She and the dudes escrita por Rayssa


Capítulo 17
Karich


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei, eu sei D:Mas, eu fiz algo legal, decidi escrever os próximos três capítulos antes de postar, então, FEITO. Não demorarei tanto para postar os próximos, weeeeeee :D Espero que gostem e não queiram me matar *---*



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A forma como seus lábios se encaixavam nos meus era divino. Suas mãos enlaçaram a minha cintura, puxando-me para mais perto, colando seu corpo ao meu. Uma de minhas mãos subiu involuntariamente até o seu cabelo, enroscando meus dedos em seus fios macios, aprofundando ainda mais o beijo. A outra mão agarrou a manga de sua camisa, sentindo o tecido macio de seu suéter.

Seus lábios sugaram levemente o meu inferior, antes de prendê-lo sob os dentes. Seu hálito de hortelã era impecável e suas mãos passeavam pelas minhas costas.

– Agora eu sei... – sussurrei, sentindo as respirações misturadas.

– Sabe o que? – sua voz soou sensual e sua mão deslizou até a curvatura do meu quadril.

– Porque as garotas se apaixonam tão facilmente por você. – seus olhos sorriam para mim.

– Você não me parece o tipo de garota que se apaixona só com um beijo. – murmurou, chegando mais perto.

– Não me sinto muito diferente delas nesse momento. – sussurrei, sentindo todo o meu corpo tremer ao admitir isso.

– Você continua sendo. – eu podia sentir os seus lábios quase tocando os meus novamente.

– Não deveríamos... – neguei com a cabeça.

Suas mãos saíram do meu corpo e tocaram o meu rosto.

– Não importa se deveríamos ou não ruiva. – afirmou. – O que aconteceu com Albus, não aconteceu comigo Rose, eu continuo com sentimentos fortes por você, não só puramente amizade. – sua mão escorregou para o meu pescoço, provocando um arrepio.

Ouvir essas palavras, fizeram com que eu notasse em que situação estava. Meu relacionamento com o Karich não estava resolvido, independente do seu sumiço e Scorpius era um dos meus melhores amigos, merecia mais do que isso, não poderia estragar isso, era uma decisão que precisava ser bem calculada.

– Eu não posso. – apesar de toda a confusão, afirmei com convicção.

– Tudo bem. – sua voz saiu triste, porém, ele não se moveu. – Eu já sabia da rejeição, só não quero que mude nada, eu continuo o mesmo Scorpius de cinco minutos atrás, mesmo que não tenha os mesmos sentimentos que você tem. – mordi o lábio com força, não queria dizer as palavras que se seguiram, todavia, não consegui segura-las.

– Eu não sei o que sinto. É tudo muito novo para mim, existe algo, não posso negar. Só que somos amigos demais para podermos nos precipitar. – argumentei e ele pareceu concordar.

– Amizade acima de qualquer coisa ruiva. – a sensação de suas mãos saírem do mim foi estranha, senti-me vazia, como se tudo me faltasse.

– Tudo, acima de tudo.

(...)

– Eu queria encontrar uma forma de não participar dessa bosta. – resmunguei, jogada no sofá de corvinal.

– Você sabe que não deveria estar aqui, não é? – perguntou Lucy, que estava sentada na poltrona a minha frente.

– Você sabe que eu não me importo, não é? – retruquei, recebendo um olhar feio de Lysander. – Ah, vai se fuder Lysander, não vem me olhar feio, ela é mais minha prima do que tua namorada. – recebi um revirar de olhos como resposta.

– Fazer tempestade por causa de uma noite, não é legal. – murmurou Hugo sentado no braço do sofá. – É besteira.

– Não é por causa da noite, é a ideia do projeto. Por que precisam vender pessoas? Somos legumes agora?

– Todo mundo sabe que eu estou com a Rose, apesar de ela estar roubando o meu argumento tão descaradamente, mas não estou gostando da ideia de essas duas criaturas grifanas se apoderarem do nosso sofá. – brincou Lucy.

– Você está muito abusadinha, hein? – comentei. – Se continuar assim, trago o Albus e o Scorpius e tomamos conta da mesa também. – a gargalhada de Hugo foi alta.

