A Herdeira dos Black escrita por Akanny Reedus


Capítulo 13
Página 394




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Na manhã seguinte retornamos para a nossa Torre além de termos sido pegos com uma novidade: o retrato da Mulher-Gorda foi substituído pela pintura de Sir Cadogan e seu gordo pônei cinzento. 

Se essa mudança me agradou? Sinceramente, nenhum pouco. Acho que nunca desejei tanta merda a um quadro e desejei tanto a volta da Mulher-Gorda. Esse retrato idiota chamado Sir Cadogan só queria saber só queria saber de duelar, enrolava para deixar a gente enrolar. Era um saco! Sem contar o detalhe da senha que foi trocada por uma ridiculamente complicada. 

Por culpa do ocorrido de ontem à noite, tive que dormir com a mesma roupa e não tomei banho a noite. Estava me sentindo uma porca e agradeci por terem liberado logo cedo a comunal. Quando entrei, fui logo entrando no quarto, separando minha roupa e entrando no banheiro antes das outras garotas. Lilá acabou reclamando porque queria ser a primeira e já estava com quase tudo separado para o banho. Ela bem disse; quase tudo pronto.

Aproveitei por longos minutos a água quente. Lavei duas vezes com shampoo meu cabelo para tirar a oleosidade e depois o condicionador. Sai do banheiro com meu roupão e em uma das mãos segurando a toalha que passava no cabelo para enxugar. Lilá nem me deixou sair direito e já entrou no banho. Não é por nada, mas espero que ela se afogue. 

— Como é bom tomar banho — comentei me sentando na cama.

Dei uma breve olhada pro lado de fora — janela ficava do meu lado da cama — e o céu parecia continuar o mesmo, nublado. Parecia que o sol não era o suficiente para esquentar. Ao menos a época que mais gosto do ano está a caminho, que é nada mais que o inverno. Amo o frio. Então é bem difícil odiar esses dias nublados.

Não exagerei no que vestir, coloquei uma roupa casual bem básica e nem passei nada nos olhos como tinha costume de passar lápis, só penteei o cabelo e deixei secar naturalmente. Só peguei uma blusa que amarrei na cintura e quando estava me preparando para ir tomar banho: Lilá saiu do banho e antes de ser a próxima, Hermione pediu se caso visse Rony e Harry avisasse que encontraria ambos no Salão Principal. 

— Hermione vai demorar um pouco e disse que podem ir na frente — disse assim que desci e encontrei os dois sentados no sofá. 

Acabou que tive companhia até o salão. Caminho foi bem de boa, mas ao chegar no movimentado Salão Principal é que começou a fofoca. Assunto foi totalmente focado no ocorrido da noite de ontem. Sirius Black se tornou o assunto principal. Eu ignorei tudo, achava os ovos e bacon que me servir mais interessante. Tive uma breve conversa com Harry e Rony até que Hermione apareceu se juntando. 

Agradeci muito que fui totalmente esquecida na mesa da Grifinória quando outros alunos vinham até aqui para fazer perguntas sobre ontem. Como disse: ainda bem que fui esquecida, pois não queria falar nada e nem ouvir comentários ridículos sobre o meu nome ou algo tipo. Não é novidade que por carregar o Black como sobrenome que me torno um certo centro das fofocas. 

No fim do café da manhã, Hermione sugeriu (que foi mais para ordem) aos garotos que fossem fazer as lições acumuladas. Estava estampado na cara de ambos que não queria fazer o que foi mandando, Rony mesmo revirou os olhos enquanto ela dizia para não deixarem para última hora. Então, por ser muito boa, ou melhor, por ter que também finalizar a minha parte nas lições disse que iria com os dois para biblioteca. Corrigindo, convidei os dois que aceitaram na hora e deixaram Hermione plantada no meio do corredor. 

— Obrigado por tirar a gente dessa — disse Rony durante a nossa ida pra biblioteca. — Se não fosse isso, Hermione ia ficar grudada em nós dois. É um saco!

— Será que devo ficar lisonjeado com isso? Na verdade eu realmente preciso ir à biblioteca, então meio que aproveitei a ocasião, mas se querem ir embora fiquem à vontade. Preciso continuar de alguma forma já que não terminei as questões de Transfiguração.

Encarei os dois que pelas caras não faziam ideia do que dizia.

— Vocês ao menos sabem disso? — perguntei, parando para olhar melhor os dois que apenas fizeram uma careta e negaram.

— E tinha…?

