A Odalisca escrita por Titina Swan Cullen


Capítulo 15
Capitulo 15


Notas iniciais do capítulo

Flores do meu jardim, um ano de 2016 repleto de saúde e sonhos realizados, é o que desejo a todos vocês!!! Vamos ao cap...



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Al Badim a esperava encostado na parede. Todas as emoções e atitudes que tomara, e poderia vir a tomar, por amor a ela passavam em sua cabeça. Com assombro e pavor, Edward percebeu que de fato ela poderia, dentro de alguns instantes, ir embora de sua vida para sempre.

Isabella vestiu a burca cor de jade, prendeu o cabelo no alto fazendo um rabo de cavalo desleixado. O véu de um tecido fino da mesma cor da burca, cobria-lhe a cabeça e parte do rosto. No caminho até o escritório do pai, Isabela andava logo atrás dele. Estava absurdamente quieta, afastada...distante. Ele queria pegar em sua mão, confortá-la, porém temia que ao menor contato, ela quebrasse.

Mal bateu na porta e seu pai os recebeu. Continuava com a fisionomia fria. Trocaram um olhar rápido, sério e em seguida Al Badim se afastou dando passagem para Isabella.

No mesmo instante um sorriso reconfortante tomou o rosto do emir.

– Srta. Isabella. – cumprimentou-a estendendo-lhe a mão num excelente inglês. – É um prazer finalmente ter a honra de conhecê-la. – ao notar os olhos tristes da moça e a hesitação em aceitar sua mão, continuou – Gostaria que tivesse sido numa melhor hora. Por favor, entre.

Tão logo percebeu que o filho iria entrar, Carlisle segurou a porta bloqueando sua passagem.

– Quero falar com ela a sós. – afirmou em árabe calmo e incisivo.

Isabella continuava de pé atenta ao desenrolar da conversa dos homens. Embora falassem em árabe ficou claro que por algum motivo Edward não participaria desse encontro e ela temia que ao ficar a sós com o tal emir, poderia ser pior.

– Pai...

– Existem milhares de outras tarefas que precisam de sua atenção no momento. – Al Badim voltou seus olhos para Isabella, mas tão logo seus olhares se encontraram, ela desviou.

Edward tinha um ar de derrotado. Abriu a boca para dizer algo, mas acabou por sacudir a cabeça.

Quando acabar de falar com ela, quero que volte para o harém. Mandarei Emmet vir buscá-la. – virou de costas sem nem esperar a resposta do pai.

Carlisle fechou a porta e voltou-se para Isabella. Era incrível como naquele lugar horrível e estranho, em meio a tantas coisas desagradáveis, o rosto do emir pareceu acolhedor.

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Mais uma borrifada do perfume e novamente se olhou no espelho. Al Badim cruzou os braços sobre o peito impaciente. Pedira para que a esposa mandasse alguma criada chamá-lo tão logo estivesse pronta. O que pelo visto ainda iria demorar mais meia hora.

Estava no salão, na cozinha, no pátio e em todos os lugares do palácio. Recebendo os convidados, provando a comida a ser servida, cuidando de cada detalhe. Ele e sua mãe cuidando do banquete em homenagem a amada esposa, onde colocaria a disposição seu harém.

Não por sua vontade, mas por imposição dos conselhos.

Seu pai ainda estava em reunião no escritório com Isabella e o embaixador. Queria estar lá quando terminassem. Pediu a um dos eunucos que a levasse de volta ao harém e o avisasse.

Olhou o relógio de ouro no pulso. Três horas já havia se passado.

– Maldição Rosalie! – vociferou – Se não acabou de se arrumar por que mandou que me chamasse?

– Eu já acabei. – Rosalie lançou-lhe o melhor sorriso. Sua túnica branca, lhe conferia um ar de pureza. Que em nada tinha haver com ela. O batom vermelho sangue deixava seus lábios ainda mais apetitosos. As mãos e pés estavam pintados com hena. Verdadeiramente ela era linda.

Não mais que sua Bella. E já não mais aos seus olhos.

