She and the dudes escrita por Rayssa


Capítulo 19
Forgiveness


Notas iniciais do capítulo

Espero do fundo do meu coração que vocês gostem e peço que LEIAM AS NOTAS FINAIS, lá estarão os meus pedidos de desculpas .-.



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Encarei a garota encantadora que estava refletida em meu espelho, não parecia comigo, nada naquela imagem significava ou aparentava Rose Weasley, mas era exatamente quem estava ali.

Maquiada e delicada, como uma rosinha que nunca fui.

Eu não gostava daquela imagem, porém, após ser massacrada emocionalmente pelos meus dois melhores amigos, minha identidade estava totalmente perdida. Não era mais a Rose, brutamontes. Nunca fui a Rose, princesinha. Eu até era bem inteligente e excelente em quadribol, só que nada disso dizia que tipo de pessoa eu era por dentro.

– Não acredito que Noah Zabine foi capaz de pagar 210 galeões por você! – exclamou Lanna, completamente surpresa. – Eu esperava uns 180 galeões no máximo. VOCÊ ARRASOU! – seus olhos estavam marejados.

– Albus comprou você, por 160 galeões, é muita coisa. – apesar da merda que o Albus fez, eu ainda queria que as coisas se resolvessem entre eles.

– Rose... – seu reflexo apareceu ao lado do meu. – Eu...

– Ele te ama. – encarei meus próprios olhos e toda a decepção que ali se encontrava. Já fazia um mês, eu deveria estar melhor.

– Scorpius te ama. – ela cruzou os braços. – Nós não estamos nos falando, porém, eu sei que é verdade.

– Ele nem tentou me comprar, ele não está atrás de perdão. – Lanna tocou a minha mão com a sua e eu finalmente entendi porque estava tão chateada com o Scorpius.

Ele veio conversar, eu o mandei embora e ele nem ao menos insistiu. Ou tentou de novo. Apenas desistiu. Nunca achei que ele desistiria da nossa amizade tão rápido. Albus, por outro lado, vivia mandando bilhetinhos como pedidos de desculpa nas aulas de poções.

Certo, eu já deveria ter perdoado o Albus a esse ponto, não é?

Só que, toda vez que eu considerava essa possibilidade, eu acabava por lembrar o que Ikarus disse e ficava mais difícil de tomar uma decisão. Sem falar que eu não me sentia nenhum pouco segura de mim mesma. Merlin, como sentia falta de ser a antiga Rose. Aquela que sabia o que queria e não tinha tantos medos.

– Está na hora de encontrar com o Noah. – murmurou Lanna. - Eu falei com Hermes e ele disse que você vai encontra-lo na torre de astronomia.

Torre de astronomia. O beijo.

Pude ver as lágrimas encherem os meus olhos. Meus olhos pareciam tão diferentes, toda a minha face estava diferente, assim como o meu comportamento, estava pegando mais leve com o meu time e isso não era bom.

– Você tem razão.

(...)

Eu já estava a uns belos 30 minutos naquela droga de torre. Meu pé tava doendo para caralho com aquele salto agulha, podia sentir todas as bolhas que estava se formando e tudo o que eu queria era sair correndo dali.

Porém, meus olhos se mantiveram presos a uma das poucas constelações que eu conhecia, a constelação de Escorpião. Droga. Eu sentia muito a falta dele, a todo o momento. Scorpius sempre estivera lá por mim, rindo comigo, aceitando-me do jeito que eu era. Como ele poderia ter brincado comigo daquele jeito? Como poderia ter sido capaz de mentir tão descaradamente?

– Desculpe a demora. – ao ouvir aquela voz, meu coração acelerou como a muito não fazia.

Antes de ousar virar, analisei tudo o que eu podia compreender com aquela frase e aquela voz. Noah havia me comprado, então, o que Scorpius estaria fazendo ali? Sua voz parecia estranha, mais grave e mais melosa ao mesmo tempo. Sua entonação era completamente triste.

Quase sentindo dificuldade em mover meus pés e meu tronco em direção aquele que eu sentia tanta falta, que eu precisa desesperadamente sentir os braços ao redor do meu corpo e ouvir sua voz em meu ouvido dizendo que tudo iria ficar bem.

Assim que meus olhos encontraram os dele, percebi que havia algo muito errado, muito errado mesmo. Seus cabelos estavam parecendo um ninho de codornas de tão bagunçado, seus olhos vermelhos, como se ele tivesse chorado, e suas roupas abarrotadas. Porém, o que mais me assustou foi a garrafa de firewhiskey na mão direita.

– Você está bem? – perguntei assustada.

