A Herdeira dos Black escrita por Akanny Reedus


Capítulo 12
Dia das Bruxas - part. II




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A minha conversa com Harry conseguiu render bastante. Nunca me veio à cabeça que poderia ter tantas coisas em comum para falar com ele. Parecia até que nos conhecíamos há anos. Tivemos até que voltar para a Sala Comunal a mando de Filch que mandou a gente sair dos corredores. Por sorte, quando chegamos à Sala Comunal aquele menino chato não estava mais lá e tanto eu como o Harry, fomos alvo de visões.

Tínhamos perdido totalmente a noção da hora. Ficamos sentados perto dos sofás em frente a lareira, Taran inclusive veio se juntar, ficando bem no meu colo e olhando Harry atentamente. 

— Por que eu acho que esse gato não gosta de mim? — indagou Harry olhando Taran. 

— Não liga — disse rindo e fazendo um carinho no gato, até ajeitei para ele parar com a postura séria. — Taran é desconfiado. Sempre foi assim com pessoas desconhecidas, principalmente com os do sexo masculino. 

Harry riu e fez gesto para acariciar meu gato, que é claro que deixou, ainda levantou a cabeça para receber o carinho onde ele queria. 

— Sabe — começou Harry enquanto acariciava Taran — estive pensando sobre aquela poção que o Prof. Lupin tomou.

— Sobre a poção? — indaguei.

— Sim. Será que não vai acontecer nada com ele por ter tomado aquela poção?

— Claro que não — respondi tranquilamente. — Desconfia tanto assim do Snape?

Harry apenas balançou a cabeça negativamente. E soltei uma risada.

— Não se preocupe, aquela poção vai fazer meu padrinho se sentir melhor — disse soltando um bocejo. 

— Tem certeza?

— Absoluta.

— Por acaso ele está doente?

Agora precisei parar para pensar.

— Ele só está tendo um mal-estar, mas nada grave — olhei Harry e via pela cara dele que não acreditava muito. — Desculpa, Harry, mas eu não posso dizer em detalhes sobre isso. É algo bem pessoal. Mas posso te garantir que ele está muito bem e a poção só o ajuda. 

Felizmente não precisei prolongar, Harry apenas assentiu. Agradeci por ele ser compreensivo.

Não demorou para comunal ficar movimentada o que era um simples sinal que o povo de Hogsmeade estavam voltando. Até demos uma breve olhada na passagem e logo apareceram Rony e Hermione com vários embrulhos e saquinhos.

 — Segura aí — exclamou Rony.

Uma chuva de doces intensamente coloridos caiu no colo de Harry. Taran até se levantou assustado com o barulho dos pacotes. E porque alguns caíram bem em cima dele.

— Oi Susana — falou Rony animado. Tive a sensação de que ele me viu só agora.

— Oi — retribui.

Olhei no colo de Harry os pacotes e reconheci vários doces. Principalmente o pacote com os minúsculos Diabinhos de Pimenta.

— Obrigado — disse Harry, pegando um dos pacotes.

— Parece que fizeram uma festa e tanta na Dedosdemel.

 — Compramos o máximo que podíamos carregar — comentou Rony.

— Como é que é Hogsmeade? — perguntou Harry, me servindo os Diabinhos de Pimenta; aceitei. — Aonde é que vocês foram?

Pelo que diziam foi em todos os lugares como a Dervixes e Bangues, a loja de equipamentos de bruxaria, Zonko's, Três Vassouras onde experimentaram a cerveja amanteigada e vários outros… Rony sem dúvida era o mais agitado comparado a Hermione 

— O Correio, Harry! Umas duzentas corujas, todas pousadas em prateleiras, todas com códigos de cores dependendo da urgência com que você quer que a carta chegue!

“A Dedosdemel tem um novo tipo de bombom estavam distribuindo amostras grátis, olha aí um pedacinho, olha...”

“Achamos que vimos um ogro, juro, tem gente de todo o tipo no Três Vassouras...”

“Gostaria que a gente pudesse ter trazido cerveja amanteigada para você, esquenta para valer...”

Se não fosse por Hermione, Rony não teria parado de falar.

— Que foi que você ficou fazendo? — perguntou Hermione, com ar preocupado. — Terminou algum dever?

— Não — respondeu Harry. — Passei o dia com Susana...