— Não fazíamos ideia disso.

— São quantas questões? 

— Quarenta! — exclamou Rony ao ver o meu pergaminho com as questões.

Estávamos agora na biblioteca quando o Weasley teve um ataque e obviamente que junto levou uma bronca da Madame Pince que passava por perto. Mas quem disse que ele se importou? 

— É muita coisa — reclamou Rony pela milésima vez. — A aula dela é amanhã e é justamente a primeira aula. — Rony sempre olhava Harry como se pedisse socorro, mas pelo jeito ele estava no mesmo barco que o ruivo. — Ela vai nos matar…

— Não se vocês responderem as questões — digo.

— Só que são muitas perguntas e a maioria precisa de justificação.

— Acho que esquecemos como a McGonagall é cruel nos exercícios — comentou Harry pela primeira vez.

Era errado, mas acabou que ri um pouco da situação dele junto fiquei com pena porque eles disseram um fato: a nossa professora de Transfiguração gosta de caprichar nas lições. Como devo ter pego esse domingo para ser generosa, decidi ajudar os dois nas respostas. 

— Beleza — eles me olharam sem entender. — Vou ajudar vocês com as questões.

— Sério? — Rony abriu um longo sorriso ao me ver levantando da cadeira.

— Sim — respondi. — Enquanto eu vou pegando alguns livros, vocês começam a fazer as outras lições — peguei as anotações de Harry. — E pelo que vejo uma delas é de Adivinhação.

Devolvi o pergaminho para Harry e fui atrás dos livros.

Já com tudo que precisava na mão e ia pegar um último quando o mesmo escorregou da minha mão caindo junto em um pé, pois tinha ouvido um gritinho e parece que foi em um pé feminino. Por reflexo me abaixei em seguida para pegar o que derramei foi nesse momento que vi uma parte de botas de veludo. 

A dona das botas continuava com as reclamações e como não sou cem por cento escrota, e tenho um certo bom senso, fui pedir desculpas. 

— Desculpe pelo livro — disse enquanto me ajeitava — o livro acabou escorregando da minha mão e... — olhei para a cara da dona e fiquei abismada ao ver quem era. Livro tinha que ter caído na cabeça e não deveria ter pedido desculpas. — Você?

— Black? — Ela me olhou da mesma forma. — Tinha que ser você.

Ótimo momento para o livro ter caído justamente nos pés de Jéssica Hopkins. Ela é nada mais e nada menos que uma das garotas do grupo das irritantes da Sonserina. Essa ser é uma das amiguinhas da cara de buldogue. Eu só não desejo coisa pior para ela, pois a Parkinson é a pior e a Greengrass vem de brinde.

— Na próxima vê se presta atenção — reclamou a princesinha Hopkins.

— Eu já disse que foi sem querer — disse sem paciência revirando os olhos. — E outra, não doeu tanto assim, já que seu pezinho está muito bem protegido — e apontei para bota. — Então não reclama.

— É incrível como você é mal-educada.

— E você deve ser muito simpática — retruco com sarcasmo.

— Sou simpática com quem merece e você — ela me olhou toda com cara de nojo — não merece minha simpatia.

— Grata. Depois dessa fico até mais aliviada porque assim, não preciso fazer papel de hipócrita. Se bem que já fui muito educada em pedir desculpas — dizia com um leve sorriso sarcástico. 

Ela semicerrou levemente as sobrancelhas e quando ia abrir a boca alguém pareceu.

— Jéssica? — Uma voz masculina a chamou que lhe fez olhar para trás. Dei uma olhada e era um dos garotos do mesmo ano que eu e deveria ser amigo do Malfoy. Já que nas aulas ambos sempre estavam juntos conversando.

— Oi Blás — retribuiu Hopkins com um sorriso.

— Explicado a sua demora — disse ele me olhando toda. — Você é a Black, certo?

— Até onde li na minha certidão de nascimento, sou sim — respondi.

— Devo admitir que você é mais bonita de perto — ele disse na maior cara de pau.

Hopkins o olhou com espanto.

— Blásio!

— Idiota — murmurei.

Ok, é um idiota bonito. Uma coisa chata que não posso negar é que a Sonserina tem a maior quantidade de garotos bonitos. Podem ser a casa dos filhos de trasgo, mas eles tem esse detalhe que faz metade das garotinhas cair ao pé — o que claramente não é meu caso, eu não faço papel de idiota pra esses garotos que ainda nem deve ter pelo direito no saco. 

