A Odalisca escrita por Titina Swan Cullen


Capítulo 17
Capitulo 17


Notas iniciais do capítulo

Oieeeeee tudo bem flores? Dessa vez nem demorei, viram?
Muito obrigada pelo carinho de todos os comentários, li cada um com muito carinho e me esforcei ao máximo para acabar o capítulo rápido. Um super bjo para dnunes que recomendou a fic; muito obrigada linda. Capítulo em sua homenagem. ;)



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O emir e seu filho, sheik Al Badim estavam acompanhados por dois staffs, o conselheiro Emmet e mais cinco chefes de Conselho, além é claro de um infinito numero de seguranças que ao chegarem ao palácio, se misturaram aos outros.

Vestindo uma túnica verde escura bordada com flocos de prata, Jasper os aguardava na entrada do Palácio com seus lideres de Estado. Uma equipe de fotógrafos já estava a postos no inicio das escadas. Um deles, mais afoito por algum furo jornalístico, tentou se aproximar do sultão mais foi impedido por dois seguranças trogloditas.

— Meu filho. – Carlisle saudou o genro com um abraço e dois beijos no rosto. Jasper pegou a mão do sogro beijando e elevando até sua testa em sinal de respeito.

— Onde está a preguiçosa da minha irmã? – Edward brincou aos sussurros beijando o rosto do cunhado. – Não me diga que já está reclamando da barriguinha? – na verdade estavam muito felizes com a recém descoberta gravidez de Alice.

— Nada disso. Minha rainha está entretida com os preparativos do almoço. Sabe muito bem que para manter as mulheres paradas só se forem amarradas com nós bem firmes. – riram.

— Definitivamente essa é nossa Alice. – riu Edward.

Após as apresentações se posicionaram no alto da escadaria, entrada do Palácio,  para a foto oficial que a Imprensa apresentaria na TV e jornais da noite. Já fazia tempos que queriam ir visitá-los mais ainda não havia tido chances. Até que precisaram resolver alguns pontos sobre o acordo que destinaria o empréstimo de 30 tanques para a defesa das cidades assoladas com a guerra civil na Turquia e puderam finalmente vê-los.

Após uma rápida conversa, Jasper os conduziu até o salão de banquetes. Apenas os chefes de conselhos e de Estado puderam entrar. Os fotógrafos aguardariam o final da reunião para registrarem o momento.

A enorme sala possuía lustres e candelabros iluminados ao longo das paredes. Muitas flores em vasos caríssimos perfumavam o ambiente. Ao olhar a mesa, Al Badim agradeceu internamente por não ter aceitado o lanche durante o vôo ou não conseguiria comer um terço do que Alice tinha preparado e ainda estava preparando para eles.  A mesa baixa cheia de iguarias sírias estava preparada com frutas, doces, diversos tipos de pães e azeites saborosos. Chá preto frutas secas também estavam dispostos sobre a mesa. Almofadas forradas em vermelho, dourado e azul, dispostas ao redor, aguardavam os convidados.

— Como todos sabem , estou muito feliz com a chegada de meu primogênito e com permissão de vossa alteza, - Jasper prestou reverência ao sogro – quero pedir-lhe, não desrespeitando nossa fé, se poderíamos ter uma pequena comemoração. Posso quebrar o protocolo hoje e servir uma bebida diferente?

— É claro.  – afirmou Carlisle sabendo ao que o genro se referia – Poderemos misturar um pouco em nosso chá.- Dificilmente isso aconteceria no Egito, porém tinha muito o que comemorar. 

Jasper chamou um dos empregados que não tardou em voltar com três garrafas de Bomonti, vinho branco, e cinco de raki, uma espécie de drink com um forte teor de álcool e gosto de anis.

O emir sinalizou para que os convidados ocupassem seus lugares a mesa enquanto aguardassem ser servidos.

Jasper fez questão de servir um a um seus convidados. Edward foi quase um dos últimos a ser servido, devido a sua idade. Há muito tempo não sentia o gosto do álcool na boca. Sua ultima viagem ao exterior tinha sido em menos de um mês e preferiu as bebidas não alcoólicas. Tinha outros objetivos nessas excursões e precisava manter-se sóbrio.  Também não sentia falta, mas aquela era uma ocasião especial e não deixaria de comemorar a chegada do sobrinho ou sobrinha.

Não tardou para que Alice entrasse na sala e recebesse palavras a felicitando pelo bebê. Mais tarde, seu pai e irmão falariam com ela mais intimamente, ali não era o local mais adequado.

Logo atrás dela uma comitiva de empregados entrava carregando bandejas com os mais variados pratos de carne de boi, frango e cordeiros assados, grelhados, cozidos, pimentões e berinjelas recheadas com arroz, pinhas e passas. Diversas saladas com grão de bico, tabule dentre outras.

  Al Badim tinha certeza que ouviu o estômago de Emmet roncar quando o aroma preencheu o ambiente. Ele também já estava faminto aquela altura. Sua irmã esperou até que todos os convidados tivessem sido servidos e saiu. Não iria participar, pois tratava-se de um almoço de negócios, além de que tinha que ficar de olho na criadagem e em outra pessoa.

