Bolinho De Limão escrita por Aquela Fujoshi, Paradoxoalizar, Karu, BlossomMist


Capítulo 28
Extra: No escurinho do... Stand-up?


Notas iniciais do capítulo

E AEEEE PONIES DA NUKE!!! O/
Tuts. Tuts. Tuts. Esse capítulo veio para a alegria dos shippadores de AlIkki! (Créditos a Ari-chan, eu só fiz betar e editar a imagem u.u) mas enfim, chega de papo furado, e vamos as limonadas!
Jya Nee~



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Era enfim o dia de "folga" do programa que Izzy e Manuke administravam, conhecido também como BL. As garotas chamaram seus assistentes, Alexy, Ikki e Armin para assistirem a um show de stand-up na casa de shows do centro da cidade.

– Nós vamos passear no bosque... – cantarolava Izzy, saltitando ao lado de Manuke, os garotos atrás das duas, de hora em hora revirando os olhos com as baboseiras das duas.

– Não, não vamos – Manuke deu um safanão não muito efetivo nas costas da outra, meio que se encolhendo logo em seguida – A gente veio ver um show e ponto.

Izzy mostrou a língua num gesto nem um pouco infantil e cruzou os braços, não conseguindo conter a empolgação e soltando uns risinhos contidos.

– Afinal, Manuke-sama – interveio Armin –, quem é que vamos ver, exatamente?

Manuke deu de ombros.

– Não faço ideia.

– Como assim, não faz ideia, sua mula decrépita? Não era você que tanto queria ir? – Izzy exclamou, alterando a postura para algo semelhante a um gorila civilizado.

– Ué, é um stand-up, vão ter várias pessoas se apresentando, dã! – Manuke respondeu, revirando os olhos.

– Pelo menos eu peguei a lista dos participantes – disse Alexy calmamente, entregando um folheto para as garotas.

Manuke o fuzilou com o olhar e nada sutilmente arrancou o papel das mãos dele.

– Não pense que é por isso que eu vou te odiar menos – disse ela, empinando o nariz.

– Afe, criatura, deixa ele fazer o agrado em paz!

– Tanto faz, eu só não quero saber de agarrações no escurinho do cinema – Manuke cantarola o final da frase, fazendo Izzy e os outros rolarem os olhos.

– Tudo bem então – Ikki disse enfim, como quem fecha um acordo.

– Tá. Vamos ver logo quem vai se apresentar – Izzy pegou o folheto junto de Manuke, analisando nome por nome dos comediantes.

– Por que eu não tô vendo ninguém dos Barbixas aqui? – Manuke indagou – Isso é preconceito! – ela atirou os braços ao ar.

– AH!

– O que foi, mulher?

– Izzy-sama?

– AIMEUDEUS! NUKE!

– O que foi, diabo do meu ódio?!

Izzy apontava freneticamente para um nome da lista como se fosse um botão.

– Gustavo Pereira?

– É!

– Espera aí...

– É!!

– AIMEUDEUS!

Armin e Alexy trocaram olhares confusos, cada um pensando pela milésima vez o quanto suas empregadoras eram esquisitas.

– O que houve? – perguntou Ikki, finalmente.

– GUSTAVO PEREIRA!

– É ELE!

– EU VIVI PRA ISSO!

– ARI-CHAN!

– O QUE É?

– O GUSTAVO PEREIRA!

– EU SEI!

Ambas davam gritinhos dignos de uma fangirl e pulavam de mãos dadas.

– Será que dava pra não surtar no meio da rua? – Armin olhou sem graça para os lados.

– VOCÊ NÃO ENTENDEU? É O GUSTAVO PEREIRA!

– Tá, e o que tem de tão especial nesse cara? – Alexy perguntou no lugar do irmão.

– ELE É O SOLUÇO! – Manuke urrou mais soando como um urso com diarreia.

– Hã?

– E O FERB! – Izzy completou numa voz aguda estridente.

– Foda-se o Ferb, ele nem faz nada de importante – a menor interrompeu o devaneio abanando uma mão.

– Foda-se você, eu gosto do Ferb.

– Quem você acabou de mandar se foder? – Manuke sorriu de um jeito psicopata.

– Você, sua kenga.

– Por favor, não comecem! – Ikki implorou, lá de trás do grupo.

Manuke e Izzy viraram suas atenções para o pequeno, que se escondia atrás dos gêmeos.