— Quer saber — comecei olhando o tal Blásio que não tirou um minuto os olhos de mim. — É melhor eu sair daqui. Esse corredor está ficando tóxico com tantas cobras.

Com os livros em mãos, pedi passagem para o idiota e assim ele fez.

— Black — Hopkins chamou-me do nada, me virei e olhei para ela sem paciência. — Para ver que não sou tão ruim vou te dar um conselho: dê mais valor para o nome que carrega e a si mesma já que não tem um sangue qualquer.

Aonde ela quer chegar com isso?

— A família Black não é uma família qualquer.

Agora entendi onde ela queria chegar com esse tal conselho. Se esse é o lado dela “não ruim” e os conselhos são nesse estilo, acho que o mundo está perdido e é melhor continuar sem esses “conselhos” bregas. 

Dá mais valor para um nome? Eu prefiro dar mais valor ao meu bom senso do que para nome ou sobrenome. Até porque isso está longe de definir o que sou. Apenas sou Susana, e vou continuar sendo a Susana que sempre fui. Simples. 

Meu papo com a Hopkins foi mais comprido do que imaginei já que Harry e Rony me questionaram, achando que havia esquecido de ambos, o que não duvido. 

— Bom, vamos começar? Esquecem um pouco de Adivinhação que a professora McGonagall é mais importante que Trelawney.

Por fim me sentei na cadeira e iniciamos a nossa real tarefa naquele domingo nublado e tedioso. 

A segunda-feira tinha chegado e chegou com um tempo bem agradável. Com o céu mais iluminado e com um sol para amenizar o vento frio. Faltavam poucos minutos para o término da aula de Transfiguração. Por sorte, Harry e Rony conseguiram terminar tudo ontem e hoje prometi que iria ajudá-los com as questões de Adivinhação que era um saco. Nesse meio tempo fiquei sabendo que Hermione não curtiu nenhum pouco meu papel. Mas nem me importei, até porque não dava as respostas, só dizia onde estava e só. Apenas uma hora ou outra que falava o que era pra responder, mas tudo com as palavras dos dois. Ao menos boa nota eles vão tirar. 

— Prof. Snape o que houve com o Prof. Lupin? — perguntou Dino Thomas ao substituto do meu padrinho.

Só pode estar de brincadeira que foram me colocar esse seboso pra dar aula no lugar do meu padrinho? Affe!

— Digamos que o professor de vocês está impossibilitado de dar aula hoje — respondeu Seboso sentado na escrivaninha do professor. — O Prof. Lupin não registrou...

Antes dele terminar foi interrompido pela porta abrindo e um Harry surgindo.

— Me desculpe o atraso, Prof. Lupin, eu...

— A aula começou há dez minutos, Potter, por isso acho que vou tirar dez pontos da Grifinória. Sente-se.

Mas Harry não se mexeu.

— Onde está o Prof. Lupin? — perguntou.

— Ele disse que hoje está se sentindo mal demais para dar aula — respondeu Snape com um sorriso enviesado. — Acho que o mandei sentar-se?

Mas Harry continuou onde estava.

— Que é que ele está sentindo?

— Nada que ameace a vida dele — disse, com cara que gostaria que assim fosse. — Cinco pontos a menos para Grifinória, e se eu tiver que pedir para você se sentar novamente, serão cinquenta.

Chamei Harry para se sentar ao meu lado. Ele aceitou e se sentou.

— Como eu ia dizendo antes de ser interrompido por Potter, o Prof. Lupin não registrou os tópicos que já abordou até hoje...

— Professor, por favor, já estudamos os bichos-papões, os barretes vermelhos e os kappas — informou Hermione depressa —, e íamos começar...

— Fique calada — disse Snape friamente. — Não lhe pedi informação, estava apenas comentando a falta de organização do Profº Lupin.

— Ele é o melhor professor de Defesa contra as Artes das Trevas que já tivemos — falou Thomas corajosamente, e ouvi um murmúrio de aprovação do resto da turma. E eu dei um breve sorriso. Já o Seboso pareceu mais ameaçador que nunca.

— Vocês se satisfazem com muito pouco. Lupin não está puxando nada por vocês. Eu esperaria que alunos do primeiro ano já pudessem cuidar de barretes vermelhos e grindylows. Hoje vamos discutir...

Vi que ele folheou o livro até o último capítulo, que sentia e sabia que seria algo que não estudamos.

— ... Lobisomens — disse Snape.