Enquanto os convidados se deleitavam com a bebida e comida, o emir conduzia a conversa, informando sobre os novos rumos na política e outras vezes sobre a euforia que ele e a rainha Esme viviam, em ter o primeiro netinho a caminho.

Não tardou muito para que o assunto virasse para o sheik Al Badim.

— E vossa Alteza quando nos brindará com a notícia? – começou um dos chefes se recostando na cadeira deixando a mostra o volume da barriga já empanturrada de frango – Sei que o assunto é muito delicado e por isso mesmo tentamos não falar disso, mas não é de hoje que o povo fala do herdeiro.

Emmet que estava ao seu lado pigarreou alertando o homem para deixar o assunto para outro momento.

— É mesmo? – perguntou Al Badim com o olhar fixo e firme - Gostaria muito de ouvir as queixas vindas de meu povo a respeito das desventuras em meu leito de casal. - embora seu semblante fosse tranquilo, o emir tomou nota do sarcasmo em cada palavra.

— Bem... é que...- o homem calou-se sentindo que a culpa era do álcool por ter agora toda a atenção para si.

— O que Amitab está falando, meu senhor,-respondeu o outro conselheiro modulando a voz - é apenas que o povo aguarda ansioso a chegada de um herdeiro. Principalmente... Al Badim tinha os olhos em fenda. Porém o que fez o homem calar-se foi o modo como ele cortava seu pedaço de cordeiro, praticamente estraçalhando a carne - principalmente após o acidente...

— Não se preocupem. – Al Badim resolveu cortar o assunto. Na verdade tinha uma resposta bem afiada, mas preferiu morder a língua. Ainda não era hora de mostrar quem mandava naquela merda toda. - Minha esposa e eu estamos providenciando. – sorriu com desgosto - Assim que tivermos a boa nova, comunicaremos com prazer aos senhores. – largou os talheres indicando que o assunto estragara seu apetite. Buscou a garrafa de raki e entornou mais um pouco em seu chá. Se era pra encher-lhe a porra do saco, que pelo menos fosse bêbado.

 - Tenho alguns anos a mais que vossa alteza e digo com propriedade que a fé do nosso povo precisa de combustível. – Al Badim revirou os olhos visivelmente irritado. Estava cada vez mais difícil escutar aquele homem senil falando de sua virilidade em procriar na frente dos lideres de Estado da Turquia. Sem perceber, continuou o conselheiro mais corajoso. - Não é uma fé morta e...- Edward abafou um palavrão dando mais um gole na bebida. Se sentia um miserável pelo único fato de que sua hereditariedade se tornasse exclusivamente político.

Carlisle tinha os olhos bem atentos no desenrolar da conversa. Os outros também estavam mudos e paralisados. O emir preferiu intervir antes que o filho dissesse algo de difícil volta. Por mais que fosse quem era, Edward ainda assim devia respeito aos chefes de conselho.

— Por favor senhores, vamos deixar essa conversa para depois. – disse o emir – Assim que findarmos o almoço poderemos iniciar a reunião e poderemos tratar desses e outros assuntos.

— Também sei perfeitamente que posso governá-los independente de ter em meus braços um filho ou não. – Al Badim virou a taça de uma só vez. – Quem por acaso esteve a frente com a Arábia Saudita conseguindo apoio e financiamento durante a expansão de nossas empresas com o estrangeiro?

— Sim claro. Sabemos disso... é só que, um filho é uma segurança a mais de que.....

—  E além do senhor, chefe de conselho,  quem mais gostaria de se pronunciar a respeito de minha vida intima? Só estou conseguindo ouvir sua voz ecoando! – inferno. Não queria ter levantado o tom da voz, mas aquele velho estava acabando com a pouca paciência que não tinha.

— Edward! – Carlisle chamou com tom de repreensão.  Nesse momento os empregados entraram servindo mais uma rodada, dessa vez de frutas frescas, tortas e doces cremosos.

— Ah, ia me esquecendo. - Jasper aproveitou a deixa e chamou um dos empregados. O mesmo foi até o armário tirando de lá uma caixa de madeira e entregou ao seu senhor.

Jasper abriu a caixa exibindo charutos cubanos. Encostou o nariz absorvendo o odor.

— Sempre tenho guardado para ocasiões especiais como essa. - tentou quebrar o climão que se instalou na sala.

           Passou a caixa pelos visitantes. Todos tiraram um com exceção de Emmet que enquanto com uma mão colocava na boca, com a outra escondia dois sob a turca. Al Badim estava irado, possesso da vida.

Maldito filho da puta!

 

Quem eles pensam que eu sou?  Me tratando a todo tempo como se eu fosse um moleque. Como se nada que eu fizesse fosse o suficiente. Sempre vivi uma vida em prol do nosso povo e vem esse conselheiro dos infernos dizer que se eu não tiver um filho não serei capaz de liderá-los?!

 

E ainda por cima me deitar com a mulher que eles escolheram. Mal sabem que conceber um filho com Rosalie é algo impossível de acontecer.