Seus olhos tristes ficaram raivosos de repente. Sem me responder, ele levou a garrafa até os lábios e tomou um longo gole, longo demais para ele estar completamente sóbrio naquele momento.

– Como posso estar? – ele praticamente cuspiu essas palavras. – Minha melhor amiga e a pessoa que eu amo me odeiam. Todos os meus amigos estão pouco se fudendo para mim e o único que se importa está tão ferrado quanto eu. – ele deu alguns passos para frente e pude ver as lágrimas escorrerem pelo meu seu rosto. – E se isso não fosse o bastante... – um soluço alto saiu de seus lábios. – Se não fosse o bastante para acabar comigo...

Não era raiva que estava em seus olhos, era desespero, puro desespero.

– Scorpius... – chamei baixinho. Seus olhos estavam escurecidos e me pediam por socorro, pediam a minha ajuda. – O que está acontecendo? – sussurrei.

E então, ele desabou.

Caiu de joelhos e gritou.

Enquanto a garrafa que estava em sua mão, rolava para longe, derramando o seu conteúdo.

O seu desespero começou a refletir em seu corpo, seus braços e suas costas tremiam em sintonia com seus soluços. Seus lábios pronunciavam palavras que eu não conseguia compreender e eu podia ver as lágrimas escorrem até o chão.

Aquele era Scorpius, o meu Scorpius, o homem que mais confiei em minha vida. E por um segundo eu pude me reconhecer. Eu não era uma garota fria e imbecil que encara o seu melhor amigo sofrer – mesmo que ele tenha estragado tudo – e fica parada lá. Eu me importava demais para ser assim.

Não hesitei em me ajoelhar ao seu lado e tocar o seu ombro.

– Ei, me diz o que está acontecendo. – pedi baixinho, desejando que ele confiasse em mim.

Scorpius me encarou com o rosto banhado a lágrimas, de uma forma que eu nunca o vira antes. Não havia nenhum pedaço de felicidade em seu rosto, estava apático e sofrido.

– Lembra quando você disse que nunca me abandonaria... – sua voz era trêmula e eu podia ver o esforço que ele estava tendo em me falar aquilo. Assenti, mostrando que lembrava. – Eu preciso que você me diga que não estava mentindo e que mesmo estando com raiva de mim... – ele fugou. – Você vai estar aqui por mim nesse momento.

– Eu sempre estarei aqui por você, independente. – sussurrei, levando a mão para enxugar as lágrimas que ainda escorriam.

Scorpius fechou os olhos e respirou fundo. Logo senti sua mão alcançar a minha e segurá-la com firmeza, como se não quisesse deixar que eu a tirasse de lá nunca mais. Logo minha mão estava sobre os seus lábios e ele a beijou com delicadeza.

– O que está acontecendo Scorpius? – deixei que ele continuasse com a minha mão, não iria reclamar, eu gostava de voltar a ter contato físico.

– Meus pais. – um suspirou pesado saiu dos seus lábios. Ele sentou-se, ficando de frente para mim e ainda com lágrimas escorrendo, continuou. – Minha mãe está grávida e isso seria uma ótima notícia se meu pai... – um soluço escapou de seus lábios e sua mão fez apertou a minha com um pouco mais de força. – Se meu pai não estivesse morrendo.

Demorei um pouco para compreender o que aquelas palavras significavam e assim que entendi, puxei o corpo do meu melhor amigo e o prendi entre meus braços. Eu mesma queria chorar.

– Eu deveria ter contado antes. – ele começou a murmurar em meu ouvido, enquanto eu alisava a suas costas. – Eu sabia que ele estava morrendo desde o início do ano. – continuou falando e eu absorvendo tudo aquilo. – Só que eu não queria que as coisas mudassem... – fungou. – Eu deveria estar com o Albus quando ele falou sobre o Karich, mas minha descobriu que estava grávida e eles precisavam de mim. – seu corpo tremia, quase como se estivesse com congelando de frio.

Apertei-o contra o meu corpo, ajustando-o entre meus braços.

– Vai ficar tudo bem Scorp. – sussurrei.

– Não, eu não deveria ter feito nada daquilo. – afundou o rosto em meu ombro. – Mas eu queria você, eu queria que ter ao menos uma chance com você e, o que deveria ser uma brincadeira, levei a sério. – soluçou e suas mãos agarraram em minha cintura, prendendo meu corpo ainda mais ao seu. Obrigando-me a quase ficar deitada no chão, em uma posição nada confortável, mas eu estava pouco me fudendo para isso naquele momento. – Eu te amo Rose e fui um idiota.

– Você sempre foi um idiota. – sussurrei, apertando-o ainda mais. – E eu... – mordi o lábio, tentando impedir que aquelas palavras saíssem. – eu senti sua falta.

