Somos um só escrita por Sadie


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Eu seeeeei que esse capítulo ficou curtinho, mas né. Terminei com ele ali só pra ficar aquele clima (ou pelo menos tentei). Boa leitura :)



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Ouvir o povo de Arendelle, cuidar dos negócios e administrar um reino ficava cada vez mais fácil para Elsa. Inclusive, as suas “escapadas” do castelo não seriam mais possíveis – após Anna descobrir sobre Jack (que contou para Kristoff, que quase enlouqueceu) e descobrir que ela estava sendo procurada, ela proibira Elsa de sair do castelo sem, no mínimo, três guardas a protegendo, e a segurança nos portões do castelo havia sido reforçada.

– Isso é ridículo, Anna. Você sabe que é! – Elsa havia protestado, mas sua irmã não cedera. Mesmo assim, a rainha não havia deixado de interagir com o seu povo nas ruas – agora diretamente.

Mesmo com Jack afirmando que a protegeria, ela sentia que estava desprotegida, vulnerável, como se estivesse sendo vigiada na maior parte do tempo. Sentia-se desconfortável ao pensar na ideia de que não havia sido honesta com Jack sendo que ele havia contado tudo, não só para ela, mas também para a sua irmã.

Seis meses havia se passado desde a volta de Jack – um ano havia se passado desde a explosão de seus poderes.

O casamento de Anna seria em poucos dias, e o reino estava em clima de festa – inclusive Olaf, que queria ser padrinho de casamento -, afinal, após muitos anos Arendelle finalmente teria um casal real e, se possível, herdeiros. A rainha não pensava em se casar – era algo impossível. Passaria o trono para a sua irmã quando fosse mais velha.

O romance com Jack Frost, apesar de ter pouco tempo, para a rainha parecia que fora a vida inteira. Eles conheciam o outro tão bem quanto eles mesmos, sabiam da mania, dos medos, das esperanças, das fraquezas, das qualidades e defeitos do outro, mas mesmo assim Elsa se surpreendia com Jack a cada dia.

A noite estava fresca, o céu limpo, sem estrelas.

Eles estavam sentado em frente ao castelo de gelo da rainha na montanha, em meio à neve. Observavam as montanhas cobertas de neve e o reino de Arendelle lá embaixo, tão distante, tão irreal. Mexendo no cajado de Jack e tentando entender como ele funcionava, ela às vezes criava formas grotescas, sem saber controlar, e ele ria.

– Como você faz isso? – ela perguntou com um leve toque de irritação na voz.

– Eu não sei, o poder só flui, sei lá – ele deu de ombros – às vezes até eu acho estranho isso.

Ela largou o cajado na neve e o encarou.

– Você tem mesmo de ir?

– Sim, Elsa. – Ele se aproximou dela e, sentado de frente para ela, segurou sua mão. – São só alguns meses.

– Eu odeio seus deveres de "guardião-do-inverno" ou qualquer coisa do tipo. Sempre odiei.

– É mesmo? – Ele riu, aproximando-se dela. – Eu não sabia dessa.

– Cale a boca, Frost – ela riu, e ele se inclinou e beijou seus lábios. O remorso de não ter contado sobre a fumaça a atingiu como um soco no estômago.

~~~

Jack não havia contado para Elsa, e também não sentia a mínima vontade de fazê-lo.

Ele havia recebido a visita de Norte e da Fada do Dente semanas atrás, avisando-o que já era hora de acabar com aquilo e dizer adeus à Elsa.

– Você sabe que não é certo, Jack.

– Eu sei que não é, mas você tem que se colocar em meu lugar, Norte. Quais são as chances de eu ser feliz assim novamente?

– Pare com isso. Você sabe que isso não vai terminar bem, Jack. Ela é humana, e você foi criado pela lua! Você é imortal!

– Norte, todos nós tivemos amores em nossas vidas, seja na velha ou na nova. O amor é uma felicidade, é a felicidade. Deixe o garoto viver! – Fada o defendia com unhas e garras, e Jack, mesmo não deixando transparecer, era profundamente grato por isso.

– Ela é minha humana. Não tenho nenhum compromisso com os guardiões, nem com a lua, e o que quer que esteja atrás dela, eu posso dar conta.

– Fada, pare. Você sabe o que acontece quando um de nós ama alguém. – O bom velhinho disse, agora com pesar nos olhos, e Fada hesitou. Eles começaram a sussurrar freneticamente, às vezes com raiva, às vezes em tom triste. Jack queria gritar, perguntar o que acontecia quando um ser criado pela lua amava. – O amor é tristeza, Jack. Em maior parte, é. A felicidade é instável, a tristeza, não. Ela dura para sempre.

– O que você quer dizer com isso? – ele perguntou.

– Nós não podemos falar nada. Você tem que descobrir por si mesmo.

– Sinto muito, Jack. – A Fada colocou a sua mão no ombro de Jack, como em sinal de consolo.

A mensagem deles fora bem clara: se afaste de Elsa, ou você será prejudicado. Ele não queria, ele não podia e nem iria. Ter que ir para os outros lugares para levar o inverno e ficar longe da rainha do gelo já o machucava. Ele não sabia como suportaria ficar longe de Elsa com o passar dos anos. Ele amava Elsa de todos os jeitos – amiga, amante, mulher, rainha. Ele a respeitava, respeitava sua inteligência e estratégia, respeitava sua força de vontade e bondade e, acima de tudo, o que ela era e a pessoa que sempre fora. Amava aquela garota, aquela mulher, aquela rainha. Amava seu cheiro, seu cabelo, seu riso, seus olhos, amava Elsa, com ou sem os poderes. Amava saber que, por baixo da inteligente rainha, havia uma garota esperando por ele, esperando receber e dar carinho.

Ele não podia simplesmente deixá-la.

E não iria.

Não contaria para Elsa sobre o aviso dos guardiões, e também não contaria para ela que não estava indo visitar os outros países no dia seguinte, mas sim indo atrás do que a estava procurando secretamente.


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Notas finais do capítulo

Só esclarecendo: na fanfic, se passa beeeeeeeeeeeeeeeeeeem antes de Jack se tornar guardião da diversão, como no filme. No meu ponto de vista, ele era o guardião da neve, inverno, whatever, bem antes disso do filme. Além do mais, em seus mitos nórdicos, ele é a personificação da neve e da geada, então sim, na fanfic ele leva a neve para todos os lugares e é o guardião do inverno.



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