Somos um só escrita por Sadie


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Gente, queria falar uma coisa com vocês... eu provavelmente vou começar a demorar a postar os capítulos, mas não por querer, e sim por estar passando por uns problemas psicológicos (não estou enlouquecendo, pelo menos, ainda não!) e a vontade de escrever na maioria das vezes se esvai. Queria pedir a compreensão e paciência de vocês. Agradeço, viu?



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Ela havia acordado no início da manhã com o barulho da tempestade lá fora. Sentiu uma respiração ao seu lado e, ao vê-lo, as lembranças da noite passada a inundaram; os gemidos, os corpos suados, a sensação de tê-lo beijando o seu corpo e a explosão de cores e sentidos preencheu sua mente. Ficou-o observando dormir de barriga para baixo e suas costas nuas, ouvindo sua respiração calma e o semblante relaxado. Os olhos por baixo das pálpebras se movimentavam ocasionalmente, como se estivesse tendo um sonho bom. Chegou mais perto de seu amante e passou levemente a ponta dos dedos pelo cabelo branco, como em um carinho. Sorria com ternura e paixão.

Não tinha a intenção de acordá-lo, mas o fez.

~~~

Sentiu um leve toque em seus cabelos e tomou consciência. Abriu os olhos e, com a pouca luminosidade do quarto, viu que Elsa o olhava sorrindo, e ele também sorriu. Espreguiçou-se ainda deitado, e a mão da rainha já não o acariciava mais. Ele protestou silenciosamente, e se lembrou do dia anterior.

Ficara sabendo sobre o baile de máscaras quando estava a ponto de deixar Arendelle; ele não gostava de desistir das coisas – principalmente de Elsa -, mas sabia que ela precisava de espaço e ele não se sentia no direito de ser perdoado. Ele sabia como faria Elsa escutá-lo após ter roubado o terno de uma loja de roupas para baile e descoberto que ele podia transformar o seu cajado de acordo com o que ele quisesse.

O plano era simples: chegaria ao baile e contaria tudo para ela, mesmo se ela não quisesse ouvir. Não importava; ela tinha de saber o motivo. Mas o seu plano havia ido totalmente por água a baixo quando Norte o flagrou indo para o baile e quando viu Elsa. Os dois discutiram e Jack teve que ouvir o quão irresponsável era, mas venceu a discussão com um simples argumento: “já estou aqui, certo? se Breu já sabe de Elsa, que pelo menos eu esteja aqui para protegê-la.” O guardião havia rido – com sarcasmo – ao ouvir “protegê-la” e foi embora. A consciência de Jack pesou, mas ele continuou. Quando chegou ao castelo a festa já tinha acabado, mas ao vê-la, parecia que todos os seus sentidos tinham sido desligados e ele tinha perdido a capacidade de falar. Ao ver que ela estava indo embora, ele voltou para a realidade.

Ele sabia que não devia tê-la visitado, não devia ter falado com ela e muito menos beijado-a, mas naquele momento tudo o que ele pensava era tê-la, prová-la, afinal, já estava ali, não é mesmo?

– Bem, isso realmente foi divertido. – A voz da rainha o trouxe de volta à realidade, e ele riu. – Você não acha isso estranho?

– O quê?

– Acordar ao lado de alguém.

– Acho – ele ficou de frente para ela. – mas eu poderia me acostumar com isso.

Ele a envolveu em um abraço apertado, sentindo seu cheiro – algo como calda de laranja, tão doce e tão suave – e, no fundo, sabia que um dia aquilo acabaria. Ela envelheceria, e ele continuaria jovem. Ela morreria, e ele não. O pensamento fez seu coração se apertar e se encolher até ficar no tamanho de um amendoim.

– Ei – Elsa o chamou, e passou suavemente os dedos pelo contorno de sua boca – está tudo bem?

Ele afirmou com a cabeça e sorriu um sorriso amarelo. Deitou Elsa novamente e deitou-se por cima dela. Beijou o seu pescoço, e ouviu a sua risada, uma risada que era como musica para os ouvidos de Jack. Mordeu suavemente a sua orelha e descansou a cabeça entre seu pescoço e seu ombro. Peito com peito, os corações se sincronizariam em questão de minutos. Ele sentiu as unhas de Elsa deslizando em suas costas levemente, como em um carinho, e a apertou mais ainda.