– Isso é a forma da Rose de dizer: "Por favor Lucy e Lysander, vocês são os mais lou... Espertos do grupo e peço que me ajudem a sair dessa." – Hugo pigarreou. – Sim, eu vim de interprete, por que né?

– Se eu pensar em alguma coisa, vocês vão embora logo? – Lysander perguntou, passando o braço ao redor dos ombros da namorada.

– Yep. – concordei, colocando os pés sobre o sofá, ao lado de Hugo.

A postura de Lucy mudou completamente. Ela parecia compenetrada, como se uma ideia brilhante estivesse ali, pronta para surgir, apenas abrindo espaço em seu cérebro... Bem, era isso que ela estava tentando fazer.

– Já posso sentir o cheiro de neurônios queimando. – brincou Hugo, aproveitei que ele estava o outro lado do sofá, e empurrei-o com a sola do meu ténis. – Isso doeu.

– Shh. – revirei os olhos e voltei a encarar a Lucy, cheia de expectativas.

O silêncio pairou sobre o ambiente, ninguém sabia o que fazer, eu tentaria qualquer coisa para não participar disso e Lucy era a pessoa mais apropriada para me ajudar. Foi ela quem mostrou o quão esquisito e errado era isso.

– Acho que você deveria participar. – essas foram as palavras que ela proferiu após tantos minutos de espera.

– Como é que é? – ela respirou fundo e comprimiu o corpo junto a poltrona.

– Rose, você é a favorita e quer queira, quer não, é por uma boa causa. Não que eu seja a favor disso tudo, eu odeio isso. Mas você receberá o maior lance, todos sabem, e eles precisam de dinheiro. A única forma que eu consigo pensar, é você encontrando uma forma de pagar por si mesma, mas ainda assim, você está participando da venda. Você pode simplesmente desistir, mas que diferença vai fazer? Quero acabar com a venda, mas acho que devemos encontrar outra forma de conseguir o dinheiro para a caridade e Lanna foi muito esperta, essa é a forma mais fácil de conseguir que doem dinheiro. – Lucy piscou várias vezes, parecia que ela tinha saído do planeta e voltado novamente. – Mas ainda não gosto dessa ideia. - cruzou os braços.

– Você era minha única esperança... – sussurrei baixinho, sentindo a decepção me invadir.

Sua mão tocou a minha de uma forma doce, seus olhos castanhos me analisavam e seus lábios se abriram em um sorriso tímido. Nós nunca fomos realmente amigas, porém, diferente de Lily, eu sempre gostei de Lucy, talvez por ela me lembrar a tia Luna em tantos aspectos, ou talvez por ela ser bem parecida comigo em suas opiniões.

– Ly. – ela olhou pro namorado. – Hugo. – depois virou para o meu irmão e sorriu. – Vocês poderiam nos dar licença? – perguntou delicadamente.

Ambos assentiram e ficaram de pé, seguindo para fora do salão comunal. Após todo o drama acabar, eles voltaram a ser mais amigos do que antes, era bom ver que a amizade voltara a ser tão sólida.

– Rose... – ela sentou ao lado de meus pés, e eu os retirei do sofá, deixando que ela se aproximasse mais. – Desculpe-me. – sussurrou.

– Pelo o que? – perguntei, completamente confusa.

– Você estaria fazendo a coisa certa e eu ficaria feliz em participar. – sua mão alcançou a minha. – Porém, o real motivo de eu achar que você deve participar, além do fato da sua mãe entender melhor que ninguém como essa área precisa de ajuda financeira com as pesquisas, é algo que eu sinto aqui. – sua mão tocou apontou para o local onde o seu coração se encontrava.

– E o que você sente? – eu sabia que ela se referia aos meus avós quando falou da mamãe. Mesmo sem querer, meu tom saiu um tom meio incrédulo e debochado.

– Eu tenho um excelente dom de adivinhação. – piscou para mim, seus olhos castanhos tinha uma seriedade que eu desconhecia. – E eu sinto que essa venda vai ser importante para você, por eu discordar completamente com essa ideia, não peço que participe, mas que considere essa opção.

Eu tive que fazer um esforço além do normal para não gargalhar, eu nunca acreditei em adivinhação.

– Você deveria estar me apoiando. – Lucy cruzou os braços.

