Capitulo Um

–Você não tem mesmo vergonha na cara, não é Isabella Swan?- a imagem de sua mãe berrando em seu ouvido com as mãos na cintura não saia de sua cabeça..- Esse homem só a está usando como uma qualquer que ele usa e abusa e depois joga de lado!

As palavras eram duras e soavam ainda piores pelo simples fato de Isabella começar a achar que era verdade.

–Acha mesmo que um homem rico e estrangeiro, está fazendo o quê este mês todo fora?

“Ajudando seu pai a governar o pais!” Teve vontade de gritar.

Afinal aquele homem, Edward Al Badin, herdeiro do sultanato de Omã, futuro sultão daquele lugar, tinha as obrigações politicas. Mas claro que sua mãe Renne não saberia disso. Edward havia pedido para que por enquanto não falasse nada sobre sua posição real. Apenas que era um empresário. O que não era de toda mentira já que também tinha varias empresas espalhadas pelo mundo.

– Acha que ele conta as horas com o passar dos dias para vê-la? –Renné continuava utilizando os minutos ao lado da filha para fazê-la mudar de ideia e voltar para a cidade natal. - Que ele vai dormir toda noite cedo com um bom livro nas mãos, sonhando em encontrar o boboca da Isabella na invernal Inglaterra? Acorda Isabella! Você é apenas a prostituta de luxo dele!

Não, ela não era uma prostituta. E claro que Edward não estava se encontrando com ninguém. “Ou estava?”

Após a longa conversa, ou melhor, o monologo que teve com sua mãe, decidiu ir para casa. Já estava de noite e não tinha como argumentar com Renne quando ela mesmo começava a achar o contrario.

Todo esse tempo ela estava mesmo como uma amante de luxo. Sendo bancada por um homem, tratada com os melhores produtos de beleza, roupas de grife de grandes estilistas e restaurantes cinco estrelas.

Olhou pelo retrovisor e lá estavam eles. Dois carros pretos a uma distancia considerável. “Os seguranças”. Desde que começaram o relacionamento, Edward exigia que eles a protegessem. Sabia que ele a mantinha sempre embaixo dos seus olhos. A principio não aceitou, mas ele a havia convencido que se sentiria menos preocupado, já que ele é um homem muito visado pelo mundo. E quando não estava no pais a marcação deles ficava ainda mais acirrada.

Certa vez vira um dos brutamontes entregando um envelope grosso ao sultão e assim que ele entrou embaixo da ducha correu para ver o que havia ali. Como já suspeitava, ali estavam fotos dela de todos os dias em que Edward esteve ausente. Todos os lugares que fora, as pessoas com quem ela teve contato. Tudo. Tudo estava ali muito bem descrito. Havia coisas até que ela mesmo nem se lembrava.

Por mais que aquilo pudesse ser um afronta, uma ousadia de Edward, por vigiá-la daquele jeito. Bella viu apenas como um cuidado de alguém que preza o que tem, preza pela pessoa que gosta e se esse era o jeito de ele cuidar dela, resolveu aceitar de bom grado. Assim que ele desligou a ducha guardou os papeis e correu para a mesa de jantar para espera-lo.

Ele prometera o mundo aos seus pés, joias, roupas, viagens imóveis, tudo o que o dinheiro pudesse comprar seriam dela.

Apenas uma coisa ele jamais poderia promete-la, jamais poderiam ter um compromisso.

Ele jamais poderia ser dela. Então porque? Porque a única coisa que não poderia acontecer, aconteceu? Justamente foi se apaixonar por ele. Amar Edward Al Badin.

Bella se perguntou como e quando isso aconteceu. Logo ela que nunca fora dada a grandes amores.

Deu um salto ao ouvir batidas no vidro do carro. Olhou ao redor e se deu conta que já estava parada na porta do edifício em que morava.

– Algum problema, senhorita Swan?- perguntou o manobrista quando ela abaixou os vidros.

– Não. Nenhum. Já estou saindo.- sorriu amarelo indo em direção a garagem subterrânea. Estacionou na vaga destinada a cobertura, onde haviam mais três vagas ocupadas com carros esportivos e blindados do sultão.

Voltou a olhar pelo retrovisor só que agora apenas um dos veículos estava ali parado. Estacionado a umas dez vagas do seu. Sabia que os seguranças tinham os olhos cravados nela embora não conseguisse enxerga-los pelo vidro fumê.

Arrumou o volumoso e agora invejado cabelo com cachos brilhantes e super bem definidos e a passos largos seguiu em direção ao elevador que dava acesso a cobertura.

Sentiu um leve vibrar em sua bolsa e por pouco não derrubou todo o conteúdo no chão em busca do celular. O nome de Edward brilhava na tela.

–Alô?- atendeu com a voz tremula. Se ele estava ligando isso significava que estava bem longe de Omã e muito perto da Inglaterra.

– Bella?- a voz firme e carregada de sotaque de Edward provocava em nela arrepios quentes e formigamentos por todo o corpo. Bella respirou fundo, tentando acalmar as batidas estupidas e frenéticas de seu coração que faltava saltar pela boca, só por ouvir a voz dele.

– Sim sou eu. Não se lembra mais da minha voz?- perguntou mais tranquila com um sorriso.

– Desculpe. ..é que... por um momento... – Edward ficou em silencio - pensei que você tivesse me deixado. – sua voz assumiu um tom apreensivo. O mesmo que usava quando ficavam longas semanas sem se ver.

