A Odalisca escrita por Titina Swan Cullen


Capítulo 35
Capitulo 35


Notas iniciais do capítulo

Olá fofys
Desculpem a demora( acho que nem foi tanta assim rsrsrsrs)
Muito obrigada a todos os comentários do capitulo anterior. E tivemos uma vencedora: Isabella ou Amirah????? Foi uma disputa acirrada e saberemos no próximo capitulo, que acho que será o ultimo (ToT) e talvez tenha um epílogo, vamos ver...



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Pov  Isabella

— É melhor dormir um pouco. – Edward disse com um braço em volta do meu corpo e sua mão repousada sobre minha barriga.  Eu estava muito bem aconchegada, bem apertada nesse meio abraço nas poltronas da aeronave. Ficava beijando minha testa, meu rosto e o alto da minha cabeça.

É claro que eu não iria dormir desse jeito.

Depois de tanto tempo dormindo naquele hospital, me sentia muito descansada. Estava muito ansiosa com essa viagem. Ele não queria me dizer para onde iríamos alegando que era mais seguro no momento. Depois de tudo que passamos nesses dias, essa desculpa era no mínimo plausível. A verdade é que queria muito voltar para Omã, só que tinha que admitir que meu coração começava a palpitar muito rápido quando pensava em ver o rosto de cada um das pessoas de lá e imaginar que me culpariam pela morte de sua princesa prometida.

A única informação que tinha era a de que não estávamos retornando para Omã, Egito ou qualquer outro lugar do Oriente.

Emmet ia com a gente no avião, além dos dois pilotos, seis seguranças e uma aeromoça, que segundo Edward era sargento das forças armadas com nível superior em enfermagem. Ela, eu já sabia, ficaria comigo até que o bebê nascesse. Zafrina também se ferira durante o ataque e o emir aconselhara Edward a aposentá-la. Fiquei muito feliz quando soube que Alice a tinha levado junto com sua neta para seu reino.   

— Eu não quero dormir.  Quero conversar.

Ele pareceu descobrir minhas intenções, já que sorriu um pouco e balançou a cabeça.

— Está bem. Então sobre o quê minha esposa nada cansada gostaria de conversar? – perguntou me apertando um pouco mais em seus braços.

— Você sabe.

— Não quero falar sobre isso. -  me afastei minimamente e o olhei com cuidado.

— Não acho que eles deixarão isso passar. Rosálie – dizer o nome dela em voz alta me provocou calafrios – ela...ela era muito querida e cedo ou tarde teremos que encarar as conseqüências.

— E eu me responsabilizarei por elas. – tocou minha testa com a ponta do dedo. – Tire essa ruga de preocupação.

—Não é disso que eu estou falando. Você estava me defendendo. Como quer que eu não me preocupe com o que o Conselho possa fazer?

— O que quer que o Conselho planeje fazer, não vão conseguir te atingir. – revirei os olhos. Edward era mesmo inacreditável.

— Estou me referindo ao que podem fazer com você! – eu estava apavorada só em pensar nas mil maneiras que aqueles anciãos pudessem ter para torturar alguém.

Ele soltou um riso severo e frustrado.

— Como posso explicar para minha doce esposa que ela não tem que se preocupar com isso? Eles não poderão nos fazer nada. Nem a mim, nem a você, nem a Alice, Jasper ou a meu pai. Só quero que se preocupe com este aqui. - sua mão espalmou minha barriga. - Se preocupe apenas com nosso filho. Nada mais.

O encarei por alguns instantes.

— Está bem. – suspirei derrotada e me afundei no assento.  Não adiantaria nada ficar falando sobre isso. Ele não iria me dizer nada mesmo agora. – Diga então para onde estamos indo.

— Não posso dizer. É uma surpresa.

—Edward! – ralhei. Ele estava querendo me tirar do sério.  - Sabe que não gosto de surpresas. - cruzei os braços e fiz um pequeno e falso bico.

— Dessa você vai gostar. – voltou a me abraçar nem se importando com minha birra.

Voltei a suspirar emburrada. A culpa não era minha se Edward estava me mimando a esse ponto. Eu já estava me sentindo como um peso morto que ele tinha que carregar, ainda mais me escondendo as coisas como eu suspeitava que ele estava fazendo desde que acordei no hospital.

