Somos um só escrita por Sadie


Capítulo 18
Capítulo 18




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– Você é idiota?

– Não, senhor.

– Então age como um!

Norte havia pegado Jack logo após quando o viu saindo da cabana. Ele tinha vigiado o garoto – como nos velhos tempos – até ele entrar nela. Algo o impedira de continuar observando Jack Frost.

Estavam no meio da sala da fábrica de brinquedos, e todos os guardiões estavam reunidos. Estavam quietos, esperando norte se acalmar após Jack ter lhe contado o que havia feito – abriu mão de parte de sua memória e lembranças para Breu.

– Não foi minha culpa. O que eu deveria fazer? – ele se defendeu, sentando no sofá e deixando cair o cajado de madeira ao seu lado. – A propósito, eu nunca tinha viajado no seu trenó.

Norte havia parado de andar agitadamente.

– Você deveria ter nos chamado – ele respondeu, e olhou nos olhos do garoto. – Pare de brincar, Jack. É claro que você já viajou.

– Eu chamaria vocês, e ficaria sem a pista.

– Aliás, grande pista. O que vamos fazer com uma musica? Inútil. – o coelho reclamou, se metendo na discussão.

– Oh. Nós vamos descobrir, é uma questão de tempo. Não pode ser tão difícil, certo? O cemitério deve ser em Halfe – Fada disse, otimista.

– Não podemos pensar nisso agora! – a voz de Norte cortou a da fada. – Jack, Breu pegou parte de suas lembranças. Boas e más. Ele deve saber seus medos agora, e deve ter pegado também memórias, lugares e momentos. Eu vou lhe perguntar umas coisas, e você vai me responder.

– Certo, mas eu tenho certeza de que eu me lembro de tudo. – Ele respondeu um pouco avoado.

– Esperamos que sim – Norte disse. – Você se lembra de qual é o nosso propósito? Dos guardiões?

– Proteger as crianças, é claro. – Jack respondeu como se aquilo fosse uma pergunta de “quanto é dois mais dois?”. A tensão entre os guardiões não diminuira.

– Se lembra de qual é o seu propósito?

– Neve. E inverno. E outono. E diversão, mas isso é um bônus.

– Sabe onde estamos?

– Ora, por favor, pare de perguntas idiotas, Norte. Não fiquei retardado.

– Você sabe, Jack? – ele insistiu.

– Em sua fábrica. Posso ir procurar Elsa agora?

– Você sabe como chegar aqui? Lembra-se do caminho?

Uma pausa. Jack levantou do sofá, rindo e falando que aquilo tudo não era necessário.

– Você só sairá quando me responder a verdade. Se lembra? – Norte ficava impaciente.

– Não, eu não me lembro! Qual o problema? – o garoto gritou, nervoso.

– Em sete anos morando aqui, você nunca se esqueceu do caminho – Norte disse, olhando com pesar para o garoto. Voltou-se para os guardiões. – Breu sabe onde nós estamos.

~~~

– Não pode ser tão terrível assim, certo? – o garoto apressou o passo, tentando acompanhar o do bom velhinho, que quase corria entre os yetis, os preparando para defender a fábrica em caso de ataque.

Saíram da fábrica, que mais parecia um castelo de natal. Foram até o treno, que estava estacionado e com fada, Sandy e coelhão os esperando. Sentaram em seus devidos lugares.

– Para onde vamos? – Fada perguntou animada, mas um pouco receosa.

– Nós vamos procurar uma maldita floresta congelada em meio à Turquia! Em que você nos meteu, Jack? – Norte disse, e o trenó subiu.

~~~

Eles sobrevoavam a cidade de Halfeti, em busca de alguma área congelada. Para eles, seria uma tarefa fácil, mas ao mesmo tempo difícil: se estivesse congelado, o lugar se sobressairia em meio à areia, mas seria difícil achar o lugar.

Jack fechou os olhos, tentando se concentrar como na ultima vez em que achara a cabana – talvez, com muita sorte, ele conseguisse fazer aquilo de novo.

E então eles viram.

Eles viram um mausoléu cinza e preto entre várias árvores de folhagem suave cobertas de neve. O chão, coberto também. Várias pessoas cercavam aquele mausoléu, provavelmente surpresas por estar nevando naquele lugar.

Os guardiões exclamaram de surpresa. Era incrível o poder de Elsa – se ela era quem fazia isso.

Norte pousou o trenó não muito longe dali, com todo o cuidado para não chamar atenção. Jack sentiu um arrepio, e sua cabeça começara a latejar. Os guardiões andaram na frente dele, sussurrando entre si.

– Jack? – Fada o esperou. – Está tudo bem?

Ele assentiu com a cabeça. Chegando ao mausoléu, algumas pessoas arquejaram e apontaram para os guardiões, exclamando entre si. Algumas riram, pensando que se tratava de pessoas fantasiadas, mas nenhuma teve coragem de ir até eles.

Norte subiu os três degraus até as portas de madeira do mausoléu. Suavemente, colocou a mão sobre ela. Olhou para Jack, esperando que ele confirmasse o movimento para abri-las.

Ele assentiu.

Norte então examinou as portas. Em uma delas, em uma pequena placa de ferro pendurada, lia-se: “Servatis a periculum, servatis a malificum”. Ele engoliu em seco. Não sabia como, mas sabia o que aquilo significava.

Salve-nos do perigo.

Salve-nos do mal.


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