Ele se afastou um pouco, ficando a uma distância curta o bastante para que eu sentisse sua respiração e longa o bastante para poder olhar em meus olhos, assim como eu podia ver os dele, totalmente incrédulos.

– Você sentiu a minha falta? – ele não parecia acreditar nenhum pouco nisso.

– Sim. – assenti, aproximando ainda mais o meu rosto do seu.

Naquele momento, eu não me importava se eu sabia quem eu era ou não. Nada parecia mais certo do que estar ali, ao lado de Scorpius, sentir o calor de seu corpo e o cheiro de hortelã – ou seria menta? Tanto faz. – de seu hálito em meu rosto. Mesmo que tivesse sido tudo uma brincadeira, eu finalmente compreendi que todo o meu sofrimento era por um simples motivo. Eu o amava, simples assim. E não importava se ele não me amava de volta, eu o queria como meu amigo de volta.

– Eu tenho algo para você. – ele finalmente estava mais calmo e eu podia ver a sombra de um sorriso se formar em seus lábios.

Ele enfiou a mão em sua capa e retirou duas coisas de lá.

Uma rosa e uma carta.

– Como diria Albus, podemos ser amigos de novo? – ele estendeu os dois objetos em minha direção.

"Eles são uns filhos da mãe por isso. Você é uma garota incrível e se seus melhores amigos não acham isso, talvez esteja na hora de você encontrar pessoas que realmente entendam o tipo de pessoa que você é."

As palavras de Ikarus vieram à minha mente e essa era a primeira vez que eu não me importava com aquilo. Scorpius, na verdade, era a única pessoa que realmente me compreendia.

– Achei que já fossemos.

X

Albus:

Eu simplesmente paralisei, admito que sempre fui covarde, porém, nunca foi tão difícil caminhar até uma garota e falar "Oi". Quer dizer, eu passei horas treinando uma droga de um discurso para chegar a 10 metros de distância da garota e tudo evaporar da minha mente.

Apenas observando aquela sombra, eu poderia dizer detalhes de sua aparência. Mesmo não estando perto o bastante para observar, os seus longos cabelos estavam em um tom dourado sob a iluminação do luar. Conhecia aquelas peças de roupa, apenas pela sombra. E sabia que a pulseira que ela estava usando, era a pulseira que ganhou de seu irmão no aniversário de 17 anos.

Nos últimos dias, havia a observado muito mais que o costume e obrigando-me a saber tudo, absolutamente tudo, sobre ela. Até mesmo a marca do shampoo que ela usava, eu – com a ajuda da minha irmã – descobri.

E mesmo sabendo tanto, não sabia o mais importante. Havia a possibilidade de Lanna me perdoar?

Enquanto a observava de longe, sem coragem de caminhar até lá, ouvi sua voz, através de vento.

– Pass me that lovely little gun. – cantarolou baixinho, uma música que eu conhecia muito bem, porém, em um ritmo mais lento e melancólico. – My dear, my darling one. – continuou.

Eu sempre amei a forma como sua voz era perfeita, de todos os dons que ela possuía, definitivamente, cantar era o mais encantador de todos e eu aquela voz me deixava entorpecido.

– O'Children... – estava tão deslumbrado que não percebi que andava em sua direção. – Forgive us now for what we've done. – ela parecia tão compenetrada em sua música, que não percebeu a minha presença.

– Você pode? – perguntei baixinho, mesmo assim, foi inútil, ela pulou com o susto. – Pode me perdoar? – enfiei as mãos nos bolsos do casaco.

Por ser fevereiro, o clima ainda estava muito frio e era quase perigoso ficar muito exposto ao ar livre, principalmente à noite, quando as nevascas começavam. O lago negro estava completamente congelado e os primeiros flocos de neve da noite já começavam a descer.

– Por você brincar com os sentimentos da minha melhor amiga ou com os meus? – seus olhos não encontraram os meus, apenas ficaram grudados no lago.

– Nunca brinquei com seus sentimentos. – admiti. – Mesmo assim, eu escondi minhas inseguranças com relação a meus sentimentos pela Rose, fingindo que toda a minha raiva era por causa do nosso relacionamento secreto, quando, na verdade, era uma coisa diferente. – engoli em seco, sentando-me ao seu lado. – E eu realmente peço perdão por isso.

– Como posso acreditar em alguma coisa que você diz? – seus olhos estavam cheios de lágrimas. – Você disse para o Scorpius que amava a Rose, mesmo estando comigo. Eu sei que a Rose te contou, ela não esconderia algo assim quando queria tão avidamente que a gente ficasse juntos. – pude ver todo o esforço que ela fazia para não chorar, seu rosto levemente contorcido.