— Lobisomens? — exclamei. E todos na sala me olharam, incluindo o Seboso que consegui ver perfeitamente um sorriso de satisfação. Maldito! Maldito Seboso. Como ele se atreve.

— Algum problema, Srta. Black? — perguntou Snape em tom provocativo.

Maldito. Ele sabia sobre o meu padrinho, sabia sobre o tal “problema de saúde” e o idiota estava só esperando que eu deixasse escapar algo. Mas é claro que não daria esse gostinho ao nosso nem tão adorável professor de Poções. Eu não vou entregar o meu padrinho, nem dessa forma e nem de nenhuma outra. Minha boca é um túmulo.

— Tem problema sim, professor Snape. Acontece que não chegamos em Lobisomens — respondi com sarcasmos. E o sorriso do Seboso logo murchou e o meu sorriso de satisfação nasceu. 

— Ela está certa — concordou Hermione que estava na fileira ao lado, sentando ao lado de Rony. — Não podemos estudar Lobisomens ainda, vamos começar os grindylows.

— Srta. Granger — disse Snape com uma voz lentamente calma —, eu tinha a impressão de que era eu que estava dando aula e não a senhorita. E estou mandando todos abrirem a página 394 do livro. — Ele correu os olhos pela turma outra vez. — Todos agora!

Muito a contragosto, deixei o livro aberto na página. Ouvia muitos resmungos enquanto isso 

— Qual de vocês sabe me dizer como é que se distingue um Lobisomem de um Animago?

Ninguém respondeu. Todos ficaram calados e imóveis, exceto Hermione, que estava com a mão levantada.

— Alguém sabe? — insistiu Seboso, fingindo como muitas vezes que não via a mão de Hermione. Seu sorriso enviesado reaparece. — Vocês estão me dizendo que o Prof. Lupin sequer ensinou a vocês a diferença básica entre...

— Nós já lhe informamos — interrompeu-o Parvati de repente —, ainda não chegamos aos Lobisomens, ainda estamos...

— Silêncio! — mandou Seboso com rispidez. — Ora, ora, ora, nunca pensei que um dia encontraria uma turma de terceiro ano que não soubesse reconhecer um Lobisomen quando o visse. Vou fazer questão de informar ao Prof. Dumbledore como vocês estão atrasados...

— Professor, por favor — tornou a pedir Hermione, cuja mão continua erguida —, um Animago é um bruxo que tem o poder de se transformar em um animal...

— Esta é a segunda vez que a senhorita fala sem ser convidada — disse Snape friamente. — Menos cinco pontos para Grifinória por ser um intragável sabe-tudo.

Vi que Hermione ficou vermelha, baixou a mão e ficou olhando para o chão com os olhos cheios de lágrimas. Escroto. Como ele se atrevia a falar assim com ela? Todo mundo já tem o conhecimento que Hermione é uma sabe-tudo, mas ele não tem esse direito de falar assim, ofendendo-a. 

Fiquei tão puta que não aguentei e precisei retrucar.

— Respondendo a sua pergunta, professor — digo.

Parece que ele se interessou por saber minha resposta.

— Como é a mesma da Hermione, então irei apenas continuar a resposta dela. — Snape tentou abrir a boca para falar, só que eu falei mais rápido. — Um Animado é um bruxo que escolhe se transformar em um animal. Já um Lobisomem não tem. Em toda lua cheia ele se transforma... ele não se lembra de quem ele é.  Ele poderia matar seu melhor amigo. O Lobisomen só responde ao chamado de sua própria espécie. Basta apenas uma mordida para o indivíduo se transformar. Infelizmente a licantropia não tem cura.

Segundos depois o Seboso decidiu falar:

— Incrível como a Srta. Black soube detalhar bem a diferença — comentou Snape.

— Isso é o que acontece quando se lê livros — respondi. — E se me permite dizer acho que o senhor foi muito injusto por tirar os pontos da Hermione, já que ela estava respondendo certo.

— Dez pontos a menos para Grifinória.

— Agora vai tirar pontos da Susana? — falou Rony em voz alta. — O senhor nos fez uma pergunta e Hermione sabe a resposta! E agora pouco a Susana respondeu certo! Por que perguntou se não queria que ninguém respondesse?

Boa Weasley” foi apenas o que consegui pensar na hora.

— Detenção, Weasley — disse Snape suavemente, o rosto muito próximo ao de Rony. — E se algum dia eu o ouvir criticar o meu modo de ensinar outra vez, o senhor vai realmente se arrepender.

