Somos um só escrita por Sadie


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei que estou postando rápido demais, MAS SÉRIO VOCÊS VÃO TER UMA SURPRESA NO PROXIMO CAPITULO E POR ISSO EU POSTEI AGORA TÔ TÃO ANSIOSA E chega sem contar a surpresa.
queria agradecer muito às leitoras, sério, obrigada por comentarem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/502398/chapter/8

– Você! – Elsa exclamou pulando da poltrona e apontando para Jack enquanto se afastava rapidamente. – O que está fazendo aqui?

As memórias boas vieram em um turbilhão, juntamente com a única má: o dia em que Jack partiu e nunca mais voltou.

– Elsa – Jack se levantou da cama, e Elsa pôde perceber o quanto ele havia mudado - o quanto os dois tinham mudado. Ela batia agora no pescoço dele, e ele parecia ter ganhado corpo nos cinco anos fora. Não era musculoso, e também não era fraco, era algo entre isso. Agora que Elsa batia em seu pescoço, ela percebera os vários flocos de gelo nos ombros de seu casaco. – Elsa, me escute.

– Não, Jack Frost. Me escute você. – Ela o encarou nos olhos, nos olhos em que ela tanto esperara rever todos esses anos, contar como havia sido o seu dia e rir junto com o dono dos olhos, mas tudo o que ela sentia naquele momento era o ódio. - Eu fiquei dois anos, dois anos te esperando! E não só no inverno, mas sim em todas as outras estações, em todos os outros dias do ano, em todas as horas, todos os minutos e segundos. Eu olhava para a minha janela esperando você aparecer! E você... você me deixou esperando... me deixou no escuro... – ela abaixou o tom de voz. - meu emocional piorou depois de meus pais terem morrido, e meu psicológico mais ainda. E sem Anna... E você deveria ter estado lá! – Elsa não havia percebido, mas se aproximava de Jack rapidamente e, em volta dela, havia várias estacas de gelo pontudas. Não deveria explodir assim; deveria ter autocontrole.

– Elsa, eu não pude... Eu não posso... – Jack tentou falar, mas Elsa havia feito uma pequena estaca de gelo e estava brincando com ela em suas mãos. Estava cega pela sua própria raiva e mágoa; Ele deveria ter estado lá quando ela mais precisou, e quando ela finalmente supera tudo, ele volta?!

– Então eu resolvi esquecer tudo, esquecer você, acreditar que tudo era apenas um sonho. E funcionou, Jack. Funcionou! Prometi a mim mesma que nunca mais iria chorar. E eu não vou, Jack. – Ela jogou a estaca de gelo nele, e ele criou um escudo de gelo, se afastando.

– Elsa, me escute. Eu fui atacado quando vinha para cá. Um homem que parecia ser de fumaça preta me atingiu quando eu estava na praia... – fumaça preta? Será que.... Elsa hesitou por um momento. Não. Aquilo foi um sonho. Falou para si mesma, e os dias em que chorou voltaram à sua mente. Ela criou outra estaca de gelo e jogou contra ele, interrompendo o que quer que ele fosse dizer. Ao se desviar, a estaca bateu com força na parede, quebrando em mil pedacinhos.

– Vá embora, Jack Frost. E não volte. – Estava cega de ódio. Jack a olhou nos olhos e abriu a boca para falar algo...

– Elsa, o que está acontecendo? – a voz de Anna atrás da porta estava abafada. A distração fez com que as estacas de gelo se desfizessem.

– Fui pegar uma caixa no alto de meu armário e caí – Elsa inventou, respondendo a irmã.

– Você está bem? Quer ajuda? – Anna se ofereceu, e ela percebeu que a irmã não iria embora. Tudo o que Elsa queria depois de reencontrar Jack era ficar sozinha.

– Já vou, Anna – Elsa respondeu.