– Awn, desculpa, tá? – Manuke se acalmou tão rapidamente que parecia ser algo anormal – A titia Manuke não vai mais te assustar.

– De novo em terceira pessoa... – Izzy sussurrou para o vento.

Após um tempo de caminhada, o grupo virou uma esquina e finalmente encontrou a fachada da casa de shows.

Armin se pôs na frente do grupo e pegou o os ingressos, entregando-o para o senhor atrás da cabine da bilheteria da entrada.

– Gustavo Pereira...! – Izzy continuava murmurando.

– Pára com isso, criatura! – Manuke deu um cutucão na barriga da maior – Parece que tá fazendo macumba...

– Pronto – Armin voltou para o grupo, entregando os tickets de entrada um a um – Agora vamos enfim!

– Uhul! – Manuke e Izzy exclamaram juntas.

– Quais são os seus assentos? – Alexy perguntou, enquanto se encaminhavam para o salão, com Ikki logo ao lado.

– Eu peguei o 24 – diz Izzy após olhar o ticket.

– Hummm sei. 24, né? – Manuke fez "aquela cara" para Izzy, que retribuiu o olhar e as duas começam a rir – Eu fiquei com o 25. Do lado da Ari-chan, ê!

– Ari-chan é o teu zegaborof... – Izzy se interrompeu assim que se lembrou de Ikki – ... Então, né? Qual o seu assento, Armin?

– O meu é o 26 – disse ele, mostrando o ticket para o moço da ponta da fila de entrada, que o pegou com aquela cara de "que bosta de emprego..."

– Que estranho... – Ikki olhou o ticket de Alexy antes do maior entregar os seus para o moço – Nós ficamos com o 127 e 128.

– Ué, como assim? – Alexy estreitou os olhos.

Izzy deu de ombros.

– Eu pedi pela internet, vai ver me enganaram... Mas pelo menos conseguimos os malditos ingressos! – ela deu um soco no ar.

– Eu quero ficar na frente! – Manuke interrompeu, apertando o braço de Izzy como uma criancinha.

– Ai! Eu também, mas não precisa me aleijar!

– Foi mal...

– Alguém quer trocar? – Armin perguntou.

Alexy e Izzy trocaram um olhar cúmplice e a garota assentiu em silêncio, suspirando logo em seguida.

– Tá, nada de trocas.

– OI? Como assim, tá doida? – Manuke se exaltou, gesticulando exageradamente – Eu não quero esses dois sozinhos juntos no fundo, não!

– Calma, esqueceu do trato? – Ikki olhou inocente para Manuke.

– É, e ainda tem outra: vai ter um monte de gente ao redor – Alexy concluiu.

– Sei não... Não conto muito com seu senso de pudor...

– Afe, Nuke, deixa isso de lado por um dia! A gente veio aqui se divertir, não? Deixa eles se divertirem também, do jeito que lhes convier.

– Tá. Mas não pense que é por que você fez biquinho que eu cedi.

– Cof cof tsundere cof cof cof – Armin começou a rir.

– Eu não fiz biquinho, fiz?

– Deixa pra lá.

Alexy segurou Ikki e o irmão, dando passagem para as garotas, depois Armin e entrando em seguida com a mão apoiada no ombro de Ikki.

– Acho que é por ali – Armin apontou para uma mesa com três cadeiras vazias na segunda fileira depois do palco.

– Achei as nossas – Alexy segurou a mão de Ikki – Até mais – e se dirigiu à uma mesa mais afastada com o pequeno logo atrás.

– Awn...! – Izzy fez biquinho ao olhar a cena.

– "Awn" nada – Manuke cutucou a cintura da outra – Anda, vem.

– Afe, pára de me cutucar!

Manuke e Izzy seguiram Armin que já estava bem à frente. Izzy e Armin se sentaram cada um em uma ponta, com Manuke no meio.

– O Gustavo Pereira é o terceiro, né? – perguntou Manuke, mexendo na decoração da mesa.

– Não, é o segundo – respondeu Armin, sorrindo.

Izzy tirou o folheto da bolsa e deu mais uma olhada rápida nele.

– É, é o segundo – ela revirou os olhos, vendo que o rapaz estava certo – O primeiro é um tal de...

– Tanto faz, o Gustavo Pereira é o segundo!

Izzy revirou os olhos novamente.

– Vão querer beber alguma coisa? – uma garçonete de idade apareceu ao lado da mesa deles.

