Se fosse um tempo atras, eu me derreteria por seu gesto tão fofo e francês.Mas depois de tudo merda que aconteceu entre nos, eu fico pensando como ele consegue dormir a noite.Ele olha dentro dos meus olhos e solta minha mão.Os cabelos loiros e compridos dele foram penteados com gel para trás,sua barba que vi ontem foi retirada, deixando um pouco mais novo do que realmente é.Seu terno preto com a gravata azul marinho é do jeito que eu sempre vi ele,então não me surpreende.Ele me olha de cima a baixo e para nos meus olhos:

― É uma prazer vê-la,achei que você não apareceria.

― A Senhora Miller me mandou ,disse que você esta focando com cliente novos.Mas com essa bagunça, duvido que seja um jantar executivo.

― Uma bagunça?-Ele ri e concorda com a cabeça-Meu irmão gosta de coisas assim,desculpe.Vamos lá fora, aqui realmente não da para conversar.

Concordo com a cabeça,e ele começa a andar pela multidão e eu o sigo.Ele vai ate uma sacada,umas mesas estão distribuídas pela sacada.Uma brisa suave nos atinge quando ele enconsta na mureta do batente.Eu fico de frente para ele e ele de costa para vista,Ryan pensaria em empurrar ele de tão invulnerável que ele esta:

― Senhorita Kavanagh, você é um pouco fechada de mais-Uma garçonete chega em silencio e nos oferece as taças sobre sua bandeja, Pierre pega duas e ela sai sem barulhos assim como chegou.Ele me estende a taça e eu dou um gole pequeno do Champanhe.

Lembro do Chandon que foi prometido pelo Ryan para mim,eu nem sabia onde eu estava me metendo naquela época.Se ao menos eu soubesse...

― Fechada?-Eu pergunto erguendo as sobrancelhas-Isso para mim é uma qualidade, chama-se relacionamentos interpessoais.

―Considero um defeito, prejudica as pessoas de conhecerem a fantástica Lliaza Kavanagh.

―Fantástica?-Eu dou risada e reviro os olhos-E por que tanto interesse em mim Senhor Le Blac?

―Já disse, você me lembra alguém que é muito especial para mim-Ele da um impulso e se senta na mureta.Eu chego mais perto,e seus joelhos quase atingem minha barriga.

―E eu seria o que? A substituta?

―Não, calma mulher...abaixe um pouco as suas defesas.

Pierre é o tipo de homem persuasivo,o que usa o charme para conseguir o que quer.Comigo funcionou da primeira vez, mas dessa vez eu já o conheço e sei que seu sotaque é um charme a mais em suas palavras.Decido usar a tática de “garota difícil”,já sei que ele esta afim de mim por eu parecer com a sua antiga Pandora,pelo menos é o que eu acho que passa na cabeça dele.

Eu ergo as sobrancelhas para ele e dou mais uma golada no champanhe:

―Me responda, você disse que ela foi tirada da sua vida,ela morreu?

―Não...eu acho que foi eu que morri para ela-Ele da de ombros com o olhar triste e termina com um gole só a taça e coloca em cima da mureta-Seus olhos me lembram muito os dela, o mesmo tom de verde.

―Você sabe que falar da sua ex não vai fazer com que eu desabafe e você descobra quem é “Lliaza Kavanagh”-Eu risco as aspas no ar e ele concorda com a cabeça.

―Eu sou péssimo com isso-Ele ri e esconde o rosto com a mãos.

―Sim,você é.E para um homem da sua idade, achei que você usaria bem mais que a tática de coitadinho.

―Essa doeu-Ele tira a mão do rosto e faz uma cara de dor e eu esboço um sorriso.

―Não seja dramático ok?

―Então, quem é Lliaza Kavanagh? Uma publicitaria da Kavanagh & Compania?

―Sim,é isso que você tem que saber.

―Não, eu quero saber sua idade, Hobbies e etc.

―Me responda você Senhor Le Blac,quem é Pierre Le Blac?

―Meu nome é Reneé Pierre Le Blac...

―Reneé?-Eu pergunto um pouco surpresa, ele solta uma gargalhada timida.

Dessa nem eu quando era a Pandora Fofinha sabia.Reneé é bem melhor que Pierre, porque drogas ele se apresenta como Pierre?

―A droga de nomes compostos é isso, você escolhe o qual mais se pareça com você.

―E em um surto você que Pierre fosse melhor que Reneé?