— Você também não foi para Hogsmeade? — perguntou Rony surpreso.

Neguei.

— Por quê? Por acaso também não assinaram sua autorização?

— Assinaram. Acontece que não estava a fim de ir e não tinha com quem ir.

— Era só ir com a gente — comentou Rony. — Não é Mione?

— Claro. Se você tivesse dito antes, teria dito para ir com a gente.

— Ah, mas não iria de qualquer jeito. A melhor escolha que fiz foi ficar na escola com o Harry. Até que não foi ruim ficar.

— Sim, foi boa.

— Que bom — disse Hermione satisfeita. — Pelo menos um fez companhia para o outro. E o que vocês fizeram?

— Fomos até a sala do professor Lupin, tomamos chá e o Snape apareceu…

Harry acabou contando tudo para os dois sobre o cálice. Não disse nada, mas tentei me segurar para não rir da cara do Rony que ficou boquiaberto.

— E Lupin bebeu? Ele é maluco?

Precisei me segurar para não falar nada e me segurar para não rir das várias teorias que o Snape estava tentando prejudicar meu padrinho.

Snape pode até ser um merda, mas será que ele chegaria ao ponto de prejudicar alguém? Prejudicar em questão de saúde, tentar matar?

— É melhor descermos, sabe, a festa vai começar dentro de cinco minutos... — comentou Hermione, assim que consultou o relógio de pulso.

Levantamos e atravessamos depressa o buraco do retrato. 

Acabei deixando o trio ir na frente já que comecei a ficar sem paciência com esse papo do Snape-Assassino.

— Mas se ele... Sabe... — Hermione baixou a voz, e a vi olhando, nervosa, para os lados — se ele estivesse tentando... Envenenar Lupin... Não teria feito isso na frente de Harry e Susana.

— Gente, ele está bem, para de insistir com esse papo de envenenamento — disse sem paciência.

— Você diz isso porque não conhece o Snape direito. Estamos aqui desde o começo e acredite, ele com certeza faria de tudo para conseguir o lugar do Lupin.

Revirei os olhos.

— Isso é exagero, Rony — retruquei. — Vocês vão ver como ele vai estar ótimo na festa.

Hogwarts tinha definitivamente o melhor gosto para enfeites. Era algo muito irreal, era absurdamente lindo! O Salão Principal estava maravilhoso decorado com centenas de abóboras iluminadas por dentro com velas, uma nuvem de morcegos, muitas serpentinas laranja-vivo que esvoaçavam lentamente pelo teto tempestuoso parecendo luzidias cobras de água.

Era uma decoração trilhões de vezes melhor que as de Beauxbatons. Isso sim que era algo digno para o Dia das Bruxas e não aquela porcaria que achavam ser uma ótima decoração. Sem contar que as pessoas de lá não eram diferentes, muito menos a diretora, eu odiava todos.

Junto com Harry ao meu lado, sentamo-nos de frente para Rony e Hermione. Antes de me servir com batatas-assadas dei uma olhada na mesa dos professores, tentando achar o meu padrinho e lá estava ele conversando animado com o Prof. Flitwick.

— Harry — chamei enquanto me servia agora com uma coxa de frango. — Viu quem está na mesa dos professores conversando animado?

Ele então desviou o olhar para a mesa dos professores e disse:

— O Profº Lupin.

— E por acaso ele parece ter sido envenenado? — perguntei comendo um pedaço da coxa de frango.

— Não...

Hermione e Rony olharam também para a mesa.

— Viram! Ele está ótimo e vocês fizeram papéis de idiotas pensando naquelas merdas de envenenamento — comentei.

O jantar continuou bem suculento. Acho que tinha engordado alguns quilos com tanta coisa que comi além da sobremesa que me deliciei.

— Estou cheia — murmurei, tomando os últimos goles da água na minha taça.

— Somos dois — disse Rony terminando o seu terceiro pedaço de pudim.

— Não é o que parece — disse rindo, conseguindo fazer Harry e Hermione riram também.

Rony ia abrir a boca para dizer algo só antes de ser interrompido por alguém.

— Susana Black? — Um garoto baixinho que deveria ser do primeiro ano estava parado entre Rony e Hermione. E ele não estava sozinho, o garoto segurava uma cesta enorme enfeitada.

