Edward, o todo poderoso, como o chamavam em seu país, estava ali. E não parecia menos naquele momento. Tinha o corpo de um guerreiro do deserto, alto e oponente nunca seria disfarçado com os ternos italianos que usava no ocidente. Bella sentiu um calor repentino subir-lhe pelo corpo só de imaginar como ele ficava nas túnicas e turbantes, que ela nunca vira. Apenas ouvia-o comentar das poucas vezes em que falaram de seu reino, já que de comum acordo haviam decidido não falar de outros assuntos quando estivessem juntos.

– Edward?- perguntou levantando a voz com surpresa, enquanto mais próximo estava seu habib. – Eu não o esperava tão cedo.

– Estou vendo.- respondeu ele passando por ela que meio que cambaleou ao ser bombardeada com o perfume único que ele usava vindo de encontro a seu rosto. Ah...como poderia esquecer esse cheiro!

Antes de fechar a porta Edward acenou discretamente para dois dos seguranças que se posicionavam na entrada.

Houve uma pausa enquanto ele se voltava para Bella e começou a examiná-la passando ao redor dela.

– Eu estava imaginando o que faria com você se estivesse com a maldita camisola berinjela na rua. – disse cumplice com um sorriso discreto nos lábios.

Até aquele momento ela estava tão desconcertada que ainda segurava o celular na orelha. Ele então pegou o aparelho e o guardou no bolso da calça. Olhou para Bella que ainda não havia conseguido encará-lo por três segundos diretos. Sempre desviava o olhar.

– Você não parece feliz em me ver. – seus olhos se estreitaram tentando ver o que estava diferente. Algo havia mudado mas ele não conseguia imaginar o que poderia ser. Alguma coisa que fez seu coração bater diferente, assim que a viu. Como se fosse pego por uma tempestade de areia.

Bella, a linda garota do interior que o cativara no momento em que olhou em sua direção com aqueles enormes olhos verdes. Seu cabelo estava desarrumado dando-lhe um ar selvagem. A casacata negra em ondas por suas costas como se ela tivesse acabado de passar os dedos por elas.

E suas roupas... Ah... Teve vontade de gemer. Suas pernas gloriosas estavam com aquele pano odioso que os americanos insistiam em chamar de tecido. Tantas vezes ele havia pedido para ela não usar aquilo. Dava-lhe as melhores roupas mas como sempre Bella tinha que ser teimosa. Estava pensativo, quando finalmente ela se moveu desconfortável com seu olhar clinico.

– Não...não é isso. – respondeu tirando uma mecha invisível dos olhos. Se antes seu corpo já tremia, agora parecia que havia um terremoto. - Apenas pensei que ainda estivesse no vôo.

– Queria lhe surpreender. – Edward sentiu uma pontada de culpa. Achou injusto de sua parte não avisá-la de que estava a caminho do aeroporto e que seu voo havia sido antecipado varias horas. Só que não suportava mais ficar um minuto sequer sem vê-la, ainda mais com as pressões que vinha sofrendo no reino.

Em breve teria que sentar-se e ter uma conversa seria com ela sobre o futuro dos dois. Havia planos que ele já imaginara para ela e também sabia o quanto seria difícil convencê-la. Mas não hoje. Cerrou os lábios. Nunca hoje. Hoje ele pretendia ter o máximo daqueles momentos a dois.

–É...acho que conseguiu. – sorriu - Deve estar cansado da viagem. – disse deixando a bolsa no chão. – Vou preparar a banheira para que tome um banho quente e relaxante.

Novamente sentiu uma nuvem negra pairando por ali. Toda aquela frieza de Bella, era muito atípico dela.

Antes que desse três passos Al Badim a segurou pela cintura fazendo com que suas costas batessem em seu peito. Ele não estava gostando nem um pouco do comportamento estranho dela e pincipalmente por que já estava no maldito país há quase duas horas e ainda não tinha sequer dado um beijo em sua odalisca.

– É assim que cumprimenta seu habib? – perguntou com uma mão em volta de sua cintura enquanto a outra afastava os cachos deixando seu pescoço a mostra. Começou a distribuir beijos quentes e carregados de desejos por toda extensão.

Bella mordeu o lábio tentando segurar um gemido por ter seu corpo tão entregue ao amante.

Droga! Porque não conseguia simplesmente beijá-lo e transar como sempre fizeram? Ela sabia a resposta. Porque agora ela queria fazer amor. Queria o amor de Al Badim. O amor de seu habib.

– Edward... espere. – tentou em vão soltar a mão dele de sua cintura. Mas ele era muito mais forte que ela e seu corpo traidor estava totalmente entregue querendo muito mais toques dele.