Ele levantou do seu lugar e se sentou sobre os tornozelos na minha frente.

— Assim curiosa, você fica ainda mais linda. – ele nunca caía em minhas armadilhas. Ao contrário de mim.  Reparei que ele estava perto demais e essa proximidade não me permitia pensar com coerência.  Passei meus braços em seu pescoço. Olhos pretos nos verdes.

— Sabe que tanta curiosidade pode fazer mal pra gestação? – disse aproximando vagarosamente nossos lábios.

— Curiosidade? Que tipo de mal? – ele dava sinais de preocupação.

— Seu filho  pode nascer com cara de interrogação? – ele abaixou a cabeça rindo.

Fazer o quê? Eu tentei.

— Que tal se evitar a curiosidade minha habibit?

— Não consigo evitar com um marido tão provocativo assim. – respondi e o beijei. Imaginava que o beijo dele poderia incendiar a mais recatada das moças, o que dirá de mim que estava com os hormônios enlouquecidos pela gravidez. A culpa não era minha se não conseguia resistir as chantagens dele.

O beijei e me derreti em seus braços. Ele me beijava com a mesma vontade, como se nunca fosse ser o bastante. Eu estava com os pensamentos tomados quando me afastei um pouco para retomar o ar. Enterrei meu rosto no ombro dele para tentar controlar a emoção. Sabia que o amor que sentia por ele sempre fora grande , mas agora depois de tudo o que passamos, parecia ter aumentado de uma forma extraordinária.

Quando voltei a encará-lo, os olhos de Edward brilhavam de felicidade e um bocadinho de luxuria.

— Sei que não devo, que você precisa descansar – ele sussurrou – Senti muito sua falta - afastou alguns fios do meu cabelo para trás de minha orelha - Queria muito amá-la. Nesse momento. – ele estava querendo me distrair.

E funcionou.

— Não me importo de que seja aqui e agora. – as mãos de Edward apalpavam minhas pernas por baixo do vestido me trazendo mais para si.

— Eu teria que ir bem devagar, me controlar ao máximo. – dizia com a boca em meu pescoço. – E você não poderia deixar escapar nenhum som.

Embora fosse tentadora sua proposta, eu sabia que ele estava brincando.

—Não está falando sério. – o desafiei pouco me importando de fato. Estávamos com seguranças na parte de trás do avião, bem afastados, mas claro que estariam atentos aos nossos movimentos. Emmet e Zulma deviam estar na cabine do piloto.

— Ah...estou falando sério com certeza.

— Estamos cercados por câmeras e seguranças. - o lembrei.

— Posso mandar desligá-las e ordenar que eles esperem na cabine do piloto até segunda ordem. – o olhei desconfiada - Quer ver?  – ficou de pé – Cavalheiros...

— Não. – falei um pouco alto segurando sua mão para que se calasse. Ele voltou a se abaixar em minha frente – Não – sussurrei.- Talvez tenhamos que esperar até chegar num local mais privativo. Não ficaria bem para o rei de Omã ser visto em situações um pouco indecorosas com a esposa.

— Tem razão. – respondeu e voltou a roçar seu nariz em meu pescoço - Só queria saber se Emmet é responsável por pôr esses pensamentos na sua cabeça. – falou dando beijos suaves por toda a extensão.

— Ele só está me ensinando a me portar como uma verdadeira rainha. – envolvi meus braços em seu pescoço. Meus dedos passeavam nos cabelos de sua nuca.

— Você já é uma verdadeira rainha.  – abaixou a cabeça em meu colo e cruzou os braços em minha cintura. Sua respiração estava acelerada.  – Você está certa. Aqui nesse lugar não iria amá-la como merece. Vou esperar até que cheguemos. – passei os dedos em seu cabelo fazendo carinho suavemente, sorrindo do dengo do meu sheik.

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Pelo resto do vôo, Edward sentou a minha frente. Disse que assim seria mais fácil para sua sanidade de não me atacar ali mesmo. Eu tive que rir com essa declaração juvenil do meu sheik. Procurei segurar a minha libido descontrolada, hormônios ensandecidos e curiosidade desenfreada fingindo ler um livro. Toda hora o olhava de esguelha, esperando que ele largasse aquela papelada e me desse atenção. Ele sabia que eu iria entupi-lo com minhas perguntas sobre o local que iríamos e por isso sequer levantou seus olhos dos papéis.