– Pode trazer uma Sprite – disse Armin.

– Guaraná – Izzy e Manuke responderam juntas, rindo em seguida.

A garçonete anotou os pedidos num caderninho e saiu logo em seguida.

– Essa mistura de teatro com restaurante é bem convencional, não? – disse Armin distraidamente.

– É... – Manuke respondeu sem prestar muita atenção, virando o corpo para trás na tentativa de encontrar Alexy e Ikki.

– Pára de olhar para trás, Nuke! – Izzy soltou um muxoxo – Não é como se eles fossem aproveitar qualquer momento livre para se comerem.

***

– Tem suco de uva? – perguntou Ikki ao garçom assim que ele chegara.

– De uva só temos Fanta. E vinho – ele respondeu.

Alexy viu que o menor se empolgou ao ouvir a última opção e tomou a palavra antes dele.

– Pode ser uma Fanta mesmo.

– Mas... – Ikki começou a protestar.

– E para o senhor? – o garçom interrompeu, se dirigindo a Alexy.

Ikki dirigiu um olhar suplicante a Alexy, que entendeu a mensagem e cedeu, suspirando relutante.

– Pode ser o vinho, o mais fraco que tiverem.

– Sim senhor – o homem anotou os pedidos e saiu.

Alexy voltou a colocar o braço ao redor do pescoço de Ikki.

– Por que você quer tanto o vinho? – ele suspirou, baixando a cabeça para o garoto.

– Eu só queria provar...

– Vai ser só um golinho, então, viu?

– Tá! – Ikki abriu um sorriso entusiasmado e pulou no assento.

O apresentador enfim chegou ao palco, fazendo alguma piada de abertura e anunciando o primeiro participante logo em seguida.

– Eu nunca fui a um show antes... – Ikki disse quase num sussurro por baixo da voz do comediante se apresentando no microfone.

– Eu também não. Quer dizer, eu já fui num show de música, mas nunca de stand-up – Alexy sorriu para o pequeno e alisou sua bochecha com o polegar – Mas já vi alguns pela internet. São divertidos, você vai gostar.

– Certo! – Ikki sorriu inocentemente.

O comediante número um apareceu no palco fazendo piadas sobre Rio-SP.

Mesmo assim, Ikki não conseguia tirar os olhos do trio sentado à frente, Izzy e Armin se matando por Manuke. Ou quase isso.

***

– Só eu que tô entendendo essas piadas? – Izzy continuava rindo das piadas como se sua vida dependesse disso.

– Lógico, talvez porque você é de São Paulo? – Manuke deu de ombros e riu das risadas espalhafatosas de Izzy.

Armin pegou a latinha de Sprite e a sacudiu, abrindo um sorrisinho prepotente logo em seguida.

– Afe, acabou...

Izzy e Manuke continuavam distraídas com a apresentação enquanto Armin se levantava para jogar a latinha na lixeira e retornava.

– Cara, não sabe jogar basquete não? – perguntou Izzy para Armin assim que ele se sentou.

– Alguém disse basquete? – Manuke olhou para os lados.

– Só se for num console – Armin deu de ombros e pegou o Guaraná ainda pela metade de Manuke, dando um gole.

– Ei! – a garota exclamou.

Izzy pegou prontamente a lata da mão do rapaz e a tirou dele, fazendo um pouco do líquido escorrer pela boca do moreno.

– Afe!
– Agradeça por ter caído na mesa, não na sua roupa – disse Izzy sem olhar para o maior.

Armin bufou e cruzou os braços, olhando para o apresentador que anunciava agora o segundo participante.

– AIMEUDEUS, É AGORA!

Izzy e Manuke se abraçaram, dando pulinhos nos seus respectivos assentos.

– ... fiquem com ele, Gustavo Pereira! – o apresentador anunciou e a plateia aplaudiu, Izzy e Manuke mais espalhafatosas do que qualquer outro ali presente.

"Afro-Deus da dança é ciclope..."

– Ah, foi mal, é o meu – disse Armin, pegando o celular no bolso.

– Me dá isso aqui! – Izzy pegou o celular das mãos de Armin, que acabara de tocar, só não tão audível por causa do barulho dos aplausos.

– Ei!

Izzy colocou o celular no silencioso e viu a mensagem que acabara de chegar.

"De: 'O meu lado viado'

N se matem, 2bj

– Há: menos de 1 minuto"

Izzy riu e revirou os olhos, olhando para trás, para Alexy.

