Somos um só escrita por Sadie


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

não me matem kskslkdja



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Ela não podia aceitar o fato de que o destino estava sendo tão horrível com ela. Tão injusto. Não podia aceitar que havia passado metade de sua vida trancada em seu quarto para perder seus pais e, quando finalmente havia conseguido a liberdade, ter de segurar a irmã moribunda em seus braços.

A espada negra de Breu havia atingido a barriga de Anna, na região do estômago. Elsa havia sentido o tempo parar. Nada mais importava naquele instante – suas alucinações, seus choros, suas mágoas, seus problemas e suas pirraças -, tudo o que ela tinha na mente era sua irmã atravessada por uma espada.

Ela não acreditou no que vira. Pensara ser mais uma ilusão, mais uma peça de Breu. Não podia acreditar que, a sua irmã, aquela garotinha que a chamava para brincar sempre que podia, que a acordava no meio da noite, que alegrava o castelo e que, após anos sonhando com o verdadeiro amor e finalmente o havia encontrado, estava diante de seus olhos morrendo.

Ela não havia percebido, mas Elsa havia gritado. Havia chamado pela irmã, havia gritado chorando, havia gritado com Breu que já não estava mais no salão. Ela pegara a irmã que estava caindo, desequilibrada, e havia deitado-a em seu colo sentada no chão.

– Por que você... por que diabos você entrou na frente, Anna? – Elsa perguntou chorando. As lágrimas rolaram pelo seu rosto e caíram nas roupas da irmã. Enquanto a vida lentamente se esvaia do corpo de Anna, uma parte da alma de Elsa se despedaçava.

– Ele iria te matar – ela respondeu fracamente.

– Você é idiota? Olhe como você está agora! – A rainha aumentou o tom de voz. – Céus, nós vamos consertar isso, certo? – Ela se desesperou ao ver o corte profundo da espada. No fundo, Elsa sabia que não havia conserto – a espada havia atravessado o corpo de sua irmã.

Ela começou a ninar a irmã.

– Elsa, onde você esteve? – a voz de Anna estava sumindo.

– Ele... ele me levou. Não vamos falar disso agora, por favor. Fique quieta.

– Eu vi... eu vi nós duas. Aquele dia em que você me atingiu. – Ela sussurrou, e olhou firmemente para a irmã. – Não foi sua culpa. Eu não te ouvi, eu deveria ter esperado. Você não é a culpada, Elsa.

– Eu sinto muito, Anna – ela chorou – eu sinto tanto. Eu sinto tanto por não ter ficado com você todos esses anos, por não ter sido uma boa irmã. Me perdoe...

– Pare – respondeu, os olhos pesando. – Está tudo bem. não foi sua culpa... Nunca foi. Não se martirize, por favor – ela olhou para a irmã com ternura, e deu um fraco sorriso. – Eu te amo, sim? – fechou os olhos, como se fosse dormir.

