She and the dudes escrita por Rayssa


Capítulo 16
Friendship beyond everything


Notas iniciais do capítulo

Demorei? Sim, mas não muito. A faculdade acabou, mas a vida corrida não DDD: Espero que gostem do capítulo, foi feito com muito amor e carinho :DD



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Subir na árvore e pular janela adentro não foi muito difícil, estava acostumada a pular essa árvore que ligava a minha casa e a de Albus desde os meus sete anos e era muito maior que essa. Entrar escondida no quarto da Lanna foi moleza.

Merlin, o quarto estava virado, haviam roupas pelo chão, na parede por trás da cama haviam várias fotos do ex-casal juntos, e estavam cheias de dardos nos rostos dele. Ela não estava no quarto, suspeitei que estivesse no banheiro quando escutei o barulho do chuveiro.

Observei as cartas sobre a cama e puxei uma para ler.

"Senhorita Longbottom,

É com grande prazer que anunciamos que desejamos que faça parte da equipe, estamos ansiando por sua resposta, porém, acreditando que podemos ir longe com a senhorita na equipe.

Atenciosamente, Daniel Nourg dos Moutohora Macaws"

Fiquei surpresa ao ver o time que estava interessado nela, saber que ela estava causando interesse na Nova Zelândia mostra o quão bom está o seu desempenho nos jogos de Hogwarts, apesar de que, sabia que ela nunca aceitaria essa proposta tendo as Harpias a seu favor... Como eu sabia disso? Eu também havia sido cotada para o time galês Holyhead Harpias, um dos melhores do mundo.

Eu recusara, tenho planos de me tornar escritora, obviamente, isso não impediu de ser chamada por outros dois times. Para a minha sorte, não fui chamada para o Chudley Cannons ou já teria desistido completamente do meu sonho.

Coloquei a carta no local e puxei outra – sei que não deveria mexer nas coisas dela, contudo era curiosa demais para parar – e também era uma convocação para a Sweetwater All-Stars, um time americano.

Haviam mais duas outras, uma canadense, Haileybury Hammers e a outra Australiana, Woollongong Warriors, esse último possuía um asterisco ao lado do nome.

Haviam mais alguns papéis amassados sobre a cama, que eu não pretendia abrir, porém, ao ver aquele asterisco, não consegui me controlar, tive que abrir e me surpreendi muito com o que eu li.

"Senhora Ella Anka,

Gostaria de informar que desejo conhecer sua proposta, conversar sobre as questões que precisam ser resolvidas pois estou muito interessada em participar do time Woollongong Warriors, é quase um sonho... Poderíamos marcar esse encontro para o dia 14 de fevereiro? Sei que é dia de São Valentim, mas não tenho nada de importante nesse dia, porque terminei com o homem que eu amo e não quero passar esse dia olhan... Isso foi infantil... Por que eu escrevi isso? Merda, estou usando essa carta como diário. Vou escrever outra!!!"

Estava prestes a colocar o papel no lugar, porém, esse foi arrancado de minhas mãos.

– O que pensa que está fazendo? – levantei o olhar para Lanna e percebi que esse estava enfurecido.

– Tentando entender o que diabos aconteceu com você. – resmunguei, sem ser intimidada pelo seu tom de fúria.

– Estou bem, obrigada. – falou baixinho, controlando a raiva.

– Não está nada. – revirei os olhos. – Você terminou com o Albus, começou a evitar a todos nós e agora, aparentemente, está sofrendo pra caralho. – apontei para o quarto, mostrando-o como evidencia. – Pensei que fossemos amigas.

– E somos. – contra-atacou.

– Amigas não escondem que estão planejando ir morar em outro continente mesmo sendo escolhida para entrar nas Harpias. – Eu estava enfurecida, ela tinha planos de ir embora e nem ao menos havia pensando em falar.

– Você não entenderia. – sussurrou baixinho, o que me pegou de surpresa. Estava pronta para atacar e gritar, faze-la falar. Não ouvi-la chorar.

– Por que não tenta a sorte? – continuei sarcástica. – O Albus me disse que você não acredita que ele a ama, e todos nós sabemos que ele está se sentido a pior das pessoas, pra mim, isso é amor. - comecei o sermão. – Então se você está sofrendo por isso, você está sendo burra.

– Isso não é amor. – grunhiu. – Remoço, culpa, pena, orgulho ferido ou sabe-se lá o que. Ele está me perseguindo, não falou nada, apenas fica lá, fazendo questão de me lembrar que não estamos mais juntos e ele existe. E o pior de tudo, entrou para a equipe de organização de eventos e está sendo um anjo. O que você acha que eu quero fazer? Pular no pescoço dele, beijá-lo e dizer que quero voltar, dar uma chance a nós e que podemos dar certo? Claro! É isso que quero faz...

