A Odalisca escrita por Titina Swan Cullen


Capítulo 9
Capitulo 9


Notas iniciais do capítulo

Volteeeeiiiii!!!! Cap. Em homenagem as fofoletes Tatiane Aloquio, Dcm, Anne Lizzy Bastos e Viviane Patri. Muito obrigada pela recomendação e belíssimas palavras. Sinto muito pela demora, mas saiba que graças a vocês e todas as outras que também deixaram um comentário foi que me empenhei para voltar. Curtam e comentem, bjos



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Na única parada durante toda a viagem, Edward tratou de rasgar as mangas de sua túnica e cobrir seu rosto e o de Bella. Tentava evitar que fosse reconhecido, o que era quase impossível estando montado em seu exclusivo puro sangue.

A feira livre estaria apinhada de pessoas nas ruas àquela hora do dia e só serviria para dificultar a passagem do sultão. Por mais rápido que Jafar galopasse não seria o suficiente para que chegassem ao castelo antes do entardecer.

Decidiu então seguir pela parte rochosa que teria a estrada direta para o palácio, não precisando assim seguir pela cidade. Embora fosse de pior acesso e suscetível a emboscadas.

Na pressa de sair da cidade em busca de Isabella, não havia trago nenhuma arma para defendê-la, caso houvesse necessidade. Verdade que dificilmente algum inimigo iria se atrever a atacá-lo em terras de seu domínio, porém os abutres do deserto eram muitos e sozinho temia pelo bem estar de sua amante. Esperava que seus homens já estivessem a sua espera, guardando sua volta segura com Isabella.

Olhava para todos os lados a procura de seus homens, que já deviam estar de prontidão, preparados para sua volta.

Não é possível que ainda estejamos tão longe! – ralhou entre dentes em sua língua nativa.

E foi só acabar de falar que ouviu o som de um veículo se aproximando. O barulho das patas de cavalos misturavam-se aos gritos selvagens dos homens que saudavam o retorno seguro de seu líder. Um grupo de 10 cavaleiros veio de encontro à eles acompanhados de um jipe 4x4 com mais três seguranças armados.

O coração de Bella batia freneticamente e misturava-se ao som dos cascos dos cavalos no terreno acidentado. Ela não entendia o que estava acontecendo e temia estarem sendo atacados. O ar em volta deles estava denso de poeira e os raios de sol daquela hora da manhã, brilhavam no metal do veiculo cegando-a.

Tentou virar o corpo para poder ver o rosto de Al Badim. Apenas seus olhos estavam visíveis e pareciam contorcidos num sorriso.

Estavam...iluminados.

Sim. Al Badim sorria. Ele estava no lugar dele. Ali ele se sentia feliz, livre. Como se para confirmar-lhe começou a falar com os homens de maneira tão rápida e eles começaram a rir, como se estivessem ouvindo alguma piada.

Isabella voltou a olhar para frente. Era certo que não precisava se preocupar, por enquanto. Bastaram mais alguns minutos até que a estrutura de marfim surgiu a sua frente.

Vislumbrar a imensidão branca no alto da montanha rochosa trouxe Bella de volta a dura realidade. Haviam acabado de entrar na cidade e dentro de poucos minutos logo estariam no palácio.

Ela ainda estava aconchegada no peito firme de Al Badim, com os olhos bem abertos, porém sem nada ver. Cenas pipocavam em sua mente, trazendo a tona tudo o que ela estava sendo obrigada a passar depois que chegara aquele lugar. Respirando fundo relembrou-se de tudo o que Edward era para ela. Era o homem escolhido por seu coração para amar pelo resto da vida. Era um homem gentil e que a fazia se sentir bem. Aquele Edward que conheceu na Inglaterra jamais faria essas atrocidades com ela; simplesmente para quê? Alimentar seu ego viril de homem das cavernas? Ser trazida a força para um lugar totalmente desconhecido, com uma cultura que parecia ser anos luz atrasada da sua. Ser obrigada a dormir no mesmo local que as amantes de Edward e quase ser morta por uma tempestade de areia.

