Lola bateu suas pálpebras acordando no dia seguinte. Quando a consciência começou a dominá-la, a garota pulou sentada na cama completamente assustada.

– Eu dormi! – Ela disse em puro pavor.

– Sim, você dormiu. – A voz de Loki confirmou meio risonha.

A Stark o procurou pelo quarto com os olhos, ela ainda estava assustada. Encontrou-o sentado no mesmo sofá de que ela se lembrava. Loki estava algemado, como ela se lembrava. Lola procurou o cetro, e lá estava ele no chão, no mesmo lugar em que ela tinha colocado.

– Por que eu estou viva? – A garota estava confusa.

– Bom, porque você continua respirando. – Loki respondeu divertido.

– Você ficou aí o tempo todo? – Ela perguntou ignorando o sarcasmo dele.

– Fiquei. – Ele mentiu.

– Não tentou pegar no seu cetro? – Lola não acreditava que ele havia se comportado.

– Não tentei. – Loki mentiu de novo.

– Por quê?... – Lola não entendia. –... Por que não tentou cumprir uma das suas centenas de promessas de me matar?

– Essa é a pergunta em que gastei as últimas horas tentando encontrar uma resposta. – Ele confessou indignado.

Lola sorriu.

– Eu sei por quê!... – Ela começou a dizer empolgada. -... Você gosta de mim! Eu disse que gostava! Bem no fundo, mas gostava! -.

– Não gosto nada. – Loki bufou tentando se convencer.

– Gosta siiiiiiiiim! Gosta sim!... Você quer ser meu amiguinho, quer me contar mais historinhas da sua vida, quer ouvir mais historinhas da minha vida! – Lola se levantou da cama e começou a andar em direção de Loki sentado, pirraçando-o.

– Não quero nada disso! – Ele rosnou irritado.

– Quer sim! – Lola deu um tapinha no ar.

A garota se jogou no sofá ao lado dele.

– Quem diria, Loki? Você se importando com uma humana “inferior” e “repugnante”... Quando você começou a não me odiar arduamente? – Lola perguntou parando de fazer graça diretamente.

– Não sei... Acho que foi quando você resolveu me salvar... Não sei ainda... – Loki olhou para o chão, parando de negar por uns instantes.

– Não se culpe... A culpa é toda minha, ninguém me mandou ser um verme humano adorável, nem deuses malignos conseguem resistir por muito tempo a minha fofura. – Lola brincou risonha.

Loki a olhou com tédio e revirou os olhos.

– Brincadeiras à parte. – Lola parou de sorrir. - Se serve de consolo, eu gosto de você também. Me chame de masoquista se quiser. Você só me insulta e promete acabar comigo... Mas eu tenho essa simpatia por me identificar com você, como eu já disse... Na verdade, até achava num passado que poderia acabar me tornando uma vilã como você. -.

Loki bufou uma risada, mais uma vez ele estava pronto para voltar a negar que gostava dela, quando foi surpreendido por aquele disparate.

– Vilã? Você? -.

– Sim! Eu! Duvida da minha capacidade?! – Lola disse ofendida. -... Eu sou bastante inteligente para a minha raça, e fui capaz de enganar os vingadores sem eles desconfiarem de nada! -.

– Qualquer principiante engana aqueles imbecis. – Loki não via grandeza.

– Eu tenho muito conhecimento no meu cérebro! E todo mundo diz que conhecimento demais nas mãos erradas pode ser bem perigoso... Eu poderia me tornar “mãos erradas”, tenho um passado traumatizante, rancor mais do que o necessário, e eu tenho dinheiro! Tudo o que é necessário para me tornar uma Super Vilã, como você! – Ela estava ofendida por ser considerada “in-vilã-nizável”.

– Não, você não poderia se tornar alguém como eu nunca. – Loki riu dela mais uma vez.

– Posso sim! Há trevas dentro de mim também! – Lola se irritava.

– Não, não há trevas nenhuma aí dentro. – Loki parou de rir. - Você possui um coração humano puro, e é o que te impede de virar um ser mau como eu... E Talvez seja isso o que tenha me impedido de te matar ontem... Como os seus insetos terráqueos noturnos são atraídos pela luz artificial. Você é algo que eu nunca poderei ser... Algo que eu nunca poderei ter... -.

–... ter...?! – Lola engoliu a seco. A frase a despertou para uma dúvida: o quanto ele estava gostando dela?–... Você por um acaso não gosta de mim de forma amorosa, não é?!