Jasper se aproximou de Edward com o isqueiro para acender seu charuto.

— Não...- deixou o charuto sobre a mesa a sua frente – Estava puto demais. Queria levantar e falar com a irmã para ir logo embora, mas ainda tinha maldita reunião. - Dessa vez eu vou ter que passar. Já abusei das recomendações médicas com o vinho e não quero misturar – mentiu vivivelmente nervoso - Deixarei para mais tarde.

— Tudo bem então. Sei que não gosta disso. - Jasper o olhou avaliativo durante alguns segundos. Colocou uma mão no ombro de Al Badim para fingir que tinha dificuldades ao se sentar. – Sabe meu irmão. Estou ficando velho. 

Al Badim entortou a boca. Talvez o álcool já tivesse atingido os neurônios do cunhado também.

 Jasper era apenas dois anos mais velho que ele.

— Se o que te preocupa é o bebê, sei que será um bom pai. – deu uma garfada no pêssego em calda. O assunto do bebê parecia estar devolvendo seu bom humor.

— Como pode saber disso? – soprou a fumaça fedorenta para longe de Al Badim.

— Se não eu te mato. – Os dois riram. - E sabe que minha irmã ainda ajudaria.

— Ajudaria mesmo. – Jasper sorriu pensativo. Os visitantes estavam dispersos em outros assuntos agora. Empregados tiravam discretamente o aparelho de louça do almoço. Ninguém  parecia notar a conversa entre eles.

“Talvez aquele fosse o melhor momento.”— pensou Jasper.

— Eu estou com um pequeno problema.  – o tom de voz do cunhado era bem baixo. O que acabou despertando a atenção de Al Badim.

Ergueu as sobrancelhas em dúvida do que tinha realmente escutado.

— Estou com um problema e não sei bem o que fazer. – repetiu Jasper.

— Se eu puder fazer alguma coisa. – imaginou que talvez o cunhado estivesse doente. Ele parecia relutante com o olhar meio perdido – Gostaria de ir para outro lugar? – disse quando notou a mesa repleta de pessoas. Pareciam entretidos demais para notar a conversa – Seja o que for daremos um jeito. Conte comigo. – Arrastou-se para mais próximo de Jasper como se ao fazer isso pudesse passar segurança para o irmão postiço.

— Eu recebi um presente hoje. – sussurrou por fim. Al Badim tinha os olhos confusos. Que mal poderia haver em receber presentes? A menos que...

— Não me diga que o seu presente é...

— Exatamente. – os dois riram. Esse era um presente que deixaria muitos homens felizes. Só que para Jasper esse tipo de presente deveria estar deixando-o louco. Principalmente tendo Alice como esposa. A essa hora se ela já soubesse, Jasper deveria estar dormindo no estábulo com os cavalos.

— É um problema mesmo. – Al Badim voltou a sorrir.

— E dos grandes. Bem grandes – mostrou as palmas das mãos.

— Bom... –disse Al Badim bem mais tranquilo - e porque você aceitou então?

—Não tinha como não aceitar. – comprimiu os lábios - Ela é... especial. – Al Badim ergueu a sobrancelha em desconfiança. Jasper falava da tal mulher como se fosse realmente diferente.

— Gosta tanto dela assim? – questionou já supondo que deveria ser uma amante.

— Não... Não...- Jasper escusou-se deixando o charuto cair no carpete. – Não é nada disso é só que a historia dela é... é realmente diferente. – recolheu o charuto e depositou num dos cinzeiros espalhados sobre a mesa. Observou em volta para ver se ninguém tinha os ouvidos na conversa - Não poderia deixá-la sem um lar. Apenas isso.

Al Badim voltou sua atenção para a bebida. Algo não cheirava bem. Pra isso ele tinha faro. Para acabar querendo envolvê-lo nisso, Jasper escondia algo, e dos grandes. O que poderia querer dele? Um conselho? Dificilmente ele falaria disso com ele se não estivesse bem enrascado.

— E no que eu posso ajudá-lo?

— Na verdade, preciso que me faça um favor.

— O que precisar. – Al Badim tinha os olhos fixos nas feições do cunhado.

— Quero que leve-a com você.

— Comigo?! – perguntou surpreso. – Nem pensar! – negou veemente.

— Não posso deixá-la aqui no palácio. – Jasper tinha as sobrancelhas franzidas.

 - Se é só isso porque não oferece para um de seus amigos daqui? – perguntou imaginando porque ele a queria tão longe. – Qual o interesse em tê-la em outro país? - no Egito, para ser mais exato.

Jasper voltou a pegar o charuto dando uma longa tragada. Exalando a fumaça do charuto constatou que aquele assunto estava longe de ser bem digerido. Havia dito à Alice que ele não seria a pessoa mais qualificada para aquilo.

“Você consegue!” — ela havia dito nessa manhã quando o empurrou para fora do quarto. Tinha que se acalmar ou do jeito que Edward era desconfiado acabaria descobrindo suas reais intenções.

