A Herdeira dos Black escrita por Akanny Reedus


Capítulo 19
S.b




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É natal! Um dos dias que mais gosto do ano chegou.

Dormi por umas longas horas. Ontem a noite depois da conversa que tive com a Tonks, apenas desci para jantar e depois voltei para o quarto e dormi. Fui acordar só lá pelas dez horas da manhã por causa da iluminação no quarto. Mesmo com a janela fechada, a iluminação do dia passava pelas frestas da janela. Ao despertar e me virar, fitando a cama da Tonks vi vários embrulhos na cama dela.

Levantei-me cambaleando um pouco e ao chegar perto da cama vi um pedaço de pergaminho escrito:

Para Susana.

Senti uma súbita felicidade ao ver todos aqueles presentes. 

Sentei-me na cama de Tonks, já iniciando com um embrulho pequeno que era do meu padrinho. Dele havia ganhado uma pulseira com um pingente de um gato de corpo, todo pretinho, exceto no peitinho que tinha uma manchinha branca e olhando bem os olhos, conseguia ver dois pontinhos verdes brilhantes. Não duvido que aquilo era referente ao Taran. 

Receber os presentes do meu padrinho sempre foram a melhor parte de tudo. Ele sempre me aparecia com os melhores, inclusive o Taran, que fora um dos seus presentes.

Desde pequena sempre sonhei em ter um gato. Vivia paquerando os gatos que encontrava na rua; além de sempre parar quando via um na casa das vizinhas. Claro que não era diferente quando ia ao Beco Diagonal, Animais Mágicos era uma parada obrigatória. Meu padrinho sabia o quanto queria um, mas sua situação financeira nunca me permitiu ter um de verdade (a pelúcia era mais barata). Entretanto na manhã do meu aniversário de 11 anos, meu padrinho entrou no meu quarto com uma das mãos para trás e quando me mostrou o que tinha na mão, era o Taran com alguns meses de vida em lacinho vermelho. 

Taran foi o meu melhor presente, o meu melhor e único amigo durante a minha estadia em Beauxbatons. 

É vendo isso que ganhei e lembrando dessas coisas que me faz tem a certeza do quanto eu amo meu padrinho. Não consigo sentir raiva dele e nem nada, ele é tudo para o que tenho. Como a Tonks disse: meu pai é Remus Lupin e não Sirius Black.

— Obrigada padrinho — murmurei olhando a simples pulseira. Sei bem que nada daquele colar deveria ser uma fortuna, nem mesmo a pedrinha brilhante deveria ser um diamante. Meu padrinho não dinheiro para isso, o que não me importado. Afinal eu dou mais valor a outras coisas do que bens materiais.  

Voltei a pulseira no embrulho e deixei de lado já que iria usar hoje mesmo. Voltei minha atenção para os outros presentes. Da Andrômeda e Ted tinha ganhado um lindo suéter de tricô na cor azul bebê; Tonks me deu um bonequinho que mudava de humor de acordo com o seu humor e como era Natal e juntando com a minha pequena animação, o boneco ficava rodando ou dançando pela plataforma retangular de madeira, jogando vários flocos de neve e cantando animado uma irritante música natalina.

— É nessas horas que me pergunto se a Tonks me ama mesmo — murmurei, contando os segundos até minha paciência se esgotar.

Deduzindo que aquela desgraça não ia parar de cantar ou fazer sujeira, joguei-o de volta no saco de presente dele. Não adiantou muito porque ainda conseguia ouvir aquele bostinha cantando, mesmo o saco de presente abafando a música. 

Após abrir mais presente de familiares como dos meus tios, cheguei em uma pilha bem curiosa me surpreendendo com os nomes que havia em cada um: Hermione, Rony e Harry. Nem preciso dizer que o último nome me deixou mais pasma ainda.

— Isso é sério… — disse enquanto abria cada um dos presentes. 

Harry havia me dado uma caixinha de feijõezinhos de todos os sabores, Hermione um livro pequeno com vários contos e Rony foram quatro embalagens de sapos de chocolate junto com uma mensagem:

“Vamos trocar as figurinhas?”

