She and the dudes escrita por Rayssa


Capítulo 8
Masquerade


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :D Como foi pedido, identifiquei os POVs :P



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/502528/chapter/8

Lanna tinha um quarto "especial" por ser monitora-chefe, e isso tornou as coisas mais assustadoras do que deveriam ser. Estávamos apenas eu, ela e o circuito do terror. A garota havia preparado tudo como um circuito, com diversas estações, em cada uma, métodos de tortura diferentes. Eu já podia sentir o cheiro de dor.

– Eu acho que... – não pude terminar de falar.

– Eu decidi que devemos começar pela pior parte... – disse, enquanto mexia em alguma coisa grudenta.

– Que seria? – no minuto que sussurrei, queria não ter dito.

– As ratazanas que estão sobre os seus olhos, sua boca, suas pernas e suas axilas. – um sorriso sádico se abriu em seus lábios. Dei um passo para trás.

– Quem te falou que tenho pelos nas axilas e nas pernas? – franzi o cenho. – Eu cuido da minha higiene. – cruzei os braços.

– Seu vestido não tem alças, lembra? – suspirei pesadamente.

– Sim, eu lembro, e por isso eu tomei a liberdade de cuidar dessa parte. – ela levantou as mãos em rendição.

– Ótimo, menos trabalho para mim. – a menina de palminhas e me empurrou para a cadeira que se encontrava no centro do quarto. - Pronta? – neguei com a cabeça e a lufana revirou os olhos.

A garota colocou uma coisa sobre os meus cabelos, puxando-os para trás. Logo estava passando uma coisa molhada na região das minhas sobrancelhas, e na região acima do meu lábio superior. Fechei os olhos, por extinto, quando ela começou a espalhar um negócio quente na minha cara.

– Tá com medinho Weasley? – zombou a garota. Fechei a minha mão em um punho fechado.

– Se vo...

– Shiiii. – interrompeu-me. – Não vai querer cera no seu lábio. – calei-me a contragosto. Pela risada de Lanna, eu estava com uma grande cara emburrada. – Certo, no três, ok? – assenti. Senti o calor de sua mão perto do meu rosto. – 1... – respirei fundo. – 2... – e antes que dissesse três, puxou.

– CARALHO! – gritei, fazendo a menina gargalhar alto.

– Quanta revolta. – sussurrou Lanna, ao mesmo tempo que eu pulava da cadeira.

– VOCÊ É MALDITA DE UMA SÁDICA! PUTA MERDA LANNA!. – a loira revirou os olhos outra vez.

– Qual é Rose, senta essa sua bunda ossuda na cadeira, e deixa eu terminar. – cruzou os braços e começou a bater o pé.

– Minha bunda não é ossuda. – também cruzei meus braços.

– Pelas barbas de Merlin, Rose deixa de ser teimosa e me deixe te deixar linda, ok? – suspirei pesadamente, e voltei para a cadeira.

X

POV's Lysander

Quando meus olhos bateram nela, meu coração acelerou mais do que deveria. Ela era a única garota que conseguia me deixar assim tão... Vulnerável. Ela usava vestido longo de pedras azuis-escuros, de mangas longas, e colado até em toda a parte superior do seu corpo, abrindo como um daqueles vestidos de princesas – parecia mais alta do que o normal. Seu cabelo estava com cachos definidos e maior do que eu lembrava também. A sua maquiagem realçava seu rosto delicado e seu nariz ponto. A palavra perfeição não era o suficiente para descrevê-la naquele momento. Lucy parecia uma deusa de tão incrível que estava.

– Uau. – soltei, sem querer, recebendo o olhar que refletia o fogo da lareira.

– Obrigada. – sussurrou. – Você também está muito bonito Ly... Sander. – um sorriso divertido surgiu em meus lábios. Algo estava errado, Lucy nunca agia dessa forma comigo.

– Obrigado. – franzi o cenho e ela inclinou a cabeça para o lado. – Por que não está de máscara? – um suspiro pesado saiu de seus lábios.

– Minha máscara pinica... – após dizer isso, ela começou a rir. – Isso é tão constrangedor. – ela levantou a máscara que tinha o mesmo tom de azul da roupa. – Mas, é a minha cor favorita, então, não resisti. – um sorriso se abriu em meus lábios.

Mais uma coisa que elas tinham em comum.

– Bem, é uma máscara muito bonita. – pisquei. – Combina com meus olhos, sabe? –a garota revirou os olhos. Era bom ver a Lucy que me encantara naquela tarde de verão novamente.

