A Odalisca escrita por Titina Swan Cullen


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oieeee, voltei. Muito obrigada pleas maravilhosos comentarios. Li todos e estava tentando postar o capitulo até domingo para não deixá-las esperando muito. Um grande bjo.



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– Bella?

Al Badim chamou seu nome de repente e aquilo trouxe Isabella de volta ao presente.

Após a maravilhosa noite e parte da manhã que passaram juntos, Edward havia lhe dito que precisariam almoçar fora para um encontro de negócios.

Ela estava deitada na banheira de espuma com um coque alto de olhos fechados e ao abri-los encontrou o rosto de Edward a centímetros do seu.

– O que estava pensando albi? – perguntou ele percorrendo com os olhos o corpo nu imerso na agua. Seus olhos escureceram de desejo e passou os dedos possessivos pela pele molhada e perfumada pelos sais de banho. – Íamos conversar ontem, mas você adormeceu e hoje de manhã parece que está fugindo do assunto.

Por nada ela iria admitir seus sentimentos. Encontraria um jeito para que acabassem o relacionamento. Só precisava de algum tempo até que seu coração se acostumasse a ficar longe dele.

Balançou a cabeça negativamente e pressionou os lábios nos dele. Edward já havia tomado banho e vestia apenas um roupão branco.

– Estou aqui agora. – murmurou e sua mão desceu pelo roupão acariciando de modo provocante a ereção de Al Badim que deixou escapar um gemido. -Mas não quero que se atrase para o almoço. - se levantou da banheira com algumas partes do corpo apenas cobertas pela espuma.

Edward a olhava e parecia que ela sentia os olhos cravados em suas costas. Deu um rebolado antes de pegar a toalha. O que apenas fez com que os lábios de Al Badim se inclinassem num leve sorriso.

– Tem certeza que vai me deixar assim?- perguntou.

– Concentre-se em se deixar apresentável para o almoço, sultão.- piscou o olho para ele.

– Mulher ingrata.- murmurou se levantando. Tinha que reconhecer que Bella aprendera muito bem como jogar com as artimanhas de sedução, porem nesse jogo ele era o mestre e mais tarde mostraria para ela que não se deve brincar com fogo.

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– E então ainda não em disse com quem vamos almoçar. – disse Bella.

Edward vestia um de seus requintados ternos italianos. Dessa vez optara por um cinza claro. Do lado de fora do apartamento, dois guardas costas musculosos que os acompanhariam no elevador. O carro blindado de Al Badim os esperava no estacionamento com mais dois veículos que os seguiriam de perto.

Bella havia pedido que fossem em um de seus carros sem os seguranças, porém Edward apenas lhe dissera não ser possível, já que tanto ele como o empresário que encontrariam eram pessoas muito visadas no mundo. E sem os seguranças seria como andar nu na escuridão do deserto.

Bela vestia um vestido branco com detalhes florais pretos. Estava de meias de seda com saltos bem altos. As meias eram exigência de Al Badim e em geral ela gostava de se exibir para ele deixando um pedacinho de renda de suas meias a mostra.

Qualquer coisa que ele desejasse, ela fazia o seu melhor para agrada-lo. Porem Bella ainda não conseguia se ver livre daquelas duvidas que a atormentavam durante todo o dia anterior. Podia sentir que algo não só em sua vida mas também na de Edward estava mudando.

Ele parecia um pouco distante que das outras vezes que estiveram juntos. Poderia atribuir aos problemas no reino a que ele se referia mas sua intuição dizia que era muito além.

– Não tenho muito o que falar dele.

– Gostaria de saber um pouco, afinal na maioria dessas reuniões que nós vamos, eles também levam sua esposas e temos que ficar conversando sobre coisas inúteis. Se pelo menos eu souber em que ele trabalha, de que pais é, talvez eu possa me preparar para ter um melhor entendimento com elas.

– Esposa? Também levam suas esposas? – Bella ruborizou. De tudo o que ela falou, ele tinha que ouvir justo essa palavra, se quer havia percebido que se referira a ela como uma esposa.

– Você entendeu o que eu quis dizer. - rodou o caro relógio de brilhantes no pulso fingindo olhar a hora.

Edwrad a observava com atenção como se estivesse decidindo o que contar-lhe.