— Se vier repetido — respondi com um sorriso de canto.

Assim como eu, Rony também coleciona as figurinhas que vem nos sapos de chocolates. Então em um certo dia disse a ele que caso viesse algum repetido de algum bruxo ou bruxa que ele não tem, eu trocaria com ele e vice-versa. 

Agradeci aos três mentalmente da mesma forma que senti um peso na consciência, pois não havia comprado nada para eles. Fui muito pega de surpresa, muito mesmo. Não sabia que tinha um significado desse nível para eles. 

Por fim, sobrou apenas um embrulho bem pequeno, era uma caixinha e junto dela vinha um bilhete. Peguei primeiro o pedaço de pergaminho enrolado e preso por um cordão fino. Ao soltar, iniciei a leitura. 

Susana,

Dentro dessa caixinha há algo que sua mãe carregou por muito tempo. Até que ela me passou e agora eu é quem estou te passando. Queria poder te dizer mais coisas, explicar com mais detalhes sobre o presente, mas não posso demorar muito. É aqui que finalizo lhe desejando um Feliz Natal e saiba que acima de tudo, eu a amo muito. 

Com amor,

S.B 

Só pela caligrafia dava para ver que a carta foi escrita com pressa. 

Agora o que me pegou mesmo foi o final, quem era S.B? Fiquei um tempo tentando pensar, até me veio o meu padrinho na cabeça, mas a sigla não tinha nada a ver, pensei no meu tio que também era o mesmo em relação ao meu padrinho. Até que…

— Claro… só pode ser dele… de quem mais séria?

S.B é igual a Sirius Black. 

Em um impulso me levantei da cama, minha mão tremia e olhava da mesma forma o pergaminho que havia caído no chão. Mas como ele foi me mandar? Como ele sabia onde eu morava? Perguntas e mais perguntas vinham à tona em minha cabeça, olhei a caixinha ainda na cama com receio de que não fosse um presente agradável. Aquele homem era louco… não seria surpresa daquilo ser algo para me fazer mal.

Fiquei andando e batendo o pé por um bom tempo, sempre olhando a carta e o suposto presente perigoso. 

— Anda, Susana, mostra que não foi para casa dos leões à toa…

Voltei a me sentar e peguei o embrulho, abrir aos poucos, ainda receoso com o que poderia estar me aguardando. Quando abri a tampinha, fiquei um tanto sem palavras, sem entender; era uma correntinha de ouro com um pequeno pingente de coração. Tentei olhar melhor para ver tinha outros detalhes, só que não. Era a correntinha com o pingente de coração também em ouro. 

Então isso era da minha mãe?

Um singelo sorriso se formou nos meus lábios, junto com um aperto da garganta só de pensar que minha mãe tocou nisso, mas será que era mesmo dela? Aquele louco poderia estar mentindo. Afinal, enganar deveria ser seu dom principal. Talvez, ele pudesse ter roubado e então me mandar isso junto com aquelas palavras bonitinhas para me enganar. 

Poderia muito jogar no lixo, mas quando pensava em fazer tal coisa me vinha as palavras "era de sua mãe". Se for mesmo dela? Vou jogar algo extremamente valioso e uma das únicas coisas que era dela — que era da minha mãe.

Quando ainda pensava sobre o que fazer com tal presente a porta abriu, rapidamente escondi tudo referente a esse presente embaixo das outras embalagens.

— Achei que te pegaria dormindo — comentou Tons, hoje de cabelos vermelhos. — Subi justamente para te acordar.

— Lamento dizer que fez uma viagem à toa — respondi.

Tonks apenas riu e começou a ver os meus presentes.

— Cadê o meu?

Apontei para a pequena montanha que o embrulho formava em cima do boneco.

— Por que fez isso com ele? — perguntou Tonks tirando o embrulho do boneco e o pegando.

 — Porque ele é chato — respondi, revirei os olhos. — Não para de cantar a mesma música. Ele não troca o disco não?

— É Natal. Por isso que ele canta essa música — disse Tonks colocando o boneco na minha cara. — Ele não é fofo?