Ultrapassava todos os limites absurdos com os quais ela imaginou algum dia passar na vida.

Se bem que a tempestade foi minha culpa. Se Edward não chegasse na hora, não sei nem o que podia ter me acontecido...”

Não! Não!Que absurdo estava pensando?! É claro que a culpa era dele! Se ela estivesse na Inglaterra estaria muito bem, já trabalhando e quem sabe até num relacionamento sadio com um homem que a respeitasse.

“Poderia me casar, ter filhos e... e... que droga! No que eu estou pensando? Ter filhos, casar? Ainda mais com ele tão perto, tão próximo a mim.”

Sim, maldito coração que ainda o amava. Enquanto estivesse ali com ele, seria impossível esquecer do sentimento que nutria por Al Badim.

“Devo sim, na próxima oportunidade ir para bem longe, só que dessa vez não irei pelo deserto, talvez pelo mar ou quem sabe o ar....”

– Por que está tão quieta, minha querida?- a voz doce de Edward ressoou em seu ouvido, fazendo-a lembrar-se de onde estava.

– Não sou sua querida! - instantaneamente enrijeceu o corpo afastando-se dele. Inclinou-se para frente para que o tocasse o mínimo necessário devido ao pouco espaço em cima do animal. Não podia correr o risco de cair novamente em suas armadilhas de sedução.

Os outros homens continuavam lado a lado com o sultão, só que agora eles iam no centro.

Era certo que só ouvir sua voz já a deixava com taquicardia, suando frio, perdendo todas suas faculdades mentais e teria que usar toda a concentração para não deixar que ele fizesse dela o que bem entendesse.

Como foi tola! Uma imbecil naquela tempestade! Permitir que ele voltasse a tocá-la daquela forma, que a dominasse e ela cedesse a seus caprichos. Com certeza seus miolos estavam fritando com aquele calor do deserto!

Al Badim no mesmo instante sentiu a doce e amável Bella se afastar e ceder lugar a intempestiva e distante Isabella que estivera presente todos os dias desde que chegara.

– O que foi?- ele questionou com a voz seca já prevendo as nuvens negras se aproximarem do humor dela. Jafar deu os primeiros galopes na subida ingrime.

–Ainda pergunta? O que espera que eu diga?- inclinou ainda mais o corpo segurando na crina do animal. - Que lhe agradeça por me trazer de volta para essa prisão?

Edward travou o maxilar fazendo o possível para se controlar. É verdade que ele jamais amara mulher alguma como amava Isabella mas não era de hoje que ela fazia o impossível para tirá-lo do serio. E por mais que tentasse tirar paciência de onde já não tinha para fazer suas vontades, já estava mais do que na hora de por Isabella em seu devido lugar.

Passou o braço em volta do tronco de Isabella à força, puxando-a para perto sem se importar com as marcas que deixaria ali. Para ele não importava suas birras para soltá-la. Porém, ao sentir o perfume dos seus cachos ainda tão vivo, mesmo que coberto com a areia do deserto, o cérebro traidor inundou seu corpo de comandos libertinos capazes de envergonhar a maior de todas as meretrizes.

Sim. Queria muito entrar nela, sentir a maciez de seu corpo e seu nome sendo chamado por ela. Sedenta por mais.

“Mil maneiras diferentes de possuí-la ali mesmo.”

Jamais tivera que fazer isso com mulher alguma e não seria diferente com ela. Por hora esperaria. Não queria se indispor com ela fazendo-a enxergar quem mandava naquela porra ali.

Por hora queria apenas um pouco de tranquilidade com sua albi. Chegar o quanto antes em casa e tirar toda a sujeira do corpo dela. E quem sabe com um pouco de sorte ela não deixasse ele tomar um banho com ela.

“Sonha!”- a consciência de Al Badim gritou.