— Eu sou Susana Black — disse ao ver que ele olhava para Hermione.

Ele então me encarou.

— São para a senhorita.

— Para mim? — indaguei.

O moleque nem me respondeu, apenas fez que sim rápido com a cabeça.

 — Nossa que cesta grande — comentou Hermione de boca aberta quando o garoto colocou a cesta na mesa. E realmente era grande.

Em volta da cesta tinha uma fita vermelha e no centro tinha um laço grande dourado. Dentro da cesta havia um urso de pelúcia branco e ele segurava um balão em forma de coração com o meu nome escrito em dourado brilhando. Inclinei-me na mesa para ver melhor dentro e tinha várias embalagens. Do que? Eu não sei. Só sei que eram embalagens lindas.

— Quem foi que mandou…? — questionei o moleque.

— Não sei.

— Não sei — imitei com sarcasmo. — Moleque fala logo quem mandou. Você não trouxe isso de um buraco obscuro.

— Ju-juro que não! Só pediram para a gente entregar.

Fuzilei o garoto, e vendo que não ia conseguir nenhuma resposta concreta o mandei sair. 

— Essa cesta é muito linda — comentou Hermione olhando tudo com os olhos brilhando.

— Quem poderia ter te mandado? — perguntou Harry que tentava ver melhor dentro da cesta.

A puxei mais para mim para tentar ver o que tinha, mas só vi mesmo as embalagens. Pelo menos eram transparentes, então vi que em alguns tinha doces e o que mais me deu anciã foi o tanto de frufru. Que coisa mais brega!

— Parece que você tem um admirador — disse Hermione rindo baixinho. — Que ursinho lindo e esse balão.

— Um admirador idiota que não sabe de nada mim. — E realmente não sabia. — Esse frufru todo está me dando dor de cabeça.

A festa foi finalizada com uma apresentação dos fantasmas. Confesso que até achei fazer parte da apresentação já recebia mais olhares do que os próprios fantasmas. Lilá e Parvati - que brotaram de algum lugar - vieram histéricas para ver o meu presentinho.

Acompanhada pelo trio e com ajuda de Rony para levar a cesta, saímos do salão. E logo na saída tive a infelicidade de ver a Madame.

— Parece que conseguiu um admirador, Black — disse Malfoy em tom de deboche.

Como sempre ele estava acompanhado dos seus fiéis ogros e a buldogue que estava rindo logo atrás.

— Só alguém com problema mental para te mandar algo — falou Parkinson se aproximando com o nariz empinado. — Quem te mandou tem muito mau gosto.

— Da mesma forma que alguém tem vontade de te beijar, Parkinson. Já se olhou no espelho? … Ah, melhor não, se você vai quebrá-lo.

Acabei ouvindo uma risada atrás de mim e acompanhei, até porque a cara de idiota que buldogue fez foi muito hilária.

Junto com os outros alunos da Grifinória segui o caminho habitual até a Torre, mas quando chegamos ao corredor que terminava no retrato da Mulher Gorda, nos encontramos em um engarrafamento.

— Por que ninguém está entrando? — perguntou Rony, curioso. 

Tentei espiar por cima das cabeças à minha frente. Mas então em toquei que tinha problemas com a minha altura e não consegui ver nada, então o Harry fez o mesmo e claro que ele teve algum resultado bom.

— Viu alguma coisa? — perguntei a ele.

— Parece que o retrato está fechado.

— Me deixem passar — era Percy, que passou cheio de importância e eficiência. — Qual é o motivo da retenção aqui? Não é possível que todos tenham esquecido a senha, com licença, sou o monitor-chefe...

Será que era só eu que achava exagero ele sempre mencionar: sou o monitor-chefe?

Percy desapareceu na muvuca; de repente, o ouvi dizer, numa voz repentinamente alta e esganiçada:

— Alguém vai chamar o Prof. Dumbledore. Depressa.

Outros alunos mais curiosos tentavam passar espremidos por nós, mas quando foram tentar passar por mim, fiquei na frente e fiquei fechando o caminho. Curiosos. Será que não aguentam ficar quietos?

— Que é que está acontecendo? — perguntou uma garota ruiva, que acabara de chegar. Essa deveria ser a irmã caçula de Rony, Gina.