– O empresário com quem vamos almoçar se chama James e apesar de jovem ele é um dos homens mais cruéis que eu já conheci. – voltou a fitá-la.- Duvido que ele esteja com a esposa ao lado. E por isso mesmo peço que não fique tão próxima dele.

– Ele é uma espécie de governador de seu pais?- Bella tinha os olhos enormes enquanto digeria as palavras de Edward. Falar tão abertamente algo sobre seu reino como um inimigo era algo inédito no relacionamento deles e principalmente levá-la para encontrar um.

– Não. Ele não mora sequer em meu pais. – segurou o rosto dela dando um leve selinho – E se morasse eu mesmo já o teria matado. Ele é um dos herdeiros do reino vizinho. E nesse encontro tentaremos uma solução para ambos os lados. Estou com um problema de difícil solução e ele foi minha ultima opção. – passou um dos braços nos ombros de Bella.

Ela segurou sua mão com um enorme anel de ouro no dedo com o brasão de seu reino. Os dois mergulharam num silencio profundo, ambos perdidos em seus pensamentos.

Em poucos minutos o carro estacionara. Bela olhou pela janela e viu que o local era um luxuoso hotel com a entrada ornamentada em dourado e preto.

– Chegamos. - o sultão beijou a mão de Bella e depois disse algumas palavras em sua lingua nativa ao seu motorista que começou a se comunicar pelo radio com os demais seguranças.

Bella achou muito estranho, já que em quase todos os passeios com Edward os seguranças mantinham uma distancia discreta.

Talvez esse tal de James seja realmente um homem muito perigoso! Pensou.

Após alguns instantes o motorista voltou a falar com Edward que saltou do carro. Do lado de fora já havia uma quantidade considerável de pessoas esperando para ver quem sairia do veículo com toda aquela movimentação de seguranças. Edward colocou os óculos escuros que refletiram a luz de um flash que pipocou em sua direção.

Antes de ocorrer um novo disparo um dos seguranças arrancou o celular da mão do transeunte e lhe deu um gordo maço de dinheiro.

–Malditos seguranças. – murmurou Bella. Detestava ser o centro das atenções mas com tantos guardas costas era impossível. Edward abriu a porta e estendeu a mão para ela que a pegou prontamente.

– Não saia dos meus olhos.- sussurrou Al Badim enlaçando o braço de Bella.

Adentraram o restaurante. O local era belíssimo e de muito bom gosto. James já estava sentado em uma mesa aos fundos. Um homem de cabelos claros e compridos vestido com túnica e muitos, muitos anéis e cordões de ouro espalhados pelo dedo e pescoço. Falava alto e gesticulava varias vezes.

Espalhafatoso! Foi a primeira impressão de Bella ao ver James. Duas jovens, uma loura e outra ruiva, de cada lado do tal líder cruel. Tinham pernas longas exibidas pelos minúsculos vestidos, de pele de onça na loura e azul esverdeado na ruiva, colados ao corpo. Ambas tinham suas unhas pintadas de um tom prata brilhante que espalhavam-se de forma possessiva sobre as coxas de James.

Bella estava sorrindo quando se aproximaram da mesa, mas havia uma inquietação persistente que fazia suas mãos transpirarem.

– Edward. – cumprimentou James se livrando das duas mulheres ao se levantar. Suas mãos estendidas em saudação – Como está minha autoridade favorita do Oriente Médio? – fez uma falsa reverência.

Bella sentiu sua nuca se arrepiar assim que sentiu a aproximação de James à Al Badim. Que problema tão grave o faria se aproximar de uma pessoa como James?

– Ficaria muito melhor se não fizesse isso. – Edward respondeu fingindo uma falsa camaradagem.- Alguns dos meus seguranças estão espalhado pelo ambiente e eles preferem que eu me mantenha o mais incógnito possível.

– Incógnito, você? – James riu e nessa hora seus olhos caíram em Bella. – E você deve ser Isabella – segurou sua mão dando em leve beijo. – É um imenso prazer conhecê-la.

– Pare de flertar James - Edward puxou a mão de Bella – e nos apresente as jovens que o acompanham.

– É claro! Que gafe a minha. – respondeu James ainda com os olhos cravados em Bella que começou a se sentir incomodada. – Estas são Tânia e Jane.

Tania era alemã e falava um pouco do inglês, e assim que Bella se sentou já puxou assunto sobre o nome de seu cabeleireiro. Já Jane era provavelmente do pais deles ou muito tímida já que sequer disse uma palavra. Parecia ser muito simpática mais muito calada.