— Você é esperto. - afirmou com a cabeça sorrindo para o sultão. - É minha prima. – falou por fim – Soube a pouco tempo de sua existência. Seus pais, meus tios, faleceram na guerra civil num dos conflitos em Omã. Como em breve é o país que você assumirá, achei que poderia levá-la consigo e talvez quem sabe, ela possa lhe passar alguma informação, talvez o ajude a reconstruir a nação... Seu povo.- seu tom casual soava tudo menos natural.

 Belas palavras. Al Badim pensou.

Belas e sábias de mais para alguém que tinha pensado muito bem antes de mover uma peça nesse árduo jogo de xadrez. Teria que compactuar com seu teatro para descobrir do que se tratava.

— Ainda assim – resolveu largar a taça de vez. Não seria prudente beber além, principalmente com o cunhado lhe empurrando sabe-se lá o quê - tenho certeza que Alice poderia até ficar um pouco desconfiada, mas no final ajudaria a tal moça.

— Com o bebê a caminho teremos muitas preocupações e - modulou de novo a voz falando mais baixo - não gostaria de ter um aborrecimento a mais para incomodar Alice. – Agora parecia que Jasper estava desesperado.

Aquilo estava muito estranho.

— Está me dando sua prima como odalisca? – perguntou envergonhado da atitude do cunhado. Que tipo de homem Jasper afinal era? Tudo bem que o procedimento dele não era incomum em seu meio social, mas jamais pensou que ele pudesse fazer algo assim.

— É uma prima distante. – sussurrou explicando como se pudesse diminuir o ato em si.

— Oras Jasper me poupe. – sacudiu a mãos exasperado - Alice também não é desse jeito. – sem querer seu tom de voz um pouco alto chamou a atenção dos demais. – Minha irmã não vai querer sete carrinhos de bebês, um para cada dia da semana. – tentou desconversar. – Venha comigo. – ambos se levantaram indo para um canto mais afastado na sala.

— Alice tem um bom coração. – voltou a falar baixo - Fale com ela primeiro. Tenho certeza que não será capaz de virar as costas para uma parente.

— Já tentei. – não era bem uma mentira. Era ela que o estava obrigando a fazer aquilo - Eu temo que se deixá-la aqui com um de meus conhecidos ela possa acabar sendo vendida nas areias do deserto. – Al Badim negou com a cabeça - Você mesmo sabe que nossa segunda maior luta vem sendo contra a exploração sexual de mulheres. Eu confio em você, sei que cuidará dela assim como das outras moças que tinha sob sua proteção.

— Olha Jasper... – soltou um suspiro - o que menos quero no momento é uma...odalisca. – Tinha uma em especial que no momento era responsável por todos seus pensamentos. E queria preocupar-se apenas em encontrá-la. Não conseguia entender a insistência dele. Só faltava implorar.

— Por favor Edward... por um tempo – Al Badim o olhou incrédulo – Assim que falar com Alice prometo que irei trazê-la de volta.

Edward sabia muito bem como quebrar isso. Se ele realmente gostasse tanto dessa moça como dizia, não iria suportar exibi-la para um publico masculino. Resolveu cair na brincadeira.

      - Sabe que eu sempre tive as mulheres mais lindas no meu harém.

       - Claro. – Jasper concordou. – Natural você é o sheik. Minha prima é muito bonita também.

        - Eram obedientes, submissas. Todas tinham muito talento em como servir seu sultão.

         - Com certeza. Se assim deve se portar uma esposa, imagina uma odalisca! Verá meu irmão que ela não deixa a desejar – Al Badim sorriu de lado com a ingenuidade do cunhado que mal sabia o que ele iria propor.

—Elas também sabiam que sou um amo com muita criatividade e fetiches. Todas elas satisfaziam seu habib sem sequer pestanejar. – Jasper ficou calado pensando onde Edward queria chegar.

— Tenho certeza que Amirah completa todos esses requisitos. –disse após um tempo.

— Ah, então o nome dela é Amirah? – Al Badim riu achando tudo muito divertido. Quando Alice soubesse da tal amante, ele não queria estar na pele do cunhado.

— Quando vê-la verá que não minto. – Jasper realmente o deixara curioso em conhecer a tal mulher que roubara o coração dele tão apaixonadamente.

—Se é dessa forma, quero que me prove que não estarei comprando gato por lebre.- decidiu que era hora de acabar com a brincadeira -  Quero que ela faça uma apresentação. – duvidava que ele concordasse já que gostava tanto assim da moça. Seria uma grande facada em seus sentimentos permitir que outros a vissem exibindo seus dotes. Mas se de fato quisesse se livrar da moça aquele momento seria uma boa hora. O chefe do conselho Amum era um homem idoso, muito sábio e integro, acolheria de bom grado a moça como uma neta.

— Posso providenciar isso. – Jasper respondeu visivelmente aliviado -  No seu aposento...

— Por que não aqui? –  Al Badim ergueu os braços apontando o salão. – Pode ser agora. – Viu os olhos de Jasper se arregalarem que quase cobriram todo o rosto.

— Agora?!

— Por que não? Se de fato ela é tudo isso que fala, aqui tem bons homens que garanto, jamais a maltratariam. Eu mesmo ficaria feliz em indicá-los.