– Eu disse ao Scorpius que tinha certeza que meus sentimentos por ela mudaram... – comecei. – Porque, no terceiro ano, eu era apaixonadinho pela Rose e tudo isso acabou mudando com o tempo. Eu escondi que achava que estavam voltando, mas eu estava enganado. – fechei os olhos, tentando encontrar as melhores palavras para dizer aquilo.

Fechei as mãos em punhos, por que eu não podia lembrar do discurso?

– Na noite da venda, eu percebi que tudo o que eu sentia pela Rose era uma ilusão do meu passado e que ela não passava de minha melhor amiga. – respirei fundo, tentando controlar os sentimentos que desejavam tomar posse de meu corpo. – Nosso relacionamento estava se tornando um desastre nesse meio tempo, e acabei descontando em você a raiva que tinha de mim por deixar isso acontecer. Sou um imbecil, sempre soube disso, contudo, eu estava pronto para tentar mudar tudo isso, pronto para dizer... – enquanto falava, observava os nós entre meus dedos ficarem brancos. – tudo. Sobre Rose, sobre o Karich e sobre os meus sentimentos por você.

Senti os dedos delicados de Lanna tocarem os meus punhos, como se pedisse que eu relaxasse as mãos. De soslaio, notei que ela também encarava as junções pálidas de meus dedos.

– Tarde demais, não é mesmo? – quase não ouvi a minha voz sair. - Ou existe alguma chance de você deixar que eu te siga até a Austrália? – seus olhos encontraram os meus e ela negou com a cabeça.

– Seu futuro é aqui Albus. – uma de suas mãos foi até o meu rosto. – E eu não faço parte dele.

As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto dela, lágrimas pesadas.

– Meu futuro deveria ser onde você estivesse... – admiti. – Eu amo você. – seu polegar fez um semicírculo em minha bochecha.

– Eu também te amo... – seus lábios estavam bem próximos dos meus. – E eu não estou pronta para lidar com tudo isso. – levei minhas mãos ao seu rosto, segurando-o.

– Nem eu. – tive que concordar, seu eu soubesse como lidar com esse sentimento, nada disso teria acontecido. – O que devemos fazer?

Meus olhos estavam presos aos seus, havia uma aura nova, algo completamente diferente, era como o nosso primeiro beijo, estávamos conectados, absorvendo os sentimentos uns dos outros.

– Vivi e lascia vivere... – sua voz era tão suave quanto uma canção, viva e deixe viver. – Lontano dagli occhio... – seu polegar tocou levemente meu cílio, longe dos olhos. – lontano dal cuore. – a mesma mão desceu pelo meu rosto, até chegar em meu peito, longe do coração.

– Amor vincit omina. – Amor vence tudo. Um sorriso enorme se abriu em seu rosto. – Não quero isso. – afirmei.

– Você tem quatro meses para aceitar. – sem pedi permissão, colei meus lábios aos seus.

– Eu não vou aceitar. – nossos lábios completamente colados, eu não poderia deixar que ela ficasse longe de mim.

– Eu não posso fazer isso, não agora. – seus olhos estavam abertos. – Nós não conseguiríamos viver com isso Albus, você sabe disso. Eu nem mesmo sei se perdoei você.

– Mas eu preciso de você. – implorei.

– Eu quero você. – suas mãos agarraram as minhas, afastando-as de seu rosto. – Mas eu ainda não estou pronta para isso. – aproveitei o movimento, e segurei suas mãos entre as minhas.

– Eu não me importo em ir devagar. – um sorriso genuíno apareceu em seu rosto, um sorriso que havia desaparecido nos últimos meses.

– Devagar. – enquanto sussurrava, um floco de neve pousou na ponta de seu nariz, e ela teve que soltar as minhas mãos para o tirar de lá. – Quer entrar? – apesar de sua frase, eu sabia exatamente o que aquele olhar significava.

– Não e você? – ela puxou o seu gorro, afundando ainda mais a cabeça dentro dele, antes de balançar o rosto, negando.

Levei meu braço até a cintura e puxei o seu corpo para ficar mais próximo do meu, e ela não o recusou.

Eu não poderia ficar mais feliz.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que errei feio em demorar assim. Mas eu não tinha tempo nem de entrar aqui e.e O capítulo estava pronto, é verdade, mas no dia que planejei postar, fiquei sem internet e não tive mais tempo algum. Agora a universidade entrou de greve e farei o possível para postar o mais rápido possível. Eu também quero muito saber a opinião de vocês, por favor, comentem sobre o capítulo, me digam o que acharam...
Beijooooooooooos e perdão.