— É... Acho que sim.

Tonks perguntou o que tinha ganhado e mostrei todos os presentes – menos o que ganhei de Sirius Black. Quando disse que precisava pegar roupa para me trocar, consegui pegar o colar e o bilhete para escondê-los na minha bolsa. Tonks, felizmente estava mais focada no livro que havia ganhado de Hermione, então não reparou em nada estranho.

— Vou me arrumar — avisei com a muda de roupa nova em mãos.

Minutos depois já estava de banho tomado e vestida com uma roupa quente. Não tão quente, já que a própria casa estava quentinha, só do lado de fora que estava um gelo. Vesti uma calça e uma blusa de manga comprida simples, por cima da blusa coloquei o meu suéter de tricô com temática Natalina. 

Ao terminar de arrumar o cabelo no quarto, vazio — Tonks tinha se retirado. Vi a minha bolsa dentro do guarda-roupa e a caixinha do colar. Tirei o objeto de dentro, fiquei olhando-o e pensando se deveria usá-lo. Talvez, não seja problema Tonks e Andrômeda verem o colar. Meu real problema é o meu padrinho.

Após tantos, porém, decidi usar a correntinha, se Sirius Black colocou algo nisso então espero que eu vá embora logo.

A casa toda em si é bem simples. Não existia nenhuma mordomia, mas era aconchegante e bem limpinha, graças a Andrômeda que mantinha tudo impecável porque se dependesse de Ted, essa casa ia parecer um chiqueiro. Passando pelo sofá, fui até a parte da cozinha seguindo o maravilhoso cheiro de carne sendo preparada. Isso é inclusive um sinal que acordei muito tarde. Tanto que festas de fim de ano na casa da minha prima também significa engorda. Já que a mulher tinha uma ótima mão.

Ao chegar fui recebida por uma Andrômeda sorridente.

— Bom dia! Ou devo um quase boa tarde?

— Acordei tão tarde assim?

— Mais ou menos — ela disse, gentil. — Sente-se, vou preparar seu café da manhã.

Assenti. Me ajeitando na cadeira e uma parte da mesa não tão ocupada por coisas do Natal. Andrômeda me serviu ovos mexidos e um suco como tinha escolhido. 

Depois de finalizar o meu café da manhã, me ofereci para ajudar minha prima com o almoço. 

— Belo colar — disse Andrômeda de repente. 

Encarei minha prima assustada, quase que cortando o meu dedo ao invés da batata. 

— Oi?

Ela soltou um riso baixo. 

— Comentei sobre seu colar — voltou a dizer. — Ele é bem bonito. Combinou com você.

— Ah, o colar — e logo o coloquei para debaixo da blusa. — Valeu.

— É de um admirador? 

Arqueei a sobrancelha.

— Andrômeda, não sabia que era desse tipo — disse, olhando-a divertida.

— Desculpe, foi apenas uma pergunta — ela respondeu no mesmo tom que eu. — Se não quiser responder.

Nós duas rimos ao mesmo tempo.

— Quer dizer que mal entrou em Hogwarts e já tem admiradores secretos? — quem disse foi Tonks atrás de mim, entrando na cozinha. — Que garota poderosa.

— Tenho culpa se sou irresistível — falei em meu melhor tom sarcástico, fazendo as duas rir e me recebendo em seguida como companhia.

Felizmente as duas não progrediram com o assunto, o que agradeci muito porque não saberia responder mais perguntas do gênero. Não achei legal contar que recebi o presente do homem que é dono do espermatozoide que se tornaria eu no mundo. Além de me sentir aliviada, Andrômeda não conhece o colar. Não sei se isso era bom, mas ela não reconheceu.

Tonks não ficou por muito tempo, pois precisou dar uma passada no Ministério da Magia. Mas que logo voltaria a tempo para o almoço. 