Um som esganiçado e meio agudo começava a subir da garganta de Jasper. Al Badim abafou o riso.

— Eu não acho uma boa idéia. – passou a mão na testa limpando gotas de suor que começavam a brotar -   Melhor no seu aposento. Poderão conversar com calma e verá que falo a verdade sobre Amirah.

Bingo. Sabia que ele não concordaria. Gostava mesmo da moça. Al Badim sentiu muito pela irmã embora soubesse que ela saberia como lidar com a situação.

— Então não poderei ajudá-lo meu irmão. – afastou-se deixando Jasper visivelmente contrariado. - Teremos que voltar ao amanhecer para o Egito. De lá tenho ainda outra viagem ás cinco da tarde para os Estados Unidos. Com o Natal chegando por lá, esse foi o único dia que consegui na agenda do primeiro ministro.

Além do contrato com o primeiro ministro, Edward queria logo se livrar desse contrato para que pudesse averiguar uma informação sobre o paradeiro de Isabella. Segundo o detetive ela estaria num arquipélago, estado dos EUA, o Havaí.

Antes que se afastasse mais, Jasper concordou.

— Tudo bem. – suspirou derrotado - Hoje a noite, após a reunião, Amirah fará uma apresentação para vocês. – dessa vez Al Badim estava surpreso. Porém não hesitou.

— Então estamos combinados. Será melhor assim Jasper, você vai ver. – colocou a mão no ombro dele - Anunciarei aos outros que antes de nossa partida teremos uma festa de encerramento.

— Vou providenciar os preparativos...- Jasper disse num fio de voz enquanto saia de cabeça baixa. Com certeza Alice não iria gostar nada disso.

Al Badim voltou para a mesa. Teve compaixão do cunhado. Seja lá o que ele tentava esconder, a verdade sempre teimava em aparecer.

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Isabella estava com os nervos em frangalhos. Assim que chegou ao Palácio, uma crise nervosa havia caído sobre ela. Desde que Jacob lhe dissera que Edward estava a caminho, perdeu todo o controle emocional.

 Na verdade não entendia porque tanto chorava, melhor seria estar sorrindo. Finalmente iria vê-lo.  Não ainda, já que não sabia se ele a reconheceria, mas Alice estava armando um possível encontro entre os dois em breve.

Acreditava que talvez na próxima semana fosse um tempo razoável para se acalmar e encontrá-lo. Até que Alice disparou quarto adentro com a notícia de que teria que fazer uma pequena apresentação para ele e o...CONSELHO.

HOJE.

— Hoje!?...- O quê?! Como assim?! – jogou as mãos na cabeça.

— Tudo vai ficar bem minha florzinha.- Alice a envolveu com seus braços como se pudesse lhe passar toda a segurança. – Eu lhe garanto ou não me chame Alice Al Badim.

Todo o picadinho de carne com arroz que comeu ameaçava voltar. Ficou zonza e suas pernas assumiram a consistência de gelatina.

Agora estava ali envolta num robe enquanto era massageada, suas unhas pintadas, o cabelo escovado, maquiada e seus nervos ameaçavam explodir a qualquer momento.

— Deixe eu ver como está ficando. – Alice irrompeu no meio das empregadas – Perfeita! Duvido que meu irmão não a reconheça— disse em inglês.

Isabella deu um suspiro profundo. Abanou com as mãos os olhos para secar as lágrimas que brotavam. As lentes também não ajudavam já que irritava bastante. Um mês usando-as e ainda não tinha se acostumado.

— Alice... eu acho que não vou conseguir. – disse – É bem capaz de eu cair como um tomate podre na frente de todos.

Alice sorriu com os cantos dos lábios e um brilho de divertimento surgiu em seus olhos.

— Tenho certeza que mesmo que se torne um molho de tomate ele não vai conseguir tirar os olhos de você. Está belíssima! – Alice segurou sua mão. – Confie em mim. Eu não erro. – com um aceno dispensou as empregadas. – Eu assumo daqui.  

Isabella queria ter todo esse otimismo que ela. Olhou para a janela. Já estava de noite. Se possível o frio na sua barriga tornara-se um iceberg. Alice continuou falando algo, mas como sua mãe dizia, ela era meio autista e em determinado momento se perdeu nos próprios pensamentos.

Lembrou da tarde, algumas horas atrás... Pela janela de seu aposento, conseguiu mesmo que de longe observar quando ele e toda sua comitiva chegaram. Al Badim vestia um elegante terno cinza claro. O Cabelo estava cheio, meio afofado, devia estar sem gel. Ela pensou antes de imaginar suas mãos passeando por ali. Notou que toda a atenção estava voltada para ele e seu pai. Sheik Al Badim era mais alto que a maioria dos homens e por isso se destacava ainda mais. E continuava lindo. O que a deixou de boca seca e admiração. Pior que essa admiração estava maior porque não sabia se ele algum dia voltaria a ser dela. Se poderia novamente sentir o prazer de seus lábios nos dele,  ser envolvida em seus braços e sentir seu tórax musculoso...

— Eu aposto. – a voz de Alice a trouxe de volta. Isabella piscou diversas vezes.  Que vergonha. Como podia se desligar desse jeito.

— Beba isso. – Alice lhe entregou um copo com um líquido claro. Estava morno. A bebida desceu amarga.

— O que é isso? – perguntou Bella fazendo uma careta.

— Não reclama e beba tudo. Vai lhe ajudar a se soltar um pouco mais. – Isabella ainda fazia careta. Não sabia o que era aquilo, não tinha gosto de álcool, mas se fosse ajudá-la a não cair, iria tomar com gosto.

— Ah, isso é muito ruim. – entregou o copo a Alice.

— Deixe eu prender isso aqui – segurou o cabelo para que Alice prendesse a gargantilha. Depois ergueu os braços para que colocasse as pulseiras. Duas pulseiras também estavam postas em seus tornozelos.

— Pode entrar. – disse Alice quando ouviram batidas na porta. Uma empregada trazia um grande volume nas mãos. Depositou na cama.

— Algo mais senhora? – perguntou a menina de feições bem joviais.

— Por favor Hilai. - Pegou o copo vazio de suas  mãos e entregou a empregada – Traga mais.-

Isabella fez outra careta de pavor. Aquela bebida era muito amarga.

Alice foi até a cama e puxou o zíper exibindo a incrível peça.

— É linda Alice! – foi tudo o que conseguiu dizer.

O top era de um vinho claro com pequenas argolas douradas que pareciam ter sido costuradas uma a uma sobre o decote. As argolas desciam pelo busto e lateral onde ficavam penduradas no seu ventre nu. A saia, no mesmo tom de vinho, era curta na altura das coxas com quatro aberturas que permitiriam a dançarina movimentos soltos completos além de uma pequena visualização de suas pernas. Os véus presos na saia desciam até a altura dos tornozelos, junto deles, mais argolas e continhas que ao balanço dos quadris produziriam um som ritmado.

Isabella segurou a peça nas mãos.

— É pesada Alice.

— Claro, é tudo ouro.

— Meu Deus Alice!!!  - Se estava sendo difícil aquilo, agora tornara-se impossível.

Devia valer milhões aquele traje de odalisca. Se uma pequena argolinha daquela caísse.

Não quero nem pensar...

— Nem vem Isabella. – ela disse parecendo despreocupada - É só um empréstimo por hoje. Não tem que ficar se martirizando com isso. Deixa eu ajudá-la. - começou retirando o top da embalagem.

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Pov Edward

Nada como um banho pra relaxar. Queria achar um jeito de ir logo para América do Norte.

 Embora tenha demorado mais e sido burocrática, a pesarosa reunião com os lideres de Estado tinha sido bem mais tranquila que o almoço.

Não culpava Amitab pela encheção de saco.  Na verdade, eu que estava mais estressado que o normal. Desde cedo sabia das obrigações de ser um predestinado, meu dever, dever e dever. O maldito problema é que eu não queria mais aquilo pra mim. Queria mais.

 Queria poder dormir e acordar com a mulher que eu amo sem me preocupar com alguém batendo a minha porta dizendo que eu tinha que ir numa viagem emergencial de paz ou com alguma merda de ameaça de ataque terrorista. Queria uma vida que pudesse dedicar toda para ela, ver nossos filhos crescerem e dar a eles uma vida normal.

Nunca aqui um filho seria criado normalmente.

Droga minha cabeça começava a doer. Se não a encontrasse logo acho que enlouqueceria. Sempre tão alegre carinhosa e ao mesmo tempo tão teimosa. Lembrava com frequência do seu sorriso, seu cabelo tão encaracolado e perfumado. Encostei minha cabeça no piso frio do banheiro.

Porque Isabella? Porque me deixou?

Eu sabia por quê. Porque eu era responsável por aquilo.

Como nas outras vezes a lembrança sem pedir licença penetrou na minha mente. A lembrança de tomá-la com força nos meus braços, ela gritando meu nome e eu beijando-a violentamente, sentir sua pele clara e macia e aqueles olhos.

Ah, aqueles olhos verdes.

 

Senti minha ereção doer.

 Maldição Isabella, porque não volta pra mim? Preciso encontrá-la.

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A empregada já tinha voltado com outra rodada de amargura. Com certeza não era álcool, já que não se sentia zonza nem nada além do já normal com a situação.

— Faça bico. – ordenou Alice quando eu acabei de beber. Retocou o batom dourado. Prendeu um lenço em cada mão. Puxou bem a saia para que ficasse na altura dos meus quadris e surtisse um maior efeito quando eu dançasse.

Soltou então um gritinho satisfeito com o que viu.

— Eu sou o máximo!!!-  me abraçou - Olha Belinha minha quase cunhadinha, terá que me agradecer eternamente.

Embora com todo o entusiasmo dela,  eu não me sentia tão confiante assim.

— Você parece nervosa. – disse ao notar meu estado inerte.

— Jura? Imagina. - Procurei a cama, não conseguia me manter de pé - Me desculpe Alice, mas não consigo me tranqüilizar. Se não der certo? E se ele não se lembrar de mim? Talvez se esperássemos um pouco...