– ENTÃO FAÇA! – exclamei, interrompendo-a. – Se você o ama tanto, por que sofrer e fazê-lo sofrer? – eles eram meus amigos, Albus era meu melhor amigo a anos e meu primo. Era horrível vê-lo sofrer e saber que Lanna o ama e estar sendo cabeça dura, era ridículo.

– Eu não posso te contar. – sussurrou. – Não posso. – as lágrimas começaram a descer pelo rosto da garota e, mesmo sabendo que não era para me irritar, Merlin, eu estava pronta para explodir. – Eu não posso estragar uma amizade de 17 anos. – isso foi a coisa mais estupida que eu ouvi.

– Porra Lanna, você e o Albus eram o que antes dessa merda? Vassouras de quadribol? Eram Amigos! Melhores amigos, tanto quanto eu e ele. – cruzei os braços. – Terminar o namoro dessa forma tão grotesca estragou uma amizade de 17 anos, onde os dois se amavam.

Eu tinha que admitir que essa estória de Karich estava mexendo comigo, não que eu estivesse me tornando uma romântica incorrigível, longe disso, muitos relacionamentos ainda me faziam querer vomitar, mas queria que Albus e Lanna ficassem juntos, não suportava os vê tristes, muito menos quando era tão obvio que se amavam. Queria acreditar que o amor tinha vez, que meus pais não eram um caso isolado.

– Vá em frente, estrague isso. – fechei as mãos em punhos. – Vá embora para Austrália, seja feliz por lá. – minha voz estava rouca. – Mas vá sabendo que não está só magoando o Albus. Scorpius também está preocupado e que... – senti meus olhos arderem, porém, não iria me dá ao luxo de chorar. – esquece, se você se importasse conosco, não estaria sendo tão vaca.

– OAlbusestáapaixonadoporvocê. – a garota praticamente engoliu a própria língua para falar tão rápido.

– Como é que é? – perguntei.

Ela respirou fundo e jogou na cama, fazendo seus cabelos molhados chicotearem em meu braço. Podia ver que ela se controlava para não desabar. Sentei ao seu lado e segurei a sua mão, tentando passar segurança.

– Eu fui atrás do Albus, para falar que eu ia contar ao meu pai. Eu o encontrei em um corredor, conversando com o Scorpius. Fui na direção dos dois, porém, antes de chegar lá, ouvi o que meu ex-namorado estava falando. As exatas palavras foram "Eu a amo Scorpius, a Rose não é mais a mesma pessoa de antes e tenho certeza que meus sentimentos por ela mudaram. Eu descobrir quem eu amo e posso finalmente seguir e lutar pelo que eu realmente quero". – as lágrimas transbordavam do rosto da lufana e seu corpo tremia.

Aquelas palavras não faziam o menor sentido. Albus não me amaria, nunca seria capaz de me amar. Nós éramos melhores amigos desde que nossas mães nos colocaram nesse mundo. Ela só podia estar louca.

– Não, não mesmo Lanna. - encarei-a. – Somos melhores amigos, nunca haveria essa possibilidade. – seus cabelos balançaram quando ela assentiu.

– Para você... – sua voz estava rouca pelo choro. – Você não vê essa possibilidade, por vê-lo como seu melhor amigo, só que ele não te vê assim. – cruzou os braços. – Ele foi seu primeiro beijo Rose, ele é o Karich.

Meu corpo inteiro gelou e minha mão soltou a sua.

– C-co... – pigarreei – Como pode saber disso? – meu coração estava a uma velocidade mais rápida do que eu jamais imaginei que estaria. Eu não amava Albus Severus Potter, ele era rude, presunçoso e irritante, apesar de ser um dos meus melhores amigos, nada na personalidade dele me atraía, em nenhuma possibilidade eu poderia me apaixonar por Albus.

– Não é óbvio? O Karich te reconheceu de cara, você encontrou com o Albus antes da meia-noite, ele sabia que era você. Albus é excelente em herbologia, poderia facilmente ter gerado aquelas flores no campo de quadribol. Ele é alto o suficiente e ainda sabia do seu colar! – exclamou. – Faz sentido Rose. Você é a esperta aqui, sabe que estou certa! – neguei com a cabeça, não, não, não. – Você só não quer acreditar porque não sente o mesmo. – a mão de Lanna tocou o meu ombro.

– Não é, eu sei disso, eu sinto isso. – respirei fundo novamente.