Natal na casa dos Tonks não teve nada de diferente do normal. A família de Ted surgiu para o almoço farto e suculento, ficando até o final da noite. Casa animada recheada com muitas conversas jogadas fora e risadas ao monte, apanhado por bebidas e mais comida. Taran não apareceu nenhuma vez, mas suspeitava que o meu gato corria por cada canto do jardim, surgiu uma vez ou outra para comer, fazer sua limpeza e tirar apenas uma pequena soneca antes de sair correndo pelos cantos novamente.

No fim da tarde decidi ir para fora. Mesmo a noite era o momento mais gelado, mas não me importei já que me agasalhei muito bem e só ficaria sentada na cadeira de balanço que tinha perto da cozinha. Os barulhos que vinha dentro da casa foram abafados pela porta fechada. Ao me sentar cruzando as pernas, ficando bem encolhida e de fato preguiçosa na cadeira, olhei para a paisagem já escurecendo a minha frente. Tudo era totalmente coberto pela neve, árvores rotas peladinhas sem uma folha sequer. Em seguida observei o céu todo mesclado com o escuro e o claro, lotado com nuvens e bem naquela hora uma se afastou me deixando ver a lua. 

Era dia de lua-cheia.

Isso me faz lembrar de uma única pessoa que vivia desaparecendo do nada, meu padrinho e seu problema peludo.

“— Susana, querida, que carinha desanimada é essa? — perguntou Andrômeda para a pequena garotinha sentada na cadeira da cozinha com a cabeça apoiada no braço.

A carinha sapeca que estava sempre com Susana, murchou. Tentando caprichar em seu desenho, a garotinha com seus 4 aninhos e cabelos castanhos ondulados, preso em uma maria-chiquinha, parou com o desenho e ficou apenas olhando o papel; ainda segurando o giz de cera.

— Por que o meu padrinho vai sempre embora? — Susana perguntou em voz baixa.

— Por que está perguntando isso? 

Andrômeda se aproximou da pequena e se sentou na cadeira ao lado dela.

 — Ele sempre me deixa aqui e vai embora — respondeu Susana. — Sempre demorando para voltar. Por quê? Ele não gosta de mim? 

— Nunca diga isso — Andrômeda se apressou nas palavras. — Querida, você é o ser mais importante e que seu padrinho mais ama nesse mundo. Você é o mundo para ele. 

 — Então por que ele me deixa aqui?

Por mais que Susana fosse uma garotinha muito esperta e curiosa, não sabia o que responder. Andrômeda tinha total noção que a resposta para aquela pergunta não era seu assunto. Não era ela quem deveria responder, mesmo que dissesse uma mentirinha, Susana poderia não cair e ainda sim ir atrás da verdadeira resposta.

Andrômeda respirou fundo, antes de começar a falar.

— O que acontece, meu anjo é que o seu padrinho uma vez ou outra ele precisa ficar um pouco sozinho.

— Por quê?

— Por quê? Porque tem vezes que ele não se sente bem — disse Andrômeda devagar, pensando bem nas palavras que dizia. — Então por recomendação você fica aqui comigo para que ele possa ficar sozinho e descansar.

Susana franziu o cenho e olhou para Andrômeda pensativa.

— Padrinho está dodói?

— É quase isso — respondeu gentilmente, acariciando o rosto da pequena.

Com intuito de mudar de assunto, Andrômeda voltou a falar do desenho, perguntando o que desenhava e assim foi colocado de lado com sucesso o assunto “os sumiços de Remus Lupin”.

 

 

— Desculpe a demora, Andrômeda — diz Lupin ao sair da lareira da casa dos Tonks. — Acabei me atrasando um pouco.

— Não se preocupe que ela nem deve ter percebido a demora — respondeu a mulher.

— Não percebeu? Posso saber o que a interagiu tanto?

Andrômeda fez o sinal para ele segui-la até a cozinha. Quando chegou no cômodo foi recebido por uma alegre Susana, descendo rápido da cadeira e correndo em direção ao homem.

— Padrinho!!

Rindo, ele se agachou e a levantou, sendo recebido por um forte abraço e beijos melecados da afilhada.

— Algo me diz que fiquei todo melado de pudim — comentou Remus, conseguindo soltar uma risada gostosa da criança que fora acompanhado por ele mesmo e pela família Tonks que estava na cozinha.