Loki abriu a boca para falar alguma coisa, mas desistiu.

– Oh MEU DEUS! – Lola cobriu a boca com a mão e começou a balançar a cabeça em negação. -... Você, por acaso, não vai tentar me sequestrar nem me levar para nenhum planeta deserto, não é?! – Ela disse assustada com os olhos arregalados.

– Claro que não! Não há espaço para uma midgardiana de coração puro nos planos para o meu futuro. – Loki a tranquilizou. - Essa emoção... Essa coisa que me impede de te matar, agora mesmo, é um erro... Um desvio de rota que não deveria ter acontecido. Você é uma humana fraca, não devo me misturar com uma de vocês assim como o Thor faz. – Ele disse completamente enojado.

Lola parou de ficar assustada e, foi sua vez de olhá-lo com tédio e revirar os olhos.

– Pode ficar tranquila, não tenho intenção de roubá-la para mim. – Se Loki assim quisesse, ninguém o poderia impedir; disso ele tinha certeza. - Não se preocupe, não separarei você do seu soldadinho patriota... -.

– Meu soldadinho patriota?! – Lola quase pulou do sofá surpresa. Será possível que todo mundo já enxergava o que se passava entre Steve e Lola muito antes dela mesma? – Por que você acha que há algo entre mim e ele?

– E não há? – Ele rebateu. Foi a vez de Lola abrir a boca para falar alguma coisa e depois fechar.

– Não sei. – Ela falou depois de um tempo.

– Você quer que exista? – Loki fez a pergunta que nunca ninguém havia feito antes. Todas as pessoas ao redor dela apenas insinuavam coisas na frente deles, ou por trás; mas nunca foram direto ao ponto.

– Eu acho que sim. – Lola sorriu mordendo um lábio inferior.

Loki revirou os olhos novamente.

– Vocês humanos gostam tanto de serem sentimentais. -.

– E você gosta de fingir que não é, Lokito. – Ela retrucou.

– Não me chame assim. – Ele a olhou com nojo.

Lola já estava rindo pronta para fazer um comentário irritante para Loki quando a porta do quarto deles foi arrombada com uma rajada de energia. Os dois pularam do sofá no susto e antes que pudessem entender o que estava se passando, três vingadores e outros dois asgardianos adentraram o ambiente.

– Olá. – Lola soltou um sorriso amarelo. Ela e Loki estavam acuados no polo oposto do quarto.

Thor tinha em punho seu martelo, o Capitão América usava seu escudo e o Homem de Ferro mantinha suas palmas prontas para dar outra rajada na direção de Loki. A cara de todos estava bastante irritada.

– Lolita, o que você pensa que está fazendo? – Tony perguntou de dentro de sua armadura.

– Fazendo o trabalho de vocês todos. Protegendo ele dos rebeldes. – Lola falou o óbvio.

– Pois a guerra já acabou e você não precisa tentar fazer o trabalho de mais ninguém. – Disse Sif. Os outros dois asgardianos eram ela e outro guarda.

A Lady segurava uma espada, enquanto o guarda uma pistola esquisita.

– Entregue-se, Loki, e não partiremos para a violência. – O Capitão anunciou, ele evitava ao máximo olhar para Lola. Estava bastante irritado com a traição dela.

– Ninguém vai se entregar aqui, Ele é meu prisioneiro! – Lola exclamou. -... Ele vai aonde eu for.

– Não é hora para brincadeiras, Lola. – Tony disse.

– Não estou brincando! Vocês o negligenciaram quando ele estava sobre o domínio de vocês, e eu consegui muito bem lidar com ele... Enquanto isso, vocês queriam que eu me trancasse no quarto como uma garotinha ao passo que acontecia o apocalipse em cima das nossas cabeças... – Lola se agachou para pegar o cetro de Loki que estava a seus pés.

– Lolita, sabemos que queria ajudar. Mas agora acabou. Não há sentido ter resistência... Largue esse cetro. – O Homem de Ferro falou pausadamente olhando para a arma.

Lola bufou uma risada.

– Você acha que ele está me controlando?! Não está!... Nem foi preciso usar da brutalidade de armas para que eu me mantivesse viva ao lado dele. Loki virou meu amigo. E só o entregarei a vocês assim que abaixarem as armas. Não é preciso nada disso! Não veem? Ele está acorrentado! – Ela exclamou mais uma vez o óbvio.

– SEU AMIGO?! – Steve não conseguiu continuar imparcial e rugiu irritado. – Um assassino em massa?! Ele está usando você de alguma forma! Só pode ser esse cetro!