– Então o que faz Bella? - perguntou Tania depois de as bebidas serem servidas e dos dois homens estarem envolvidos numa conversa sobre petróleo.

Bella tentou não se sentir estranha sobre o olhar fixo das duas mulheres sobre si. Olhou para Edward e pensaria que ele até tivesse se esquecido dela, se não fosse sua mão possessiva sobre sua perna.

O que poderia responder? Que trabalhava no ramo de fast food até que Edward bateu os olhos nela e a seduziu e ela obvio, deixou seduzir-se pelo seu lindo sultão trilionário e que com o tempo ele bateu o pé dizendo que suas horas de trabalho estavam mantendo os dois afastados e que não toleraria mais isso. E ela claro, concordara. Desistira de seu trabalho por ele.

– Costumava trabalhar numa multinacional alimentícia. – respondeu - Mas estou fora do mercado no momento.

– Ah... sorte sua – disse Tania sorvendo um gole da bebida. – Eu nunca trabalhei. Nosso ursinho detestaria que nós trabalhássemos. Vivemos apenas para lhe dar prazer.

Bella se lembrou de fechar a boca. Que mulheres diretas. E lembrou-se das palavras de sua mãe, será que era mesmo uma prostituta? No que transformara sua vida?

Sentiu seu cabelo ser puxado de leve. Viu uma mão pequena por cima de Tânia alisando os fios. Era Jane.

– Não ligue para ela. – disse Tania dando de ombros – Ela quer saber se seus cabelos são seus mesmo.

– Sim, são – respondeu Bella um pouco sem graça- Era só ter perguntado.

– Ela não pode falar. – murmurou Tania olhando para os dois homens – O ursinho cortou a língua dela e deu para as aves rapinas do deserto comerem. Ele é muito bom com a gente, mas uma mulher deve saber seu lugar na terra.

Bella colocou a mão na boca. Começou a se sentir nauseada. Aquele homem era mesmo um monstro.

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Fizeram seus pedidos de comida e vinho. Bella como sempre optara pelo suco. Evitava bebidas ao máximo desde que ficara quase em coma alcoólico na juventude por tomar um ponche batizado.

Conversaram sobre politica, o amor da America pela realeza britânica antes dos dois homens entrarem novamente num assunto sobre o Deserto.

Dessa vez por algum motivo a conversa era feita através da língua árabe e Bella não pode saber o conteúdo do que era discutido. Tanto Tania quanto Jane não pareceram se importar com isso e ela também procurou se focar no copo de suco a sua frente.

– O seu relógio é muito bonito! – elogiou Tânia . Jane havia ido ao toalete. Acho que ela foi vomitar. Tânia havia dito minutos antes. Bella correu os dedos pela linda peça feita de ouro e brilhantes.

– Edward me deu de aniversario.

– Ele tem muito bom gosto – disse Tânia sorvendo outro gole do vinho.

– Sim – Bella sentiu o toque frio da peça no pulso- Ele tem muito bom gosto.

– Estou vendo. Vocês estão juntos há muito tempo? – ela olhou para Tânia que dessa vez falou um pouco arrastado, como se estivesse ficando bêbada.

– A cerca de um ano e meio – Pegou seu copo de suco e desejou que nele tivesse um pouco de vinho e que assim a fizesse esquecer todos os problemas que apertavam seu peito.

– Hummm...é mais tempo do que eu pensava. – houve um momento de silencio antes que Tânia lhe lançasse um olhar especulativo. Observou em sua volta e assim que avistou o garçom acenou para que trouxesse mais vinho.– Você é muito pragmática.

– O que lhe faz pensar isso? – perguntou

– Ah você sabe. – Tânia deu de ombros – Não deve ser fácil para você.

– Desculpe-me, não estou entendendo .- pobre mulher , pensou Bella, não está falando coisa com coisa. Imaginou se James deixava suas mulheres bêbadas assim só para depois castiga-las arrancando suas línguas.

– Ora você sabe, toda a pressão que o sultão vem sofrendo para que honre com seu compromisso, casando com a noiva adequada. Sabia que eles foram prometidos ainda na infância?

O sorriso de Bella não vacilou, mesmo que a palavra adequada a fizesse lembrar de todas as coisas que ela não era. Todas as coisas que nunca poderia ser.