– Acredite no que quiser, ele é seu amigo acima de tudo e era por isso que não queria te contar. – afagou o meu ombro, apesar do tom rouco, Lanna tentava me confortar, quando, diante das circunstancias, eu quem deveria está fazendo esse papel. Ela estava ali, mesmo sofrendo, estava tentando parece bem com essa situação, a situação que ela acreditava ser verdadeira. Estava sendo forte e apesar de ter todos os motivos para odiar o Potter, não exigia que eu sentisse o mesmo, fazia exatamente o contrário. Ela era o tipo de amiga que eu nunca imaginaria que alguma mulher poderia ser de outra – Sou sua amiga independente disso e... – ouvi seu suspiro pesado. – Eu sinto muito por não ter contado, não queria...

– Foda-se. – puxei Lanna para um abraço, isso era fudidamente menininha, mas, cara, eu gostei, era bom ter minha amiga de volta.

Eu não sabia se ela estava certa sobre Albus ser o Karich, sentia que ele não era o cara, sentia que havia muito mais nessa estória do que apenas uma paixão que eu nem acreditava existir. Contudo, ela tava certa, ele era meu amigo acima de tudo e eu não iria arruinar uma amizade de 17 anos.

E sobre ela ir para a Austrália, aquele não era o momento para isso. Ela era minha única amiga mulher e eu sentia sua falta, qual é, eu tenho sentimentos.

(...)

– O que você que eu diga? – Scorpius colocou os cotovelos sobre a mesa, encarando-me profundamente, suas sobrancelhas formando um V. – Que o Albus te ama? – levantei uma sobrancelha.

Nós tínhamos acabado de voltar para as aulas e era o início do ano. Eu estava falando sobre os que aconteceu entre Lanna e Albus, queria saber a verdade. Eu estava focada nisso, por motivos altruístas – ajudar meus amigos – e os egoístas – saber se o Albus era realmente o Karich -, porém, continuava a não esquecê-lo.

Não conversamos desde o dia do baile, o que já era um bom tempo, todavia, ele parou com qualquer contato desde que saímos de hogwarts para o recesso de natal e isso estava me fez perceber que eu sentia falta de alguém com quem eu nem falava, apenas recebia coisas.

Estávamos em uma mesa no fundo da biblioteca, sussurrando para que ninguém nos escutasse nas proximidades escutassem.

– Eu quero saber a verdade, por favor. – os dedos de Scorpius encontraram o dorso de minha mão e fez um leve carinho, provando um leve torpor naquela região.

– Não vai ficar brava com o Albus e irá entender a posição dele, certo? – puxei minha mão com força.

– Nem fudendo que vou concordar com isso. – cruzei os braços. – Se o Albus tiver sido um filho da puta, vou trata-lo como filho da puta e você sabe disso. – recebi um olhar feio da quintanista da mesa ao lado e estirei o dedo médio - Amizade tem a ver com sinceridade, não agiria diferente. – pela careta de Scorpius, eu sabia que ficaria irada com Albus. – A verdade Malfoy, agora. – impus a minha posição e o encarei, mostrando que não voltaria atrás.

Os olhos acinzentados de Scorpius focaram os meus, olhos impassíveis, assim como os meus estavam. Sabia que era apenas provocação, que ele iria me contar, contudo, era diferente dessa vez, senti minhas bochechas queimarem, ficando completamente corada.

Quando um sorriso brincalhão atingiu o seu rosto, iluminando-o e deixando-o parecendo um daqueles príncipes dos filmes infantis da Disney – eu tenho que parar com esse tipo de comparação, eu nem sou fã desses filmes... Isso é mentira, eu não sou fã das princesas dos filmes, isso não impede de gostar do filme. -, meu coração pareceu que iria sair, por livre e espontânea vontade, do meu peito.

– Tudo bem, tudo bem. Você venceu. – piscou rapidamente. – O Albus gostava de você desde o terceiro ano, mais ou menos, e era por isso que a gente brigava tanto quando éramos menores... – franzi o cenho, indagativa. O Scorpius também gostava de mim? – Exatamente o que você acabou de pensa, eu gostava desde o primeiro ano e rolava uma certa rivalidade. – brincou. Apesar de seu tom brincalham, a ideia dele gostar de mim foi melhor aceita do que o esperado, eu até gostei de saber disso... Será que ele ainda gosta de mim? – Mas você se fechou para qualquer tipo de relacionamento e acabou esfriando esse sentimento, foi assim que voltamos a ter paz. – decidi parar de devanear no meio de seu discurso e presta atenção.