~~~

A sensação de plenitude tomou conta da rainha. Tudo o que ela sempre desejou finalmente tinha. Uma parte dela ainda não se acostumara com o fato de que Jack frost, Jack Frost, o Jack Frost, a amava. Era um ser lendário. Amigo e amante. Ela sempre soube que sentia algo por ele, mas não nessa intensidade, e bastara apenas um toque para ela descobrir. Ele era tão fácil de amar.

Ouviram uma batida na porta, e ela sentiu o corpo de Jack ficar tenso.

– Não...

– Elsa? – a voz de Anna era animada. A rainha tentou se livrar de Jack, mas ele a prendeu mais ainda.

– Não se atreva – a voz dele era ameaçadora, mas ela sabia que ele estava sorrindo.

– Eu sei, Jack. Eu sei. Mas ela vai entrar aqui e vai ver a bagunça. – Ela sussurrou.

– Finja que está dormindo – ele voltou a beijar o seu pescoço e os seus ombros nus.

– Frost, estou falando sério. – Ela o empurrou com toda a sua força e, no momento em que ele voltou para o seu lado na cama de casal – protestando -, Anna entrou como um foguete no quarto. A rainha apenas teve tempo de tapar Jack totalmente com o cobertor branco em que os dois estavam enrolados antes de Anna sentar na ponta de sua cama com um sorriso no rosto.

– Bom dia para você também – Elsa disse, e Anna riu.

– Você não vai acreditar! - Ela estava quase pulando na cama, e não havia percebido a bagunça do quarto. A rainha estava apoiada no corpo coberto de Jack, como se estivesse apoiada em um travesseiro, afinal, um volume sem motivo nenhum era um tanto estranho.

– Sou toda a ouvidos...

– Kristoff me pediu em casamento ontem à noite! – A cama balançava com sua animação. Elsa sorriu com sinceridade, e Anna gargalhou de prazer e animação.

– Parabéns, Anna. Não foi pedida em casamento no mesmo dia em que conheceu o cara. – Ela riu, e a irmã mais nova fez uma careta. – E quando vai ser?

Em parte, Elsa estava interessada no casamento da irmã e estava feliz por ela de verdade, e em parte, ela apenas queria a manter ocupada para não deixá-la perceber as roupas e, principalmente, os ombros nus de Elsa.

– Eu não sei. Talvez daqui a um ano, depende de quando Kristoff se firmar. Mas acho que não vai demorar, já que ele está prestes a fechar um negócio com aquele reino... o vizinho... – ela olhava em volta, tentando lembrar-se do nome do reino. – Ei...

Ah, droga.

– Elsa, que roupas são essas? – ela apontou para o paletó preto no chão no canto do quarto. Ela franziu as sobrancelhas. Pense rápido, Elsa.

– A verdade, Anna... – Ela começou, antes que a irmã levantasse da cama e fosse ver as outras roupas. – É que eu me visto de homem nas horas vagas.

Anna fez uma cara de espanto, e logo o quarto foi preenchido com o som da risada de Jack.

– Elsa?!

– É a minha risada de homem. É o meu segredo. – Elsa falava em tom sério, mas a vontade era de socar Jack Frost. A expressão de espanto de Anna logo se transformou em desconfiança. Ela foi em direção ao volume, no lado esquerdo da cama de Elsa, e puxou o cobertor, revelando o amante.

– Certo, eu assumo a culpa. – Ele estava rindo. – Foi mal, docinho.

A cara de Elsa se fechou, e Anna gritou de espanto.