– Se você está falando da princesa prometida, sei tudo sobre ela. – respondeu blefando. Não sabia de nada e começou a ver pontinhos amarelos brilhando na sua frente além de um leve zumbido no ouvido.

– Mas pensei...- a voz de Tânia falhou quando Jane se sentou ao seu lado. E ela voltou sua atenção ao esvaziamento da taça. Durante esse momento de silencio que se seguiu, Bella sentiu as batidas do coração por todo o corpo e imaginou que faltava pouco para ele explodir em seu peito.

– O que pensou?- perguntou em voz baixa.

Tania balançou a cabeça de um jeito que não tirou uma só mecha de cabelo rubro do lugar.

– Não é nada, para ser sincera.

– Por favor. – pediu Bella. Deu outro daqueles sorrisos convincentes nos quais parecia ter se tornado tão boa nos últimos tempos- Eu gostaria de saber, de verdade.

Tania olhou para Jane e para os dois homens, como se checasse se eles não estavam ouvindo. Depois sussurrou.-

– É que andei aprendendo um pouco sobre o deserto depois que o ursinho me levou pra lá.

– Te levou? Eu pensei que morasse lá.

– Não sua boba – deu um sorriso pra lá de bêbada – Eu sou a odalisca fixa dele no ocidente. Ele tem varias outras no oriente.

Bella rezava para que todo o horror que sentia não estivesse estampado em seu rosto agora.

– Então sobre o que você já ouviu falar? Sobre Edward?- perguntou.

– Que o povo está ansioso para que ele tenha um herdeiro. Que as pessoas consideram a família dele como deuses e afirmam que assim que ele fizer a vontade dos antepassados se casando com a prometida finalmente os dois reinos entrarão em paz. Sabia que tanto ele como a princesa foram profetizados há séculos atrás. Que só com o casamento dos dois herdeiros de Amã, finalmente poria fim a guerra secular.

Bella ficou tonta. Sentiu que todo o jantar estava voltando e além de pontinhos amarelos agora via verdes e azuis. Concorrer com uma princesa já era impossível agora uma então que fora profetizada a séculos atrás era demais.

Concorrer? No que eu estou pensando? Nunca sequer estive no páreo.

De alguma forma conseguiu continuar sorrindo com aquele sorriso estupido que não significava nada.

– Sim, é claro que sei. – respondeu de modo despreocupado.

– Sabia? E está lidando bem com isso?- Na mesma hora o garçom se aproximou e encheu a taça de Tania. Bella ergueu a sua taça já vazia de suco, para que ele enchesse também. Sentiu um leve aperto na perna e olhou de relance para Edward que tinha as sobrancelhas unidas como se perguntasse se ela iria mesmo beber.

Ela apenas sorriu dando de ombros. Por um momento, ela ficou tentada em levantar e gritar bem alto para que não só Tânia ouvisse mais todo o restaurante.

Claro que eu não sabia disso! E mesmo se soubesse , você acha mesmo que estaria lidando bem com isso?

Saber que o homem que amava já tinha uma mulher prontinha em seu pais esperando para se casarem sem ele nem se preocupar em contar-lhe. Pior do que isso. Sentia-se como o tipo de mulher que aceitaria tudo que lhe fosse oferecido e isso seria bom o bastante, pois não tinha sido assim durante todo o relacionamento dos dois?

Sabia que não tinha o direito de julgar o sultão já que sempre lhe dissera que eles não poderiam ter nada mais que encontros ocasionais.

– Claro que sabia e estou de acordo.- disse ela – Não é nenhum segredo. Sempre soube que não havia futuro para mim e Edward.

Tania tinha a mesma expressão de alguém que tinha diminuído a velocidade em uma estrada para ver os estragos de um acidente.

– Sério?

– Sério. – Bella virou de uma só vez a taça de vinho. – Sempre soube que o sultão teria de se casar com uma mulher de sangue real e puro e é obvio que eu nunca seria ela. Esse é o motivo pelo qual nunca selamos nosso compromisso. É apenas sexo. – Bella se perguntou onde tinha aprendido a sorrir daquela forma. Estalou os dedos no alto chamando o garçom. Edward voltou lançar-lhe um olhar de desaprovação o que a fez desejar gargalhar bem alto.

Por um momento, experimentou a estranha sensação de ver a si mesma de fora. Ver-se a si mesma como os outros a viam. Uma mulher em um vestido caro sem um emprego.