É... Isabella estava sendo muito dificil. O sultão achava que aquela altura, ela já teria se acostumado com toda a mudança, mas ela continuava irredutível. Alheia a qualquer simples gesto de carinho.

“Ela iria querer fazê-lo sofrer por trazê-la a força. – suspirou – Se este era o preço a ser pago, pagaria. Jamais conseguiria deixar de amá-la”.

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Os sapatos de couro de Mohamed ecoavam ao longo do caminho que o levaria a presença de Carlisle. Já havia comunicado ao emir que os seguranças já estavam com Edward e logo ele estaria no palácio. Já imaginava o motivo de ser chamado as pressas pelo rei. Pelo fax na madrugada, havia recebido informações a respeito do sumiço de uma inglesa. As denuncias levavam até Edward que segundo a mãe da vitima, havia sido seqüestrada por ordem dele. Até o momento não haviam provas. Nada além de fotos das câmeras do condomínio onde a moça residia com homens encapuzados.

Nada que pudesse levar até Al Badim. Exceto uma única foto com os dois juntos saindo de um veículo. Até ai nada demais! Afinal ela poderia ser apenas uma das centenas de mulheres que se deitara com o sheik. Nada, se não fosse a mãe da moça que parecia estar movendo céus e terras, pedindo ajuda até a consulados de outros países para que cuidassem do caso.

A sorte era que a Scotland Yard, principal inteligência da Inglaterra vinha conseguindo bloquear todas as tentativas de Renné de conseguir ajuda.

Os guardas armados abriram as portas duplas de madeira maciça dando passagem à ele.

Alteza...- Emmet curvou-se em sinal de respeito.

O emir tinha os lábios franzidos examinando a documentação traga mais cedo pelo conselheiro.

Levante-se. – pediu o emir fazendo sinal para que Emmet se aproximasse. Em seu rosto a preocupação estava estampada – Preciso saber...alguém mais sabe sobre isso?

O conselheiro olhou para os papeis espalhados pela mesa. Fotos, registros, uma serie de denuncias.

Não meu senhor... ninguém além do senhor, o ministro de relações internacionais e eu sabemos.

Carlisle balançou a cabeça em concordância.

– Ótimo...ótimo... não podemos permitir que ninguém mais tenha acesso a essas informações.

Olhou pelos vidros para o jardim repleto de plantas nativas. Os cactos eram os que haviam em maior quantidade. O verde das folhas, em diversos tons, e mesmo com o calor intenso, cada um tinha uma ou duas flores dando ao deserto uma nostalgia primaveril.

Gosto muito de você Mohamed. – Carlisle virou-se para olhar nos olhos do conselheiro– Como se fosse meu próprio filho. Quando sua mãe Elizabeth o confiou a mim, não tive dúvidas do rapaz integro e honrado que se tornaria.

– Eu também sou muito grato a família, meu senhor.

– Não. Não deve ser grato. Não fiz mais do que o certo.- sorriu – Acredita que tinha o sonho de que se casaria com minha filha?

Emmet sorriu sem graça. Sabia disso muito bem, mas tanto ele como a filha do emir se viam apenas como amigos. Grandes amigos.

Mas a gente não manda no coração não é mesmo?

–Esse é sem duvida um ditado antigo e muito certo meu senhor. E também é certo que a senhora Alice está muito bem casada.

– Sim..sim. Apenas temo que esse não seja o caso de Edward. Achei que com o tempo ele fosse gostar de Rosálie, mas vejo que não será assim.- olhou para o conselheiro buscando por alguma confirmação.

Emmet nada disse. Estava claro como vinho que aqueles dois nunca seriam um casal feliz. Mas não seria ele a dizer. Por isso apenas abaixou os olhos.

– Foi o que pensei...- Carlisle sorriu com amargura. – Edward e Rosalie são segundo as escrituras, o casal predestinado, porém confesso que cansei de ver meu filho servir como bode expiatório. Por outro lado, vejo o quanto Edward abriu mão de seus sonhos desde criança, sempre comprometido com os deveres dos reinos. Na verdade não lembro de ter visto uma única vez ele ter agido como uma criança de verdade. Brincando, jogando bola, ou tendo um namoro verdadeiro, alem de encontros casuais e arranjados.