***

Alexy ria agora com Ikki no colo.

– Esse cara é engraçado! – Ikki riu, falando do comediante – Mas eu não acho que ele tenha cara de virilha.

– É só pra fazer piada, Ikki, não tem muito a ver com a realidade.

Alexy sorriu para o pequeno e bebericou o vinho.

– Me dá mais um pouco, Alexy-san? – Ikki pediu, fazendo biquinho.

Alexy revirou os olhos e colocou a taça de volta à mesa, o olhar severo.

– Se você continuar me chamando de "-san", eu não dou.

– Desculpa...

– Não tem problema – Alexy farfalhou a mão pelo cabelo de Ikki – Mas é o ultimo, tá bom?

– Eba!

Ikki pegou a taça, pronto para dar o segundo e último gole, quando Alexy riu de uma das piadas, fazendo um pouco do vinho cair da taça direto na blusa listrada do garoto.

– Ah! Alexy!

– Ai não...! Desculpa, Ikkinho, sério! – Alexy tirou o menor do colo, angustiado.

– Tudo bem, dá pra lavar... – Ikki se levantou, ignorando o jeito como fora chamado pelo maior e cutucando o tecido.

– Não, não dá! – Alexy se levantou de supetão – Ah... Desculpa, é que mancha de vinho é triste de sair...

– Então vamos dar um jeito nisso logo!

Antes que o maior pudesse protestar, Ikki saiu para fora do salão, e Alexy foi junto.

– Espera!

Ikki entrou no primeiro banheiro masculino que encontrou, parando apenas de frente para os espelhos, encarando o estrago feito pela bebida.

– Ikki!

Alexy entrou logo atrás, já arfando, no banheiro vazio.

– Tá legal – disse ele pegando um punhado de papel toalha e umedecendo-o com sabão – Eu não sou nenhum expert em manchas, mas acho que não vai adiantar muita coisa.

Ikki entendeu de imediato o que Alexy pretendia e esticou a blusa no seu corpo assim que o maior se ajoelhou, deixando-o esfregar o punhado de papel nela.

– Ah... Ah! Faz cócegas! – Ikki riu, se contorcendo e atrapalhando Alexy.

Ele soltou um riso nasalado da reação do menor. Se levantou novamente e pôs o papel empapado de sabão em cima da pia. Em seguida, segurou a barra da blusa do menor e a puxou para frente, fazendo menção de retirá-la.

– Eh?

– Tira ela – disse Alexy, convicto – Vou tentar de outro jeito.

Ikki assentiu, um pouco corado, e rapidamente tirou a blusa, entregando-a para o maior, deixando o cabelo antes arrumado, todo bagunçado de um jeito fofo.

– Desculpa estragar a roupa que você comprou para mim... – Ikki sussurrou, baixando a cabeça.

– Ah, que é isso... A gente pode comprar outra ainda mais bonita – Alexy disse, abrindo um sorriso, mas ainda encarando a mancha na blusa enquanto a esfregava – Além do mais, eu vi você olhando para aquela camiseta de gatinho... – ele voltou a atenção para o garoto. Algumas mechas azuis escuras dele formavam algo parecido com orelhinhas de gato – Ficaria perfeita em você.

– Você acha? – disse Ikki, levantando o olhar, o rosto levemente corado.

Alexy, num instante de inconsciência, deixou de lado a blusa e se ajoelhou novamente de frente para o pequeno, alternando o olhar do orbe azul para o roxo, a mão esquerda debaixo do queixo dele.

– Qualquer coisa... – disse ele, mais para si do que para Ikki, encarando-o de um jeito distante – ficaria bem nesse seu corpo tão... delicado...

Alexy sussurrou a última parte antes de segurar as bochechas do menor delicadamente e pousar seus lábios sobre os dele.

Ikki arregalou os olhos, surpreso, mas logo cedeu e abriu levemente os lábios, dando passagem à língua atrevida do maior.

Alexy segurou a cintura nua de Ikki, puxando-a contra si, fazendo o pequeno arquear as costas. O heterocrômico tentou empurrar Alexy inutilmente, então afastou a cabeça em busca de ar.

– A-Alexy-sa... – ele abanou a cabeça – Não podemos aqui... Mesmo sozinhos...