Uma mulher que desperdiçava a vida esperando por um homem que a via cada vez com menos frequência. Perguntou-se por quanto tempo mais estaria preparada para continuar com uma situação como aquela. Até que Edward se casasse e lhe desse um grande chute na bunda. Sim, sua mãe estava certa. Ela era uma prostituta de luxo.

O resto do almoço ocorreu de modo tranquilo. Embora a alcoolizada Tânia não se calasse uma só vez e a já muito embriagada Bella cada vez mais apenas ouvisse blá-blá-blá-blá e rissem de piadas mudas de Jane.

Edward, depois de praticamente arrastar Bella para fora do restaurante, não disse uma só palavra até que estivessem no carro, rumo ao apartamento.

– O que deu em você hoje? – perguntou Edward.

Bela não respondeu, porque não sabia o que dizer a ele. Não podia cobrar o que ele jamais prometera-lhe. Podia então fingir que Tânia jamais tivesse lhe dito nada e que nada havia mudado. Mas as coisas tinham mudado, ela sabia disso. Desde o momento em que se apaixonara por ele, sabia que nada mais seria do mesmo jeito e então porque prolongar o inevitável?

Bella sabia que deveria esperar até que chegassem ao apartamento para confrontá-lo. Sabia que em sua atual e mais nova condição de alcoólatra não deveria abrir a boca porque acabaria levantando o tom de voz e o motorista estaria ouvindo tudo. Mas por algum motivo ou por não perceber o que estava acontecendo a sua volta, o sultão exigiu-lhe uma resposta.

– Não está me ouvindo? Estou perguntando o que aconteceu com voce?- segurou os ombros dela com firmeza.

– O que deu em mim?- perguntou com a voz tremendo de raiva. – Fiquei sabendo que vai se casar e que já tem até uma noiva prometida desde criança! – sem se dar conta já estava gritando.

– Isabella.- disse Edward em tom de advertência – Fale baixo!- ordenou.

– Falar baixo? Me solte – gritou. – Quando ia me contar? Ou ia me mandar um telegrama: Querida Bella me desculpe mais saia do apartamento porque em breve eu e minha esposa princesa prometida logo chegaremos! – Edward cobriu sua boca com a mão. Não estava acostumado a ser desafiado por ela. Nem por ninguém. E principalmente em um lugar onde seu motorista podia ouvir tudo que se passava.

– Vamos conversar sobre isso quando chegarmos em casa. - falou ainda segurando-a. Ela tentava se soltar mas ele era muito mais forte. – Eu disse não Bella! – gritou a soltando. – Como você ousa me censurar com toda a educação de uma mulher lavadeira? Não conversarei com você aqui e nem farei um showzinho para meus subordinados. Então é melhor você se calar até chegarmos em casa porque não responderei a nenhuma de suas perguntas.- disse num tom ameaçador.

Para Bela apenas lhe restou se calar e chorar em silencio. Encostou a cabeça no vidro e ainda tonta pela bebida começava a sentir uma leve dor de cabeça.

De proposito Edward virou a cabeça para a outra janela. Sabia que ela chorava e seu coração mergulhava num mar de angustia.

Como ela ficou sabendo? Tinha imaginado tudo diferente, conversaria com ela, explicaria a ela o que planejava mas agora... se antes seria difícil agora parecia impossível.

Achava que estava fazendo a única coisa certa de um homem em sua posição. Pensava em seu pais, em seu povo e toda a privação pelo o que vinham passando. Toda a historia sangrenta e atribulada de seu povo no deserto, então endureceu sua feição. Sabia o que tinha que fazer, por que o dever tinha sido incutido dentro dele.

Desde pequeno sabia que quando chegasse o tempo teria de se unir a princesa e ter um filho varão. Assim estava nos manuscritos, assim ele faria. Já estava com 33 anos, era o sultão desempenhando o papel dele e não seria repreendido por sua amante!

Ficaram sentados num silencio até chegarem ao prédio e depois a viagem do elevador até o apartamento.

Assim que Edward fechou a porta, viu Bella correr para o quarto. Pela primeira vez o sultão sentiu uma onda de incerteza sobre como lidar com sua amante, por que Bella nunca se comportava daquela forma. Ela era meiga, disposta, flexível e doce.