— E deixar ele mais tempo com aquela cobra que só quer saber do status que ocupa. Ela não está nem ai para a felicidade do meu irmão. – me puxou pela mão. Começamos a andar  em direção a cômoda – Não se importa nem um pouco com o povo, apenas com seu bem próprio. Vou lhe dizer uma coisa Isabella, se eu sequer imaginasse que ela apenas gosta uma tantinho assim – juntou dois dedinhos – do meu irmão... não nem do meu irmão, mas se ela tivesse atitudes de melhoria com nosso povo eu faria o possível para que os dois ficassem juntos. – soltou minha mãe e arrastou um grande espelho oval. – Ainda assim meu irmão é apaixonado por você e nada vai mudar isso.

Ela então virou o espelho para minha frente. Quando olhei meu reflexo, não tinha palavras para expressar o que via. Havia experimentado algumas peças no Havaí, durante alguns ensaios, mas nada se comparava com aquilo.

— Eu sei, sou demais! – disse Alice e eu a olhei maravilhada. Cheguei mais próxima do espelho procurando  algum traço que indicasse que era mesmo eu ali parada. Meus olhos estavam bem destacados com sombra escura, lápis preto, rímel e delineador. O cabelo não estava tão liso. Agora cachos definidos nas pontas lembravam como ele era antes da progressiva.

 Perfeição era pouco.

Não queria me gabar, só que parecia a Afrodite, uma deusa da sedução, do que eu, a simples Isabella.

 

— Meu irmão vai se apaixonar ainda mais por você. De novo.

Quando já estávamos babando por tanto tempo, Alice na sua criação e eu na criatura que me tornei, ouvimos batidas na porta.

— Chegou a hora do espetáculo. – disse Alice batendo palminhas.

Tentando afastar minhas inseguranças respirei fundo e seguimos em direção a porta do quarto. 

— Só o toque final. – Alice pegou um pequeno frasco do seio e borrifou no alto a minha frente. Senti as minúsculas gotas do perfume na minha pele.

O cheiro era magnífico! Deve ter custado o olho da cara.

Tentei ler o rótulo, mas ela já o tinha guardado. Ela então jogou o robe sobre mim e eu fechei o véu.

— Engraçado...minha boca está ficando doce. – disse ao sentir um gosto diferente na língua.

— Não se preocupe. – ela sorriu – É normal.

Seguimos por um longo corredor e depois descemos uma escada de mármore comprida em formato caracol. Apenas alguns guardas distribuídos pelo caminho em posição de sentido.

Pareciam mais estátuas, já que não se moviam.

 

— Daqui você segue sozinha. – apontou para mais um corredor. A nossa frente uma porta imensa que quase chegava ao teto, ladeada por dois guardas, também imóveis. – Assim que a musica pausar será a deixa. – me avisou.

— Vou lembrar. Obrigada Alice. –A abracei. Era a única amiga que tinha ali e esperava que continuássemos por um longo tempo.

—Aqui está um pouco quente não é? – perguntei me sentindo o ar abafado. Ela apertou meu nariz sob o véu.

— Então está fazendo efeito. – ela sorriu maliciosa e saiu.

Eu fiquei sem entender. Olhei para o corredor que num instante parecia um longo caminho para encontrar meu habib.

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 Pov Edward

Tinha que reconhecer. A vista do palácio em Istambul era uma das melhores. O Mar Negro   funcionava como um espelho d’água refletindo a lua e as estrelas.

Me encostei um pouco mais sentindo a brisa. Já tinha tudo pronto para a viagem pro Estados Unidos.  Emmet conseguiu que me enviassem por fax os últimos documentos assinados que faltavam, então não seria necessário que voltasse ao Egito para buscá-los. Assim que ajudasse Jasper a resolver seu problema  partiria. Um avião particular já estava preparado a minha espera.

  A minha pressa na verdade se devia a checar a informação dos investigadores que contratei.

Confesso que como nas outras vezes, surgiu uma sensação de esperança em mim. Fazia-me sentir levemente mais vivo. Aquela poderia ser uma informação tanto preciosa como uma jóia ou completamente descartável. Desde que sai do hospital vivia dessa forma. Seguindo pistas, rastros, indícios que me levassem até onde Isabella pudesse estar. As chances dela estar lá eram remotas. Ela poderia estar em qualquer cidade, bairro. E o que me causava mais pânico, que me fazia ter pesadelos toda a noite era não de encontrá-la e sim ela me negando seu amor.

Acordava com o coração acelerado, suando frio. Conhecia bem aquela sensação e não queria terminar minha vida assim.

Longe dela.

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Isabella ficou sem ação por uns segundos. Estava sozinha no longo corredor apenas com os dois seguranças estátuas a sua frente.  E pra piorar começou a sentiu os dedos dos pés formigarem e um calor súbito se espalhar pelo corpo.