Ele solta outra gargalhada e eu continuo encarando serio:

―Agora que você disse, parece uma má ideia.Porem quando eu tinha vinte anos, as meninas piravam quando viam que eu era francês.

―Você parece ter orgulho disso.Por que,seu sotaque não era o suficiente?

―Sotaque qualquer um pode fingir-Ele da de ombros-Adoro seu sarcasmo.

―Você é um dos únicos então.

―Dá um charme extra á você-Eu reviro os olhos e ele da uma risada sem graça-Enfim,tenho 29 anos,tenho um irmão inconsequente que é Louis Nicollas Le Blac-Ele revira os olhos quando diz o nome de Nicollas,que ainda assim é melhor do que o seu-Nasci em Marselha e mudei para Paris quando tive que assumir a empresa.

―A empresa VoulezVous do seu pai?

―É,mais ou menos isso.Mas é historia para outro dia.

Pierre tinha dito para mim que a empresa era do seu pai, e agora ele me diz que é mais ou menos isso.Eu não consigo entender o que passa na cabeça dele.Não consigo entender mesmo, ele fala quase todo momento que eu, a Pandora, que eu sou ou era importante na vida dele.Mas ele não pensou duas vezes em paquerar o primeiro rabo de saia que apareceu na frente dele.Mas eu sinceramente, fiquei curiosa ate que ponto ele vai para conseguir o que ele quer:

―Então...você é?-Ele pergunta me puxando de volta ao mundo real.

Dou de ombros e tomo um ultimo gole da taça e a coloco do lado de que ele estava tomando:

―Acho que não tem muito para contar, não é uma vida tão interessante como a sua Reneé.

―Não me chame de Reneé-Ele diz rindo e olha para mim de um jeito que qualquer garota se derreteria-Eu só disse isso a você,gostaria de ter falado a ela.

―Sinceramente, ficar falando dela é um pouco chato.

―Desculpe, pode contar.

―Bem, meu nome é Lliaza Kavanagh,tenho 22 anos.Sim é um pouco escroto o nome ,porem foi o nome que eu ganhei dos meus pais,eles não estão vivos para eu ficar puta com eles.Não tenho irmas, a não ser a Raphaella e a família que é muito unida hoje em dia.

―Sinto muito pelos seus pais.

―Não sinta-Eu disse dando de ombros.

Meus pais eram realmente mortos, a única coisa que eu tinha era minha avó.Mas ela também se foi, a única coisa que ficou viva da minha antiga vida é Ryan.Deve ser por isso que o meu carinho por ele só cresceu:

―E essa é ficha da vida super interessante de Lliaza-Eu falo suspirando e olhando para Pierre que me olha com atenção.

E como se ele estivesse observando se não tem um defeito no meu rosto:

―Qual é da sua tatuagem?

―Significa “Guerreira”-Eu falo observando ela mais uma vez e agradecendo por ela ter sido tão boa-Significa uma fase da minha vida.

―Todos nos deveríamos ser considerados guerreiros.

―Clichê esse seu papo-Ele desce da mureta e fica de frente para mim.

De um jeito que eu diria que esta invadindo meu espaço vital.Se ele quisesse minha cabeça tocaria em seu queixo.Porem,continuamos ali nos encarando:

―Acho que você deveria deixar tudo acontecer naturalmente. Você se protege tanto que eu nem tive o prazer de ouvir a sua risada.

―Senhor Le Blac, vou indo.Obrigada pela noite...desculpe mais eu não tenho um elogio para essa noite.

―Talvez, interessante?

―Não-Eu me falo virando e andando alguns passos-Nem isso.

Ele é rápido de mais, e quando eu pisco ele já esta a minha frente.Ele segura meu rosto com a mãos e estou pronta para já atingir um tapa em seu rosto.Mas ele da um beijo na minha testa e diz:

―Merci Mademoiselle, a été très agréable nuit passée ensemble–Ele diz em francês novamente.

Eu entendi perfeitamente que foi “Obrigado Senhoria, foi muito agradavel a noite que passamos juntos”.Eu entendo francês, porem acho que Lliaza não deve saber, para tudo ficar um pouco mais interessante:

―Desculpe,eu não falo francês.

Dou um sorriso malicioso e tiro meu rosto de suas mãos:

―Mas obrigada...por...-Eu faço charme e coloco a mão no queixo como se tivesse procurando um adjetivo-Nada...isso...por nada-Dou outro sorriso malicioso e ando ate a porta da sacada-Boa noite Reneé.