Emmet coçou o supercílio. Também gostava muito do emir. E essa era talvez a pior missão para qual ele o estava designando. Uma palavra dita erroneamente seria como o fogo necessário para todo o mar de pólvora que os países tanto do Oriente como Ocidente precisavam para começar uma nova guerra que poderia dizimar desta vez bilhões de vida.

Por enquanto não passam de especulações...- começou – Uma noticia dessas não tardará a chegar ao Oriente. É tudo uma questão de tempo. Logo virão atrás dela. Não vão aceitar que uma européia...

Não permitirei que façam mal a essa moça.– Por algum motivo, o instinto de proteção para com essa moça estava muito aguçado. Carlisle voltou a mesa guardando os papeis no envelope pardo. Levou-os até o castiçal aceso e encostou a ponta na chama. – Sem provas disso, teremos mais tempo para agir.

Ambos olharam a chama azul flamejante consumir rapidamente o envelope.

Se me permite saber,- Carlisle sentia o constrangimento de Emmet ao falar do assunto - o senhor já pensou no que fará?

– Não tenho certeza se devo permitir. Ainda é cedo para falar da minha parte. – jogou as cinzas na lixeira– Achei que talvez com o tempo ele fosse gostar de Rosalie, mas já faz anos que se relacionam e nunca vi sequer mencionar o nome dela ou um olhar que demonstrasse carinho, preocupação com ela. – suspirou pesarosamente -Ao contrário dessa moça. Cheguei ontem e vi como ele preza por ela. Não se trata de uma simples serva.

O emir jamais havia visto Edward, algum dia ter trocado os pés pelas mãos, aflito em chegar a algum objetivo; sempre esperara pacientemente à espreita, olhando do alto como uma águia esperando o melhor momento para caçar sua presa.

–Edward agiu muito errado, fazendo o que fez para trazer a moça aqui. Preciso saber dela, como ela se sente, o que sente por ele. Da parte dele... – Carlisle sorriu– já me forneceu todos os indícios que gosta muito dessa moça. Atrevo-me a dizer que talvez ele realmente a ame.- sorriram.

Sem que fosse anunciada, Esme irrompeu gabinete adentro. Os dois guardas olhavam temerosos para o emir, porém Carlisle conhecia bem a esposa.

Esme colocou as mãos na cintura e quando abriu a boca para falar, o emir ergueu a mão para que esperasse.

– Oficialmente você partirá amanhã cedo para a Inglaterra.- disse em inglês para Emmet. – Assim que Edward chegar mande-o vir até mim.

Mohamed acenou com a cabeça e fez uma reverência aos reis ao sair.

Carlisle olhou para a esposa acendendo o recipiente com o incenso de mirra para camuflar o cheiro da fumaça do envelope.

– Por que insiste em falar em inglês quando estamos em nosso país?- praticamente cuspiu.

– Sabe o quanto gosto de ter sua companhia, mas tem assuntos que precisa ser anunciada antes, meu amor. – caminhou até ela. – Para sua própria segurança, tem coisas que é melhor não saber. São assuntos que apenas a preocupariam. – segurou suas mãos e uniu-as atrás do corpo num abraço.

Desde que chegara ainda não tivera o mínimo de tempo junto com Esme. A esposa sempre fora muito dócil e amável. Carlisle se sentia culpado por essa mudança. Quando ele havia se casado com a segunda esposa, ela tomou isso como grande ofensa. E desde então se tornara tão amargas como as águas do rio Mara.

Esme virou o rosto desviando do olhar do marido. Não suportava ser repreendida por mais errada que estivesse e nem mesmo quando ele usava todo o jeito meigo para isso.

Vamos minha rainha, diga o que quer de mim.- pediu sabendo que com essas palavras faria o coração da esposa se derreter. Esme gostava de ter seu ego inflado e o emir sabia bem como fazer isso.