– Acho que devemos trabalhar para que isso não exista nos próximos anos e quero te apoiar. – um sorriso divertido apareceu nos seus lábios. – Isso não vai fazer de você uma marionete. – afirmou minha prima. – E quero que você trabalhe nisso comigo. – seus olhos estavam cravados nos meus, o que me deu um certo desconforto.

– É, - tirei minha mão da sua. – Vou pensar sobre isso ai. – levantei-me rapidamente. – Estou confusa demais para tomar uma decisão agora.

Lucy apenas assentiu e se despediu.

Eu caminhei para fora do salão comunal com isso na cabeça. Eu sabia que não queria participar, sabia que era algo que não valeria a pena. Adivinhação era sinônimo de charlatanismo e nunca fora um motivo para me ajudar a decidir isso.

Todavia, Lanna era um bom motivo. Ela precisava de uma companheira, de alguém que esteja lá por ela e parece que eu sou a única pessoa que ela está aceitando. Sem falar do quão importante para as pesquisas, se Lucy estivesse certa, eu seria uma das que valeriam mais e poderia contribuir para que pessoas como meus avós, futuramente, possam recuperar memórias esquecidas por meio de feitiços.

Eu estava decidida a participar quando um pequeno pássaro de papel que passou voando entre os meus olhos e pousou sobre a minha cabeça, dando adeus a todos os devaneios sobre a venda das garotas e tomando completamente a minha atenção.

Puxei rapidamente aquele papel de cima de mim e percebi o meu nome sob uma das asas. Abri-o imediatamente.

"Querida Rose,

Eu sei que desapareci, desculpe-me.

A vida vem pregando peças que jamais poderia esperar.

Seria mentira dizer que não sinto a sua falta, estou ficando louco de tanta saudade.

Acho que chegou o momento de nos entregarmos as verdades da vida.

E quero que sabia que estou cada vez mais apaixonado por você.

Que tal se eu revelar aquilo que escondi com mais força.

Preciso fazer isso, preciso de você.

Quer saber quem sou eu?

Lago Negro.

Hoje.

22h.

Karich"

Fechei os olhos com força, apertando o papel entre as minhas mãos. O alivio invadiu o meu corpo ao notar que Albus e Karich não eram a mesma pessoa. Como poderia se um está cada vez mais apaixonado por mim e o outro havia finalmente me esquecido.

Um sorriso tão grande e avassalador se abriu em meus lábios, minhas bochechas chegaram a doer, mas eu não me importava, estava tão feliz que precisei dar um soco no ar para exprimir tudo isso, nenhuma notícia poderia ser melhor que aquela.

– Quanta felicidade ruiva. – a voz de Scorpius atrás de mim. – O que tá pegando? – perguntou com diversão.

– Só um dos maiores alívios da minha vida. – suspirei alto. – O que faz por aqui? Você não deveria estar treinando para o jogo de sábado? Sabe que se não cuidar, vou arrasar com a sua cara. – coloquei o papel, disfarçadamente em minha capa.

– O Lysander me disse que você estava aqui. – informou. – Queria te avisar que a venda das garotas ficou marcada para o dia de São Valentim. – cruzou os braços. – Preciso que avise a Lanna, ela se recusa a falar comigo. – suspirou pesadamente.

– Ei, tá tudo bem. – sussurrei, aproximando-me. – Uma hora ela vai compreender, só que isso leva tempo. – coloquei a minha mão sobre seu ombro.

Fui surpreendida com um abraço apertado e seu rosto enfiado em meus cabelos volumosos. Retribui tão rápido quanto o movimento dele. Podia sentir seu corpo tremer e o calor que ele emanava. Já havia um tempo em que eu estava sendo abraçada e abraçando Scorpius o tempo todo, descobri ser uma das minhas sensações favoritas.

– Desculpe por isso. – sussurrou tentando se afastar, eu o impedi.

– Não se preocupe com isso. – passei minhas mãos pelas suas costas largas, sentindo meu coração bater desesperadamente em meu peito.

Minha mente estava uma confusão desde o beijo e isso era um problema agora que o Karich estava de volta. Scorpius me amava e eu estava começando a suspeitar que o amava de volta, e que realmente queria que ficássemos juntos, talvez mais do que com o Karich.

– Obrigado. – ele sussurrou, afastando-me. Uma decepção me invadiu e acabei suspirando pesadamente.