– NÃO É! – Lola berrou no mesmo volume que Rogers. - Ele virou meu amigo e vocês nunca serão capazes de entender o motivo! Aceitem isso!... Não quero a liberdade dele, ele merece estar preso. Só quero que parem de apontar armas!

– Não podemos, não há como saber se ele não está te influenciando – Thor explicou.

– E não é só por isso! Ele é Loki! Nem se ele tenha mesmo virado seu amigo, o que é impossível, não podemos ter certeza se o que estamos vendo é real... Talvez você nem seja Lola de verdade, talvez seja tudo uma ilusão do cetro dele, e a verdadeira Lola esteja amarrada dentro do banheiro com uma mordaça na boca. – Tony explicou.

– VOCÊS ESTÃO LOUCOS! - Lola berrou mais uma vez. Enquanto a luz do cetro bruxuleou entregando sua interferência, Loki tentou prender um riso.

Ele estava usando o poder do cetro em Lola pela segunda vez. Ele queria vê-la se irritar com todos os vingadores, apenas por diversão para ele mesmo. Por isso ela estava alterada e pedindo coisas sem pé nem cabeça.

– LOKI NÃO ESTÁ ME INFLUENCIANDO COISA NENHUMA! – Ela continuava berrando.

– E por que você está apontando o cetro como se fosse atacar o Steve? – Tony questionou. - Está claro que ele não precisa estar segurando o cetro para enfeitiçar quem está perto dele. -.

Lola percebeu o que estava fazendo e soltou o cetro no chão. Ela virou o rosto para Loki e o questionou.

– Você me influenciou a fazer isso? – Ela o questionou.

– Não resisti. – Ele sorriu cínico.

– Está vendo! Não é seu amigo! Afaste-se dele! – O Capitão ordenou.

A Stark olhou para Loki boquiaberta, ignorando o comando de primeira.

– Você fez isso outras vezes? – Lola estava tendenciosa a se afastar dele.

– Somente uma. Fiz você dormir ontem. Você fala demais. – Loki confessou.

– Como posso ter certeza disso? Que foi só essa vez? – Ela questionou.

– Não pode. É essa a beleza da situação. Você nunca terá certeza disso, e não quero que tenha. Eu disse para não confiar em mim e não quero que confie. Você é como o homem que vivia nas cavernas, você é ingênua. Quero te ajudar a evoluir, e a única forma é fazendo você confiar menos no mundo ao seu redor. Seu mundo não é bom como o seu coração... – Loki explicava.

– Você é louco e doente como eles dizem! – Ela disse inconformada.

– Sou. E da próxima vez que falarem para não se aproximar de alguém perigoso, escute-os. – Ele a aconselhou.

Lola se sentia uma idiota, estava na cara que ele não gostava dela como ela gostava dele, era tudo encenação. Ou pior! Uma ilusão montada pelo cetro “demoníaco” e “‘espetador’ de dedos’ dele.

– Okay. Podemos levá-lo de volta para onde quer que queiram prendê-lo. Não tentarei fazer nada para impedir. – Lola cedeu encarando o Loki que estava montando a verdadeira farsa sem usar mágica para realmente ensiná-la uma lição.

Ele sabia que ela pensaria que tudo não passava de uma mentira. Mesmo tudo tendo sido verdade com exceção do “sossega leão” que ele deu nela e da pequena amostra de ira sem sentido há pouco.

– Não “podemos” nada. Nós levaremos ele, e você não está inclusa nesse “nós”. – Rogers começou a explicar com dureza.

– Como assim? – Lola perguntou confusa.

– Você está suspensa das atividades no prédio da SHIELD por seis semanas. – O Capitão continuava a informá-la das novidades.

– O QUÊ?! – A Stark perguntou surpresa.

– Foi uma votação unânime sobre a sua punição. – Ele permanecia severo como se não houvesse sentimento algum entre eles. – Todos os Vingadores, e o Fury. Sete votos para que você fosse afastada... -.

– Mas por quê?! – Ela perguntou quase chorosa.

– Você mentiu para todos, mais para uns do que para outros. – O Capitão dizia com ressentimento. -... Burlou limites de segurança que você não deveria ter tido acesso e libertou um prisioneiro de alta periculosidade que deveria ter permanecido preso até segunda ordem. -.

– Mas era um dever dos Vingadores proteger ele, eu só tentei fazer isso. – Lola tentou argumentar, ela não queria ser afastada.