Quero que mande libertar Zafrina! – disse de uma só vez. Carlisle bufou soltando suas mãos.

Já disse que quanto a isso não poderei intervir. – Mais tarde, com mais calma, Carlilse iria falar com o filho, mas Emmet havia lhe dito do comportamento da rainha para com Isabella quando ela chegou e se o seu plano desse certo não iria querer as duas sem se falar. Esse seria um bom motivo para unir o útil ao agradável.

– Mas você é o emir...

Não concordo com o que ele fez.- interrompeu-a– Edward a sentenciou na frente de todos. Não posso passar por cima da ordem dele. Mesmo sendo o emir.

–Zafrina está na família ha anos; ela não fez por querer. Ele até a pobre da nossa nora, que não quer nem sair mais do quarto. Foi tudo culpa daquela... daquela charmuta!

– Esme! – alertou – Se eu fosse você trataria melhor essa moça.

– O quê? Você só pode estar brincando! Desde que entrou nessa casa ela não demonstrou nenhum respeito para comigo.

– E tenho certeza que nem você com ela.

–Você não estava nem aqui para...- parou por um momento lembrando-se - Ah é claro... Mohamed, aquele fofoqueiro, ele sim devia dar bons conselhos ao nosso filho, mas não...

– Talvez ela não seja de todo ruim, - tentou um tom de voz calmo– se der uma chance para ela...

– Chance para uma odalisca? Ela não passa de uma prostituta e se, se Edward a encontrar, eu exigirei que seja expulsa daqui! – Carlisle olhava para a esposa tentando encontrar um modo de convencê-la.

Talvez somente essa moça consiga fazê-lo conceder o perdão a Zafrina.

– Ouça o que está dizendo, marido! – Ela é uma odalisca. O.D.A.L.I.S.C.A! Quando que uma puta vai decidir o que deve ser feito? Quando uma odalisca será maior que a mulher? – O emir entortou a boca em desgosto. Fora nomeado embaixador pela luta dos direitos das mulheres no Oriente Medio, mas precisava mudar essa atitude antes em casa. Tanto na visão de seu filho, que seqüestrava mulheres como da esposa, que desvalorizava a todas as outras.

– Ainda não a conheço, e pelo pouco que sei parece que nosso filho estima muito ela. Quem sabe com um pedido dela ele não deixe Zafrina livre? Fale com ela. – instigou– Assim que ela chegar, vá até ela, minha rainha. Mostre a mulher generosa e gentil que é.

– Eu jamais pedirei algo para essa...essa...ODALISCA!

– Então eu temo pela vida de Zafrina.

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Bella olhava para o teto incrédula! Como permitiu ser levada de volta para aquele lugar?

“De volta ao harém.”

Estava deitada na cama com todas as outras odaliscas ao redor dela, falando alto e gesticulando, querendo saber onde ela havia estado todo esse tempo.

Bella não precisou muito para ignorá-las já que o cansaço parecia ter tomado conta de seu corpo após o banho. Negou a refeição de tão enraivecida que estava.

– Namshi anáss!- disse umas das poucas palavras que aprendera não se importando de ser grosseira.(Vou dormir)

Colocou o travesseiro no rosto e virou-se para a parede. Parecia que as odaliscas não iam se dar por vencida e Bella ainda podia ouvi-las tagarelando com o som abafado pelo travesseiro.

Logo ela não mais se importou com o barulho. Apenas as lembranças a atormentavam. Levou os dedos a boca como se ainda pudesse sentir os lábios quentes de Al Badim ali colado aos dela.

Precisava esquecer o que aconteceu. Esquecer seu sabor, seu halito, seu cheiro único...

E com esses pensamentos adormeceu.

Isabella acordou meio confusa. A luz do sol estava baixa, fraca. Já devia ser quase noite no deserto, e essa foi a primeira impressão que ela teve ao despertar.