Nem mesmo na hora do almoço. Quando foi a vez dele manter minha boca ocupada, cheia de comida. A aeromoça, meio enfermeira e meio sargento,  trouxe uma mesinha cheia das mais diversas sobremesas, que segundo Edward era para suprir minha necessidade de grávida. Curioso que ele tratou de providenciar todos os pratos que eu mais gostava. A essa altura não estava mais me preocupando com os quilos a mais e nem sentia mais enjôos, por isso comi muito bem.

Como já esperava e aposto que ele também, após saciada, o sono me pegou. Acabei adormecendo. 

Quando acordei meu corpo estava incrivelmente relaxado. Talvez até demais para alguém que dormiu naquela poltrona. Me espreguicei, ainda de olhos fechados, me virando completamente na poltrona. Estava surpresa por conseguir fazer todo esse movimento. Ao abrir os olhos descobri o porquê. A poltrona estava toda inclinada como se tivesse se transformado numa cama. Estava coberta com uma pequena manta e até um travesseiro pequeno e macio estava sob minha cabeça.

— Boa noite. – a sargento me disse. Ela estava em pé e parecia ter acabado de chegar ali. Ela era uma mulher jovem e bonita. Devia estar na casa dos 34, 35 anos.  – Nós já pousamos. – informou.  A olhei me sentindo um pouco confusa. Como aquelas vezes em que se acorda depois de tanto dormir e não sabemos em que planeta estamos  – Eles só estão reconhecendo o local, - ela continuou - verificando as condições para prosseguirmos. Parece que daqui teremos que seguir de carro. Trouxe uma toalha e materiais de higiene caso queira uma ducha antes de seguirmos.

Olhei para ela e acho que percebeu pelo meu rosto que não estava raciocinando muito bem.

— Ah... desculpe senhora...- sorriu encabulada – É que é uma grande honra para eu poder servi-la. Quando estou nervosa, falo além do que devo. – Vou deixá-la a vontade.

Ela começou a sair, ainda resmungando alguma coisa para si mesmo.

— Ei espere. – voltei a inclinar a poltrona me sentando – Eu não gravei seu nome.

— Me chamo Zulma. – ela ainda parecia encabulada – É uma grande honra princesa Amirah,  para todo o povo de Omã tê-la ao lado do sheik Al Badim.

— Obrigada Zulma. Já que ficaremos todo esse tempo juntas, não precisa ficar com toda essa cordialidade comigo. Você é de Omã, então?

— Sim senhora.

— Que bom. Nos daremos muito bem Zulma.  Me chame apenas de Amirah. – ela sorriu.

Nessa hora Edward chegou. Zulma fez uma reverência se afastando para que ele passasse.

 Já disse como ele tem presença quando chega? Alto e imponente. É dificil não notar esse rei.

Se aproximou e colou nossos lábios num selinho singelo. Eu poderia me afastar ou protestar que eu havia acabado de acordar, mas era muito boa a sensação de seus lábios nos meus.

— Vamos seguir de carro. – ele informou. Ia dizer que Zulma já havia me dito, mas ela já havia se retirado. – Está se sentindo bem?

Balancei a cabeça assentindo. Senti o toque suave de sua mão na minha e de imediato fui atingida por um mar de sensações típico de quando estávamos juntos. Queria mais que tudo que chegássemos logo a esse lugar misterioso.

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— Cuidado. – Edward me ajudou a sair do carro.  O lugar estava um pouco escuro. Uma cortina densa de árvores bem verdes que se erguia a nossa frente e por serem bem juntinhas, impossibilitava  que os veículos continuassem. Não foi preciso andar muito. Do lugar de onde estávamos pude ver algumas luzes pequenas que foram aumentando de tamanho conforme avançávamos o local.

Quando atravessamos a ultima fileira de árvores, pude ver claramente em que local estávamos. Era uma clareira. Ela era rústica, mais adaptada para parecer um pequeno heliporto.

 Bem no meio da floresta.