— Se acalme Isabella, se acalme.- disse em voz baixa como se entoasse um mantra. Inspirou devagar e depois soltou o ar, contando até dez no processo. – Você passou um ano se preparando para encontrá-lo. Aprendeu tudo sobre o país dele, suas tradições, até seu idioma. Você está preparada. Preciso vê-lo apenas uma vez. - Precisava ignorar toda a dúvida que ameaçava se instaurar.

Lentamente começou a caminhar no mesmo passo que a temperatura começou a aumentar.

Quando faltavam dez passos para chegar a porta, o calor tornou-se insuportável. Jogou o robe no chão mostrando todo o traje de odalisca.

Podia jurar que viu um dos guardas arregalar os olhos para seu decote.

Por algum motivo sentiu vontade de sorrir. De gargalhar na verdade.

— Pode tirando seu cavalinho da chuva. – disse tocando o guarda com o indicador – Isso aqui tem dono. – Háháháhá – começou a rir.

Ai ai que droga o que está acontecendo comigo?  - pensou ainda sorrindo. Não conseguia entender qual a graça. De repente se sentiu leve como se pudesse voar.

O guarda permaneceu imóvel, mas desta vez seus olhos voltaram pra frente.

Isabella sentiu uma tontura brusca e apoiou a mão na parede.

— Droga...- voltou a olhar para os guardas. Os dois agora não pareciam tão imóveis. Talvez achando que ela precisasse de amparo. – Não se preocupem. – tentou usar um tom mais firme - Eu estou bem.

Só podia ser isso.

Alice! O que ela me deu?!

 

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Pov Edward

— Já falei com o piloto. – Emmet se aproximou me entregando a agenda. – Assim que acabar a reunião com o primeiro ministro ele te levará para o ponto combinado.

— Ótimo. – respondi. Emmet dessa vez não iria comigo. Precisava voltar com meu pai e os conselheiros.

— Acho que o senhor Jasper irá apresentar sua protegida.- indicou com o queixo o centro da sala. A mesa baixa do almoço tinha saído ampliado ainda mais o salão. Almofadas maiores estavam dispostas pelo ambiente e os conselheiros tomavam seus assentos. Meu pai estava sentado no centro. Jasper, de pé, falava algo com ele. Alice já estava sentada em seu lugar de direito, ao lado do marido.

Todos agora bebiam café não coado com sahlep, bem forte, e uma música ritmada tocava ao fundo. Procurei um lugar vago. Perto do conselheiro Amum. Chamei Emmet.  Ainda tínhamos que discutir alguns documentos durante minha ausência.

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Isabella fazia polichinelos literalmente do lado de fora do salão.

— Eu... não imaginava.... que as noites aqui... fossem mais... quentes que os dias... – o guarda levantou as sobrancelhas escuras. – Tô... falando sério,... sou eu... ou tá fazendo... uns 100 graus aqui? – perguntou para o outro guarda esticando os braços.

Apoiou um dos pés descalços na parede, esticando e encolhendo.

— 1...2...3... 1...2...3...1...2...3...– contou em inglês trocando os pés sem perceber – 1...2...3...1...2...3...1...2...3...— seja lá o que Alice tivesse lhe dado a tinha deixado num estado de puro agito. Esticava as pernas, puxava os braços de um lado para outro, rodava o quadril pra esquerda e pra direita, repetidas vezes.

Nesse instante, do outro lado da porta, ouviu a musica parar.

— Até que enfim. É a minha vez. – tornou a puxar bem a saia na altura dos quadris. Respirou fundo alisando o ventre nu. – E então o que acham? – perguntou para os guardas que não esboçaram nenhuma reação - Ah, deixa pra lá. – e entrou rapidamente no salão.

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Pov Edward

 O grupo de música fez uma pequena pausa e segundos depois as luzes apagaram.

Cheguei a pensar num apagão na cidade causado por um ataque terrorista. Durou apenas poucos segundos até que a música recomeçou e apenas algumas luzes acenderam mais fracamente dando um ar de mistério no salão. O silêncio tomou conta do ambiente. Um perfume único e delicioso se espalhou pelo salão perfumando todo o ambiente.

A tal moça, prima de Jasper, surgiu na minha frente. Da posição que eu estava conseguia apenas vê-la de perfil. Usava um véu cobrindo-lhe parte do rosto e seus cabelos tinham cachos nas pontas. Tinha um corpo escultural, capaz de fazer o mais fiel dos homens cair em tentação e ainda agradecer. Aliás, era audível o som das vozes excitadas em direção a moça.

Pobre Jasper.

 Ela estava de frente para meu cunhado, como era esperado, se exibiria para seu senhor. 


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Notas finais do capítulo

E então fofys o que acharam?

Será que o sultão conhecerá a dona do seu coração? Alice maluca deixou a bellota chapada. Coitada. Edinho tá cheio de peninha de Jasper, mas acho que quem não vai gostar nadica de nada dos velhos babões em cima da moça vai ser outra pessoa kkkkkkkkk ADOOOOOOOOORO.

Muito obrigada pelo carinho de todos os comentários e pela recomendação dnunes. Não demorei muito nesse e espero também não demorar no próximo. Tomara. Um grande bjo e fiquem com Deus.