O Harém estava silencioso e ela estranhou a falta do falatorio das meninas. Só que não tardou muito para que Bella percebesse o motivo. Em pé ao lado da mesa de refeições estava Laurent e ao seu lado, sentada numa cadeira coberta com um lençol de linho branco, estava a mãe de Edward.

Ela estava ali!?

E se não acreditasse fielmente que estava tendo uma visão, Bella acreditaria que ela tinha um leve sorriso no rosto.

Como se por encanto, a visão falou:

Estava lhe esperando acordar.- Laurent ao seu lado, traduziu e Isabella empalideceu pela declaração.

Desde a “conversa” constrangedora que tiveram quando chegou ao palácio, Isabella sentia-se envergonhada pelo modo que agira. Talvez por ter sido vitima dos fatos descabidos provocados pelo filho da distinta senhora, pudesse explicar toda a falta de educação que expôs na presença de uma realeza, mas o fato é que se arrependia muito. Talvez até mais do que devesse, já que a mesma senhora também não agira como uma rainha.

Era só o que faltava. O que aquela mulher estava fazendo ali?”

E ainda com um tradutor ao lado? Talvez tivesse vindo humilhá-la ainda mais. Não. Nada do que ela falasse, podia lhe interessar.

Mandei Laurent preparar uma sopa para você. – Esme fingiu não se importar com a carranca dela ao ouvir a tradução.

Isabella olhou para onde Esme apontara e só então foi nocauteada pelo delicioso aroma que vinha da travessa.

“Não coma, deve estar envenenada!”

– Obrigada, mas não estou com fome. – mentiu olhando para Laurent e esperando que traduzisse.

Tudo bem. – Esme tentou sorrir de maneira agradável mas a cada hora a careta ficava maior.

Se sentia humilhada, ultrajada! Nunca tivera que descer tanto na vida como agora! Pedir favores a uma mundana, a uma puta! Mas a vida de Zafrina valia mais que isso. Ela tinha com a velha senhora uma divida de gratidão e se o emir achava que essazinha conseguiria libertá-la, ela engoliria o orgulho e... pediria a essa...“ Charmuta!”

Bella sentou-se tentando de algum modo ficar apresentável a mãe de Edward. Sabia o que ela achava dela, mas não era por isso que deixaria ser vista como uma qualquer. Estava vestida com a burca, totalmente coberta e talvez o pior, além dos olhos inchados de quem acabara de acordar, fosse seu cabelo. Havia lavado ele para tirar a areia e dormido com ele ainda molhado.

Já que não quer comer, creio que posso ir direto ao assunto. – cruzou as pernas pousando as mãos sobre ela.- É de seu conhecimento que não sou favorável a sua estadia nessa casa. E só Allah sabe o quanto me custa para vir até aqui...deixe eu acabar...- ergueu a mão quando Isabella ia revidar ao ouvir a tradução– Enfim, - decidiu que sendo breve e direta menos tempo ficaria na presença da odalisca. - Edward castigou Zafrina por ajudá-la na sua fuga... Deixe-me acabar! - Quero que fale com ele, já que você a coagiu para ajudá-la nessa farsa. – lembrou das palavras do marido sobre mostrar o quanto poderia ser gentil – Ou melhor...estou pedindo que faça nada mais que sua obrigação.

Caminhando silenciosamente pela ala norte, Bella seguia Laurent até o matadouro. Sim, matadouro porque em algum momento de sua vida, segundo Esme, Bella se transformara numa caça que precisava ser abatida por seu filho.

“Faça o que for preciso!” – foi o conselho de mamãe Al Badim.

“Incrivel! Mas o que ela estava pensando?” - pensou Bella ciente das segundas intenções de Esme.

Conseguiam a cada dia chocá-la ainda mais com os costumes do lugar. Em que mundo essas mulheres viviam, que achavam que o sexo seria a resposta para tudo. Ainda mais, depois de tudo o que ele fez.

Uma ova que se submeteria a isso!

“E pobre Zafrina. Como Edward havia sido capaz de fazer isso com ela?”