Edward se despediu de Emmet e de todos os seguranças e achei aquilo no mínimo estranho. Apenas Zulma seguiu com a gente. Um piloto já esperava dentro do helicóptero. Não iria adiantar fazer perguntas, ele se recusava a responder, então mordi a língua infinitas vezes durante a viagem.  Ele apenas sorria, me beijando na testa, ombros, cabelos. Finalmente pousamos. Já devíamos estar próximo das primeiras horas da madrugada.

Lembrava vagamente do lugar, das pedras escorregadias. Estava diferente. Da ultima vez estava coberto de neve, o lago congelado e agora na primavera a luz da lua reluzia nas águas. Haviam  algumas mudanças, melhorias, mas eu tinha certeza. Era ali que Edward me levara, meses atrás.  A fazenda...

Olhei para seu rosto e Edward tinha um sorriso imenso estampado. Aquele lugar significava muito para ele, eu já sabia e por isso era de igual importância para mim. Tentei organizar meus pensamentos, falar algo e falhei vergonhosamente.

— E então? – ele me perguntou – Se lembra? – sorri com a pergunta.

— É impossível esquecer este lugar. – respondi em um tom baixo aproveitando ao máximo aquela quietude  e tranquilidade do local. Era como se estivéssemos mergulhados numa atmosfera mágica, num sonho.

Não. Nenhum sonho se igualava aquilo.

Continuamos avançando em silêncio só com o som de nossos passos ou de galhos caídos que quebravam conforme pisávamos neles e o cricrilar dos grilos.  Edward apertava minha mão com carinho. Virei para trás e não encontrei Zulma em nenhum lugar.

Já na varanda antes que pudéssemos subir os poucos degraus, a porta se abriu de uma só vez. A primeira coisa que senti foi um tremor que tomou todo meu corpo. Achei que minhas pernas iam ceder, mas por incrível que pareça consegui me manter firme. Talvez pela mão de Edward em minhas costas me apoiando ou talvez por achar que ainda estava dormindo e que aquilo fosse um sonho.

Meus olhos inundaram com as lágrimas.

Meus lábios tremiam, minhas mãos tremiam. Meu corpo todo assumiu a consistência de gelatina. Era emoção de mais pra mim. Eu não era capaz de lhe dar com tudo isso.

— Bella!! Minha filha... – minha mãe gritou. Ela e meu pai correram em minha direção e me abraçaram. Se Edward não estivesse com uma mão nas minhas costas, acho que teríamos caído.  – Meu Deus...minha filha... – minha mãe dizia chorando. – Minha filha... Ah..meu Deus... como eu queria lhe ver...Isabella minha filha...

— Mãe... pai...– eu também estava chorando muito.  Eu os abraçava o mais apertado que podia.- Ah...mãe...meu pai...- nós três estávamos chorando. Era incrível! Ali naquele momento... tudo estava perfeito! Tudo estava no seu devido lugar e eu me sentia completa.

 Senti Edward se afastando minimamente, mas meu pai segurou seu braço e o puxou para o nosso abraço. Queria beliscar ele com força por ter escondido isso de mim por tanto tempo, no entanto só conseguia chorar sem parar como uma completa idiota.

Ficamos assim por um tempo até que meu pai se afastou segurando meu rosto em suas mãos.

— Garota..- disse. Seus olhos estavam úmidos e ele limpava com a costa da mão – Como sentimos sua falta. – ele se virou para Edward - Muito obrigado...- meu pai disse dessa vez abraçando somente meu marido.– Muito obrigado por cuidar de nossa menina. - Ele me olhou abraçada a minha mãe e não conseguia falar mais nada.

Que droga! Eu também estava muito agradecida por tudo aquilo e não conseguia olhar para ele direito e nem sequer dizer uma só palavra. Minha garganta se fechava para logo em seguida soluços de choro escaparem.

— Imagina senhor.- Edward retribuiu o abraço – Ela é quem tem cuidado de mim.

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Ficamos até tarde na mesa conversando. Minha mãe tinha feito a famosa sopa de macarrão e carne.

Ah...estava uma delícia!!! Como senti falta dessa sopa!

Edward também parecia ter gostado, já que estava no seu terceiro prato.

Conversamos sobre tudo o que aconteceu nesse tempo em que estivemos separados. Tudo que me era permissível contar, claro. Não esperava que houvesse tantos detalhes relativos ao reino de Omã que não poderia compartilhar com meus pais. Para segurança deles mesmo. Ainda assim não faltavam assuntos.