– Podemos sim... Não estamos no salão, estamos? – Alexy tomou Ikki nos braços e o colocou sentado na parte seca do balcão da pia, encostado-o todo encolhido na parede. Ikki arquejou com o contato gélido das costas com a parede fria no exato instante em que Alexy abocanhou seu pescoço.

– Mmh...!

O maior segurou novamente a cintura de Ikki com uma mão, evitando que o menor se encostasse na parede, apoiou a outra sobre os joelhos dele e aproveitou a vulnerabilidade daquele corpo esguio para acariciar a pele desnuda.

– Shh – Alexy censurou o menor, logo em seguida tomando posse de seus lábios novamente, sugando-os com vontade com sua boca gulosa.

Ikki inspirou profundamente antes de beijar de volta, segurando com firmeza os ombros de Alexy e encostando aos poucos as costas na parede, deixando que as mãos do maior percorressem seu contorno. Sem ou por querer, o pequeno mordiscou de leve o lábio dele, puxando-o, o que fez Alexy sibilar durante o processo. A mão direita do rapaz desceu pelas pernas até alcançar o fundilho da bermuda de Ikki, alisando suavemente ali.

– Aahn! A-Alexy... – o pequeno gemeu manhosamente, apartando o beijo e estremecendo com aquele toque suave e estimulante.

Alexy sorriu de canto e tocou sua testa com a dele, encarando o garoto ternamente.

– Tão inocente... – ele sussurrou, levando a outra mão aos mamilos, alisando ali, então dando o seu melhor olhar 43 – ...e tão erótico ao mesmo tempo...

Ikki tentou evitar o olhar animalesco que Alexy lhe dirigia agora, soltando as mãos dos ombros dele e deixando-se levar pelas suas carícias.

Alexy esticou um pouco o pescoço, roçando seus lábios quase imperceptivelmente. O menor abriu a boca, pedindo por um beijo, mas Alexy apenas sorriu de canto e afastou o rosto, deixando o pequeno sem saber o que fazer.

Ikki corou violentamente assim que sentiu a mão de Alexy abrindo os botões da sua bermuda.

– A-anh...! – ele arquejou – Alexy... O-o que você...

Antes que Ikki pudesse completar a frase, ela fora entrecortada pelos lábios do maior, que lhe deu um selinho apressado e voltou a encará-lo.

– Eu finalmente cheguei até aqui, por favor não me pare agora... – ele praticamente ronronou, os olhos cheios de súplica.

Para Ikki, se o Gato De Botas tivesse uma personificação azulada, seria a cara de Alexy naquele instante. Compreendeu instantaneamente onde ele queria chegar e, não resistindo àquele pedido, assentiu levemente com a cabeça, abrindo um sorriso inocente. Alexy sorriu de volta, aliviado e desfez o sorriso do menor com um beijo suave e delicado, sua mão agora abrindo o zíper daquela peça de roupa tão inútil no momento.

BAM

– EU SABIA! – uma voz esganiçada ecoou pelo banheiro vazio.

Ikki soltou um grito encabulado, tentando cobrir o tórax com os braços inutilmente, e Alexy se virou bruscamente para a porta.

Armin encarava os dois com um olhar que misturava raiva e surpresa.

– Irmão?! – Alexy gaguejou – O-o que você...

– Eu é que pergunto! – Armin o interrompeu – A Manuke-sama me pediu pra vir procurar vocês!

– Nn... – Ikki gemeu em resposta já imaginando a bronca que levaria.

Alexy rapidamente pegou a blusa do menor e cobriu o corpo dele com ela, deixando exposto apenas o rosto completamente vermelho.

– Ah... – Alexy tentou encontrar uma desculpa plausível para sair daquela situação – E você deixou aquelas duas sozinhas? Elas devem estar se comendo agora mesmo!

– Pelo menos não seria como vocês! – Izzy entrou no banheiro atrás de Armin com um sorriso perverso no rosto. Algo nos olhos dela fez Alexy imaginar que a qualquer momento ela exibiria um polegar de joinha satisfeito para ele ou começaria a aplaudir.

– ELES 'TAVAM SE COMENDO?! – gritou Manuke, entrando aos tropeços no ambiente.

– Por que vocês estão no banheiro masculino? – Interveio Alexy, encobrindo Ikki com seu corpo, tentando desviar o rumo da conversa.

– A pergunta é – Manuke levantou um dedo contra ele –: POR QUE VOCÊ NÃO APRENDE, SEU MONGOL?