– São tons completamente diferentes. – arregalei os olhos, fingindo surpresa.

– Estou chocado, achei que era igual. – cruzei os braços, e pude ver o grande sorriso que se abriu em seus lábios.

– Bem, melhor eu começar a ir. - sussurrou, encarando a máscara.

– Ou você pode desistir de ir, porque sua máscara pinica... – a garota gargalhou alto.

– Excelente ideia. – levou a máscara até o rosto, e tentou, sem sucesso, amarrá-la atrás de sua cabeça. Suas mãos tremiam de mais para isso.

– Quer ajuda? – acenou afirmativamente com a cabeça.

Algo estava acontecendo com Lucy, eu sabia disso, contudo, era melhor não tocar nesse assunto. Ela estava sendo incrivelmente boazinha comigo.

Aproximei-me lentamente, ficando de frente para as costas dela. Lucy encostou a máscara no rosto e estendeu as tiras para que eu pudesse segurar. Quando fui pegar, nossas mãos se tocaram por um breve segundo, e notei que ela retesou suas mãos. Isso fez com que meu sorriso aumentasse de tamanho. Seja o que fosse, era algo bom para mim, seu corpo estava respondendo a minha presença de forma diferente do normal. Ela nunca deixava a guarda baixa, e não queria falar nada que mudasse isso. Foi por isso que, enquanto amarrava as tiras, não falei sobre ela estar usando os brincos de minha mãe, apesar de meu coração acelerar como louco e meus olhos se focarem neles. Combinava com ela tanto quando combinou, por muitos anos, com a minha mãe.

Deixou-a ainda mais perfeita.

– Obrigada, novamente. – ela curvou-se, levemente, em minha direção. – Te vejo no baile. – após dizer isso, saiu do salão comunal, enquanto eu a encarava com um sorriso bobo no rosto.

X

POV's Rose.

– Pronta? – a voz de Lanna fez meu coração disparar.

A minha imagem no espelho era espantadora de tão bonita. O vestido branco com dourado se moldava perfeitamente ao meu corpo, deixando-me com um corpo perfeito e ao mesmo tempo parecendo uma princesa. A máscara tinha alguns poucos detalhes dourados, assim como o vestido e as joias. Meus olhos praticamente brilhavam em um azul tão limpo que eu poderia me apaixonar por mim naquele momento, se eu fosse um garoto, é claro. Mas, ali estava a maior prova de que eu não era e nunca seria um.

Eu esperava ficar bonita, mas não tanto assim.

– Pode crer! – admiti, saindo do banheiro rapidamente.

– Rose? Por que você ainda não colocou os saltos? – arregalei os olhos.

– Não vou mais. – anunciei, enquanto levava as mãos para tirar a máscara.

– Ora, você vai sim. – a menina deu um tapa em minhas mãos, e me estendeu os sapatos. – Calce. – virou-se e caminhou lentamente até o espelho.

Albus iria morrer quando visse a Lanna vestida daquela forma.

– Eu vou cair, tenha certeza. – sussurrei encaixando os pés nos sapatos. – Merlin! Isso é muito alto. – resmunguei.

– Pare de ser um bebê chorão, e vamos. – a morena passou o braço pelo meu, e começamos a caminhar juntas para fora do quarto.

Era tão esquisito ter uma amiga. Era divertido e diferente, algo que eu nunca havia tido. Eu tinha sério receios sobre Lanna, e de repente, não havia mais nada. Apesar de ter me feito de barbie, ela era bem diferente do que eu esperava que fosse.

– Te vejo lá embaixo, ok? – assenti, observando a lufana descer as escadas que dariam ao salão principal, com graça e elegância, eu tinha certeza que todos estavam a encarando...

Instantaneamente, meu coração acelerou como nunca antes E se eu caísse? E se todos rissem de mim? O que os garotos pensariam? Eu estava realmente tão bonita quanto eu achava que estava? E se... Não! Eu não podia entrar ai. Nunca iria dar certo. Eu não era essa pessoa. Ninguém iria entender, ninguém iria gostar.

Foda-se! Que estupidez. Eu não sou uma garotinha insegura que se esconde atrás das cortinas com medo que riam de mim. Se alguém fizer isso, eu parto a cara deles, simples assim. Era assim que eu deveria pensar, então, porque eu não conseguia me sentir assim? O que merda estava acontecendo com a minha cabeça? Bufei e virei em direção a porta, pronta para voltar.

– Rosa? – meu coração acelerou ainda mais.

Eu estava realmente a beira de um enfarto.