Muito rápido Edward a girou nos braços. Segurou o cós da calça.

– Então...já que nem um beijo mereço...- disse num tom ameaçador e de uma só vez puxou as laterais da calça partindo-a em dois. Bella se assustou quando a roupa foi puxada bruscamente pelos braços de Edward.

– Edward!- protestou tirando o que sobrara do jeans surrado – Eu poderia ter tirado do modo convencional.

– Não gosto que use esses trapos velhos. – afagou seus lábios com o polegar. – Visto-a com ouro e seda e prefere isso? – pegou um pedaço do jeans.Voltou a envolve-la dessa vez desfrutando da maciez de sua pele.

– O que está acontecendo? – amassou uma ruguinha que surgiu no meio da testa de Bella – Vejo que algo lhe perturba, porém não sei o que é.

Ela queria muito conversar com ele. Explicá-lo o que se passava em sua cabeça. O que Edward diria se antes ela lhe oferecesse um café ou suco? Como ele reagiria se soubesse que noite após noite solitária, quando ele voltava para seu reino e ela deitava sozinha naquela enorme cama, fantasiava casar-se com ele.

Que queria que ele a levasse para seu país e fizesse dela sua única esposa, sua sultana. Ela aprenderia sua língua, lhe daria filhos fortes e viveriam felizes para sempre. Mas de alguma forma seu corpo não a estava ouvindo.

Imaginou que ele provavelmente ficaria horrorizado com suas ideias malucas e sumiria de vez. Afinal depois de um ano e meio como amante de Edward, qualquer sinal de compromisso estava tão distante quanto o sol da Terra.

Então que mal fazia esquecer só por algumas horas a conversa que tivera com a mãe e permitir-se viver mais uma noite quente, de intenso prazer com seu habib? Principalmente porque ele continuava com aquelas mãos enormes passeando pelo seu corpo. Sua barriga, suas costas, seus seios...cada toque liberava protestos silenciosos da fome sexual que tinha por ele.

Suas mãos continuaram descendo até que foram depositadas dentro de sua calcinha. Se surpreendeu quando ao mesmo tempo soltaram gemidos altos mergulhados no intenso prazer. Bella não hesitou em mandar as favas o restinho de razão que ainda tinha e começou a rebolar nos dedos ágeis de Edward.

– Ah habib – gemeu roçando sua boca no queixo dele e sentindo a aspereza da barba por fazer sob seus lábios.

– Sim, minha querida – a voz dele soava rouca de desejo. – Conte-me.

– Espere... – pediu imaginando se seus gemidos não podiam ser ouvidos pelos seguranças que provavelmente estavam espalhados pelo corredor.- Aqui não.- passou os braços ao redor de seu pescoço. – Vamos para a suíte.

Ele passou um dos braços pela perna de Bella a tomando no colo.

– Feiticeira do deserto. É isso o que você é. Gosta de me ver em suas mãos, implorando por seus carinhos. – a beijou indo em direção ao quarto.

Sim. Bella gostava de pensar, de sonhar que ela fazia falta para ele. Mas sabia que isso era impossível. Na sua ausência havia pesquisado e sabia que todos os membros homens da família real tinham um harém. Embora o sultão jamais houvesse confirmado isso. E só de imaginar quantas mulheres estavam ali predispostas para se deitar com ele a fazia ficar rubra de raiva.

– Ai. – Al Badim soltou um silvo de dor separando os labios e Bella abriu os olhos. – Acho que minha tigresa está com as unhas afiadas.- disse e ela riu sem graça. Nem havia percebido que cravara a unha em suas costas imaginando-o se deitar com aquelas maravilhosas mulheres escolhidas a dedo de seu harém.

Edward a depositou na cama enquanto com a outra mão puxava a regata de seu corpo. Os olhos deles se colidiram. Estava sem sutiã. Edward entortou a boca em desapontamento.

Sem sutiã? Na rua? O que se passa na cabeça dela?

Seus olhos faiscaram vermelho e sabia que Bella também podia ver as faiscas saltando em sua direção já que mordeu os lábios tentando disfarçar o risinho. Mas ele não daria esse gostinho a ela mesmo que sentisse o ciúme consumindo-o enquanto imaginava os milhares de olhos ingleses em cima de seus... seus seios apetitosos. Pior, imaginava aquele bando de seguranças babando em cima dela.

Bella tinha sim vontade de rir. Adorava quando ele dava essas crises de faniquito. Fazia com que ela lá no fundinho acreditasse que ele sentia algo por menor que fosse por ela. Que realmente gostava dela. Sentiu ele apertar-lhe mais quando soltou uma risada baixa.