Se por um acaso ela imaginava que suas ações não vinham sendo minimamente acompanhadas por ele, estava muito enganada. Ele sabia de cada milímetro de grão de areia em que ela pisava. Era frio e calculista o suficiente para permitir que seus inimigos se enrolassem até o pescoço, para que ai sim ele desse o nó de misericórdia. E ele daria. Ah...se daria!

Rosalie se aproximou com o véu solto. Ficou na ponta dos pés para beijar o sultão que prontamente se esquivou. Segurou suas mãos dando um beijo em cada uma.

– Não quero que borre sua maquiagem. – ele disse e em seguida, fechou o botão do véu.

O sorriso e brilho no olhar da esposa, deram-lhe a certeza de que ela havia acreditado. Ledo engano.

De hoje em diante, jamais voltaria a se deitar com ela.

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Os vários empregados se misturavam no grande salão com os convidados. Garçons, seguranças do palácio e particulares com escutas que monitoravam o vai e vem dos transeuntes, vários ministros e chefes de estado, chefes dos conselhos e seus assessores, outros apenas amigos íntimos do sheik Al Badim. Além, é claro do general Collins, que permanecia parado ao lado de uma ostentosa coluna, observando a movimentação. Aro Al Fajah estava ao seu lado com dois seguranças. Falava sem parar embora Collins parecesse não lhe dar atenção. Até que o rei do Líbano entregou-lhe uma pequena caixa aveludada. Os olhos do general se ampliaram quase tomando toda a face. Ninguém pareceu notar o desenrolar daquela conversa, ninguém a não ser Emmet, do outro lado do salão, que por ordens de Al Badim, mantinha os olhos bem abertos.

O grande salão estava ricamente decorado. Vasos especiais pendurados nas paredes portavam enormes arranjos de rosas vermelhas, que também enfeitavam o chão. As preferidas de Rosalie. As mesas estavam afastadas dispostas em circulo deixando o centro do salão livre. Preparadas e cobertas com toalhas de linho branco, onde talheres, taças, pratos e guardanapos estavam perfeitamente dispostos. Nas costas das cadeiras, arcos decorativos com pequenas contas rubras cintilavam com as luzes. Uma pequena orquestra havia sido chamada e tocava uma musica alegre, ritmada. A burca era a vestimenta que se destacava entre os convidados, com exceção dos garçons que mantinham o discreto smoking preto.

Todos homens.

A única exceção era Rosálie, que já estava sentada em seu lugar de destaque. Três tronos na parede ao centro do salão. Sendo servida por um dos criados, estava a homenageada, no trono da esquerda. Ao seu lado estava um trono maior onde Carlisle se sentaria, seguido por outro da mesma estatura, o trono de Edward, ambos vazios.

Al Badim se movimentava estranhamente com idas e vindas pelos corredores. Por onde passavam recebia elogios pela linda esposa, além de reverências dos convidados. Os amigos mais íntimos apenas erguiam as taças cheias em brinde ao vê-lo passar.

Tinha que depois agradecer ao conselheiro e amigo. De fato havia sido muito eficaz, conseguindo com que todos que ele queria, chegassem a tempo. Não havia visto ainda seu cunhado. Não que ele fosse um dos eleitos a receber uma de suas odaliscas, mas sabia como Jasper se divertia nessas festas, vendo os homens quase se esbofetearem com as ofertas, pelas mais belas mulheres. Como se não conhecesse bem a irmã, que deveria ter posto algum sonífero no chá do marido. Sorriu internamente.

Por volta das 23 horas a entrada do emir foi anunciada. Todos no salão o reverenciaram enquanto abriam caminho até seu trono. Edward e Rosalie também estavam inclinados e tão logo sentou-se todos voltaram as suas posições iniciais. A mesma musica alegre começou a ser tocada.

– O que ela disse? – perguntou Edward tão logo o emir se sentou ao seu lado.

– Ela ainda está falando com o embaixador e alguns chefes dos conselhos. – respondeu o emir dando leves acenos para os convidados – Sua mãe como sempre sabe preparar uma linda festa.

– A sós? – perguntou Edward.

Carlisle respirou fundo e voltou os olhos para o filho. Pedia a Alá internamente que lhe desse paciência infinita.

– Acho que já é hora de servir o jantar. – suas palavras soaram como ordem. – E é bom permanecer aqui até acabar a cerimônia. - Voltou-se então para a nora, que permanecia alheia a tudo tão ofuscada pelo glamour e brilho em sua homenagem, e começaram a falar sobre assuntos amenos.

Al Badim por pouco não quebrou a taça que tinha nas mãos. Não tinha cabeça pra mais nada. Mais por enquanto teria que esperar. A fúria pela própria impotência o dominou e ele largou a taça de cristal no chão. Chamou um dos chefes com um aceno e ordenou que servissem o banquete. O prato principal era carneiro ao molho de tâmaras, arroz com nozes e sopa de grão de bico com folhas de hortelã.

Já estavam no termino da sobremesa, pastéis doces com raspas de limão, com a maioria dos homens já embriagados de chá refrescante e café, quando a banda trocou a usual porem requintada musica para uma batida mais cadenciada, misturando a euforia com o mistério.

Guardas abriram as maciças portas para que entrassem. Véus esvoaçantes e multicoloridos cortavam o ar enquanto as odaliscas entravam no salão. Corpos delgados e bem torneados, dançavam sensualmente arrancando olhares de cobiça dos demais. Iam dançando, até que se reuniram no espaço vazio em frente a família real.

Como se tivessem ensaiado os passos da dança, as cinturas se moviam em perfeição com o restante do corpo. Os rostos cobertos com o véu e olhos fixos apenas em seu senhor. Al Badim olhava disperso o saracotear das belas moças. Não conseguia se concentrar em nada. Não enquanto, não soubesse que sua albi estivesse em segurança no harém.

Levantou a manga da burca dando uma rápida olhada no relógio. Se quer percebeu quando a musica parou de tocar e todas as odaliscas, esperavam ajoelhadas, assim como os convidados aguardavam, o pronunciamento de sheik Edward Al Badim, de devoção a sua esposa colocando a disposição seu harém. A cabeça de Edward fervilhava. Estava atônito e seu corpo todo irradiava fúria, desgosto e desespero.

Ao notar o descontrole do filho, o emir levantou-se do trono e começou a falar. Houve uma onda de risadas em reação a alguma coisa que ele dissera e logo o barulho dos copos começando a bater em brinde ao casal real ecoou no salão.

Com o ciúme percorrendo suas veias e revirando seu estômago, Edward chamou Emmet que estava bem próximo.

– Quero que monte guarda no escritório do meu pai. Só saia de lá com Isabella e leve-a para seu aposento.

– Para meu aposento?! – perguntou espantado.

– Sim. Provavelmente lá, no momento, deve ser um dos lugares mais seguros até que todo o conselho e esse embaixador metido vão embora. Vai! - dispensou-o.

Após falar mais alguns minutos, o emir deu a palavra a Edward que num discurso nada empolgado para um homem tão apaixonado, iniciou com palavras insignificantes, o leilão. Ignorou o clamor da pequena multidão que desejava felicidades e a chegada em breve do herdeiro, e chamou novamente as odaliscas para começar a entregá-las aos novos protetores.

Seguindo a tradição da cerimônia, concedeu a primeira pergunta a Rosalie.

– Antes de continuarmos, gostaria de saber se é do interesse de minha amada esposa que continuemos com alguma das moças para que se torne sua criada? – voltou-se para ela. O sorriso no rosto de Edward contrariava os olhos complexos.

Rosalie correspondeu ao olhar de Al Badim com um sorriso tão enigmático que por pouco o sheik não sorriu do tamanho descaramento da esposa. Se ela algum dia sonhou que pudesse ludibriá-lo, estava muito enganada. Edward já sabia a resposta.

– Sim meu marido. Gostaria que a de azul continuasse conosco, nos servindo.

– Que isso Rosalie! – fingiu-se chocado sussurrando para que apenas os mais próximos ouvissem – Por acaso não se recorda de Victoria?- seu olhar estava inexpressivo e assim como que para a esposa e demais convidados, poderiam até dizer que ele estava brincando com ela. Mas para o pai aquilo não fora uma simples brincadeira já que seu olhar brilhava e o maxilar estava firme. Se tratava de alguma insinuação, que mais tarde pretendia checar.

– Pois bem, se é ela que deseja como criada, que assim seja. – balançou a mão para que a odalisca mais velha se retirasse para a área de serviços. Um dos guardas a acompanhou.

– Muito bem senhores, minha esposa já fez sua escolha. Agora é com vocês.

E assim seguiu-se até o fim do leilão com os cavalheiros ofertando valores as moças e claro Al Badim aceitando apenas as de seus amigos, fossem ofertas mais altas ou mais baixas. O valor arrecadado seria doado as ONGs que ajudavam as mulheres e crianças, vitimas de violências.

Quando finalmente se despediu de seu ultimo amigo, restando apenas alguns poucos parentes e chefes de Estado que falavam com o emir, Edward vasculhou o salão em busca de Emmet, não o encontrando. Deu-se conta de que também não estava vendo o maldito filho da puta do sogro em lugar algum assim como o general Collins. Rosalie a esta altura já estava no aposento.

Seguiu apressado para o escritório. Os serviçais se encostavam na parede permitindo o livre acesso do sheik que andava tão rápido o quanto era possível, para que não chamasse a atenção. Tão logo chegou ao seu destino, encontrou-o vazio. Havia dado ordens expressas ao conselheiro que a levasse para seu aposento, e mesmo assim sentiu um arrepio frio na espinha. Pegou o rádio de um dos seguranças no corredor.

– Emmet, onde você está?- berrou enquanto agora de fato, corria sendo seguido por mais três seguranças que o acompanhavam sem entender a real situação.

S...senhor?! – perguntou após alguns instantes pelo comunicador, o conselheiro.

– Sim, sou eu sua anta! Mandei que ficasse na porra da porta do escritório até que acabasse a maldita reunião! É bom que Isabella esteja co...

Eu cheguei ai... – interrompeu-o – já não tinha ninguém... – o conselheiro falava esbaforido como se também estivesse correndo. Imaginava o que ocorreria se não encontrasse a estrangeira - Estou procurando pelo palácio desde então... não estou encontrando-os em lugar algum.

– Como? – Al Badim assoviou no rádio, quase esmagando o aparelho com as mãos – Que porra é essa que está dizendo?! – voltou-se para os guardas que o acompanhavam – Vocês, busquem informações daquele militarzinho de merda e do embaixador, quero saber onde estão. Emmet! – voltou a falar no rádio – Pegue mais alguns guardas e continue procurando por Isabella pelo palácio. Ela não pode ter saído sem a minha permissão. – respirou fundo e comprimiu os olhos com os dedos. Os guardas correram em direções opostas e o transmissor ficou mudo.

Mesmo com o militar e o embaixador ela não poderia sair do palácio. Os guardas não permitiriam. Não sem sua ordem. A não ser...

No mesmo instante que a verdade o golpeou, virou-se no corredor voltando ao salão. O emir trocava ainda algumas palavras com os chefes de Estado. Não poderia interrompê-lo, não do jeito que estava. Furioso, suas mãos tremiam de tanta raiva. Era capaz de berrar com o pai. Quantas vezes havia pedido que não se intrometesse em seus assuntos? Começou a andar de um lado pro outro com passadas pesadas, como um leão enjaulado.

Logo foi cercado por outros convidados que ainda estavam no salão. Diziam palavras de felicitações, filhos, algo sobre os terroristas. Cruzou os braços no peito. Ouvia-os sem de fato escutar o que diziam. Queria mandar todos para o inferno, mas seria uma ofensa imensurável.

Talvez pela ira que emanava dele ou pela aura sombria que pairou sobre ele, no mesmo instante que voltava a olhar seu pai, os olhos se encontraram. Carlisle se despediu dos chefes e se aproximou de Edward.

– Me perdoem senhores, mas terei que trocar algumas palavras com meu filho. – os homens quase se envergaram ao reverenciar as duas maiores autoridades do Oriente.

Mal estavam fora das vistas dos convidados, Edward confrontou-o.

– Onde está Isabella? – perguntou com impaciência.

– Aqui não é lugar para isso! – repreendeu Carlisle dando uma rápida olhada para os serviçais, que apesar de terem os olhos para o longe sabia que tinham os ouvidos bem atentos.

O sufocamento foi tomando conta de Edward. Amava Isabella mais do que podia imaginar, mais do que podia suportar e era egoísta demais para deixá-la longe dele. Por mais que sua presença fizesse mal a ela. Era com ele que ela deveria ficar.

Estava tão absorto pelos sentimentos sombrios que deixara de atentar no ambiente em que já se encontrava.

– Ela partiu há duas horas com o embaixador para a Inglaterra. – enrijeceu-se com as palavras do pai.

– Não pode ser verdade. – disse como se lhe faltasse o ar. Assustou-se como suas palavras soaram tão calmas e sombrias.

Carlisle se aproximou. Com uma das mãos erguidas tocou o braço do filho.

– Foi melhor assim. – disse calmamente como se explicando a um viciado a importância de parar com o consumo das drogas. – Você tem deveres com o reino, obrigações, responsabilidades e tudo isso estava se desfazendo ao seu redor, sem sequer perceber.

– Isabella não era um problema quanto a isso...

– Não. Não era, mas você estava se tornando um. Colocou a vida dessa moça em perigo...

– Não. Não.- colocou as duas mãos na cabeça não ouvindo mais as palavras do pai. Esfregou os olhos jurando que devia estar enlouquecendo. Não iria conseguir ficar longe dela, nem mais um minuto. E tudo pelo dever, pelo maldito dever, sua obrigação como filho predestinado. Não pedira para nascer ali, como filho de um soberano, na família dos grandes Al Badim. Correu pra fora do escritório sem se importar com seu nome sendo gritado pelo pai.

Quando chegou ao estábulo, não foi difícil localizar Jafar. Ele estava na baia sendo escovado por um dos cuidadores.

– Al sharif! – disse assustado o serviçal ao ver seu senhor. Edward puxou a portinhola da baia e já montou em Jafar seguindo num galope rápido.

– Vamos Jafar...Preciso que corra como nunca.- sussurrou com o animal segurando em sua crina.

Precisava chegar o quanto antes no aeroporto. Ela não poderia ter ido embora. Não podia. Precisava ter sua habibit em seus braços de novo.

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Isabella conferiu sua terrível aparência diante do reflexo no banheiro do pequeno avião. Chorava desde o instante que recebera a noticia do acidente com os pais. E chorava agora ainda mais por se afastar do homem que amava. No momento seus pais precisavam de atenção. Teria que se dedicar somente a eles e depois... bom depois iria pensar no que o emir lhe falara. Uma dor profunda parecia consumi-la, esmagar seu peito enquanto a cada minuto mais longe ficasse dele.

Saia sem se despedir. – haviam sido as ordens do emir. – Ou então ele não a deixará partir.

Ele estava certo. Edward não a deixaria partir e ela...ela mesmo não queria ir. Tinha medo que se quando o visse não tivesse forças para ir embora.

As batidas leves na porta chamaram sua atenção.

– Precisamos nos sentar.– a voz agora tão intima foi como um afago naquela hora. - Já vamos decolar.

– Eu já estou indo. – respondeu com um fio de voz. Encheu a mão com água da bica e lavou o rosto agradecendo mentalmente pela água estar geladinha e refrescar seu rosto.

Ao chegar em seu assento, seus três acompanhantes já estavam acomodados. Sentou-se do lado da janela e teve sua mão pega numa demonstração de puro afeto e consolo. Isabella não poderia estar mais grata por ter alguém confortando-a naquele momento, quando tudo parecia que não teria mais fim.

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Jafar galopava a mais 80 km quando o portão de grades do aeroporto surgiu a sua frente. Com um comando firme o cavalo saltou os 4 metros facilmente seguindo a pista de pouso e decolagem. Um pequeno avião estava decolando no momento e mais três aguardavam a autorização para decolagem.