– Acho que sabe que por enquanto não tenho nenhum lugar para ir. – disse ela tentando que sua voz saísse o mais firme possível.

– Espero que não só por enquanto. – respondeu Edward e sua voz soou como nas poucas vezes em que o viu atender a telefonemas preocupantes sobre seu país. Decidida e em tom possessivo. Bela sentiu um arrepio na sua pele. Não de emoção, mas de mau pressentimento.

– Aconteceu algo habib?- chamou-o pelo apelido carinhoso que aprendeu em uma das raras tentativas de aprender sua língua nativa - Você parece distante... Tem algo que quer falar?

– Não. Não é nada. Estou apenas cansado da viagem e louco de vontade para lhe ver....minha linda e doce flor do deserto. – sua voz era áspera e cheia de desejo. Bella imaginou como seria bom te-lo logo ali para que pudesse sentir seus beijos e esquecer suas angustias.

– Eu também. – disse.

– Também o que minha Bella? O que minha Bella também quer ?- perguntou daquele jeito que a fazia derreter por completo. A resposta estava quente, fervendo na ponta da língua e ela sentiu suas bochechas corarem, mas logo sentiu seu corpo esfriar como se um balde de agua fria tivesse sido jogado em sua cabeça.

Se contasse a Al Badin sobre suas preocupações, que de uma hora para outra percebeu estar apaixonada por ele e que o queria em seu futuro em definitivo, não como amante mas sim como esposa...

Tinha prometido a si mesma que iria viver ao momento, não se preocuparia com o amanhã e agora lá estava ela, amando Edward, desejando o que jamais poderia possuir.

– Só queria que estivesse logo aqui. – respondeu por fim apertando o celular entre os dedos- A que horas seu voo chega?

– Em breve. Antes do que imagina. Mas antes me diga ....sonhei varias noites com você e quero saber o que está vestindo?- novamente Bella sentiu-se ruborizar como se alguém pudesse ouvir a conversa intima que estavam tendo. Tentou normalizar a respiração mas claro que como todas as conversas que tinha com seu habib acabavam enveredando para o meio de suas pernas.

“Não seja boba, aproveite o momento!” aconselhou a si mesma.

Jogou as inseguranças e incertezas para baixo do tapete e entrou no jogo que Edward a ensinara a jogar tão bem. De como bancar a odalisca quente e sexy, pronta para satisfazê-lo a qualquer momento. Sua voz assumiu um tom sensual e então ...fingiu.

– Estou vestindo uma camisola nova – respondeu num sussurro. Sentiu uma pontada de culpa por estar mentindo para seu habib, mas logo esqueceu. Afinal isso fazia parte do jogo dos amantes. – Você ainda não a viu.

– Que tipo de camisola?- o nervosismo estreitava sua garganta mas não a impediu de continuar com o joguinho. Apertou o botão do elevador e enquanto as portas se fechavam passou as mãos delicadas e bem cuidadas no tecido surrado e áspero da calça jeans que vestia. Um tecido odioso para Edward que não suportava vê-la com este tipo de vestimenta. Pensou então no conjunto de lingerie que comprara no dia anterior, especialmente para a volta de Edward. Uma camisola de renda tão delicada que ao menor sopro de Edward se desfaria em pedaços

– É de renda.- respondeu- Renda cor de berinjela.

– Por favor minha flor, preciso de mais detalhes.- pediu- Se ainda não posso vê-la quero ao menos imaginá-la.

– Bem... ela é curta, colada ao corpo, quase transparente.

– Magnifico.- Edward suspirou – E a calcinha ? Não me diga que está sem?

– Ah, não, mas ela é tão pequena que delicada que quase não vale a pena usa-la.

– Imagino.- dessa vez pôde ouvir a respiração mais forte do outro lado da linha.- E sutiã? Você está usando?

– Oh, sim.- continuou deixando sua voz assumir um tom provocativo- mas também é tão pequeno que por pouco meus mamilos ficam a mostra. – ouviu um rosnado abafado do outro lado da linha

– Gosta de me provocar não é minha odalisca?- a pergunta dele veio estável e a voz cheia de gratidão- Quero me enterrar em você bem fundo e fazê-la gritar por seu habib.

– Hum...- gemeu ela fechando os olhos e imaginando o quão fundo ele poderia se enterrar nela.

– Você gostaria Bella? Gostaria de ver seu habib agora e sentir minha língua entre suas pernas? – perguntou com a voz rouca.

– Oh sim gostaria. - respondeu mas por alguma razão estupida sua mente foi invadida por imagens da mãe e toda a conversa que tiveram a tarde fazendo que o clima evaporasse. A porta do elevador abriu.

– Claro que gostaria Edward... afinal quanto tempo mais irá demora para vir?- colocou a chave na fechadura e pulou pra trás de surpresa ao abrir a porta.

Seu primeiro pensamento foi que tivesse viajado para o deserto e tivesse tendo uma miragem mas assim que seus olhos se encontraram, teve certeza. Edwards Al Badin estava de pé na sala, de frente para a porta, guardando agora o celular no bolso.

Estava vestido num dos caros ternos escuros muito bem alinhados que o deixavam ainda mais alto. Seu cabelo estava mais cheio com ondas escuras e seu rosto rígido contrastava com um sorriso suave que trazia nos lábios. Ainda presa por seus olhos que por pouco soltavam faíscas notou um brilho diferente enquanto ele se aproximava a passos firmes em sua direção.