"Então, o Albus começou a gostar da Lanna e eles começaram a namorar. Contudo, quando você começou a mudar de comportamento e mostrar, humhum, certas tendências a interesses amorosos, uma dúvida começou a surgir. 'Será que ainda gosto da Rose?' Pois bem, era sobre isso que ele estava falando. Ele não sente mais nada por você, só amizade, e, bem, chegou a conclusão que ama a Lanna. Não sei se você sabe, mas ele nunca havia dito as três palavras.

Fiquei absorvendo tudo isso em silêncio, apesar de saber tudo isso, não ajudava muito na busca do Karich. Ele continuava podendo ser o Albus, afinal, ele havia me esquecido. Contudo, eu havia recebido cartas após o termino de Lanna e Albus... Isso apenas me deixou ainda mais confusa. Pelo menos de uma coisa tinha servido...

– Que viado! – exclamei. – O Albus é um retardado mental! Pelas barbas de Merlin, como alguém pode ser tão idiota? Se ele estava com dúvidas em relação ao que sentia, devia ter sido homem e enfrentado. Eu enfrentaria. – ralhei.

– Somos sonserinos ruiva, não somos corajosos como a senhorita grifinória. – apontou para mim com certa diversão.

– Mesmo assim, que burro! Temos que contar isso a Lanna, ele pode ser um covarde, mas ela o ama. – ele negou com a cabeça.

– Não podemos! – afirmou.

– O QUE? – praticamente berrei. – O que você acha que a gente deve fazer? Sentar e esperar que eles se ferrem? – Scorpius abriu um grande sorriso e assentiu.

– Exatamente isso que vamos fazer. Ele não quer que a gente se meta nisso, deixou bem claro. – suspirou. – Ele estragou tudo, ele vai resolver, apesar de que eu irei contar que esse é o motivo, se você não se importa. – dei de ombros.

– Se isso vai ajuda-los a ficar juntos, por mim, tudo bem. – sorri torto. – Mudando de assunto completamente, a minha mãe sentiu sua falta esse natal, você não deu as caras. – fingir um sermão e ele cruzou os braços, observei a musculatura de seus braços tencionar sob o tecido da camisa branca da farda, sua expressão era meio desgostosa.

– As coisas não andam muito bem lá em casa e eu realmente não quero falar sobre isso. – sabíamos que Draco desaprovava a decisão do filho de ser medibruxo, porém, estava começando a suspeitar que havia mais do que apenas uma briguinha de profissões.

– Quando quiser falar sobre isso, eu estarei aqui. – lembrei.

Ele tocou novamente a minha mão e sorriu.

– Eu sei Rose, eu sei.

(...)

Era tarde da noite e eu não deveria estar andando pelos corredores de hogwarts, contudo, estava tão confusa e absorta em pensamentos sobre o Karich, Scorpius, Albus e Lanna que não consegui dormir.

Precisei andar pouco até chegar a escada que me levaria ao ponto mais alto da torre de astronomia, era o meu local favorito de toda a escola, contudo, assim que adentrei ao local, percebi que não estava vazio. Havia uma pessoa, escorada sobre o parapeito, de costas para mim.

Demorei um pouco para notar que a pessoa era o Scorpius.

– Você quer passar o dia inteiro ao meu lado, por acaso?

– PUTA MERDE! – ele pulou com o susto e virou em minha direção. – Você quer me matar do coração?

– E ainda virou francês? Falando merde? – as sobrancelhas loiras foram arqueadas.

– Vou colocar aranhas na sua cama para ver se você vai se incomodar de falar certo. – cruzou os braços.

Apesar da diversão, havia uma certa nostalgia no ar. Quando éramos pequenos, toda a noite, eu e Scorpius subíamos aqui e conversávamos a noite inteira, era uma lembrança maravilhosa.

– Está pensando no que eu estou pensando? – um sorriso memorável apareceu em seus lábios. Ele estava parecendo uma espécie de espectro naquela posição, com a luz da lua iluminando ao redor de seu corpo.

– Oh yeah. – aproximei-me e fiquei na mesma posição que ele estava antes.

– Viramos muitas noites aqui, não foi? – ele ficou ao meu lado, seu braço tocando levemente o meu.

– Os professores sempre enchiam o seu saco por dormir na aula. – pude senti-lo encolher os ombros.

– Ainda enchem, porém, sou um bom aluno, tiro notas maravilhosas, mesmo dormindo na aula. De acordo com dona Minerva, sou muito esforçado. – um calor que seu corpo emanava era reconfortante, ele fazia com que todos os problemas fossem embora, eu podia simplesmente esquece-los. Era como nos velhos tempos, sem drama.