— Agora vai dar detenção ao Rony — comentei nervosa. — Se é para tirar pontos por respondermos certo, então é melhor nem fazer perguntas.

— Parece que a senhorita quer muito fazer companhia ao Weasley — Snape me encarava sério. — Detenção, Srta. Black!

Revirei os olhos e bufei. Como se eu fosse me importar com detenções. Elas já fazem parte do meu cotidiano. Então não é nenhuma bomba para mim.

Ninguém mais deu um pio durante o resto da aula. Ficamos sentados copiando dados sobre os Lobisomens do livro-texto, enquanto Snape rondava as fileiras de carteiras, examinando os nossos trabalhos que tínhamos feitos para o meu padrinho. E obviamente criticando as notas que meu padrinho tinha dado.

Quando a sineta finalmente tocou, guardei o mais rápido minhas coisas na bolsa e antes de me retirar com Harry. Snape reteve a turma.

— Cada aluno vai escrever uma redação para me entregar, sobre as maneiras de reconhecer e matar Lobisomens. Quero dois rolos de pergaminho sobre o assunto e quero para sexta-feira de manhã. Está na hora de alguém dar um jeito nesta turma. Weasley e Black, vocês ficam, precisamos combinar a detenção dos dois.

— Vocês não sabem o que aquele merda de trasgo...

— Rony — exclamou Hermione.

— Aquele idiota vai mandar a gente lavar as comadres da ala hospital... — disse.

— E sem usar magia!

Tanto Rony quanto eu não estávamos com os nossos melhores humor. Cerrei meu punhos com tanta força que senti minhas unhas machucarem, mesmo que fossem pequenas, ia respirando pesado assim como Rony que também ia reclamando até o Salão Principal — era hora do almoço.

Não me bastou o Snape acabar com meu dia para me aparecer justo agora um daqueles segundos presentes. Agora um pequeno urso de pelúcia.

Furiosa, tirei minha carinha do bolso da capa e antes de fazer o urso virar pó, exclamei:

— O idiota que me mandou isso que vá para o inferno!

Point of View: DRACO MALFOY

Gargalhamos. Blásio e eu fizemos questão de rir do papel de idiota que o incrível Theodore Nott (como ele se intitulava) acabou de ganhar um belo fora indiretamente. Ainda teve todos os presentes totalmente ignorados, é quem diga esse urso que só sobrou cinza. 

Nott nos olhou nervoso, mas ao invés de discutir comigo e Blasio, preferiu beber um pouco do suco para amenizar o papel ridículo que ele fez.

Ninguém devia fazer mínima que foi ele quem enviou os presentes. 

No início sugeri dele não enviar nada para a Black. Disse que ia dar merda, pois ela não fazia o tipo que caia de amores por esse tipo de coisa. Mas ele ouviu? Óbvio que não, já que ela recebeu o primeiro presente; havia recebido bem, mas ficou claro na cara dela que estava nem aí, tanto que até deu os doces para os outros da Grifinória. Não duvido que o resto inclusive o urso tenha parado no lixo.

Theodore quis ser teimoso mais uma vez e mandou mais uma pelúcia… bem o resultado dele vimos agora pouco.

— Calem a boca — murmurou Theodore irritado. — Vocês acham mesmo que vou me afetar com as palavrinhas dela?

— Não estamos só rindo dela te mandar para o inferno, também estamos rindo da sua teimosia e da situação que o pobre urso dois foi posto — falou Blasio.

Norte revirou os olhos.

— E meu amigo, claro que você se importa.

— Não me importo.

— Acreditamos — respondi irônico.

— Acreditem. Ela ter feito o que fez só me fez ficar mais interessado por ela. Mostra que não é uma garota qualquer ou boba que fica babando até se a gente der um pedaço de pergaminho com A.

Fiquei sério e franziu levemente o cenho 

— Hm… e que tipo ela faz? 

— Não gosta de meiguice. É casca dura. Então preciso conquistá-la cara a cara. E não mandando presentinhos.

— Então você vai se revelar para ela?

— Sim, mas não agora. Vou dar um tempo e depois vou me aproximar dela. E podem aguardar que quando vocês menos esperar vou ter beijado-a.

Não disse nada só o ignorei já que não tirava os olhos dela e voltei para o meu prato. Ainda acho isso um tanto difícil, porém não me surpreendo se ela acabar caindo nos encantos: ela é uma garota.

Mesmo assim ainda uma parte minha torcida para ele bater a cara. 


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam?



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