Eles haviam chegado há uma semana na fazenda. Já haviam alguns empregados ali que Edward nos disse que estavam cuidando do local, fazendo pequenas reformas e mantendo a casa sempre limpa e abastecida.

Não precisava dizer que minha mãe se sentia como uma lady, sendo tão paparicada todos esses dias.

Eles também me contaram quando um homem enorme, desconfiava que pudesse ser Emmet, os havia procurado e dito que precisaria acompanhá-los.

Minha mãe disse que quase enfartou.

Após o jantar, queria ter ajudado minha mãe a lavar a louça. Se ela não tivesse me obrigado a permanecer sentada com as pernas sobre a cadeira, alegando que estavam inchadas. Após muito custo, me deixou secar os pratos.

Edward saiu com meu pai para mostrar alguma coisa no lago. Já devia ser próximo das 3 da manhã.  Meu pai gostava de pescar e suspeitei que pudesse ser algo sobre peixes. Da janela da cozinha podíamos ver os dois conversando próximo ao lago.

— Bella – minha mãe me entregou o prato para que eu secasse. Ela lavava e eu guardava a louça, como fazíamos em casa. - Tenho que reconhecer. – a olhei rapidamente. Estava um pouco preocupada com Edward lá fora. Por mais que ele dissesse que ali era seguro, que ninguém nos reconhecia, ele ainda era o rei de Omã e não tinha trazido nenhum segurança em especial. Só a sargento.

—Reconhecer o quê mãe? – disse distraída.

— Confesso que todo esse tempo, fui contra essa união com este homem. O vendo agora de perto, posso dizer que ele realmente a ama. – ruborizei com esta afirmação. Ouvir isso dela me deixava muito mais feliz do que me sentia.

— Na verdade mãe,  acho que nós dois nos amamos, na mesma medida. – respondi sentindo minhas bochechas ainda incendiadas. -isso significava que ela o havia aceitado. Larguei a louça e a abracei. - Obrigada mãe.

— Pelo quê minha querida?- ela retribuiu o abraço com as mãos molhadas.

—  É muito importante pra mim que você também o aceite.

— Como se isso fosse mudar alguma coisa. – riu – Você sempre foi tão teimosa. Metendo a cara e a alma em tudo o que acreditava. Minha opinião não faria nenhuma diferença.

— Claro que faz. – me afastei para olhá-la.– Você é minha mãe. – ficamos nos encarando por um tempo, até que nossos olhos nublaram algumas lágrimas caíram de seus olhos.

— Ah sua boba. Está me fazendo chorar de novo.

Ela sorriu

— Que bom minha filha. Acho que finalmente posso ficar tranquila quanto a isso. Só não posso ficar tranquila quando ouço falando daqueles homens bombas, ataques, isso não...não tem como me tranqüilizar nisso. – ela falava sacudindo a mão e a cabeça.

Foi minha vez de sorrir. A entendia perfeitamente. Eu estava nesse momento uma pilha de nervos com Edward e meu pai ali fora.

— Ah mãe...não se preocupe. - tentei desconversar e falei baixinho. Não sabia quem poderia estar ouvindo nossa conversa. Acho que eu estava ficando neurótica. -  A segurança em Omã é muito forte. E não só a segurança como o povo faria de tudo para proteger seu rei.

Levei um susto quando olhei para o lago e eles não estavam mais lá. Meu coração deve ter parado por um segundo inteiro e em seguida bateu descompassado, tão rápido e logo em seguida, entraram pela porta da cozinha.

— Isabella o que foi?- Edward correu para o meu lado. Me segurando pela cintura como se eu fosse cair a qualquer momento – Está se sentindo bem? Está pálida.

Meu pai puxou uma cadeira para que eu me sentasse.

— Não se preocupe. Estou bem. Deve ter sido uma queda de pressão.

Minha mãe estendeu um copo de água na minha frente.

— Ela estava bem agorinha. Estávamos conversando normalmente...- minha mãe falava com eles e comecei a ouvir um zumbido no ouvido.

Devido aos últimos acontecimentos e a revolta dos hormônios com a gravidez, eu não tinha mais controle sobre meu corpo.