– Não por isso. – neguei com a cabeça. – Sabe que estou aqui por você, custe o que custar. – afirmei.

– Mesmo que eu faça uma coisa terrível? – assenti rapidamente. – Mesmo que eu te machuque? – sua voz parecia cheia de receios.

– A única forma de você perder essa pessoa aqui... – apontei para mim. – Será matando algum Weasley ou um dos meus melhores amigos, isso inclui suicídio. – cruzei os braços e sorri.

– Ótimo. – aquele sorriso maravilhoso e encantador que só e somente Scorpius possuía tomou posse de seu rosto e meu coração voltou a acelerar, deixando-me nervosa. – É que tem tanta coisa acontecendo, tanta coisa inesperada. – murmurou, encostando-se em um pilar que ficava em frente à entrada do salão comunal de corvinal.

Meu coração acelerou ainda mais. Por que me sentia em déjà vu? A vida vem pregando peças que jamais poderia esperar. Um muxoxo espantado ficou preso em minha garganta e levei a mão em direção ao bolso onde estava a mais nova carta.

– Você está bem? – perguntou Scorpius, pude sentir a sua preocupação. – Ficou pálida de repente. – franziu o cenho.

Neguei com a cabeça rapidamente, eu só poderia estar ficando louca ou desesperada. Não havia a possibilidade de Scorpius ser o Karich, não mesmo. Retirei a mão do bolso e mexi desajeitadamente em minhas mãos.

– Bem, eu vou indo para o treino. – aproximou-se e beijou a minha testa. – Nos vemos mais tarde? – arregalei os olhos.

– Mais tarde? – perguntei, meu coração aos saltos, podia sentir sua pulsação em minha garganta.

– No jantar... – ele franziu o cenho. – Você está bem mesmo? – parecia preocupado.

– Estou. – foi tudo que disse, sentindo – mais uma vez – a decepção me atingir. – Nos vemos no jantar.

Após disso, corri para longe dali.

(...)

Com a mala aberta, fiquei encarando o terno que estava ali. Meu coração batendo tão forte e meu rosto completamente vermelho. Observando aquela peça de roupa, era claro que aquilo caberia em Scorpius, apesar de não ser o mesmo que o vi usando naquela noite.

Lanna me disse que era provável que o Karich houvesse me visto antes de se mostrar como o Karich. Só haviam três possibilidades – Lorcan não me reconheceu -, Ikarus, Albus e Scorpius.

Albus não é uma opção, já que ainda ama Lanna.

Ikarus não pode ser uma opção, já que ele não conhece o meu colar que eu usava naquele desenho.

Scorpius poderia ser uma opção?

Ele me viu antes do grande momento. Ele me ama e deixou isso bem claro quando nos beijamos. E, apesar de eu não ter experiência em beijos, os beijos eram parecidos, tá, não dava para saber. Aquela frase, Scorpius apareceu logo depois de eu receber o origami, ele sempre foi bom com feitiços de metamorfologia e em feitiços de flutuação... Ele vai me dizer quem é e me daria uma dica tão explicita logo após? Por que faria isso? Scorpius conhecia o colar.

Engoli em seco, observando tudo a minha frente, completamente chocada. Minha cabeça estava ficando pesada e eu estava ficando cada vez mais confusa. Não sabia se ele era bom em desenho ou origami.

Um pedaço de papel chamou a minha atenção. Era o bilhete que havia recebido antes do baile. Segurei-o com meus dedos trêmulos e o abri devagar, absorvendo o que estava escrito ali.

"Uma chance é o que te peço, para que no baile onde todos se escondem, dê-me a oportunidade de mostrar-me como realmente sou e ao contrário da cinderela, as badaladas da meia-noite, encontre-me sob aquela que denominaram Sirius."

Meu coração praticamente parou e, por um segundo, perdi completamente a audição. Olhos arregalados e lábios ainda mais trêmulos. Como fui tão cega? Estava tão cega, absolutamente cega.

"Você ficava lembrando o tempo todo que a estrela Sirius era a mais brilhante e que era a meia-noite que a lua atingia a metade de seu curso."

Pude ouvir claramente sua voz em minha mente, era como se uma grande cortina saísse de meus olhos e eu pudesse finalmente ver.

"Eu sou uma pessoa mais próxima do que você imagina. Entretanto, queria que você conhecesse um lado meu que você nunca me deixaria mostrar sabendo quem eu sou."