Ikki se sobressaltou.

– Não, não – disse Izzy segurando o ombro de Manuke antes que ela partisse para cima do azulado – A verdadeira pergunta é – ela se pôs de frente para Armin, tentando empurrá-lo para fora – POR QUE VOCÊ INTERROMPEU, SEU DOENTE?

– Mas eu...

– Ele estava cumprindo uma ordem minha, sua caraponga!

Izzy voltou o olhar para a garota, com um sorriso estranho esboçado nos lábios.

– Ah, se pois é assim... – ela levantou o punho, pronta para ir para cima da outra, quando foi impedida pelo grito estridente de Ikki:

– PAREM!

Alexy pulou para o lado com o susto. O ambiente tornou-se completamente silencioso após o eco do grito, não fosse pelos soluços contidos quase inaudíveis do pequeno que cobria o rosto com as mãos.

– Ikki...? – perguntaram Alexy e Manuke ao mesmo tempo.

Manuke se apressou e correu até o garoto, empurrando os outros em meio ao processo. Alexy tomou a mão dele nas suas, a preocupação evidente.

– Ikki? – o maior tomou a palavra, repetindo a pergunta.

– Por favor... – Ikki começou, a voz saindo trêmula – ...parem com isso...

– Ikki, o que foi que ele fez? – Manuke perguntou, segurando a outra mào dele.

Izzy e Armin se aproximaram um pouco.

– Nada, Manuke-sama – o heterocrômico finalmente encarou a garota – O Alexy não me fez nada de mais, nunca!

Manuke continuou parada ali, esperando algo convincente o suficiente para culpar Alexy por algum tipo de vandalismo inexistente. O rapaz também não fez menção de interromper o menor.

– Nuke... – Izzy se aproximou e tocou o ombro da morena, esperando que ela não estivesse tendo alguma crise emocional interna.

– Eu queria que você parasse de me tratar assim... – Ikki continuou – ...como se eu fosse um cachorrinho, só por algum ódio bobo com o Alexy – ele respirou fundo, já esquecendo-se de chorar para chamar a atenção.

– Awn... – Manuke deu um abraço nele – Se era assim que você se sentia, desculpa! A Manuke não vai mais agir assim, tá?

Ikki teve vontade de rir. Ele olhou para Alexy, que o abraçou também logo em seguida.

– Seria mais gratificante se vocês se abraçassem, e não a mim.

Alexy arregalou os olhos. Manuke soltou o pequeno. Ambos olharam incrédulos um para o outro e para Ikki.

Izzy e Armin soltaram um riso frouxo de trás do trio.

– Por favor – Ikki sorriu, também com vontade de rir – Por mim.

– Err... – Manuke se virou para o maior e olhou para o lado, abrindo os braços. Alexy soltou o pequeno, incrédulo, e encarou a garota – Tá esperando o quê? – ela quase sussurrou, ainda não olhando o azulado nos olhos.

Alexy piscou várias vezes, como se estivesse acordando de um transe e, relutantemente, envolveu a menor com seus braços, ela que o segurou as costas num abraço desajeitado.

Ikki soltou uma gargalhada prazerosa, junto de Izzy, que observava a cena com a mão no queixo.

Então um carinha entrou no banheiro, se dirigindo aos mictórios.

– Será que eu posso mijar em paz?

Manuke e Alexy imediatamente se soltaram.

– Eh, então, né...

– Pois é...

E se dirigiram para fora do local, seguidos de Armin e Izzy segurando o riso e Ikki vestindo a blusa ainda molhada.

Alexy e Ikki deram as mãos não se importando com alguns olhares curiosos que lhes eram dirigidos, Armin ao lado do irmão.

– Já que a gente perdeu mais da metade do show – Izzy comentou com Manuke, as duas atrás dos garotos – Eu tive uma ideia.

– Fale.

– Eu vou contratar outro assistente – disse ela simplesmente.

– HÃ?! – Manuke quase caiu no chão, não fosse por Izzy que a tivesse segurado pelas costas.

– Calma! – ela disse antes que a menor pudesse retrucar – É que você tem dois assistentes de palco, eu quero dois também.

– Eu posso ter dois, mas o Armin é inútil!

– Eu ouvi isso – disse Armin, sem se virar para as duas.

– Olha – Izzy continuou, sem se importar muito com o comentário do rapaz –, confia em mim, eu sei o que estou fazendo.

– Hm... Sei não...


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