— Falando em pudim, servido? — convidou Andrômeda.

— Não, obrigado. Estou sem fome — respondeu Lupin se sentando na cadeira em que Susana saiu. Inclusive a menina permaneceu em seu colo e se sentou junto com o padrinho na perna dele, continuando a comer o resto da fatia com ajuda de Remus limpando a mão melecada de calda da afilhada.

Após o término do jantar e do pequeno papo com a família Tonks, Remus e Susana voltaram para a casa.

Já com a camisola lilás com várias bolinhas e uma estampa de ursinho, Susana se preparava para dormir. Só que antes de pegar no sono, ela chamou o padrinho e com um simples toque tocou em um dos arranhões no rosto de Remus, ela disse:

— Está doendo?

— Não, meu amor, eu estou bem — disse Lupin calmamente e sorriu.

Susana ficou de joelhos na cama e deu um beijinho perto do arranhão.

— Para sara rapidinho — disse Susana e abraçou o padrinho.

— Vai sara — retribuiu Remus com um breve sorriso. — Agora é hora de dormir.

Susana se ajeitou debaixo das cobertas com ajuda de Remus que logo lhe depositou um beijo na testa.

— Boa noite, padrinho — desejou a pequena para o Remus que já estava na porta.

— Boa noite, querida. Durma bem — e com um simples gesto com a varinha, Lupin apagou a luz e se retirou do quarto.

 

 

O momento chegou. Depois de anos tentando manter em segredo, chegou o momento que Susana já quis saber de toda verdade. Como o esperado, a história de Andrômeda sobre os desaparecimentos de Lupin todo mês. Mesmo tendo apenas 8 anos, conseguiu montar as peças sobre os desaparecimentos do padrinho que acontecia todo mês e uma época muito específica. Até que não aguentou e fez uma pergunta muito direta a Remus.

Susana estava sentada no sofá ao lado de Remus. Ele olhou para a pequena, respirou fundo e por fim, disse:

— Ok, vou lhe dizer toda verdade. Mas saiba que não irei me por contra sua escolha, independente dela, irei entender perfeitamente. Até se for querer ficar definitivamente com a Andrômeda ou…

— Tudo bem — disse Susana. — Não importa qual seja a resposta, eu vou estar com você, sempre.

Remus sorriu triste para Susana, sabendo que aquilo não seria fixo, ela pode mudar perfeitamente de ideia. 

— O verdadeiro motivo das minhas sumidas e você ter que ficar todo mês na casa dos Tonks, sempre em uma época que está chegando a lua-cheia é porque sofro de licantropia. 

— Licantropia?

— Sou um lobisomem.”

 

Naquele dia meu padrinho me contou tudo sobre ele, contou como se infectou e assim explicando o porquê sempre ficava na casa dos Tonks. Não sei como seria as outras pessoas, mas quando recebi aquela notícia eu reagi tão naturalmente. Não fiquei com medo. Não fiquei com nojo e nem nada do tipo, muito menos pensei na ideia de morar com minha prima. Quando ele parou de falar, a única coisa que fiz foi abraçá-lo muito forte e dizer o quanto o amava e que nunca iria abandoná-lo ou querê-lo longe de mim. 

Conforme fui crescendo, vi o quanto a sociedade era preconceituosa com lobisomens, olhei com outros olhos a dificuldade que meu padrinho tinha em arrumar um emprego fixo. Dumbledore foi uma luz quando chegou convidando meu padrinho para ser professor. Fiquei tão feliz por ele, pois finalmente surgiu alguém que lhe abriu as portas para trabalhar e ainda por cima ensinar. 

Meu peito estufado de tanto orgulho do homem que me criou, meu coração também se apertou só de pensar que nesse momento ele deve estar se machucando, deve estar sofrendo, trancado em algum lugar esperando a lua cheia ir embora. 

Tudo o que desejei quando me coloquei debaixo das cobertas é que meu padrinho estivesse bem. Contudo, isso não foi impedimento de pensar no meu presente na carta que recebi de Sirius Black, o meu pai.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? *o*



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