Não demorou muito e o diretor chegou deslizando, imponente, em direção ao retrato. Vários alunos se comprimiam para deixá-lo passar, e eu só ficando espremida enquanto me aproximava com o trio. 

— Essa, não… 

— O que aconteceu? — perguntei ao ver o rosto de espanto de Hermione.

— A Mulher Gorda sumiu — respondeu Harry.

— Que? — olhei espantada para o trio. Agora era eu que fiquei curiosa para ver, fui até onde Harry estava que me abriu caminho levantei a cabeça para ver o retrato e consegui ver entre um vão.

O retrato tinha sido todo cortado e com muita violência que estava faltando pedaços grandes do retrato, tiras estavam balançando… era uma imagem bem feia.

Senti uma mão no meu ombro pedindo para dar licença, olhei e era a Profª McGonagall. Dei passagem e ela passou apressada acompanhada pelo meu padrinho e o Snape.

— Precisamos encontrá-la — disse o diretor. — Profª McGonagall, por favor localize o Sr. Filch imediatamente e diga-lhe que procure a Mulher Gorda em todos os quadros do castelo.

— Vai precisar de sorte! — disse uma voz gargalhante.

Claro que era o Pirraça, sobrevoando entre nós e os professores. 

— Que é que você quer dizer com isso, Pirraça? — perguntou o diretor calmamente e o sorriso do poltergeist empalideceu um pouco. Acho que ele não se atrevia a atormentar o diretor. Percebi que em vez disso, tentou adotar uma voz untuosa que não havia nenhuma diferença do que a gargalhada escandalosa.

— Vergonha, Sr. Diretor. Não quer ser vista. É horrorosa. Eu a vi correndo por uma paisagem no quarto andar, Sr. Diretor, se escondendo entre as árvores. Chorando de cortar o coração — informou ele. — Coitada — acrescentou em tom pouco convincente.

— Ela disse quem foi que fez isso? — perguntou Dumbledore em voz baixa.

— Ah, disse, Sr. Diretor — respondeu Pirraça com ar de quem carrega uma grande bomba nos braços. — Ele ficou furioso porque ela não quis deixá-lo entrar, entende. — Pirraça deu uma cambalhota no ar e sorriu para o diretor entre as próprias pernas. — Tem um gênio danado, esse tal de Sirius Black.

Sirius Black em Hogwarts? Isso só podia ser uma grande brincadeira.

O que esse homem veio fazer e como ele entrou aqui no castelo?

Claro que a revelação feita por Pirraça deixou todos assustados, principalmente os alunos, e por conta desse ataque contra a Mulher Gorda fomos mandados a voltar para o salão principal. Não foi só a gente já que dez minutos depois os alunos da Lufa-Lufa, Corvinal e Sonserina também se juntaram.

— Os professores e eu precisamos fazer uma busca meticulosa no castelo — disse Dumbledore quando os professores McGonagall e Flitwick fecharam as portas do salão que dava para o saguão. — Receio que, para sua própria segurança, vocês terão que passar a noite aqui. Quero que os monitores montem guarda nas saídas para o saguão e vou encarregar o monitor e a monitora chefes para cuidarem disso. Eles devem me informar imediatamente qualquer perturbação que haja — acrescentou.

O diretor parou, quando ia deixando o salão, disse:

— Ah, sim, vocês vão precisar...

Com um gesto displicente da varinha, as longas mesas se deslocaram para junto das paredes e, com um outro toque, o chão ficou coberto por centenas de sacos de dormir de cor roxa.

— Durmam bem — ele disse em seguida, fechando a porta ao passar.

Que maravilha, por culpa desse louco vou ter que dormir em sacos de dormir com essa tonelada de gente. Tive sorte do bom coração do meu padrinho que pegou a cesta e levou para sala dele. Inclusive eu quase me convidei para ir dormir com ele, mas acabou nem rolando. 

— Todos dentro dos sacos de dormir! — gritou Percy. — Andem logo e chega de conversa! As luzes vão ser apagadas dentro de dez minutos!

Revirei os olhos, bufei e fui junto com o trio pegar um saco de dormir.

— Vocês acham que Black ainda está no castelo? — ouvi Hermione cochichar, ansiosa.

— É óbvio que Dumbledore acha que ele ainda pode estar — respondeu Rony.

— É uma sorte ele ter escolhido esta noite, sabem — comentou Hermione se preparando para entrar no saco de dormir que estava ao lado do meu. — A única noite em que não estávamos na Torre...

— Cálculo que ele tenha perdido a noção do tempo, já que está fugindo — disse Rony. — Não percebeu que era Dia das Bruxas. Do contrário teria invadido o salão.

A pergunta mais frequente na cabeça de todo mundo era: como Sirius Black entrou no castelo? Até eu fiquei me perguntando, pensando nas possibilidades de como conseguiu entrar e passar pelos dementadores. Como ele conseguiu passar pelos dementadores? Se bem que essa não seria a primeira vez já que Black fugiu do lugar mais bem vigiado que é Azkaban. 

— As luzes vão ser apagadas agora! — anunciou Percy. — Quero todo mundo dentro dos sacos de dormir, de boca calada!

Todas as velas se apagaram ao mesmo tempo. A única luz agora vinha dos fantasmas prateados, que flutuavam no ar, e do teto encantado, que reproduzia o céu estrelado lá fora. Com aquele céu, me dava a sensação que estava dormindo do lado de fora. Acho que não seria tão mau dormir aqui. 

 Tentei fechar meus olhos, mas ainda tinha muitos sussurros de outros alunos e aquilo estava irritando. Será que não conseguem ficar quietos por um minuto?

Eu estava com sono e queria muito dormir, só que era difícil com aqueles idiotas falando. Foi então que em algum momento consegui pegar no sono, mas logo despertei com passos dentro do salão se aproximando. 

— Algum sinal dele, professor? — perguntou Percy num cochicho.

— Não. Está tudo bem aqui? — Dumbledore é quem havia entrado no salão e que deveria estar próximo de mim com Percy. 

— Tudo sob controle, diretor.

— Ótimo. Não tem sentido transferir os alunos agora. Arranjei um guardião temporário para o buraco do retrato na Grifinória. Você poderá levá-los de volta amanhã.

— E a Mulher Gorda, diretor?

— Escondida em um mapa de Argyllshire no segundo andar. Aparentemente se recusou a deixar Black entrar sem a senha, então o bandido a atacou. Ela ainda está muito perturbada, mas assim que se acalmar, vou mandar Filch restaurá-la.

Ouvi mais uma vez a porta do salão se abrir, rangendo, e novos passos.

— Diretor? — Era Snape. — Todo o terceiro andar foi revistado. Ele não está lá. E Filch verificou as masmorras; não há ninguém, tampouco.

— E a torre da Astronomia? A sala da Profª Trelawney? O corujal?

— Tudo revistado...

— Muito bem, Severus. Eu não esperava realmente que Black se demorasse.

— O senhor tem alguma teoria sobre o modo com que ele entrou, professor? — perguntou seboso.

— Muitas, Severus, cada uma mais improvável do que a outra.

— O senhor se lembra da conversa que tivemos, diretor, antes... Ah... Do começo do ano letivo? — perguntou Snape, em um quase sussurro. Deu a impressão que ele estava tentando impedir que alguém ouvisse. Obviamente que só tentou, pois não deu certo.

— Lembro, Severus — disse o diretor, e sua voz tinha um tom de aviso.

— Parece... Quase impossível... Que Black possa ter entrado na escola sem ajuda de alguém aqui dentro. Expressei minhas preocupações quando o senhor nomeou... Além da garota em relação ao...

— Ela não é assunto nosso, Severus — disse o diretor em tom de censura, cortando o que o outro iria dizer. — E, não acredito que uma única pessoa no castelo tenha ajudado Black a entrar.

Snape se manteve calado, não dizendo mais nenhuma palavra a respeito.

— Preciso descer para falar com os dementadores — disse Dumbledore. — Prometi que avisaria quando a nossa busca estivesse terminada.

— Eles não quiseram ajudar, diretor? — perguntou Percy.

— Ah, claro — disse o diretor com frieza. — Mas receio que nenhum dementador irá cruzar a soleira deste castelo enquanto eu for diretor.

Por fim ouvi os passos rápidos do diretor saindo do salão. Minutos depois foram outros passos, que imaginei ser de Snape. Em seguida abri os olhos e fitei as de Hermione. Agora uma curiosidade surgiu: Do que eles estavam falando?


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam?