A Odalisca escrita por Titina Swan Cullen


Capítulo 12
Capitulo 12


Notas iniciais do capítulo

Oieee
Fofys lindonas muito obrigada por todas as reviews e MPs Amei a todas e embora o fim de ano esteja super corrido tentarei responder ao máximo as próximas. Ainda estou com dificuldades para revisá-lo e este cap ficou muito grande então decidi dividi-lo em 3, conforme for acabando irei postando ainda hoje. Aí vai o primeiro. Bjos



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– Eles foram mortos por três soldados libaneses. – repetiu Edward sem acreditar no que estava ouvindo.

–Não. Não foram mortos. – explicou o general – Porém estão em estado grave em um de nossos hospitais. Sob forte escolta armada. – avisou caso alguém se atrevesse a atacá-los novamente. - Eles e mais onze pessoas que estavam perto foram atingidas pelos disparos. Três morreram no local e duas no hospital.

– Como disse e afirmo, dou-lhes minha palavra que meu exercito não tem nada que possa envolvê-los com este ataque.

Edward segurou firme na borda da mesa. Esses eram os nomes dos pais de Isabella. Tinha certeza.

Ou haveria outro casal na Inglaterra com o mesmo nome?

Queria levantar-se e começar a gritar ordens aos seus homens. Queria mandar vários de seus seguranças protegerem os pais de Isabella onde quer que eles estivessem. Que trouxesse o quanto antes noticias deles.

Poder com seus braços protegê-la, criar uma redoma indestrutível onde nada nem ninguém pudessem feri-la.

– Sim. O senhor já disse isso.- resmungou o embaixador Caius como se já tivesse ouvido isso umas duzentas vezes.

– E o que disseram os soldados?- Edward perguntou com a voz comedida. Reuniu todas as suas forças para não deixar a tempestade de emoções que havia dentro dele transparecer em seu rosto. Ele se controlou para usar apenas a máscara da indiferença que havia se esforçado para construir no decorrer dos anos.

– Eles estão mortos. – respondeu o general Collins. – Atacaram cidadãos ingleses em plena rua e não quiseram se entregar. Foram perseguidos e mortos. – concluiu.

Algo ainda não se encaixava naquela historia. Se o problema era com soldados libaneses, o que havia os trazido até o Egito para cuidar desse assunto? Aro viera pedir ajuda a seu pai?

Não, isso nunca!

– E em que o Egito, terra de meu pai, poderia auxiliá-los senhores? – inquiriu o príncipe Al Badim.

– Foi a mesma pergunta que fiz a eles meu filho. – o emir falou.- Até que o embaixador Caius nos entregou isso. Um envelope para cada representante. – avisou.

Edward tirou um jornal do interior.

– Conseguimos parar a tirada desse jornal um dia antes da prensa. – afirmou o embaixador.

Edward abriu-o em sua frente.

“The New York Times”, na capa, com letras garrafais, o titulo da matéria: “Sultão do Oriente Médio, sheik Edward Al Badim envolvido em escândalo amoroso com uma inglesa.”

Na foto, a entrada de um restaurante lhe parecia familiar.

Edward abriu rapidamente o jornal e leu o resumo da noticia “sensacionalista”. Seus batimentos cardíacos dispararam e o estômago se revirava mais a cada palavra.

“Sheik Al Badim, segundo as leis do alcorão tido como o príncipe predestinado, o único capaz de restabelecer a paz entre os povos do Oriente e recém casado com a princesa do Libano, Rosalie Al Fajah, é descoberto em nada mais que envolto em prazeres de pura luxúria com uma inglesa, acompanhante de luxo.

“O que, segundo fontes, não vem a ser apenas um caso corriqueiro já que o sheik a visita frequentemente, para encontros regados a sexo, bebidas, além de jóias e roupas de grife.

“Ainda segundo a fonte, Al Badim teria comprado uma cobertura de luxo para a mulher em troca do sexo de boa qualidade, traindo não só sua cultura, como seu povo que ora dia e noite pela saúde de sua realeza, para o bem de uma nação que é covardemente aniquilada...”

Edward parou de ler quando sentiu um bolo ameaçar subir por sua garganta. Como ousavam falar de seu povo de forma tão deplorável. Ainda chamarem Isabella de prostituta!

Numa foto do interior do restaurante estavam ele falando algo com um de seus seguranças e Isabella de costas. As fotos estavam embaçadas e de péssima qualidade.

Impossível reconhecê-la.- pensou com alivio o sultão.

Nada que pudesse comprometê-la ou identificá-la. Como aquela foto fora tirada sem que nenhum de seus seguranças notasse?

Poderia alegar ser uma foto adulterada.

Isso poderia custar ao respeitado jornal alguns bilhões pelas insinuações descabidas com membros da realeza.

Se de fato fossem todas descabidas.

A data da fotografia, ele lembrava bem. A mesma do dia em que foram almoçar com o sequestrador. Até mesmo ele, James, era difícil de reconhecer ao lado de suas odaliscas.

Malditos! Desgraçados! – pensou.

Seus pensamentos começaram a se acelerar. Não poderia expor Isabella a tal ponto. Isso poria em risco sua vida.

Sempre tivera cuidado com sua segurança enquanto estava ausente. Talvez só agora conseguisse dar-se conta do perigo que poderia estar colocando-a. Se haviam chegado a seus pais, com certeza já sabiam quem ela era.

Mesmo que saísse dali, seria perseguida pelo resto de sua vida, tanto por inimigos de seu reino como aliados que não aceitariam que seu príncipe fosse corrompido por tentações capazes de fazê-lo compactuar com criminosos.

Nem mesmo o burburinho que começou a surgir na sala de reuniões, tirou sua atenção.

Voltou a olhar o jornal rapidamente, buscando alguma foto ou noticia que o ligasse a James.

Nenhuma.

Mesmo assim, ainda devia satisfações ao conselho. Por hora era melhor dançar conforme a música.

– Essa moça é como qualquer outra que sai ao longo dessas viagens estrangeiras, assim como os senhores. – balançou os ombros - Sabem o quanto essas viagens tendem a ser monótonas. – sorriu deixando o jornal de lado e recostando o corpo na cadeira - Não passou de uma noite apenas e antes de eu estar casado. Não entendo o que isso tem haver com esta reunião. Isso não significa nada. – disse com rispidez, um tom acima da normalidade.

– O que tem haver, príncipe herdeiro do Egito, - general Collins parecia exaltado e só conseguiu arrancar um olhar furioso de Edward pelo seu tom de voz - é que a moça em questão, que o está acompanhando, nada mais é que filha deste casal que sofreu o atentado. – concluiu o general.- Ela está desaparecida há algumas semanas.

– Nossa equipe foi procurada pela mãe dessa moça, algumas semanas atrás. – respondeu Caius trêmulo. Temia que os nervos do general pudessem acabar com a reunião até então amigável – E... por favor, não nos entenda mal...é que segundo as investigações ela afirma que o senhor manteve um... digamos... relacionamento com a filha dela durante dois anos.

Al Badim soltou um bufo. Não queria mentir, porém era preciso. Estava ressentido e pela visão periférica viu que todos esperavam sua resposta.

– Por favor senhores...acham mesmo que me comprometeria com uma mulher estrangeira? Não tenho nada contra, mas dois anos mantendo um romance? - Deu um leve sorriso que não chegou aos olhos.- Acham mesmo que faria isso? Tive a oportunidade de ter qualquer mulher na minha cama. Porque me envolveria justo com uma inglesa agora que sou casado com a mulher mais linda do Oriente?- mentiu.

– Também fiquei surpreso com isso meu genro. – as palavras de Aro estavam cobertas de veneno - E tão logo tive acesso a estas informações tratei de ligar para o embaixador. Não quero que o futuro de nosso cessar fogo se torne fragilizado por isso.- assentiu com um sorriso cínico nos lábios.

Al Badim observava enojado o sogro. Se pudesse responderia a altura para aquele velho maldito, mas infelizmente devia-lhe total respeito por se tratar do pai de sua esposa.

– Eles acham que por sermos uma família, eu teria lhe dado ajuda para ... acabar de vez com esse problema. – encarou o genro com um largo sorriso deixando a mostra os dentes gastos – Consegui, junto ao embaixador, de certo modo persuadi-los para que o jornal não fosse divulgado assim como absolutamente nada vazasse na internet. - Aro transbordava em satisfação.E garanto que foi preciso uma pequena fortuna para que os hackers não deixassem que isso tomasse proporções maiores. É incrível como não só o dinheiro como o temor pela vida são capazes de fazer.

Edward encarou o sogro com o olhar firme. Tinha muito a dizer e esperava um melhor momento, só que já não suportava mais olhá-lo fingindo acreditar nas suas boas intenções. Não duvidava que ele era mesmo o mandante desse ataque e de quantos teriam morrido por essas informações.

– Agradeço por sua preocupação Aro e prometo pagar-lhe o dobro do que gastou,- disse o emir, temendo que o filho não se controlasse - mas como havia dito, ela foi desnecessária. Garanto que meu filho não tem nenhuma ligação com esse atentado.

– E o sequestro dessa moça?- inquiriu o general cruzando os braços e observando-o inquisidor.

Carlisle não poderia voltar atrás agora perante o conselho. Edward sabia o quanto o emir vinha lutando por estas conquistas com o povo do Oriente. Conseguir um cessar fogo foi uma vitoria adquirida com muitas lutas e sangue derramado.

O emir virou levemente a cabeça em direção ao filho. A decepção em seus olhos era tangível.

– Nem com esse sequestro.- garantiu o emir dando um olhar duro para Edward.

Al Badim sentiu-se com um ódio profundo de Aro. Sabia o quanto seu pai estava perdendo ao ter que mentir mesmo que em favor do filho.

Queria me ferrar e a meu pai também reunindo o conselho para um assunto como este. Vou fazê-lo pagar na mesma moeda! – pensou com ira Al Badim – Ah...se vou!

– Sim eu sei disso. Todos sabemos na verdade, porém é melhor evitarmos o quanto antes situações como essa. Que poderiam vir a prejudicar o acordo de trégua no Oriente.

– É claro. – afirmou Jasper cuspindo as palavras que tanto Edward como o emir queriam ter dito há muito tempo - E para isso era necessário convocar todos os reinos para que decidíssemos juntos sobre as medidas cabíveis até então. – concluiu com ar debochado - Um assunto que para nós, que temos nossas famílias unidas poderíamos resolver de forma mais contida. - Aro era o principal interessado que tudo desse errado no acordo. Ele era um dos principais fornecedores de armamentos para os terroristas.

– Está insinuando algo meu jovem rei da Turquia?- indagou Aro com ar sombrio.

Todos os olhares voltaram-se para a pequena discussão que se formava. Um burburinho fez-se presente. Apenas a expressão do embaixador era indecifrável.

– Não! De maneira alguma, oh rei do Líbano, mas se a carapuça serviu... – Jasper colocou a mão por baixo da burca segurando a adaga de ouro que levava consigo.

A Turquia era um país onde habitavam os homens mais bravos. Que não negavam uma boa briga. Aro rangeu os dentes. Seus guardas se aproximavam lentamente para sua retaguarda, assim como os de Jasper.

– Por favor acalmem-se senhores – disse o emir em tom apaziguador levantando-se – Apenas achamos um pouco estranho termos recebido a noticia nessa manhã e logo em seguida você, nosso estimado parente, - Carlisle aproximou-se do genro tocando seu ombro para que largasse a adaga - anunciar sua chegada a tarde com todo o conselho reunido.

– Sim. – Aro explicou dando um sinal para que os guardas se afastassem - Fiquei profundamente sentido em como as coisas aconteceram. Não é nosso interesse e nem do Estado Islã, no momento, atacar um país europeu.

Al Badim não estava conseguindo pensar com clareza. Precisava sair dali o quanto antes. Agir. Ficar ali parados, sentados, discutindo não o levaria a lugar algum.

– Está afirmando então que não tem nenhum envolvimento com o ataque ao casal Swan na Inglaterra? – inquiriu o general Collins com o olhar gélido para Aro.

– Acho que isso já está claro. A pergunta correta seria se essa moça realmente não foi seqüestrada ? E onde ela poderia estar? – a pergunta proposital feita por Aro foi como uma brisa gelada no pólo norte. Ele queria a todo custo criar problemas com a família Al Badim.

Cretino! Maldito!

Foi como se o tempo congelasse nesse momento. Uma aura sombria e pesada pairou na sala. Uma única resposta poria em cheque mate não só a honra do emir como todo o reino, a confiança de seu povo.

– Caso a moça em questão estivesse mesmo aqui isso não só estaria envolvendo-nos como mandantes como também acusando-o diretamente pelo ataque, já que os soldados mortos eram libaneses.- respondeu Edward furioso.