Como poderia agora ter a conversa com ela, como poderia fazer com que aceitasse de bom agrado a sua intenção?

Irritado consigo mesmo seguiu para o quarto. Chegando lá Bella tinha uma pequena mala sobre a cama onde como um mini furacão depositava roupas e sapatos.

– O que está fazendo? – perguntou Edward sem reação.

–Eu vou embora.

– O que?

– É isso mesmo Edward...eu não posso mais.

– Não...não... vc não vai a lugar algum – Edward começou a tirar as roupas de dentro da mala e colocar de volta no closet. – Nós vamos conversar.

– Pare, pare, não faça isso... - Bella puxou as roupas de sua mão – Não faça isso comigo por favor. – disse chorando – Eu não vou aguentar. - Ele então a abraçou prendendo seus braços na frente do corpo.

– Vamos conversar, minha albi. Vamos conversar. O que quer saber?

– Nada. Não quero saber de nada.- Bella permitiu-se por uma ultima vez desfrutar do cheiro, da pele de seu sultão. - Cedo ou tarde já sabíamos que isso aconteceria.

– Nada precisa mudar. Posso viver a vida que esperam de mim em meu reino e posso tê-la lá comigo. – disse ele -Nós vamos fazer isso funcionar. Não vamos nos separar.

Bella ficou imóvel. Não acreditava no que ele estava propondo a ela.

– Você está dizendo para eu ir para seu pais como sua amante? – falar as palavras a enojavam ainda mais. Então ele realmente me vê como um prostituta.

– Por que não? – sua voz era doce...quase gentil – Homens em minha posição fazem isso com frequência e desde o inicio você me disse que não estava interessada em um relacionamento convencional.

Bella se sentiu mal. Sim ela tinha dito aquilo, mas nunca pensou que se apaixonaria por ele. Podia sentir as gotas de suor pipocarem em sua testa pelo esforço que fazia em se livrar das grandes mãos que a cercavam. Sentia o nó em sua garganta crescer como se uma mão invisível tentasse estrangulá-la.

– Me desculpe. – disse com a voz tremula. Notando que estava mais calma Al Badim a soltou. – Desculpe declinar de sua oferta. - voltou a encará-lo; agora seu peito era preenchido por uma determinação. - Em sua cultura isso pode ser aceito . Que um sultão mantenha varias amantes após se casar. Mas não aqui. Não para mim. Não acho ser capaz de fornecer sexo sem problemas para um homem casado esperando por seus restos. Eu jamais aceitaria uma coisa dessas! – sorriu com amargura. – Eu vou embora e por favor não me impeça.- pegou apenas sua bolsa com os documentos. Tirou o relógio de brilhantes e jogou sobre a cama.

– Acha mesmo que vou deixa-la sair desse prédio? – Al Badim estreitou os olhos e uma fúria que jamais sentira nem pelo seu pior inimigo enchia-lhe o peito.

– Do prédio não.– colocou a bolsa no ombro – Da sua vida. Esqueça tudo o que tivemos - olhou ao redor do quarto. – Tudo isso não passou de um sonho e é assim que quero lembrar de você. Do tempo que passamos juntos. – se aproximou do sultão dando em leve roçar nos lábios dele. - Não me faça ter mágoa de você. Por favor Edward.

Foi em direção da porta e antes de sair olhou para trás.

–Adeus.

Al Badim ficou ali parado, imóvel, não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Sem perceber seus joelhos cederam, seu peito doía. Uma dor única, agoniante que faltava esmaga-lo. Seus olhos encheram de lagrimas mas ele as obrigou a voltar uma a uma para o seu interior. Estava no Ocidente e não teria como levar Bella a força para seu país. Não quando todos os olhos estavam voltados para ele.

Bom, ele não.

Teria que por seu plano em prática. Faria com que Isabella aprendesse uma valiosa lição. Ele era seu dono. Ele que ditava as regras naquela relação.


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Notas finais do capítulo

Muito bem o que acharam? O que será que Edinho pretende fazer? E que conversa misteriosa foi essa com o assassino cruel? Ai que meda! rsrssrsr
E vamos dar um trofeu abacaxi para Victoria, minha filha que bocão heim? kkkkkk
Muito obrigada a todos pelo carinho e assim que puder deixem um coment, prometo que assim que possivel responder. Leitoras novas, sejam bem vindas, bjo em todos , fuiiii.