado de um Snape muito rabugento. 

No final da refeição pedi para Harry e Rony apressar os passos comigo, queria sair da comunal antes da maioria dos alunos. Minha ideia era tentar pegar todos de surpresa quando estivessem voltando para as comunais, me escondi com Harry e Rony em uma das colunas no corredor do andar de cima. Esperamos uma certa aglomeração boa de alunos — não demorou muito para acontecer. Com as bombas de bostas e tintas deixadas em um dos cantos, peguei minha varinha e disse:

Wingardium Leviosa.

Ambas as bombinhas levitam acima dos alunos quando chego no tamanho que queria, soltei tudo que ao mesmo tempo explodiu criando uma verdadeira chuva de bosta colorida. Tudo se tornou uma verdadeira cena jus à comédia, junto com os barulhos das bombas explodindo vinha os gritos e nesse meio estava as risadas por parte de Harry, Rony e eu. 

— Agora entendemos qual é os seus dons especiais — comentou Rony em meio aos risos.

— É melhor a gente sair daqui antes que descubram a gente — disse aos dois.

Os dois concordaram comigo, saindo por um lado contrário dos gritos e da bagunça que até Filch se colocou no meio com Madame Nora, fomos rindo muito até a sala do meu padrinho.

Como é bom colocar meus dons especiais que coloco em prática desde Beauxbatons. 


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam?