Suspensa do prédio da S.H.I.E.L.D., Lola foi obrigada a retomar sua vida não como a garota descongelada que passava por centenas de testes diários. Ela foi obrigada a passar seis semanas de volta à sociedade, como punição por suas transgressões para chegar a Loki e fugir com ele.

Ela foi obrigada a voltar a ser Dolores Francisca Stark. E como seu irmão era nada mais nada menos do que Tony Stark, este fez questão de trazer a irmã de volta para os olhos da sociedade com toda a pompa que ele apreciava. Era isso o que ele adorava, assim como quando ele revelou sua identidade secreta. Os holofotes ao seu redor ampliavam seu egocentrismo, Anthony estava louco para chamar a atenção e aguçar jornalistas com mais uma revelação bombástica.

O Stark comprou um horário em todas as emissoras de rádio e TV.

...

Steve Rogers lia um jornal, enquanto a TV à sua frente estava ligada apenas para romper o silêncio da solidão do seu apartamento simples, num prédio comum no meio do bairro do Brooklyn.

Dentro de poucos instantes, ele, assim como todos no país iriam ser obrigados a escutar e assistir um pronunciamento vindo direto de um dos pátios da sede Nova Yorkina das Indústrias Stark, em Long Island, não muito distante do próprio bairro de Rogers.

– Estamos aqui nos domínios externos da sede oficial das Indústrias Stark, onde o acionista majoritário, Anthony Stark, também conhecido como Homem de Ferro, convocou uma audiência nacional para falar sobre um assunto que segundo ele nos interessaria bastante... – Disse um jornalista de campo para a câmera do lado de fora do prédio da empresa.

– Isso é bem empolgante, Martin. Da última vez que ele convocou uma conferência de imprensa, ele revelou ser o Homem de Ferro. O que acha que pode ser dessa vez? Será que dessa vez ele vai revelar que também é o Homem Aranha? Ou talvez que ele veio de algum planeta chamado Krypton? – O jornalista brincou do estúdio.

Steve parou de encarar o papel a sua frente incrédulo e começou a olhar a televisão. Ele já imaginava o que Tony provavelmente estaria armando, mas não queria acreditar. Ele não poderia querer expor sua irmã tão cedo, não antes de todos os testes serem feitos. Mas pelo visto, Rogers o subestimava, era exatamente o que Tony faria.

Será que Lola concordava assim tão facilmente com aquilo? Ela queria passar por tal situação? Ter sua vista exposta assim? Ela ia acabar ganhando atenção demais. Será que ela tinha noção disso? Não tinha como Steve saber.

Já haviam se passado cinco dias desde que ela e Loki foram encontrados, e Rogers tinha sido bem rígido e grosso com ela sem entender o alto grau de intensidade do modo como agiu. Ele tentou diversas vezes ligar para o número de celular dela, mas a Stark não o atendia. Steve queria pedir desculpas pelo quê que tenha sido aquilo. Nenhum dos dois chegou a desconfiar que era um presentinho de discórdia dado pelo deus da Trapaça.

– Bom dia, Senhores e Senhoras... – A figura de Tony surgiu na frente de uma das paredes de seu prédio. Lola estava há poucos metros de distância dele. Comportada, calada e linda aos olhos do Steve que assistia a TV e de todos os outros americanos. -... Acredito que estão morrendo de curiosidade em saber porque fiz essa convocação mundial, e também gostariam de saber quem é essa moça estonteante aqui atrás de mim...

Todos os repórteres tinham seus gravadores em punho, os jornalistas seus microfones e câmeras-men, e fotógrafos suas máquinas no foco; só esperando a grande anunciação que sairia da boca de Tony. Muitos realmente curiosos com o fato de uma garota estar atrás dele, outros nem tanto; pensando que ele havia chutado a Presidente Potts e provavelmente aquela seria sua nova namorada troféu.

– Se você convocou essa coletiva para dizer que essa garota é a nova modelo que está pegando, eu juro que a sua credibilidade de aparições oficiais reveladoras será manchada para sempre, Tony! – Exclamou um paparazzi da multidão que ganhava a vida perseguindo Anthony na época que ele era um garanhão baladeiro.

– Garanto que minha credibilidade ficará intacta, Pierre. – Tony piscou para ele. - Sem delongas, que vocês sabem que não gosto delas. Gostaria de apresentar para vocês XX-23. – Ele apontou para Lola.

Ninguém ligou ou entendeu o que ele quis dizer.

– E o que significa isso? – Outro paparazzi perguntou da multidão.

– Isso significa que essa linda garota, que não é para o bico de nenhum de vocês, foi congelada pela SHIELD, sendo descongelada há poucos meses atrás graças a experiências e acabou adquirindo algumas habilidades parecidas com as patrióticas do nosso querido Capitão América... – Tony começou a dizer enquanto a multidão da imprensa ficava ouriçada, algumas já despejaram diversos flashes sobre eles, mas o melhor, aquilo que os atiçaria mais, ainda estava para chegar. -... Isso significa, caros amigos, que essa garota foi dada como morta há anos atrás, e que ela é nada mais nada menos do que a herdeira mais velha do império, ela é a minha irmã Lola Stark...

Anthony soltou a bomba, enquanto a chuva de perguntas e flashes da imprensa excitada os banhou.

...

Na semana seguinte a revelação, Tony fez finalmente o que queria ter feito desde que tinha descoberto que a irmã estava viva. Uma festa Stark. Um baile Stark para comemorar a volta do novo membro da família dos mortos, agora o mundo tinha que aturar duas peças daquela estirpe.

E engana-se quem pensa que Lola não estava gostando da atenção, além de ter o sangue dos S. ela também tinha o sangue dos C.

Ela nunca foi ativa na vida social antes do acidente, por motivos que agora todos sabiam – todos mesmo: sua vida havia virado documentário, autores de livros queriam fazer sua biografia, apresentadores de TV queriam entrevistá-la ao vivo, até a Oprah Winfrey aposentada a queria; mas agora ela estava sentindo o gosto da fama, o gosto do peso de seu sobrenome. Lola estava adorando e não podia negar.

Em sua corrente sanguínea corria a genialidade e o egocentrismo Stark, tão quanto corria o desejo de palco e de brilhar vindos do seu lado da família de artistas, os Carbonell. E sendo sincera, a nova paixão pela atenção do mundo a distraia de sua mágoa: Steve Rogers. O doce Steve que havia sido um Capitão amargo com ela

Dentro de poucos dias de revelação, Dolores Francisca havia se tornado o nome mais colocado nos bebês que nasciam naquele mês. E ironicamente, os Estados Unidos da América começaram a amar e idolatrar a americana mais antipatriótica que possuía.

A nova princesinha da América ganhou diversos fãs, dentre eles as filhas do Presidente Obama, carinhosamente foi apelidada por elas de Miss American Girl, e o apelido pegou.

A Lola de anos atrás tentaria o suicido, mas não aquela nova Lola. Aquela Lola que também tinha o DNA do maior ícone americano correndo em suas veias graças a um soro e rajadas de radiação.

Seria essa a culpa do rancor dela ter se dissipado aos poucos? Seria contagioso o patriotismo do Capitão América? Não! Ela se negou a acreditar nisso em alguns momentos de reflexão.

A Stark ficou bastante atarefada com a semana do baile e não pode pensar em mais nada; por dentro seu coração doía por causa de Steve, na semana anterior ela tinha trocado de número só para não ver o nome dele surgir durante as tentativas de chamada. Ela sabia que até merecia um pouco da rispidez de como ele agiu, mas uma coisa Lola era e sempre foi: teimosa.

Ela até já estava louca para encontrar com ele de novo, por isso mandou convites para todos os Vingadores para a sua festa, apesar de Anthony dizer que ninguém iria aparecer. Apesar dele dizer que eles não gostavam de atenção popular como os Stark curtiam; e além do mais, todos estavam chateados com ela.

No fundo, Lola tinha esperança de que Steve aparecesse, mesmo que ela pretendesse ser infantil e fingir que não estava ligando muito para a presença dele.

Mal sabia ela, que Rogers realmente estava planejando ir, ele agarraria qualquer chance de se desculpar por ter sido rude demais com ela.

– Você acha que seria um bom pedido de desculpas? Quer dizer... Ela disse que se tornaram amigos... – Rogers pedia a opinião feminina de Natasha.

– Estranha do jeito que ela é... – Romanoff tentava avaliar a ideia de Steve. -... É difícil de dizer... Tanto isso quanto um Box com os três filmes do High School Musical poderiam fazê-la feliz, não dá para dizer...

Steve começou a pensar que talvez deveria ter ligado para Tony e perguntar, ao invés de ir atrás da ruiva só porque ela era mulher.

– Mas vale a pena tentar... Faça isso! Só tome cuidado, vão ter muitos “midgardianos” por lá. – Natasha o animou.

– Claro que tomarei! – Steve disse empolgado, não via a hora de fazer as pazes com Lola.

E qual era a grande ideia dele?

O dia do baile Stark combinava certeiramente com a noite que Loki seria levado embora por Thor de volta à Asgard.

O deus da Trapaça havia passado duas semanas se recuperando de seus ferimentos, Sif e todas as outras tropas asgardianas já tinham partido assim que Loki fora encontrado e que a bagunça da batalha foi limpa, restando apenas o loiro e o trapaceiro ferido.

A ideia de Steve consistia em levar Loki acorrentado, juntamente com Thor até o baile, longe das pessoas, para que discretamente Lola pudesse se despedir dele, pois provavelmente nunca mais eles teriam a chance de se ver. O Capitão esperava que ela visse aquilo como uma tentativa dele de levantar a bandeira branca para que pudessem conversar.

Ele não poderia imaginar que se arrependeria amargamente num futuro próximo por ter tido essa ideia.

...

Steve vestia terno e gravata, Loki e Thor usavam suas vestes alienígenas. Com uma mão, Thor segurava seu martelo e com a outra o cetro de Loki. O deus da Trapaça, por sua vez, estava novamente algemado com reais algemas de segurança máxima asgardianas.

Os três estavam num canto da entrada da festa que ficava no nível superior de uma sacada, o baile ocorria há metros abaixo deles, era preciso descer uma escada de granito marfim luxuosa para chegar ao salão, mas eles podiam ver as pessoas dançando lá embaixo com suas roupas e joias em igual luxo e ostentação; como a festa já havia começado há um bom tempo, ninguém mais entrava, então os três estavam seguros, longe de olhares curiosos.

– Você a vê?! – Thor perguntou nervoso, não sabia o porquê tinha concordado com aquilo. Loki e pessoas: nunca era uma boa ideia.

– Não, mas me deixe ir procurá-la ou ao Tony, não saia daqui. – Steve disse e desapareceu por um dos lados da escada dupla.

Os asgardianos esperaram, esperaram e esperaram. Thor inquietamente preocupado, e Loki enojado ao ver os humanos bailarem lá embaixo. Ele olhava com desprezo para todos por um bom tempo; queria vê-la uma última vez, mas também não daria o braço a torcer, ficou resmungando que preferia sair logo de perto dos midgardianos e voltar a sua cela em Asgard, até que passou os olhos na festa e viu alguém de vestido róseo conversando com duas outras pessoas. Era Lola, e ela estava divina aos seus olhos.

– Lá está ela! – Ele apontou com as duas mãos unidas pela algema.

– Onde?... Ah! Já achei... Onde está o Capitão? – Thor o procurava.

– Com certeza não achou, e não a está trazendo aqui. – Loki falou o óbvio entediado.

– O esperaremos aqui. – Thor anunciou.

– Não! – Loki negou. – Não iremos!

– Claro que iremos! – Thor exclamou.

– Não quero que ela venha até aqui. Quero que ela tenha outra memória na cabeça dela além de mim de algemas. – Loki começou a explicar.

– Do que você está falando? Não vou te soltar! – Thor já esperava alguma revelação meticulosa de que Loki já estava solto e ia atacar todos os mortais lá embaixo.

– Não será preciso, seu idiota. – Loki disse no instante que o cetro na mão de Thor teve sua pedra azul com um brilho aumentado e um clone de Loki surgia ao lado deles.

O clone usava vestes mortais apropriadas para a festa: terno, blazer e uma echarpe verde para contrastar ao preto e ao branco. Thor tomou um breve susto.

– Ele vai por mim. – O Loki verdadeiro sorriu para o falso.

O Loki livre, produzido e falso começou a descer a escada de granito marfim que Rogers não desceu.

Ele atravessou a multidão indo de encontro a Lola que conversava, enquanto a luz do cetro continuava seus flashes azuis constantes mantendo a ilusão real, e fazendo a Stark pensar que estava sendo tocada no ombro, quando na verdade só era um holograma que a abordava.

Lola se virou e abriu um sorriso de orelha a orelha dizendo:

– Loki! -.

– Me concederia a honra de dançar uma música desprezível nesse salão ridículo desse seu planeta repugnante? - O falso Laufeyson estendeu a mão para a Stark.

– Você esqueceu de me chamar de Midgardiana Fraca. - Ela disse aceitando a mão dele.

O Loki falso colocou a outra mão nas costas dela e eles começaram a valsar.

– Não esqueci, apenas é falta de decoro insultar a anfitriã de uma festa em qualquer planeta. - Ele explicou.

– Vou colocar isso no meu caderninho de anotações. - Lola sorriu.

– Estou aqui para me despedir. Vou embora hoje. - Ele anunciou.

– Para ser sincera, pensava que já tinha partido. - Ela disse enquanto os dois rodopiavam. - Mas já que você não foi, gostaria de fazer uma pergunta. -.

– Faça. - Ele a guiava.

– Só faço quando você me contar onde realmente está. - Lola sussurrou.

– Aqui, claro. Que pergunta sem sentido. - Loki fez-se de desentendido.

– Não pense que está me fazendo de idiota. - Ela disse calma. - Você diz que sou ingênua, posso até ser. Mas estúpida eu não sou. Ninguém te deixaria vir sozinho até aqui, e muito menos livre. E em que planeta você usaria um terno?! Isso só pode ser uma ilusão mental, igual àquelas falsas algemas que você usou para me enganar. -.

Lola parou de dançar e começou a olhar para os lados em busca do verdadeiro Loki.

– Ah Rá!... Ali está você! – A Stark olhou para o corredor acima das escadas e enxergou Loki e Thor na sacada.

A garota levantou um pouco seu vestido para andar melhor e subiu as escadas com o máximo de pressa que pôde. O Loki falso desapareceu no meio do salão.

– Não era para você me ver assim. – O Loki verdadeiro protestou enquanto ela já estava próxima o bastante para escutá-lo.

– Ah, para de frescura Loki! Ti vi algemado o tempo inteiro. – Lola o surpreendeu laçando-o um abraço. Ele ficou estupidamente surpreso enquanto Thor começou a encarar o irmão com um olhar malicioso.

– Você disse que tinha uma pergunta para me fazer. – Loki tentou achar um pouco de foco.

– Sim! E tenho... Prometa que me responderá com sinceridade. – Ela esperou ele assentir e prosseguiu depois de soltá-lo. - Você veio para cima de mim com toda aquela história de que me enganou porque eu deveria aprender a não confiar nas pessoas, disse que queria me ajudar a evoluir... Disse que eu era ingênua... Isso significa que você gosta de mim como uma vez você gostou do homem das cavernas ou do Homo erectus? -.

Thor torceu o nariz. Do que é que ela estava falando? Era uma história sobre Loki desconhecida para ele.

– Talvez mais do que isso. – Ele soltou um sorriso sincero. ISSO mesmo Loki soltou um sorriso SINCERO. - Mas você não me ouvirá repetir tal coisa nunca mais na sua breve vida humana. – Loki voltou a se fechar.

Lola riu.

– Todas as garotas normais sonham em encontrar um Príncipe Encantado. Eu nunca sonhei com nada disso e acabei encontrando um nada normal também. Você é um Príncipe, mas é um E.T... Você é Asgardiano, mas é um Gigante de Gelo também... Você é um vilão que me jurou de morte trezentas mil vezes, mas acabou levando um tiro alienígena de uma arma espacial por mim... Você é o Príncipe Encantado mais estranho que já existiu, sem dúvida alguma! E você dá um nó no meu cérebro. – Lola botou as duas mãos no rosto e balançou a cabeça.

– Você também não é o exemplo de pessoa mais comum. – Loki provocou.

– Isso é um adeus definitivo, mesmo? – Lola perguntou parando de brincadeira.

– Sim. Vou até Asgard cumprir minha pena de centenas de anos, e quando estiver livre novamente, talvez nem seus descendentes existam mais. – Ele explicou. Thor permanecia calado assistindo, não queria atrapalhar o irmão com a primeira “amiga” que ele encontrou em séculos.

– Espero que eu tenha sido algo bom, mesmo que breve nessa sua vida solitária e triste. – Ela forçou um sorriso.

– Você foi algo além do que eu merecia. – Ele confessou.

– Vou sentir sua falta. – Lola secretou.

– Eu não vou dizer isso, é sentimentalismo humano demais para mim! – Loki rebateu. Lola riu

– Vou sentir falta do seu ódio pela humanidade também... O que é estranho. – A garota falou contraindo o cenho.

– Confesso que me acostumei a ameaçar matar você... Demorarei um tempo para me habituar a não inventar mais uma maneira criativa de tentar te fazer sofrer num futuro onde eu esteja livre. – Ele brincou. SIM, Loki BRINCOU.

– E esse é o melhor “sentirei sua falta também” que o Meu Príncipe Encantado Asgardiano pode dar para mim?! – Lola fez graça fingindo estar ultrajada.

Loki a surpreendeu e a Thor dizendo:

– Antes de partir, quero te dar um presente. É algo para quando você olhar se lembrar do que tentei lhe ensinar... -.

– Como o Homo erectus? – Lola o interrompeu.

– Sim, como ele. – Loki riu. - Você precisa pegar aqui no bolso do meu Blazer. – Ele levantou as algemas mostrando sua impossibilidade de entregá-lo.

– Oh! Por um acaso, não vai ser outra caneta possuída que vira um cetro macumbeiro, não é?! Tive experiências suficientes com cetros que parecem canetas, não quero mais! – Lola brincou.

– Ainda não sei o que é uma caneta. – Loki acrescentou. - Venha logo pegar antes que eu desista de te dar! -.

Lola o obedeceu curiosa, tirou a única coisa que estava no bolso perto do coração de Loki e o estendeu na própria mão.

– Um diamante azul? – Era uma lasca de pedrinha com menos de um centímetro.

– É um pequeno pedaço insignificante da pedra do meu cetro. Tirei dele enquanto você dormia naquele hotel, ia te entregar lá, antes dos seus Vingadores chegarem. E depois ia pedir para o Seu Soldado te entregar, pois não esperava te ver de novo. – Ele explicava enquanto Lola o avaliava desconfiada, assim como Thor.

– Não sei se devo aceitar. Vai que você pode estar querendo me controlar outra vez através dessa pedrinha de lá da sua prisão. – Ela sibilou.

– Te ensinei bem a não confiar em mim. Fico satisfeito que tenha aprendido a lição. Entretanto, quero que fique com esse pequeno pedaço de rocha. Separada, ela não tem valor mágico nenhum, mas para você seria um lembrete constante de que se não tornar-se mais rígida, o seu mundo poderá ser tão ou mais trapaceiro com o seu coração puro como eu fui. – Loki disse convencendo-a. - Faça um pingente, um anel com ela. Qualquer coisa que possa usar. -.

Lola aceitou o presente, era sincero. Era verdadeiro. Loki realmente não poderia controlá-la de longe com essa pequena lasca da pedra de seu cetro, mas ela não era completamente isenta de magia. Com aquela pedrinha, Laufeyson planejava observá-la de onde estivesse; era o único traço de poder que poderia exercer por meio daquele amuleto.

Só que ele não contava com uma coisa: a Stark achou o bem tão valioso que realmente fez um anel com ele e decidiu mantê-lo guardado num cofre, frustrando o plano de Loki. As únicas coisas que ele conseguiria ver eram as paredes de metal do compartimento que o guardaria.

– Oh, Loki! Obrigada!... Sinto não ter nada para te oferecer de volta. – Lola apertou a pedrinha em suas mãos.

– Não quero nada em troca. – Ele mentiu. Loki queria sim, queria poder vigiá-la de longe, estava satisfeito porque pensou que teria isso, erroneamente.

– Como com o Homo erectus de novo?! – Lola sorriu.

– Sim. – Ele sorriu de volta.

– Poxa, queria mesmo te dar algo em troca. – Lola parou para pensar um pouco e descobriu algo. - Já sei!... Toda Princesa salva faz isso!

Loki a olhou confuso. A Stark se aproximou dele devagar, segurou os ombros de Laufeyson e depositou um beijo de poucos segundos nos lábios dele, que até causou um barulho de estalo baixo quando as bocas se separaram.

– E esse foi o meu primeiro beijo. – Ela sorriu para ele.

Loki soltou o ar de seus pulmões que havia prendido durante o beijo inesperado enquanto disse:

– Esqueça o que eu falei sobre não te sequestrar. Assim que eu puder, roubarei você para mim! -.

– Para de falar besteira, Loki! – Lola disse rindo.

– Eu não estou brincando. – Ele falou sério, o que quase apavorou a garota.

– Lolita, você acabou de beijar o Sven... Pensava que você gostava do Olaf! – A voz de Tony surgiu do lado deles.

Lola se virou e seu sangue gelou. Tony a olhava boquiaberto, e ao seu lado estava Rogers, maravilhosamente lindo de terno, mas a encarava como se seu coração acabasse de ser partido em milhões de micropedaços; os dois que se aproximavam haviam assistido o beijo.

– Steve...?! – Lola disse surpresa.

O Capitão não respondeu nada, apenas saiu dali em disparada para outro canto da festa. Ele precisava de um tempo sozinho antes de cumprir sua tarefa de acompanhar Thor e Loki até seu portal no Central Park.

– Ora, ora. Aposto que agora não irá mais tentar destruir Midgard! – Thor provocou o irmão.

– Cale-se. – Loki falou o encarando com desprezo.