– Anna! – Elsa tentou acordar a irmã. – Anna, não me deixe. Por favor, Anna. Anna!

~~~

O caos na rua estava diminuindo. As pessoas haviam encontrado refúgio – algumas longe do reino, algumas na casa dos outros.

Os soldados haviam diminuído consideravelmente. Parecia que Breu não havia tido tempo ou forças o suficiente para criar um exército inteiro, o que foi a primeira – e talvez única – noticia boa daquele dia para os guardiões.

Os cinco guardiões estavam um de costas para o outro, todos ofegantes e começando a se cansar. Sandy iluminava aquele entardecer com a areia dourada, e a tempestade que se formava sobre o castelo parecia estar se dissipando.

– O que está acontecendo? – Jack sussurrou para Norte em relação à tempestade.

– Eu não sei, talvez Elsa o tenha derrotado – ele opinou um pouco descrente.

– Pouco provável. Não duvidando de seu poder, mas... – Jack cerrou os olhos e viu um vulto indo em direção a eles. – Shh, alguém está vindo!

Os guardiões se alarmaram. As asas de Fada estavam batendo tão rápido que o barulho das asas poderia ser ouvido de longe.

– Elsa? – Jack sussurrou, vendo a roupa rasgada e manchada de sangue do vulto. Mas ele havia percebido que havia muito mais sangue na roupa do que antes. – O quê...

Lembrou-se de ver Anna passando correndo por aquele pátio em direção ao castelo, deixando todos para trás, avisando que logo voltaria e ignorando os pedidos para ela ficar ali. Elsa voltara do castelo sem Anna.

Ele então percebeu: Anna se fora. Ele havia se apegado à irmã, que o fizera sentir-se como se fosse da família. Sentiu uma pressão na boca do estômago, como se tivesse levado um soco.

A rainha se aproximou dos guardiões. A sua expressão era séria, e os olhos inchados e vermelhos mostravam que ela chorara. Jack saiu de sua posição e correu para Elsa, que parou em frente a ele. Ela levantou o olhar para olhá-lo nos olhos, e sua expressão de séria passou para cansada. Ele a puxou para perto, acolhendo-a em seus braços. Ela fechou os olhos, as lágrimas escorrendo, a boca aberta a procura de ar para respirar. Os guardiões observavam em silêncio.

Alguém veio correndo. O som de passos de um grande homem e de alguma coisa pequenina e delicada.

– Anna? – Kristoff chamou. – Elsa! É muito bom te rever novamente, mas onde está Anna? O que está acontecendo?

A rainha se afastou do abraço de Jack. Engoliu o choro e bastou um olhar para o ex-noivo de sua irmã para ele entender o que acontecera. Instantaneamente, o brilho nos olhos do homem se apagou. Era como outra morte – parecia que a vida em Kristoff morrera. Ele se ajoelhou no chão, como em rendição.

Sua postura sucumbiu – desatou a chorar nos paralelepípedos daquela rua, não se importando de estava cercado de guardiões. O boneco de neve que tudo observou quieto tinha a nuvem sobre a sua cabeça desaparecendo. Elsa, observando tudo aquilo com a vista embaçada, refez a nuvem de neve para que o boneco não derretesse.

– Por favor, Olaf. Eu não aguentaria perder você também.

– Ah, isso é tão comovente! – A voz doentia de Breu acordou Elsa de sua letargia. Aparentemente, ele havia surgido ali no pátio do castelo do mesmo jeito que sumira do salão. – É a vida, pessoal. Entes queridos vêm e vão. Apresento-lhes a morte.

– Por favor, cale a boca – Elsa sussurrou. Ao invés de medo e rendição, em sua voz havia ódio.

– O que é isso, amor? – ele sorriu.

– Você é doente. Você nunca se cansa? Arruinou minha vida, tirou de mim as pessoas que eu mais amava e ainda quer acabar com a minha sanidade, uma das poucas coisas que ainda me resta e eu não tenho certeza se ela continua estável? Você é um monstro! - gritou com raiva e cansaço.

– Obrigada pelo elogio, querida – ele aproximou-se dela, mas Jack apontou o cajado para ele e lançou enormes estalactites de gelo, que foram desviadas facilmente. – É delicioso ver a tristeza e o medo estampado em seus olhos.

– Medo? Não temos medo – disse Olaf, inocentemente.

– Ora, um boneco de neve. Adorável – ele debochou. – Vocês me enojam, mas ao mesmo tempo me divertem. Acham que eu não sofro como vocês? Dia após dia, eu sinto dentro de mim a angústia, o medo, a raiva e o ódio dos mortais. Ao mesmo tempo, é o que me mantém forte. Eu vivi no medo, e então o medo eu me tornei. É um castigo para mim da minha vida passada. Tudo o que me mata me faz vivo.

– Se sente tanto assim, por que não para de espalhar desgraça? – o Celho perguntou.

– Você faria qualquer coisa para continuar vivo? – Breu perguntou. O Coelho ficou em silêncio. – Foi o que eu pensei. Agora, meu reinado começará aqui. Será uma nova era.

– Você não pode reinar algo destruído. – Kristoff sussurrou, a voz rouca de choro. – Desgraçado.

– Presumo que você seja alguém próximo daquela garota. Bem, ela não era meu alvo. Sinto muito. – Ele riu, e estalou os dedos. Das sombras do pátio do reino saíram mais soldados. A ilusão da notícia boa fora desfeita. – As desgraças aqui ocorridas são uma ótima fonte de energia para mim. Depois, eu passarei para o próximo reino.

A risada de Norte quebrou o clima de ameaça.

– Você não percebe o quão ridículo você soa dizendo isso? Como pode achar que vai sair conquistando o mundo pelo medo?

– As pessoas se rendem ao medo, velho.

– É por isso que estamos aqui. Nós somos a esperança, Breu – Norte disse, e jogou dois globos de teletransporte no chão. Imediatamente, deles saíram os yetis que estavam de guarda no castelo. Breu recuou, mas logo riu. Os yetis avançaram, e ao tocá-los, eles caíam no chão..

Jack, deixando Elsa com Kristoff e com Olaf – cansados mentalmente e emocionalmente demais para ajudarem em algo -, avançou contra o homem. O gelo que deveria atingir Breu era impedido com uma barreira negra, e fada e o coelho avançaram contra os soldados. Aproveitando a distração do homem, Jack jogou outra barreira de gelo nele, o atingindo e o fazendo cair.

Ele acabou de ressurgir. Está fraco, não pode suportar muito... Com esse pensamento, Jack avançou contra ele e, com o cajado, o deixou no chão, apontando para ele em ameaça.

– Por favor, não faça isso – ele implorou temeroso. – Estou fraco, eu... Não vai se tornar como eu, vai, Jack?

Ele se segurou. Sabia que não devia recuar, afinal, havia matado toda a família de Elsa e mais pessoas do que ele podia contar. Tudo o que ele levava aos lugares que ele ia era desgraça - ele era a desgraça -. Mas ele estava certo – iria se tornar como Breu?

Recuou.

Discretamente, Breu puxou algo da manga de sua roupa negra. Era uma rosa negra.

– Nunca recue, Jack – ele riu, e desfez a rosa em sua mão. Jogou Jack no chão, deixando o cajado cair longe dos dois. Ele levantou, e logo foi atacado por dois yetis.

Jack então se lembrou do que o homem havia lhe contado. Se cada rosa negra é uma fonte de poder para Breu...

– Sandy! – Jack chamou, aproveitando a distração dele. – Norte!

Os dois olharam para o garoto, ora lutando, ora desviando de golpes.

– As rosas! – ele falou para Norte. – Leve Sandy junto, e dê um jeito nelas!

Um lampejo de entendimento no olhar de Norte tranquilizou Jack. Os dois deixaram Arendelle rapidamente pelo portal, esperando não serem seguidos pelos soldados.


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Notas finais do capítulo

MIGOS esse foi o antepenúltimo capítulo da fic, espero que estejam gostando rerrere