Uma luz violeta escura começava a apontar no horizonte anunciando um novo amanhecer. Até que seus olhos localizaram o pequeno jatinho com o brasão da família real.

Viu o general Collins bem próximo da aeronave e tratou de bater os flancos no animal. Era um legitimo puro sangue e com certeza atingiria mais 90 km por hora.

Alguns carros da segurança do aeroporto começaram a seguir o sheik não o reconhecendo. Deram comandos para que parasse mais por nada no mundo ele pararia.

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Pela pequena janela do avião, Isabella notou um cavalo branco se aproximando. Já havia visto aquele cavalo e conhecia bem quem estava montado nele. Mas estava escuro e talvez seus olhos estivessem se acostumando com a presença constante dele. Não poderia ser Edward.

Logo o avião ganhou altitude fazendo-a perder de vista o puro sangue e seu cavaleiro.

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– Isabella!!! - Al Badim gritava já puxando de leve a crina do animal para que começasse a diminuir. – Isabella!!!

Estava bem próximo do jatinho e viu que os homens começavam a subir as escadas para entrar na aeronave. Até que pararam e o general tirou algo do bolso que chamou a atenção do embaixador.

– Vim buscar Isabella! – berrou finalmente sendo notado por eles. O cavalo trotava bem perto da escada.

Os dois homens estavam tão distraídos olhando o interior do embrulho que se assustaram ao ver o sheik. Ambos uniram a sobrancelha ao reconhecê-lo e foi nesse instante que um click, disparado a vários Km dali, começou a ser transmitido pelas ondas do satélite. Fabricado com tecnologia de ponta, o sensor atingiu o relógio cravejado de pedras preciosas, presente do general Collins.

Um clarão iluminou toda a parte sul do aeroporto com a explosão. Al Badim sentiu seu corpo voar a metros do local até que perdeu os sentidos. Quando voltou a abrir os olhos, um zumbido forte soava em seus ouvidos.

Demorou poucos segundos até que sua mente enevoada entendesse vagamente o que havia acontecido.

Uma explosão...

Sua cabeça latejava e embora quisesse se levantar havia um peso muito grande em suas pernas. Olhou e viu Jafar caído sobre seu corpo.

Como em câmera lenta viu vários homens correndo em sua direção. Gritos, vozes e ouviu outra explosão, sendo seguida por varias outras menores no avião a alguns metros dele. Levantou os braços tentando proteger o corpo das pequenas peças flamejantes que voavam em toda direção Sentiu o peito arder e percebeu que parte de seu ombro estava pegando fogo. Passou a mão pelo corpo tentando apagá-lo. Sentia vontade de vomitar, sua cabeça latejava e não conseguia imaginar, não se lembrava porque estava ali.


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Notas finais do capítulo

Fofys.... amores do meu core. Muita saudade de vcs. Como foram as festas de fim de ano? Espero que todos bem e com muita saúde.

Agradeço de coração a todos os comentários e infelizmente não consegui responder a todas mais continuarei tentando.

E então o que acharam do capítulo? Muita coisa do que vai acontecer nos próximos já foi revelada aqui. Viram nas entrelinhas? Rsrsrsrsr. O que será que aconteceu naquela explosão? Posso adiantar que um incidente terrorista envolvendo o embaixador da Inglaterra custará caro ao emir, quem poderia ter interesse em prejudicar o pobre do homem, coitado?  Rosálie que não é boba nem nada já armou sua cama mais Al Badim já está de olho nela. Foi um cap meio chocante e triste no final e sei que muitas torciam para que nosso sultão pagasse por seus pecados e acho que pagou com juros né gente? Coitado ToT. Algo me diz que precisará de muito colo da nossa Isabella. Será que finalmente ela vai perdoar nosso sultão e voltar? Sintam o cheirinho....Prevejo romance no ar, rsrsrs.

Sei que muitas estão chateadas pela demora deles em se acertarem, porém foi necessário para que pudéssemos passar para a nova fase. Desculpem lindas, farei de tudo para que eles se acertem, afinal também torço por eles. 

Um grande bjo e fiquem com Deus.