A rainha encarou-o novamente como um aviso e, no instante que ele saiu pela janela, ela se arrependera.

~~~

As duas irmãs estavam no quarto da mais nova – as paredes de um coral escuro e os móveis de madeira clara, a cama bagunçada e o antigo baú de brinquedos de Anna no canto do quarto dava um ar adolescente ao aposento.

– Anna, onde está Olaf? – Elsa perguntou.

– Ah, você sabe como ele adora o verão. – Anna fazia uma trança grande na irmã mais velha enquanto tagarelava sobre tudo e sobre o relacionamento dela com Kristoff. Elsa estava feliz pela irmã, apesar de sentir inveja da química entre Anna e Kristoff. Os dois se amavam, se completavam, eram quase como um só – tudo o que Elsa prezava sentir, ter e ser. Ela havia pensado que um dia ela chegou a provar um pedaço do amor, mas ele era tão pequeno que ela não sentira o gosto. – Pronto!

– Obrigada.

– Elsa, posso te perguntar uma coisa?

– Bem, já perguntou uma.

– Certo, ãhn, Elsa, com quem você passou todos esses anos? – Anna perguntou um pouco constrangida. Elsa franziu a testa – será que a irmã sabia de algo, sou suspeitava por causa do acidente mais cedo? – Sei que a pergunta é invasiva, mas...

– Não, não há problema algum. – Ela sorriu. – Eu apenas... Eu pensava que teria alguém como eu lá fora, tipo como Jack Frost. Era esse pensamento que me mantinha de pé todos os dias. – Elsa não queria falar sobre Jack, pelo menos, não naquele momento, não depois de ter mandado-o embora.

– Jack Frost, hum? – Anna estava rindo. – Eu lembro quando mamãe nos contava histórias dele. Kristoff me conta algumas lendas dele às vezes. Seria muito útil se estivéssemos no norte daqui...

– Realmente – Elsa concordou, e elas se entreolharam gargalhando. – Anna, saiba que vocês dois têm a minha benção para se casarem. – o rosto da irmã mais nova se iluminou, e ela tentou disfarçar.

– Bem, obrigada, Elsa. – ela sorriu.

– Ah, e diga para Kristoff parar de tentar me bajular, ele já tem a benção. – o quarto se encheu com o som da gargalhada das irmãs.

~~~

A rainha encarava a parede vazia da sala. O tique-taque do seu relógio cuco ecoava em sua cabeça. Tique taque. Tique taque. De repente, o pássaro de madeira sai de sua casinha e balança as asas, anunciando meia-noite. Cuco! Cuco! Para Elsa, aquele som sempre a assustara. O som parecia ser bagunçado, sem sincronia, aleatório, como se algo estivesse faltando – parecia ser o som da loucura. Ela se lembrou do dia em que pedira para a mãe tirar o relógio da sala de jantar, afinal, que tipo de pessoa jantaria com um relógio cuco gritando em seus ouvidos?

A mãe negara, é claro. No fundo, Elsa ficou aliviada pela mãe ter recusado jogar fora o seu relógio – ele era muito bonito. Madeira escura com algumas folhas entalhadas no canto, e as portinhas por onde o pássaro cuco saía eram todas decoradas com pequenas flores e folhas. Além do mais, o som da loucura a fazia lembrar que ela ainda estava sã em meio àquela solidão.

O fogo crepitava na lareira, aquecendo o ambiente. Pequenas faíscas às vezes fugiam da lareira e caiam no tapete, mas se apagavam rapidamente.

O jantar não havia sido posto – Anna saíra com Kristoff no início da noite para jantar na cidade, e Elsa não tivera fome. A dúvida martelava em sua cabeça: será que fiz o certo ao expulsá-lo? Eu deveria tê-lo escutado. Deveria? Não. Ele sumiu por cinco anos. Não pensou em mim em todos esses anos, aposto. Mas eu também não pensei, certo? Eu o esqueci. Convenci a mim mesma que aquilo havia sido tudo um sonho, como quando sonhei com aquela fumaça preta... Aquilo foi um sonho?

As dúvidas de Elsa giravam em torno de sua mente, eram atraídas como o seu pensamento principal como abelha é atraída pelo mel. Sentia-se injusta por não ter ouvido Jack, mas também se sentia magoada por ele ter partido para nunca mais voltar sem aviso.

Mas ele voltou, não voltou?

– Elsa! – o tom animado da voz de Olaf preencheu a sala. – O que está fazendo aqui?

O boneco de neve apareceu em sua frente, sorrindo. A pequena nuvem de neve pairava sobre sua cabeça, não o deixando derreter nunca.

– Não estou com sono, Olaf – ela sorriu. Era mentira. Apenas não queria ter os mesmos pesadelos de sempre: presa em uma cela, com medo de tudo e com a verdade distorcida.

– Normalmente, quando não estamos com sono, nós nos deitamos na cama e esperamos o sono chegar. – O boneco a encarou com os olhinhos alegres. – Está esperando alguém?

– O quê? Não! – ela gargalhou. –Só não quero dormir.

– Está com medo do escuro? – ele perguntou inocentemente.

– Um pouco – era verdade. A cela em seu sonho à noite era tão escura quanto, e seus demônios a cercavam.

– Bem, não tema, Elsa. Estarei lá para afastar o seu medo, sim? – ele ofereceu o bracinho de madeira. Elsa sorriu carinhosamente, e segurou a sua mãozinha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Somos um só" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.