Esme estava certa numa coisa. Ela não podia colocar outras pessoas em perigo. Teria que esperar uma melhor oportunidade e tentar sozinha.

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Assim que foi informado pelo pai de suas intenções, Al Badim imaginou mil formas de persuadir Bella. Porém todas elas levavam a uma única vontade de sua albi.

“ Quero ir embora!” – provavelmente ela gritaria.

Quando chegou do deserto, Rosalie o esperava com um sorriso doce e submisso. Dissera que o amava e que não tinha culpa pelo ocorrido com a serva. Edward sorriu em retribuição pensando em como as duas mulheres eram diferentes. Talvez ele tivesse sido injusto, culpando-a do que acontecera. Queria acreditar que ela jamais agiria dessa forma. Ela sabia dos costumes e tradições do seu povo. Não interferiria na vida sexual do marido com outras mulheres.

Isabella já era totalmente o oposto. Enquanto estavam na Inglaterra ela sempre fazia o que ele queria, embora de um jeito ou de outro ela tentasse burlar algo aqui ou ali. Tinha um jeito teimoso, atrevido que ao mesmo tempo em que o deixava raivoso também o deixava preso a ela.

Rosalie , a mulher ideal para a figura política de Al Badim. Já Bella, a mulher ideal para a vida a dois. Era com ela que ele queria construir sua família, era para seus braços que gostaria de voltar a noite, após um longo dia de trabalho.

Tirando-o dos devaneios, Rosalie começou a tirar-lhe as botas. Seu sorriso era libidinoso, algo ensaiado. Não era simples e natural como o de Bella.

Porém para um homem do deserto, nada passa despercebido e aquele olhar que a esposa trocara com Zafrina dizia algo muito alem. Segurou as mãos da esposa, dando um beijo em cada uma.

Achou por bem descansar num quarto distante. Pelo menos por algumas horas até que se acalmasse um pouco.

Ná conversa com o pai, soube Esme pediria um “favor” para Isabella. É claro que o favor era sobre a empregada bilíngüe que ele colocara para ajudar sua habibt. Não teve nunca intenção de ferir a senhora, mas naquela hora teria que achar um culpado. Assim que voltou do deserto, deu ordem para libertar a anciã.

Isabella não precisava saber disso. E pelo visto nem a mãe sabia.

Um pequeno castigo do pai.

E porque não uma boa hora para mostrar para Isabella o quanto ela ainda era dele. O quanto ele ainda era o senhor de todas suas vontades.

Já sabia o que o Carlisle iria propor. Agora só teria que convencer Isabella do que ele já sabia que ela queria. E que seria o melhor para os dois.


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Notas finais do capítulo

Primeiro vamos a fic. Parece que as coisas vão começar a se acertar para nosso casal divo do deserto. Papai Al Badim, tem planos em mente. Esme ainda não conseguiu mostrar essa boa pessoa que Carlisle acredita que é; Acho que só um susto muito grande para ela aprender ; e Edinho já tá todo pimpão de novo e quer por que quer fazer valer sua autoridade macho ômega no deserto. Algo me diz que o próximo cap vai ferver. SPOILER: Para quem queria ver nossa belinha dançando a dança dos sete véus, é chegada a hora. Como será que Edinho ficará com essa demonstração? Rsrsrsrs
Bom o que dizer? Mas uma vez agradecer pelo carinho de todos vcs que me mandaram MPs, que comentaram e recomendaram a fic. Fiquei muito feliz e lisonjeada e espero que a fic continue agradando a todos nós. Peço mil perdões pelo atraso colossal. Estava concluindo a monografia e emendou festas de final de ano, família acampada aqui em casa há 2 semanas, então tudo fica um pouco mais complicado. Pretendo voltar com as postagens normais aos domingos, espero conseguir. Se não for nesse( não me matem, rsrsrsr) será no próximo com certeza. Um grande bjo e fiquem com Deus.
FELIZ 2015!!!!!!!!!