– Professor... – como era mesmo que Lanna disse que as mulheres cumprimentavam os homens em bailes de máscaras? Alguma coisa sobre curva o corpo como uma demonstração de uma tradição dos tempos em que as mulheres realmente se vestiam assim o tempo todo?

Você é uma anta Rose Weasley! Segurei o vestido, levantando-o um pouco, e inclinei meu corpo para frente, em uma saudação muito esquisita e muito torta, tenho certeza disso. Quando levantei-me novamente, notei que o professor usava uma máscara preta que parecia ser parte do seu rosto. Bem interessante, apesar de macabro, e sua boca estava escancarada, como se estivesse chocado.

– Professor? – chamei, ficando mais nervosa ainda com a sua reação.

Isso pareceu chamar a atenção do professor que piscou várias vezes, como se estivesse em choque. Ele abriu a boca novamente, e fechou logo em seguida. Franziu o cenho e depois suspirou pesadamente.

– Você está... – sua expressão era muito confusa para mim, isso não era legal. – magnifica. – arregalei os olhos.

ELA DISSE QUE EU ESTAVA MAGNÍFICA? ELE REALMENTE DISSE ISSO?

– O-o-o... –respirei fundo e mordi o lábio, tentando me acalmar. – Obrigada. – finalmente consegui dizer.

Ikarus pegou a minha mão, e levou aos lábios, beijando levemente, fazendo com que minhas bochechas ficassem ainda mais vermelhas do que já estavam. E sem que pedir permissão, encaixou o seu braço no meu, e se dirigiu até as escadas, levando-me consigo.

Todos os olhares estavam sobre nós, eu podia sentir todos queimando em minhas bochechas cada vez mais vermelhas. Olhares de inveja, admiração, desejo... Todos cravavam em minha alma, enquanto eu descia as escadas olhando para os meus pés, levantando o olhar aos poucos, até finalmente pode encarar a todos com um sorriso no rosto. Não haviam mais pânico. Eu não estava desconfortável com essa situação. Era tudo muito novo.

Ao chegarmos ao fim das escadas, Ikarus sorriu para mim e sussurrou.

– Eu não posso ter esse tipo de comportamento com uma aluna, por isso, se perguntarem, você precisava de ajudar com os saltos. – piscou para mim, antes de inclinar o corpo, e sair em direção aos outros professores, deixando-me completamente boba.

– Te conheço de algum lugar? – a voz que surgiu atrás de mim, fez com que eu sobressaltasse.

– Merlin! – exclamei, surpresa.

– Não, Lorcan. – disse o garoto ficando de frente para mim.

Espera um pouquinho. Como assim Lorcan Scamander não me reconheceu? Em que universo alternativo estou vivendo? E não era só ele, todas as pessoas ao redor, encaravam-me de forma curiosa, como se não fizessem a mínima ideia de quem eu era.

Rose Weasley, a durona, estava irreconhecível.

– Não vai me dizer o seu nome? – eu estava pronta para dizer, quando tive a brilhante ideia de me divertir um pouco com ele.

Neguei com a cabeça.

– Você gosta de joguinho então... – piscou para mim. – Aceita dançar comigo? – estendeu a mão e eu franzi o cenho, como se precisasse pensar sobre isso.

Neguei novamente.

– Ah, fala sério. – ele cruzou os braços e eu revirei os olhos.

Segurei o meu vestido, para poder andar melhor, e comecei a sair dali.

– Ao menos uma chance Ariel. –no momento que ele falou isso, eu paralisei. Eu estava sendo comparada com uma princesa da Disney? Fala sério, se era para escolher uma princesa de conto de fadas, ele estava escolhendo completamente errado, Mérida é muito mais a minha cara.

Neguei com a cabeça e continuei a caminhar por entre as pessoas, que não paravam de me encarar. Na verdade, eu procurava um par de olhos verdes, em especial. Eu queria ver a reação daquele cretino do Potter quando visse o quão linda eu estava, como eu queria. Era difícil reconhecer as pessoas com aquelas máscaras, mas Albus tinha aquele olhos característicos, e foi mais fácil do que pensei que seria.

– Olá Potter. – sussurrei com um sorriso vitorioso nos lábios.

– OI Ro... – seus olhos se arregalaram. – PUTA QUE PARIU! – ele estava completamente chocado, o que fez meu sorriso aumentar mais.

– O que foi? – certo, isso foi muito cínico de minha parte.

– Você está tão... – respirou fundo. – Eu não posso falar, eu tenho namorada. – levantou as mãos em rendição. – Caralho Rose, o que aconteceu com você? Está tão feminina. – seu rosto em choque era incrivelmente divertido para mim.