– Do que está rindo?- ele perguntou com os olhos em fenda.

Ela apenas voltou a entrelaçar seu pescoço e perguntou com voz manhosa.

– Como posso satisfazer meu habib? – abriu as pernas para que o sultão melhor se acomodasse entre elas. Ele já sabia o quão teimosa e persuasiva ela era.

– Sabe muito bem como me satisfazer.– disse se deitando sobre ela. Estava com muita raiva pelos modos de Bella em sua ausência, mas o desejo por ela era maior e teria que antes ser saciado.

Mesmo com a camisa Edward podia sentir a maciez de seus seios quando ela apertou seu corpo contra ele.

– Não imagina como senti sua falta.- disse dando beijos suaves por seu rosto

– Sentiu?- Bella afastou seu rosto fitando seus olhos com intensa curiosidade.

– Porque não acredita em mim? – distribuiu beijos delicados por seu rosto - Senti muito sua falta Isabella. Senti saudade de você. Falta de seu cheiro, de sua pele perfumada e macia. – voltou a olhar em seu rosto – Falta de seus olhos incrivelmente verdes naquela imensidão bege das areias do deserto. Todas as noites que passo longe de ti, sonho com esses olhos, com esta cor única que me cativa cada dia me torturando até encontra-la novamente.

Ela queria muito acreditar em suas palavras. Precisava acreditar.

Sua boca moveu-se em direção a dele. Edward gemeu quando seus lábios se encontraram. Ela tinha o beijo mais doce do que qualquer mulher que ele já conhecera. E a forma como fazia amor era o modo mais doce e intenso que já tivera.

Poderia por credito ao fato de tê-la moldado como sua amante perfeita. Por ter treinado aquela garota linda e ingênua. Só que Bella era única e tudo nela também era. Pensou o quanto ela mudara como seu diamante bruto tornara-se uma pedra suave e polida, porem ainda tinha algumas partes que precisavam ser lapidadas.

Edward tinha certeza que ela era a mulher de sua vida. Pena que nascera no local errado e ainda por cima era atrevida e voluntariosa. Atributos totalmente indesejados para qualquer esposa em seu pais. Na verdade para qualquer mulher de seu reino. Lá todas eram castas e obedientes.

Em questão de segundos, Edward se livrou da blusa e a descartou no chão.

Bela ao ver o sultão tirando sua calça e falando alguma coisa em sua língua nativa a fez contorcer-se de prazer em expectativa. O resto de suas roupas foi tirado com rapidez e ela pode constatar o quanto ele estava excitado.

Sua ereção dominava sua visão por completo quando Edward se juntou a ela na cama. O frescor de seu hálito serviu para apagar toda e qualquer duvida daquele momento. Pelo menos não nessa noite. Seus olhos colidiram e ele acariciou com a ponta dos dedos seu rosto.

– Você é só minha e de mais ninguém.- disse com o sotaque carregado de sua língua nativa e o que parecia uma ordem saiu mas como uma suplica. Deslizou para dentro dela e ambos gritaram com a sensação de plenitude. Esperou um pouco para que seu corpo se acostumasse ao dele.

– Não habib... não pare... – sussurrou se movendo em busca de atrito .

– Ah Bella! - gemeu saindo e entrando de novo nela com força . – Uma tempestade... doce do deserto... assim é você...

Edward sentiu sua boca secar ao se concentrar em cada investida, cada impulso de seu corpo. Suas mãos seguravam o bumbum de Bella, enquanto ia mais fundo para dentro dela. Era como se fosse um veludo quente e suave. Queria que aquele momento durasse para sempre. Desejava ficar preso dentro dela e passar o resto da noite beijando seus lábios macios e doces.

Bella começou a se contorcer e estremecer de prazer quando os primeiros espasmos do orgasmo a atingiram e Al Badim demorou-se o suficiente para ver o rubor cobrir os seios dela.

Talvez pelo tempo em que estavam separados ou pelo medo de ser sua ultima vez com ele, Bella não demorou para recuperar-se do intenso orgasmo e para investir contra ele. Edward tentava imobilizá-la na cama mas não conseguia.

– Bella... não – gemeu ele porém Bella queria muito mais do sultão e estava mergulhada num mar de sensações, já não o ouvia. Sussurrando em sua língua nativa, o orgasmo parecia queimá-lo de dentro para fora em uma explosão feroz de prazer. Mais uma vez, Bella sentiu uma deliciosa sensação antecipando o novo orgasmo. Os dois gemeram ao chegar ao êxtase juntos.

