Somos um só escrita por Sadie


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários e por não abandonarem a fic!



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Meses antes

Era inicio de inverno e Jack havia pego carona no vento para ir para Arendelle. Após um ano perambulando pela Noruega, Suécia, Dinamarca, Finlândia e Islândia, chegara a hora do inverno em Arendelle e de visitar sua Elsa.

Estava sobrevoando as casas e as ruas à tarde, vendo as crianças brincarem e trazendo a neve. O sol ainda estava se pondo, e por isso o encontro com Elsa ainda iria demorar algumas horas. Apesar de estar ansioso para reencontrá-la, ele sabia que ela tinha deveres como princesa.

Resolvera voar por aí apenas por diversão, esperando dar o tempo para rever Elsa, vendo o sol se por e sentindo a temperatura abaixar. A primeira coisa que ele amava em ser Jack Frost era poder voar. A segunda? Bem, fazer pegadinhas com pessoas e elas não descobrirem quem foi é definitivamente uma vantagem.

Em certo ponto durante o voo, sentiu-se como se estivesse sendo seguido. Ele estranhou – além de estar voando muito alto e em alto-mar, como alguém iria vê-lo?

Resolvera voltar para terra firme. Estava perto de sentir o chão sob os seus pés quando algo o atingiu – tão rápido que Jack caíra longe em um chão duro com apenas uma fina camada de neve. Foi um impacto tão forte nas costelas que Jack não conseguia respirar direito nem se levantar.

Mas que diabos...? Levantou a cabeça para visualizar o que o havia atingido. Talvez alguma pedra celestial – isso nunca havia acontecido com ele, mas ele já vira perto o suficiente para ver como são, mas algo o dizia que era impossível ele ter sido atingido por uma pedra. Estaria morto.

O que havia o atingido estava indo em sua direção novamente – uma massa preta esfumaçante – e bem rápido. Jack forçou-se a levantar, gemendo de dor. Apoiou-se no cajado e se levantou cambaleante, segurando o grito de dor. Forçou impulso para voar e caiu alguns metros longe dali, longe o suficiente para não ser atingido pelo o que quer que tenha sido aquilo.

Ele conseguiu ver a coisa caindo bem no local onde Jack estava, e quando a coisa tocou o chão, se transformou de fumaça para uma forma humana. Era um homem alto, mas encapuzado. Vestia uma roupa toda preta, e seu capuz também era preto – impossível de reconhecer.

O homem avançou até ele e Jack cambaleou. O esforço que fizera para se movimentar para não ser atingido e ficar em pé sugaram todas as suas forças, e tudo estava girando. O homem o chutou, fazendo Jack cair e deixando sua visão preta por alguns segundos.

O rapaz estranhava tudo aquilo – quem era o homem? Como ele o achou? E, principalmente, por que diabos estava tentando matá-lo?

– Quem é você? – Jack perguntou respirando pesadamente. Ele não podia morrer, podia? Não importava – não queria ficar ali para descobrir. – Como pode me ver?

– Fui criado para isso – o homem chegou perto do rapaz. – e eu faço as perguntas aqui. Onde está ela?

– Ela?

– A garota que você vive atrás, seu idiota. – outro chute. – Responda!

Jack não conseguia responder – estava perdendo a consciência. Não conseguia raciocinar direito – ele estava falando de Elsa? Não que Jack vivesse atrás de garotas, é claro, mas quando ele via alguma muito bonita ele apenas observava.

Sentia-se impotente – seu cajado havia caído longe dele e estava nocauteado, sem poder fazer nada além de torcer para que não tivesse como morrer. Pelo menos assim não.

– De quem... – Jack sentia que ia desmaiar. Seu peito doía, seu estomago doía por causa do chute, suas costelas doíam. – você está falando?

– O chefe te observa há meses. Ele sabe com quem você anda, sabe o tempo que você fica aqui, mas nunca consegue ver onde a garota fica. Onde ela está?

Sim. Ele falava de Elsa.

E não. Ele não ia falar. O jeito simpático do cara dizia o carinho que iria dar ao encontrar Elsa.

Aconteceu tudo muito rápido – Jack estava desmaiando e um tumulto aconteceu. Jack apenas via pés do lado de sua cabeça – duas grandes botas. Começou a ouvir uma voz grave e alegre e a voz de seu agressor se misturando, mas sem entender o que acontecia.