— Deve ser por causa de tantas emoções hoje e o cansaço pela viagem. – respondi.

— Oh meu Deus, olhem a hora! Vão dormir...vão dormir, amanhã voltamos a conversar. Vão. – minha mãe nos enxotou da cozinha.

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— A pressão está normal. – Zulma disse tirando o estetoscópio. Após o banho, ele achou melhor que ela viesse ver se eu não estava mesmo mentindo dizendo que estava bem. - Deve ter sido um mal estar pela viagem. – informou para Edward que estava em pé ao lado da cama de braços cruzados e me olhava preocupado.

— Está feliz?-  perguntei – Eu disse que estou bem.

— Eu sei meu amor....mas assim podemos ficar mais tranqüilos. – se voltou para a sargento – Obrigada Zulma. Pode se deitar. Também deve estar cansada da viagem.

— Imagina senhor. – ela se inclinou – Se precisar de algo...

— Ele com certeza a chamará. – respondi brincando.

No momento em que Zulma saiu senti minhas pálpebras ficando pesadas. Senti quando o leve movimento da cama afundando ao meu lado e logo em seguida os dedos de Edward escovando meu cabelo. A outra mão tocando minha barriga.

— Não disse que depois que a sargento viesse, iria tomar um banho? – perguntei muito sonolenta.

— Sargento? – sua voz era divertida – abri minimamente os olhos para vê-lo – Eu não posso ficar nem um pouco babando em minha esposa e no meu filho? – sorri com aquele jeito fofo dele falar.

— Pode.  – me arrastei na cama para mais próxima dele. Meus rosto colado em seu peito. Seu perfume era como um calmante natural para mim. – O problema é que agora não vou deixar que saia daqui.

— Me parece o lugar perfeito para estar. – foi tudo o que ouvi antes de mergulhar num sono tranquilo e sem sonhos.

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Ouvia Edward falando comigo alguma coisa.

Meus olhos estavam muito pesados. Meus ouvidos pareciam tampados, meu corpo todo se negava a obedecer. Estava com muito, muito sono. Quanto tempo eu devia ter dormido? Alguns minutos?

Abri os olhos sonolenta. Seu rosto estava bem próximo de mim. Fui voltando a realidade lentamente , sua presença tomando forma diante de mim. A luminosidade que entrava pelas cortinas cerradas deixava claro que já devia ser bem próximo ao meio dia.

Suas mãos passando suavemente por entre meus cabelos. Seu perfume me trazendo de volta à consciência mais depressa. Depois de um momento breve, consegui me situar, e lá estava eu de volta ao quarto de Edward, deitada na cama, coberta por muitos dos lençóis embolados. Ele estava arrumado e perfumado com um terno.  Embora estivesse com um leve sorriso nos lábios, seu semblante estava sério. Sério ate demais.

— Desculpa por te acordar tão cedo. Tenho que voltar para Omã.

Pisquei os olhos algumas vezes ainda atordoada por causa do sono.

— Voltar para Omã? – minha voz rouca pelo sono - Pensei que ficaríamos alguns dias aqui. – ele continuou me encarando. Sério. - E porque não me acordou? – me espreguicei na cama e me sentei. Puxei o emaranhado de lençóis que se embolaram no meu corpo – Me dá só dois minutos. – sorri do meu sono que me deixava igual uma bêbada.

Ele continuou serio. Não tirou os olhos de mim e também não se moveu um centímetro sequer. Alguma coisa ou algo o incomodava e eu não conseguia ver o que era.

— Volte a dormir. - falou.

— Mas...e a viagem? – perguntei louca de vontade para dormir só mais cinco minutinhos.

— Não a levarei comigo.

Acho que o sono estava me impedindo também de ouvir as coisas direito. Balancei um pouco a cabeça e comprimi os olhos. De repente estava me sentindo mais alerta.

— O que você disse? 

— Você vai ficar aqui. – ele voltou a falar - Com seus pais .- continuei o encarando como quem quisesse buscar em suas palavras alguma pista de aquilo era uma brincadeira ou alguma mentira de mau gosto.

—O que você está dizendo? – puxei o resto dos lençóis e fiquei de pé.  Fiquei um pouco zonza mas me mantive firme. – Não estou entendendo. O que quer dizer em me deixar aqui?