– Seu esforço se chamada Rose Weasley, isso sim. – ralhei, dando uma leve cotovelada em seu braço.

– Ah, essa dai ajuda também. – sua voz era cheia de sarcasmo.

– Peça ajuda em poções de novo, e seu nariz nunca mais será o mesmo. – uma gargalhada alta e contagiante saiu de seu corpo.

– Posso pedir em história da magia? Você sabe que sou uma droga nessa matéria. – ele revidou a minha cotovelada sem força alguma. - Você é a melhor amiga que alguém poderia ter... – seu braço envolveu os meus ombros. – Eu estava aqui, preocupado, depressivo, pensando em pular – dramatizou - e de repente, você vem e gira meu mundo de cabeça para baixo, como sempre. – um sorriso malicioso surgiu em meus lábios.

Era bom ouvir essas palavras agora que o Karich tinha tomado chá de sumiço. Scorpius sempre esteve ali por mim e era bom saber que, pelo menos, para ele, eu fazia diferença.

– Eu sempre deixo o seu mundo de cabeça para baixo? – brinquei e senti o seu corpo enrijecer.

– Desde o primeiro ano. – sua voz era séria, não parecia uma brincadeira. Contudo, preferi ficar calada por três motivos: 1- Não sabia o que dizer. 2- Poderia ser uma brincadeira e eu não queria agir como se fosse sério. 3- Eu realmente havia gostado de ouvir aquelas palavras. – Você lembra da promessa?

A promessa, uou, eu realmente não lembrava disso. Quando tínhamos 11 anos, prometemos que iriamos nos casar e cada um de nós escreveu uma lista de metas que queríamos completar antes do casarmos para lermos em nossa lua-de-mel.

Como eu era menininha quando era pequena!

– Escrevemos bem aqui... – afastei-me do parapeito e fiquei no centro do ambiente. – Observando a constelação de escorpião. – apontei.

– Você ficava lembrando o tempo todo que a estrela Sirius era a mais brilhante e que era a meia-noite que a lua atingia metade de seu curso. – sua voz tinha um tom mais sóbrio agora e ele se aproximou enquanto falava. Assenti, eu sempre fora sabe-tudo.

– Hoje eu sei que não é a meia-noite, mas bem perto... – uma ideia maluca surgiu. – Será que ainda estão aqui? – saquei minha varinha, pronta para usá-la. – Nós podemos lê-los, lembrar quais eram os nossos pensame... – a mão de Scorpius tocou a minha mão e a abaixou.

O corpo dele se aproximou do meu, obrigando-me a olhar para cima para poder olhar em seu rosto. Ele estava sério, seus olhos brilhavam com excitação. Quando balançou o rosto em negação, seus cabelos balançaram, hipnotizando-me.

Scorpius era lindo, havia uma beleza quase sobre-humana em seu rosto bem desenhado, era másculo e forte, havendo uma certa suavidade. Seus olhos sempre foram penetrantes, foi a primeira coisa que notei quando nos conhecemos, eram as mil faces de sua alma, demonstravam perfeitamente o que ele sentia e com o tempo, fui aprendendo o que cada olhar significava.

Mas aquele olhar mostrava diversas emoções de uma só vez. Resignação, medo, paixão, desejo e admiração, uma mistura mais que encantadora, entorpecedora.

– Por que não? – sussurrei, meus olhos presos aos seus.

– Porque eu ainda tenho chance... – seus olhos focaram em meus lábios e eu pude sentir sua respiração se misturar a minha. Eu não deveria querer beijá-lo, contudo, todo o meu cérebro parou de funcionar. – de que nós vamos cumprir a nossa promessa.

Senti meu corpo tremer e seus braços me apararam, colando meu corpo ao seus e roçando nossos narizes. Eu sabia o que estava prestes a acontecer e eu queria aquilo, queria muito, ansiava para sentir seus lábios colados aos meus e colocar minhas mãos em seus cabelos.

– Amizade acima de tudo? – sussurrou com os lábios colados aos meus. Eu não sei exatamente o que disse, provavelmente algum som em confirmação.

Então, o espaço entre nós sumiu, seus lábios estavam sobre os meus em um beijo muito mais enlouquecedor e apaixonante do que os meus primeiros. Não foi como nada que eu já tivesse experimentado foi... foi...

Mágico.


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Notas finais do capítulo

Sinceridade, pleaaaaaaaase!!! O que acharam? Digam as suas teorias por que o KARICH VAI SER REVELADO NO PRÓXIMO CAPÍTULO, repito, O KARICH SERÁ REVELADO NO PRÓXIMO CAPÍTULO!!!!
Beijoooooos ;***