Al Badim deitou sobre ela enquanto seus corpos suados acalmavam a respiração. E não demorou muito para que ambos ardessem de desejo e começassem uma nova e envolvente dança sensual.

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Bela se mexeu entre os lençóis macios e perfumados para que deitasse de frente para Edward. Ele estava com os olhos pequenos de sono devido ao fuso horário além do cansaço das intensas reuniões com os chefes políticos que havia tido em seu país antes da viagem. Insistiam que ele tomasse logo uma decisão.

Bella o olhava intensamente e mesmo tendo noção que tinha grandes olhos lhe observando, Edward sem querer soltou um grande bocejo.

– Me desculpe. – pediu – Eu queria muito dormir mas acho que você tem algo muito mais interessante para me falar.

Edward a puxou para mais perto deitando sua cabeça em seu peito.

– Você está muito cansado?- Bella perguntou querendo muito lhe falar dos sentimentos que lhe afloravam no peito há algum tempo, da conversa que teve mais cedo com sua mãe e de toda confusão que viviam nesse relacionamento.

– Pra você jamais estou. – a apertou – Diga, o que houve?

– Porque demorou tanto para voltar dessa vez?- Edward soltou um longo suspiro. O que dizer? Que sua família insistia para que ele se casasse logo e concebesse herdeiros, que honrasse logo o compromisso com sua prometida para que assim evitasse uma guerra que pudesse por em risco milhares de vida e pior ainda, que após o casamento jamais poderia vê-la novamente e sempre, em todas as suas viagens teria que ter a companhia da esposa.

– Tive que resolver problemas, ajudar o meu pai em algumas situações e não pude me ausentar. – beijou seus cabelos – Apenas isso. – não queria lhe falar os reais problemas, não agora.

Bella apoiou a cabeça em seu peito para encará-lo. Seus questionamentos voltavam a invadir com força total sua mente. Até quando suportaria essa vida? Até quando viveria das migalhas do sultão? Ela sabia o que queria mais não tinha forças para deixa-lo, para deixar seu habib.

– Eu quero falar uma coisa com você. – Bella sussurrou com a voz embargada já prevendo o choro. Isso fez Edward no mesmo instante ficar desperto. Sentou-se na cama a trazendo consigo.

– O que houve albi ( meu coração)?- Sabe que cada gota derramada de seus olhos são como se um dia eu perdesse da minha insignificante vida. – acariciou os braços dela inalando o perfume de seu cabelo - Vivo pra te fazer feliz, por isso não quero vê-la chorar.

– Eu não sei por onde começar...- Bella parou de falar quando o som estridente do celular do sultão invadiu o quarto. Ela conhecia bem aquele som. Era uma ligação estrangeira, do seu país e com certeza ele iria atender. Edward soltou algum palavrão em sua língua nativa. Bella sabia que era, pois sempre que ele falava isso estava muito nervoso.

– Espere...- Edward afastou Bella e se levantou – Eu já volto...vamos conversar. – Pegou do chão sua boxer e correu em direção a sala em busca do aparelho.

Bella se enrolou no lençol e ficou ali deitada. Por algum motivo toda a coragem de conversar com ele havia desaparecido. Escutou ao longe Edward discutir em sua língua nativa com sabe-se lá quem e sentiu até pena de quem quer que fosse do outro lado da linha.

Pela voz, Edward parecia estar muito nervoso, como poucas vezes havia visto.

Enquanto isso na sala....

–Eu não quero nem saber o que você vai fazer! – berrou com seu consultor. Já estavam há quase quinze minutos na maldita ligação. – Diga para meu pai que eu fui pra China, pro caralho a quatro! Eu não vou voltar agora. Ele vai ter que esperar!

– Mas senhor, eu já....

– Problema seu.- É seu dever, é para isso que você é pago como meu consultor pessoal e chefe de minhas relações publicas e internacionais. Dê um jeito! – Eu ainda não posso voltar!- sussurrou – Conto com você meu amigo.- se despediu desligando o aparelho.

Caminhou em passos largos para a suíte. Bella estava imóvel com os olhos fechados. Sua respiração estava calma e regular. Já havia adormecido.

Al Badim sentou-se na cama passando as mãos pelo cabelo. Já sabia o que fazer, o problema agora era convencê-la. Ela jamais aceitaria.

A observou em seu sono profundo e sentiu o peito comprimir em amargura. Não conseguiria passar mais nem um segundo longe dela.

– De um jeito ou de outro terá de ir comigo. – disse num sussurro.