— É mais seguro. – seus olhos pretos se mantiveram o por um momento mais longo do que o necessário.

— Mais seguro? Como assim mais seguro? – fechei os olhos buscando reunir forças -  O que está acontecendo Edward?

Pov Edward

Não sei como iria conseguir ficar sem ela. Era preciso e por mais doloroso que fosse, necessário. Só que era impossível. Meu corpo já pressentia essa separação desde a hora que saímos do hospital, já que toda hora, durante o vôo, ganhava vida própria, a abraçando, tocando seus cabelos, beijando seus ombros ou outras vezes com pequenos selinhos. Meu coração parecia que ia quebrar.

— É a atitude mais sensata a tomar. – afirmei.

— Nos separarmos ? É isso que está falando? – a voz de Bella aumentou de volume.

— Você ficará bem aqui. – me levantei e toquei seu rosto. Ela não permitiu e deu alguns passos para longe.

— Sem você? – não iria permitir que ficasse esse pouco tempo que tínhamos juntos longe dela. Segurei suas mãos. Estava tremendo. A puxei para a cama para que nos sentássemos.

— Me escute meu amor. Se acalme. Isso não fará bem pro bebê.

— Como posso me acalmar? – ela começou a chorar -Não posso ficar sem você Edward.

— O Conselho irá me julgar Isabella. – expliquei – Além deles os chefes de Estado do Libano que não concordam que o Reino seja entregue para meu pai. Não quero nem você nem nosso filho perto deles.

— Você mesmo disse que eles não poderão fazer nada contra você, contra a gente.

— E não farão. Sei que não poderão fazer nada. Mas falarão coisas terríveis. Irão querer me atingir falando coisas sobre a perfeição de Rosalie e sobre ...- parei o que ia dizer

— Falar sobre mim? Não me importo. Não me importo que descubram que de fato sou Isabella. De que não sou nenhuma prima da família real de Jasper e não tenho sangue real em minhas veias. – estendeu a mão tocando meu rosto - Não me importo habib. Só não posso ficar longe de você.

— Fique aqui, com seus pais. - segurei sua mão de encontro ao meu rosto. - Preciso que seja forte aqui. Por nós, por nosso filho. Fique aqui, com seus pais. – repeti.

— Não sou forte assim. Não entende Edward. – ela me abraçou. Encostou a cabeça em meu peito. - Não faça isso com a gente.

— É para o seu bem habibit. – segurei seus ombros a afastando. A dor em meu peito aumentava como se um grande buraco negro estivesse aumentando de tamanho e fosse me engolir. A encarei - Compreenda habibit.

— Não...não compreendo. – ela chorava – Depois de tudo que passamos. Seremos mais fracos, vulneráveis longe um do outro.

— Ninguém sabe desse lugar. Ficará segura aqui.

— Não me importo. Eu não vou ficar aqui. Vou junto com você. Meu marido. - me encarou. Sua voz agora era firme. - Sabe que darei um jeito. Pedirei ajuda a Alice, irei como uma turista, mas não ficarei aqui assistindo pela televisão o que acontece com você.

Encarei seus profundos olhos verdes. A quem eu estava enganando? Eu não era forte o suficiente para deixá-los aqui.

— Ahh minha habibit. – a puxei de encontro ao meu corpo. A abracei e vi que ali era o lugar deles. De Isabella e do nosso filho. O lugar mais seguro para estarem. – Não me perdoarei se algo a acontecer a vocês enquanto estiver lá comigo.

— Não irá. – ela me apertou ainda mais em nosso abraço. – Se estivermos juntos, nada irá nos acontecer.


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Notas finais do capítulo

Então é isso...
Acho que aqui podemos ver mais ou menos o que eu tinha programado desde o inicio da fic. estou pensando inclusive em colocar os dois finais. Um com o que eu planejei no inicio e outro com o que foi se desenrolando durante esse tempo em que com vocês construímos a historia.
Muito obrigada a todas pelo carinho e pelas lindas mensagens. Leio a todas e até consegui responder um monte.
O próximo será o final, e como disse lá em cima talvez faça o epilogo. Espero conseguir postar logo.
Bom carnaval pra quem curte e bom feriado e descanso para quem como eu, fica em casa curtindo livros, fics e series.
bjos, bjinhos e bjões.