Agora realmente fazia sentido, eu nunca imaginaria que o Scorpius seria o Karich e se ele tentasse agir como tal, provavelmente o chamaria de gay e ignoraria esse tipo de comportamento.

"As pessoas não conseguem ver a beleza da sua autenticidade, de seu jeito autossuficiente e a sua naturalidade, tanto física quanto psicológica. Eu sempre a vi como você é. Enquanto todos a viam como uma peça de quebra-cabeça que não se encaixava, eu a via como um ponto de vermelho no meio de uma imensidão sem cor alguma. Uma garota que destemida que merecia muita mais do que jamais recebeu em toda vida e que provavelmente não sabe o quão especial é."

" O que aconteceu com Albus, não aconteceu comigo Rose, eu continuo com sentimentos fortes por você, não só puramente amizade."

" Você sempre foi uma das garotas mais incríveis que eu conheci. Alguém que sabe se defender e não aceita que as pessoas não te levem a sério."

Soltei o papel dentro da mala. Estava tão obvio, todo esse tempo, como fui burra! Muito burra! Não pude notar, não consegui perceber.

Ele me fez a proposta do xadrez bruxo para saber se eu havia aceitado a sua proposta ou não, por isso apareceu no baile, não foi por Zabine, foi para ter certeza de que eu estava ali. Scorpius era o Karich. O Karich. KARICH!

Կարիճ pronuncia-se Karich que significa Escorpião, o mesmo significado do nome de Scorpius. Foi assim que ele assinou a nossa promessa, em Armênio e eu assinei em Japonês. ローズ que se pronuncia Rōzu que significa Rosa, assim como o meu nome.

Senti as lágrimas se formarem em meu rosto. Eu não poderia ficar mais feliz com essa notícia. Scorpius Malfoy era o Karich e eu não precisava me preocupar mais com a dualidade de amar a ambos, pois eles eram um só e eu podia amá-los.

Um calor atingiu meu coração, a felicidade tomando posse de todo o meu ser.

(...)

Eram exatas 21h49min quando cheguei ao lago negro. Estava um tanto nervosa, queria poder beijá-lo, abraça-lo e dizer que eu já sabia de tudo, que não havia problema, que eu não tinha que perdoá-lo de nada.

Deixei meus olhos vagarem pelo lago, cheio de esperanças. Ele estava certo em ainda ter esperança nas nossas promessas, elas poderiam se realizar agora que finalmente iriamos ficar juntos. Eu teria o Karich e o Scorpius para mim, era confuso, eu sabia disso.

Mas era Scorpius, não teria possibilidade de eu ficar brava, ele era meu melhor amigo e sempre me ajudou em todos os momentos de minha vida. Talvez estivéssemos destinados a ficar juntos, por mais cafona que isso parecesse. Eu estava agindo como uma garota, pela primeira vez, eu podia entender o que se passavam naquelas cabeças.

A esperança e a expectativa estavam me deixando tão feliz. Sentia-me ansiosa e animada.

Eu teria um namorado, isso era realmente inovador.

Meu sorriso aumentou ainda mais de proporções quando ouvi os passos atrás de mim. Era aquele momento. Meu coração estava tão acelerado, eu tinha certeza que quando eu virasse, encontraria cabelos loiros e olhos azuis acinzentados me encarando com um pedido de desculpas.

– Eu já sei. – sussurrei baixinho, sabendo que ele não poderia ouvir.

Virei meu corpo devagar, pronta para deixar todas as expectativas para trás e observá-las se tornando realidade. Fui tão cega e tão burra, agora podia corrigir isso tudo, aquele era o meu momento, entre tantas situações, aquela era a minha vez se finalmente me entregar ao amor.

Assim que terminei de virar, meu corpo ficou completamente tenso, chocado e abismado.

– Albus? – senti o terror me consumi e as lágrimas chegarem aos meus olhos. – O que está fazendo aqui? – praticamente grunhi.

Ele não podia, não podia.

– Eu sou o Karich.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que é inovador e tals, mas peço que não desistam do próximo capítulo!!! O Karich não para por ai, tenha certeza D: NÃO ME MATEM.
O que acharam? Bom? Ruim? Sejam sinceros!!!
Beijoooooooooos ;***