– MAS VOCÊ NÃO É UMA VINGADORA! – Rogers berrou com Lola.

A luz do cetro bruxuleou nesse instante, mas ninguém percebeu, porque todos prestavam atenção na discussão. Ninguém olhava para o objeto no chão. Loki soltou um sorriso de canto de boca satisfeito.

Lola sentiu uma punhalada com a rispidez das palavras e do olhar de raiva que Rogers despejou nela. Era como se sentisse algo dentro dela se quebrar.

– Para onde eu vou? – Ela disse confusa olhando para cada um dos rostos naquele quarto que estavam contra ela.

– É claro que para casa. Finalmente para casa! – Tony retraiu a mascara de sua armadura e fez um gesto com as mãos para que a irmã fosse até ele. -... Venha até aqui, Lolita.

Lola deu uma carreira até o irmão e o abraçou com armadura e tudo.

– Desculpe se eu decepcionei você... – Ela fez questão de pedir perdão apenas ao irmão.

Naquele instante ela havia ficado com tanta raiva de Steve graças à grossura dele, que não queria pedir desculpa por ter usado ele como principal instrumento para conseguir os códigos de segurança da prisão de Loki.

– Tudo bem. – A mão da armadura de Tony afagou o cabelo dela.

O guarda asgardiano do lado de Sif encarou Lola de uma forma esquisita. Loki foi o único que notou isso quando já estava sendo puxado pelo antebraço por Thor.

– Posso andar muito bem, sozinho. – Laufeyson resmungou sem tirar os olhos do guarda encarando a Stark; aquilo estava muito estranho. Ele desconfiava de algo.

...

Tony e Lola andavam um do lado do outro conversando na frente do pátio do hotel de beira de estrada, tinham acabado de sair do quarto, e secretamente, ela contava em detalhes para o irmão empolgado como tinha feito tudo para enganar Tony, Bruce e Steve conseguindo as digitais e as retinas do Capitão que momentaneamente Lola tinha raiva.

Sif segurando o cetro estava há alguns metros atrás deles, assim como Steve, que estava tentando entender o porquê tinha sido tão rude com Lola agora há pouco. Ele estava irritado com o que ela tinha feito, mas não era para tanto. Foi como se os seus sentimentos por ela houvessem se invertido naquele instante.

Thor e Loki estavam mais atrás e o guarda no fundo de todos. O deus da trapaça estava completamente certo em desconfiar daquele sujeito.

Na primeira oportunidade que ele teve, o guarda e sua pistola esquisita ficaram no foco certeiro tendo Lola como alvo. Loki virou sua cabeça para trás, justamente por sua desconfiança no asgardiano desconhecido, e acabou vendo o momento exato que ele estava pronto para atirar na sua midgardiana irritante.

Ele não podia permitir que isso acontecesse. Lola era a humana fraca DELE! Loki não podia permitir que a matassem na sua própria frente.

– NÃO! – Loki rosnou livrando-se do braço distraído de Thor, permitindo que a farsa de suas falsas algemas, geradas por sua mágica desaparecesse. Revelando que ele estava sem as amarras de ouro desde antes.

Ele avançou na direção do guarda e agarrou às mãos sobre a pistola tentando desviar a mira para o chão. Loki não pode impedir que o disparo viesse diante de todos os olhos que já estavam virados para os dois.

– NÃÃÃÃÃÃÃO! - Foi o grito dado por Lola. Tony a segurou pelo braço e pôs-se diante dela defendendo-a.

O tiro da pistola havia sido desviado do destino original, mas atingiu um secundário. O guarda que na verdade era um rebelde fundamentalista disfarçado desde o começo da guerra, estava numa missão suicida. Ele devia tentar matar Loki quando tivesse a chance, e sabia que quando o fizesse encontraria seu próprio fim através das mãos de Thor ou de outro, mas quando viu a midgardiana tendo transgredido uma de suas leis antigas e fundamentais, ele se sentiu bastante tentado a cumprir a sentença dela.

O rebelde mirou na humana de costas, mas foi surpreendido pelo ataque de Loki. Ele não pôde cumprir a punição da humana inferior, e não precisou demorar muito para decidir retomar sua missão inicial, disparou o tiro da arma luminosa em Loki.

– Vá para o mundo Niflheim e espere pela midgardiana lá, em breve te encontrará. - O rebelde agarrou o ombro de Loki sussurrando perto do rosto dele.