Quando estava recobrando a consciência, a única coisa que ele conseguiu ouvir foi “nós estamos te observando” uma pausa e então o som de um corpo caindo no chão antes de ser jogado em um portal criado por Norte.

~~~

Jack acordara numa espécie de enfermaria improvisada – o escritório tinha prateleiras cheias de brinquedos, na mesa central havia uma espécie de trilhos de gelo começando a serem construídos e, no canto do aposento, havia cadeiras empilhadas e uma caixa de brinquedos, que provavelmente deveriam estar no lugar da maca improvisada que Jack estava deitado.

Sentou-se na frágil maca e olhou ao redor – as paredes eram de um vermelho vivo, o piso era de madeira e havia pequenos brinquedos voando de lá para cá.

A fábrica de brinquedos de Norte.

Jack não podia acreditar – estava mesmo na fábrica de brinquedos de Norte após anos tentando invadir!

Ele riu com o simples pensamento, mas logo o riso morreu ao sentir a pontada de dor em suas costelas.

– Ah, ele acordou! – Jack ouviu a voz fina da Fada do Dente. Logo Norte estava na sala.

– Eu disse que ele iria acordar rápido. – Norte respondeu, indo até ele. – Jack, do que você se lembra?

Jack estava tentando focar a sua visão e tentando entender o que estava acontecendo.

– Eu me lembro... Eu me lembro de ter sido atingido por algo... E ter sido espancado... E ouvir o cara ameaçando Elsa...

– Quem é Elsa? – Norte perguntou, colocando a mão em seu ombro.

– O que aconteceu depois? – Jack perguntou angustiado.

– Eu te salvei de ser mais espancado e te trouxe para cá. Ajudamos a acertar as costelas, mas terá de ficar em repouso. Agora, Jack, quem é Elsa?

– Minha... amiga. – Jack apoiou a cabeça entre as mãos. Droga, estava atrasado para reencontrá-la. – Norte, me leve de volta.

– O quê? – Norte e a Fada do Dente falaram em conjunto, como se tivessem acabado de ouvir Jack pedir a permissão para atear fogo em si mesmo.

– Garoto, você ficará de repouso. – Norte às vezes observava Jack como um pai observa um filho brincando na praia – apenas para a segurança do garoto. Por sorte, em uma dessas observações, ele viu Jack naquela situação e foi ajudá-lo.

– Eu tenho que encontrar Elsa. – Jack falou convicto.

– Jack... Aquele homem estava atrás de uma garota. Ele dissera que estava lhe seguindo havia meses, mas você nunca foi até ela nesse meio-tempo. Ele falava de sua amiga, creio eu. E ele não tinha um tom muito amigável. Eu nunca vi algo assim antes.

– O que você está sugerindo? – perguntou, mesmo sabendo a resposta.

– Não veja mais ela, para a segurança dela – a expressão de norte era de compaixão. – eu sei que ela acredita em você, talvez seja a única, pelo menos que você conhece, mas é para o bem dela.

– Eu sei. Apenas... Uma ultima vez, por favor. – Jack pediu, sua visão embaçando. Não sabia o que o homem queria com Elsa. Não sabia o porquê, e nem sabia quando poderia voltar a vê-la de novo, mas não arriscaria a segurança e nem a vida de Elsa pela vontade de reencontrá-la; apenas queria vê-la pela ultima vez para matar e alimentar a saudade. Queria vê-la pela ultima vez apenas para ver como ela estava.

Norte pensou por um momento, e consentiu.

– Apenas observe de longe, certo? E seja rápido. – norte tirou uma bola de cristal e a entregou na mão de Jack. – Seja responsável, Jack. Estarei te esperando.

– Norte? – Jack chamou. – Você acha que Breu é o chefe? – Jack torcia que não fosse – a ultima vez em que ouviu falar de Breu, foi em uma conversa entre os guardiões, e o que ouvira não fora nada bom. Apesar de Jack não ser um e nem ter muita simpatia pelos guardiões, ele os admirava no fundo.

– Espero que não.

~~~

Ao vê-la, Jack sentira borboletas no estômago.

A garota estava em pé no jardim com suas roupas de sempre, sem um único casaco para se proteger do frio. Estava criando algo – Jack não conseguia ver o que era. Decidiu chegar mais perto, mas estava sem muito equilíbrio por causa das costelas e pelo fato de seu cajado não estar com ele – ele deixara na fábrica.

Aproximou-se de Elsa e segurou a enorme vontade de jogar uma bola de neve nela. Sentia tanta falta da garota que era quase insuportável.

Estava aproximando-se mais do que devia quando pisara em um maldito galho seco. Jack apenas ficou tempo o suficiente para vê-la desfazendo o que quer que ela estivesse criando antes de entrar no portal para a fábrica.


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