– Eu tive um toque da minha fada madrinha. – joguei o cabelo para trás. – Nos vemos por ai, Al. – sibilei o seu nome, antes de virar e sair dali.

Mal dei cinco passos, senti uma mão em meu braço. Achei que era Albus, por isso, já virei com um olhar de tédio. Foi grande a minha surpresa ao notar que era um garoto loiro. Pensei que era Lorcan que havia me seguido, contanto, os olhos estavam muito acinzentados sob a simples máscara verde-escura e era alto demais. O garoto, sem pedir minha permissão, passou um braço por minha cintura, e puxou-me para perto.

– Eu disse que você é mais bonita do que pensava. – ao reconhecer a voz de Scorpius, fiquei ainda mais surpresa.

– Pensei que não viria. – sussurrei enquanto colocava a minha mão em seu ombro e deixava que ele me guiasse em uma dança simples.

– Eu não pretendia vir. – deu de ombros. – Peguei essa máscara do Albus, ele usou ano passado. – Scorpius me girou e puxou-me para perto, eu teria levado uma bela queda se ele não tivesse me segurado. – Você não sabe dançar? – assenti.

– Se bem me lembro, esse é o primeiro baile que participo. – sem querer, acabei pisando no seu pé, e ele abriu um grande sorriso. – Não ri de mim. – ele revirou os olhos. – Por que mudou de ideia? - os braços de Scorpius apertaram-me mais contra o seu corpo.

– Porque alguém me deixou na mão, e acabei sem ter o que fazer hoje. – senti meu rosto ficar vermelho.

– Não foi assim. – minha voz soou chocada. - Esse alguém foi abduzido por uma garota chamada Lanna, uma garota monstruosamente esperta quando se trata de moda e beleza. – uma risada alta saiu de seus lábios.

– Relaxa ruiva, não estou bravo. – estirei a língua pra ele e recebi uma gargalhada em resposta. – Acredita se eu disser que vim com o Noah pra cá? – arregalei os olhos.

– Isso é tão gay. – o loiro assentiu.

– Exatamente, foi o que eu disse a ele. – quem gargalhou foi eu. – Mas, ele não teve coragem de chamar a pequena Potter e queria tentar a sorte aqui, então... – suspirou pesadamente.

– Credo! O que merda aquela garota tem? Todo mundo fica amedrontado de chama-la para sair. – minha voz saiu chocada.

– Ela é intimidante, assim como você. – deu de ombros mais uma vez. – A diferença é que as pessoas têm medo de levar um soco quando se trata de você. Ela é um doce de garota, e muito feminina. Os garotos ficam com medo de magoá-la. – pigarreou. – Pelo menos foi isso o que o Zabini disse quando me confessou que não conseguiu convidá-la para vir com ele. – gargalhei com essa.

– Isso é novidade. – dei de ombros. – Bem, eu preciso checar o meu irmão, saber como as coisas estão indo. – admiti.

– Te vejo mais tarde ruiva. – ele me soltou delicadamente, e deslizou sua mão até a minha, provocando um arrepio em meu corpo, puxou-a até seus lábios, e a beijou demoradamente. Meu coração acelerou mais do que deveria.

– Até logo Scorpius. – virei-me em direção à multidão, procurando pelo meu irmão.

Isso ia ser um problema, muitos garotos pareciam com Hugo, apesar dele ser enorme como o papai, era impossível distingui-lo no meio de todas aquelas pessoas. Estava absolutamente lotado, e isso estava começando a me irritar. Definitivamente, eu não era uma garota de bailes. Meu vestido estava começando a incomodar, apertado de mais, desconfortável de mais. Sabia que iria acordar cheia de bolhas nos pés, esses estavam doendo muito. Vários garotos tentavam me chamar para dançar, e recebiam um não como resposta.

Passei cerca de vinte minutos procurando Hugo, e quando finalmente encontrei, o relógio bateu indicando meia-noite. Estava na hora. Não iria mais falar com meu irmão.

Olhei para o teto que era uma demonstração de um céu noturno perfeito. A lua estava exatamente no meio do salão, e uma estrela chamava muito mais atenção que as outras. Sirius, a estrela mais brilhante. Não estava muito longe. Comecei a abrir caminho entre as pessoas, empurrando-as para que abrissem caminho até chegar exatamente embaixo daquela estrela.

E quando cheguei, a primeira coisa que vi foi dois brilhantes olhos negros.

*


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, o que acharam???



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "She and the dudes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.