– Já disse que não tenho nada com isso! – a expressão de Aro denotava traços de suavidade forçada.

– Então porque nós teríamos? Por favor Aro somos parentes agora. Parece-me até que você quer provar o contrário com essas insinuações contra seu emir. – o olhar duro e a voz firme de Carlisle deixaram claro que era bom Aro se calar de uma vez por todas.

– Peço desculpas meu senhor. -Rebaixou-se Aro. Sabia que o emir era seu senhor assim como de todos os povos e lideres do Oriente. Era visto como um papa.

– Retomando o assunto em que estávamos antes da chegada de meu filho, e em prova de minhas palavras, convido os senhores para um banquete hoje a noite.

– Com a permissão da palavra – Collins pediu - Então por que o príncipe do Egito e futuro rei de Omã – olhou para Edward - não coloca a disposição suas odaliscas? Sei que essa é uma prática comum aqui no Oriente e é mais uma forma de mostrar a verdade. De que em nenhuma delas encontraremos a estrangeira a que o acusam de seqüestro. – o sorriso de Aro se abriu. Queria a todo custo mostrar que Isabella estava no Palácio de Egito e ter o general Collins, mesmo que inconscientemente, lhe ajudando era uma jogada de mestre.

– O que você acha disso meu filho? - indagou o emir já querendo dar a reunião encerrada há muito tempo – O banquete em homenagem a sua esposa. Colocando todas as suas odaliscas a disposição de novos senhores?

– Dispor o harém? – interviu Jasper – Isso é mesmo necessário?

O harém era tido como uma das inestimáveis riquezas para um sheik. Só que nele também estava sua masculinidade, virilidade. Além da tal Isabella. A moça responsável por todo o estardalhaço.

Dispor todas suas odaliscas significava ter que se desfazer o quanto antes de seu harém. Um banquete em homenagem a sua esposa com apenas os homens da comunidade seria realizado onde todas as odaliscas dançariam e cantariam para os convidados e seu senhor e sua esposa, e ali durante a cerimônia, Edward Al Badim as colocaria sobre nova proteção, um novo dono e senhor. Poderia ficar apenas com uma ou duas escolhidas pela sua esposa. Era um dos maiores presentes de um sheik, afirmando todo o amor e adoração por sua esposa.

Edward pretendia fazer isso muito em breve. Não por amor a Rosalie, principalmente por uma única feiticeira que dominava seus pensamentos.

Tão logo fosse para Omã, realizaria a cerimônia. Queria selecionar os amigos a quem confiá-las-ia. Sabia como os homens do Oriente poderiam ser cruéis com as mulheres. Queria apenas deixá-las seguras com seus novos senhores.

Agora tinha muito o que fazer e pior ainda, teria que esconder Isabella ou ....

Isso nunca! Ela jamais dançaria para eles!

Só de pensar nos olhares cobiçosos sobre sua albi...por pouco Al Badim não socou a mesa.

Estava claro que aquela discussão já estava acontecendo havia um bom tempo antes de sua chegada. Ninguém parecia chocado com a notícia.

Aquela era uma pergunta capciosa.

Com certeza seu pai, o emir já havia dado uma ordem, não haveria espaço para argumentações. Aro odiava seu pai Carlisle publicamente havia décadas e a reprovação egípcia a um reino dedicado a crueldade e morte de milhares de vidas em busca de um único bem maior, o poderio de um soberano sanguinário, já havia sido discutido diversas vezes em conselhos entre os reinos e banquetes.

Edward só estava surpreso por seu pai colocar a decisão em suas mãos. Se dissesse algo errôneo, colocaria em duvida tudo o que fora dito na reunião.

– Acho uma ótima idéia. –respondeu Edward mirando com fúria o sogro. – Sou agora casado com a mulher mais linda que já conheci. – mentiu - Não tenho necessidade de me deitar com outras mulheres quando sou bem provido em meu leito.

– Não esperava nada diferente de você meu filho. – Carlisle deu um meneio firme com a cabeça.

– Sou muito sortudo de ter ganho um filho tão leal como você ao casá-lo com minha filha.

Edward praguejou baixinho

Maldito filho da puta!


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Notas finais do capítulo

Para quem torcia por isso, a derrocada do sultão começou.....