Em seguida, o falso guarda soltou Laufeyson que caiu no chão com uma cara contorcida segurando a dor. Ele mirou a arma na própria cabeça, e disse pouco antes de disparar e explodi-la em milhares de pedaços:

– Asgard será governada por Reis dignos outra vez! -.

– Loki! LOKI! - Lola tentava desesperada se livrar dos braços metálicos do irmão. -... Me larga, Anthony!

Tony a soltou assim que o perigo acabou.

Lola partiu como uma bala, esbarrando até no Capitão sem se importar com isso.

– Mas o que foi isso? - Tony perguntou se aproximando com menos pressa.

Coube a Sif explicar a Tony e a Steve sobre a lei antiga que condenava a morte quem ajudasse na fuga de prisioneiros, já que Thor havia caído de joelhos para amparar a cabeça de Loki.

– Irmão... - O loiro sibilou tristemente.

– Loki! - Lola se jogou de joelhos escorregando no chão até ele. -... Seu cretino! Seu E.T. idiota! Esse tiro era meu!... Você estava me fazendo acreditar que era tudo mentira, que não se importava de verdade comigo e agora leva a droga de um tiro alienígena e brilhante por mim! Qual é o seu problema?! - Ela tentava analisar a saída de sangue da ferida que era na lateral do tronco dele, logo abaixo das costelas. - Estão vendo? Ele gosta de mim SIM! E eu gosto DELE também! - Lola se virou com os olhos já derramando lágrimas para encarar a cara de cada um dos quatro que duvidava daquilo. - Não morra, por favor! - Ela se virou novamente para Loki.

O deus da Trapaça deu um sorriso fraco.

– Pare de chorar, sua midgardiana fraca e desprezível. Não há necessidade. - Loki disse um tanto sem forças.

– Oh, Loki! Há sim! Não morra! - Lola procurou a mão dele e a pegou, apertando-a.

Tony, Sif e Steve não podiam negar que não sentiriam falta nenhuma dele, pelo contrário, sentiam até que seria um favor que ele faria para todas as galáxias quando morresse e suas maldades chegassem ao fim.

Mas Steve sentia outra coisa além do alívio com a morte eminente: ciúme. Lola estava se importando demais com um ser que não merecia nem pisar no mesmo chão que ela. Lola ter simpatia e sofrer por ele era incompreensível.

– Não mereço suas lágrimas, midgardiana tola. Mereço seu asco. - Loki acrescentou.

– Oh, não fale isso! - Ela chorava mais. - Você é malvado muitas vezes, mas... mas... Não o tempo todo! – Lola procurava um consolo para o “moribundo” nos braços do asgardiano loiro.

– É verdade, irmão. - Thor concordou também emocionado.

– A vida é mesmo injusta. Eu, um ser que fez tanto mal a humanidade. Estou recebendo na hora de minha partida o sofrimento da midgardiana com o coração mais puro e ingênuo que conheci, não sou digno disso... Isso é tão erradamente injusto que eu acho que é por isso que não estou morrendo de verdade. - Loki anunciou.

– O QUÊ?! - Os cinco se sobressaltaram.

Três por decepção misturada com surpresa, e dois apenas por susto mesmo.

– Eu fiz a ilusão na cabeça do rebelde fazendo o pensar que eu estava na mira exata dele, mas na verdade estava apenas parcialmente... Ele só me atingiu de raspão, vocês virão o estrago que o tiro fez na cabeça dele, acha que eu ainda não teria no mínimo um buraco imenso no meu ventre?! - Loki esclareceu.

Thor riu como uma criança dizendo:

– Você é como aquele filme que a Jane me fez assistir: Duro De Matar! -.

Loki revirou os olhos.

– Mas você ainda está caído no chão ferido. - Lola ainda não se animara.

– Nossa capacidade de cura é bem mais rápida. - Ele acrescentou ainda com dor.

– Vocês asgardianos?! - Lola deduziu.

– Não. Nós gigantes de gelo. - Ele corrigiu-a comprimindo os lábios tentando um sorriso fraco.

– Vamos, Sif. Me ajude a carregar esse mais novo herói de volta para o prédio da SHIELD. - Thor pediu ajuda a Lady. - Lá vão adorar te remendar. - O loiro disse ao irmão com um pouco de ironia. Nenhum agente ficaria feliz tendo que cuidar de Loki.

Lola queria muito acompanhar, mas sabia que não deixariam, e não queria dar a chance do mais novo e rude Steve gritasse com ela daquela forma outra vez. Ela partiu com Anthony.