– O que é isso?! – ela se referia a Jack, e foi a vez de Jack ficar espantado – ela podia vê-lo?

– Espere. Você pode vê-lo? – Elsa perguntou.

– Eu não deveria? – ela respondeu, e olhou brava para a irmã. – Sério, Elsa. Depois você fala de mim, com pedidos de casamento no primeiro dia e...

– Não! – A rainha a cortou, rindo. – Anna, foi com ele quem eu passei todos esses anos...

A expressão que Anna fez ao ouvi-la a calou.

– Certo, docinho. Acho melhor eu cuidar disso. – Ele havia se recuperado do susto, e interrompeu as duas. Passou a mão pelo cabelo bagunçado e pigarreou. – Meu nome é Jack Frost. O Jack Frost. – E sorriu.

– Mas você não existe...

– Me sinto ofendido.

– Mas...

– E você acredita em mim, logo, existo. Na verdade, eu existo, mesmo para quem não acredita em mim. É complicado. Pergunte à lua.

– Isso é...

– Estranho, eu sei – Elsa completou a fala de Anna, e Jack a encarou irritado.

– Há quanto tempo vocês... – Elsa estava prestes a responder, mas Anna a interrompeu – Não, não quero saber!

E eles riram.

– Certo, então... Como isso aconteceu? – Anna perguntou, e sentou na ponta da cama. Apesar de achar estranho Jack Frost existir – e acreditar secretamente nas histórias que Kristoff lhe contava -, ela estava feliz pela irmã, e se sentia aliviada pela irmã ter Jack.

Os dois contaram a história, às vezes um tomando a frente do outro, ou completando a frase do outro, ou discordando dos detalhes da versão do outro. Quando chegaram na parte em que se separaram, os dois se calaram.

– Certo. Em primeiro lugar, eu não deveria estar aqui, muito menos estar falando com vocês duas, mas eu decidi me afastar de Elsa quando fui atacado na praia de Arendelle, cinco anos atrás... – ele contou toda a história, desde a agressão ao baile, mas não havia mencionado Breu – não queria assustá-las, mesmo sabendo que era importante. Ele sabia que não devia estar escondendo isso, mas ele asseguraria de contar para a rainha mais tarde.

Elsa se sentiu zonza – ela estava sendo procurada?

– Espere, quem é Norte? – Anna perguntou.

– Papai Noel.

– Não brinca!

– É sério – os dois riram, e Elsa deu um sorriu amarelo.

– Eu realmente espero, Jack Frost, que você proteja minha irmã. – A irmã mais nova disse convicta e séria. Apesar de preocupar-se com a segurança de Elsa, Anna sabia do que Jack Frost era capaz – se as histórias que Kristoff havia lhe contado eram verídicas.

– As histórias são verdadeiras, Anna. – Ele disse como se tivesse lido a dúvida que rodeava sua mente.

Elsa sussurrou no ouvido de Jack que precisava falar com ele e, vendo que Elsa estava séria – apesar da curiosidade -, Anna sorriu sem graça, murmurou algo como “vou deixar vocês dois em paz agora” e saiu do quarto.

– Diga-me, rainha do gelo. O que lhe aflige? – Ele falava em um tom animado, e sorria. Ele estava feliz – Elsa podia sentir.

– Eu só... – ela não queria acabar com sua felicidade contando o ocorrido, mesmo que a preocupação ficasse em sua cabeça o dia todo. – Eu só estou preocupada com isso.

– Elsa – ele olhou em seus olhos, e acariciou sua bochecha. – Eu não vou deixar nada de mal lhe acontecer. – Ela hesitou e, vendo isso, ele acrescentou: - Você confia em mim?

– Confio, Jack – ela queria contar para ele, expressar seu medo que bloqueava a felicidade total e o alívio e a preocupava, mas ver Jack feliz a deixava feliz. – Confio.


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Notas finais do capítulo

Anna estraga prazeres, eu sei, eu sei...
por favor, leiam as notas iniciais.



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